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FAÇA A SUA SORTE. CAPÍTULO 02

 




CENA 01. HOSPITAL. QUARTO. MANHÃ

A luz suave do hospital ilumina o quarto enquanto Paty lentamente abre os olhos. Ao seu lado, Juliano, com um sorriso aliviado, percebe que ela está acordando.


Juliano - (sorrindo) Como a senhora se sente?

Paty - (com uma expressão confusa) Onde estou? O que aconteceu?

Juliano - A senhora desmaiou na rua, lembra? Chamei a ambulância, e você está no hospital agora.


Paty tenta se lembrar do que aconteceu, mas sua mente está nublada.


Paty - (franzindo a testa) Desmaiei? Não me lembro de nada.

Juliano - (com compaixão) Foi assustador, mas está tudo bem agora. Os médicos disseram que foi um susto, mas você vai se recuperar.


Paty olha ao redor, percebendo os equipamentos médicos ao seu redor.


Juliano - Me diz, como a senhora se chama?

Paty - Me chamo Patricia Lisboa, mas todos me conhecem como Paty.

Juliano - (sorrindo) Eu sou o Juliano.


Paty o olha com ternura.


Juliano - Dona Patricia/

Paty - (interrompendo) Só Paty, por favor...

Juliano - Certo... Paty, me conta, como posso encontrar alguém da sua família para informar o que aconteceu?

Paty - (sussurrando) Não quero saber da minha família. Não mais.


Juliano nota a tristeza na voz de Paty, mas decide não pressioná-la sobre o assunto.


Juliano - Tudo bem, Paty. Quando quiser falar sobre isso, estarei aqui para ouvir.


O clima fica pesado, e um silêncio momentâneo paira no quarto. Juliano, querendo mudar o ambiente, decide compartilhar um pouco mais sobre si mesmo.


Juliano - Sabe, eu sempre fui um otimista. Tenho um monte de histórias engraçadas para contar sobre minhas entregas pela cidade. A vida é cheia de surpresas, não acha?


O sorriso volta ao rosto de Juliano, e ele começa a compartilhar suas histórias, tentando animar Paty.


Paty - (sorrindo) Você é um raio de sol, Juliano. Essas histórias estão me fazendo esquecer um pouco dos meus problemas.


Juliano retribui com um sorriso.


CENA 02. MANSÃO DE ROMINA. SALA DE ESTAR. MANHÃ

Romina, visivelmente preocupada, procura por Paty pelos corredores e cômodos da casa. Max, relaxado em uma poltrona na sala de estar, observa sua busca com um desdém disfarçado.


Romina - (frustrada) Max, não encontro a tia Paty em lugar nenhum. Já procurei por toda a casa.

Max - (rindo sarcasticamente) Ah, Romina, será que a velha partiu para o além? Já deve estar se decompondo por aí.


Romina olha para Max, indignada com a piada de mau gosto.


Romina - (irritada) Max, isso não é engraçado! Como você pode ser tão cruel?

Max - (levantando-se, debochado) Cruel? A essa altura, Romina, você ainda se surpreende com minhas palavras? Paty Lisboa é só uma fonte de dinheiro para nós.


Romina, visivelmente abalada, tenta manter a compostura.


Romina - (firme) Isso não justifica ser desumano, Max. Você está indo longe demais.


Max, abruptamente, se aproxima de Romina, seu rosto a centímetros do dela.


Max -  (agressivo) Escute aqui, Romina. Você não tem o luxo de se preocupar com sentimentos agora. Estamos à beira da fortuna e você vai se lembrar disso.

Romina - (recuando, com medo) Max, você está sendo cruel.


Max, em um acesso de raiva, grita com Romina, intensificando a tensão.


Max - (gritando) Você vai fazer o que eu mandar ou vai se arrepender!


Romina, coagida e temerosa, observa enquanto Max, ainda enfurecido, deixa a sala.


Romina, assustada e em pânico após o ataque de fúria de Max, tenta recuperar o controle de suas emoções. Ela respira fundo e olha ao redor, percebendo a tensão que se instalou na mansão.


Romina - (sussurrando consigo mesma) Fica calma, Romina. Fica calma.


Enquanto Romina tenta se acalmar, ela decide afastar-se da sala, procurando um refúgio temporário para processar o que acabou de acontecer.


CENA 03. HOSPITAL. QUARTO. TARDE.

A conversa descontraída entre Paty e Juliano continua, mas há uma mudança no ar. Paty decide compartilhar um aspecto mais sombrio de sua vida.


Paty - (com um suspiro) Juliano, preciso te contar algo. Eu não desmaiei só por acaso. Descobri recentemente que tenho uma doença terminal.


O sorriso no rosto de Juliano desvanece enquanto ele processa a notícia. Ele tenta manter a compostura, mas a tristeza e a preocupação são evidentes em seus olhos.


Juliano - (com a voz embargada) Paty, eu... eu sinto muito ouvir isso.

Paty - (com um leve sorriso) Não quero que fique triste por mim, Juliano. Estou tentando aceitar. A vida é cheia de reviravoltas, não é?


Juliano assente, tentando conter suas próprias emoções. Ele decide mudar o foco da conversa para oferecer conforto a Paty.


Juliano - (com carinho) Sabe, Paty, é importante aproveitar cada momento, independente do que esteja por vir. E você não está sozinha nisso. Estarei aqui para o que precisar.

Paty -(agradecida) Obrigada, Juliano. Sua presença já faz toda a diferença.


Juliano, determinado a manter o clima leve, começa a contar uma de suas histórias engraçadas sobre as entregas na zona sul do Rio de Janeiro. Ele se esforça para arrancar um sorriso de Paty, apesar da gravidade da situação.


Juliano - (sorrindo) Sabe, Paty, cada dia é uma nova página. E quem sabe o que a vida ainda reserva para nós?


Paty, emocionada pela compaixão de Juliano, sorri através das lágrimas, agradecendo pelo momento de alívio em meio às dificuldades.


CENA 04. HOSPITAL. QUARTO. TARDE

Juliano está sentado ao lado da cama de Paty, ambos envolvidos em uma conversa que parece ter um tom reconfortante. Romina adentra o quarto, interrompendo a atmosfera serena.


Romina - (entrando) Paty, Meu Deus, quase morri de preocupação. Como a senhora está minha tia?

Paty - (tentando manter a calma) Digamos que esse foi apenas o primeiro de muitos sustos que provavelmente virão...


O silêncio ecoa pelo quarto por alguns instantes.


Romina - Tia, pode ser que esse não seja o melhor momento, mas precisamos conversar.


Paty e Juliano se entreolham, a conversa interrompida pelo tom sério de Romina.


Paty - (tentando manter a calma) Claro, Romina. Pode falar.


Juliano se levanta, dando espaço para a conversa entre as duas mulheres.


Romina - (fechando a porta) É um assunto delicado, porém importante.

Paty - (com um sorriso forçado) Sem problemas, Romina. Diga o que precisa.


Romina percebe a tensão no ar, mas continua com a determinação de expressar suas preocupações.


Romina - (séria) Eu estava pensando, Paty. Com toda essa situação, precisamos reavaliar algumas coisas. A herança, por exemplo.


Paty franze a testa, sutilmente desconfortável com a mudança abrupta de assunto.


Paty - (com cautela) Como assim, Romina?

Romina - (direta) A família e as finanças estão envolvidas, e é crucial que tomemos decisões pensando no futuro.


Juliano permanece em silêncio, observando a interação entre as duas mulheres.


Paty - (escolhendo as palavras) Romina, neste momento, minha prioridade é minha saúde e bem-estar. A herança pode esperar.

Romina - (persistentemente) Compreendo, Paty, mas é algo que devemos considerar.


A tensão no quarto aumenta, e a expressão de Paty revela uma mistura de frustração e resignação. Juliano, percebendo o desconforto, decide intervir de maneira delicada.


Juliano - (gentil) Gente, acho que seria melhor continuarem essa conversa em outro momento. Paty precisa descansar e se recuperar.

Romina -  (com desdém) Quem é você para dar pitaco? Isso não é da sua conta.


Juliano e Romina se olham fixamente.


CENA 05. MANSÃO DE PATY. INT. NOITE

A mansão de Paty está envolta em sombras enquanto Max, sozinho, caminha pelos corredores. A luz escassa destaca sua expressão sinistra. Ele olha ao redor, desdenhando do luxo que o cerca.


Max - (rindo sarcástico) Ah, Paty, Paty... a rainha da decadência. Toda essa pompa e riqueza, e olhe para onde te trouxe.


Max continua sua caminhada, entrando na sala principal, onde uma fotografia de Paty em dias mais felizes está exposta. Seus olhos brilham com malícia enquanto ele a encara.


Max - (com desprezo) Quem diria que a grande Paty Lisboa seria derrubada por algo tão frágil quanto a própria saúde. Doença terminal... que ironia, não é?


Ele esbraveja, usando palavras cruéis e profanidades para expressar seu desdém pela situação de Paty. Sua raiva é palpável.


Max - (gritando) Você se afunda cada vez mais, Paty. Seu império, sua fortuna... tudo será meu. Não vai demorar muito para que eu me torne o verdadeiro rei deste castelo.


Max, imerso em sua ambição desenfreada, encara a fotografia de Paty com um sorriso sinistro.





CENA 06. HOSPITAL. CORREDOR. NOITE

Romina sai do quarto de Paty, fechando a porta com cuidado para não perturbar o ambiente tranquilo. Seu rosto exibe uma expressão calculada enquanto ela caminha pelo corredor do hospital. Juliano, que está esperando do lado de fora, cruza o caminho dela.


Romina - (com sarcasmo) Olha só quem está aqui, o entregador.


Juliano, surpreso com a atitude hostil de Romina, responde mantendo a compostura.


Juliano - Romina, certo? Espero que Paty esteja bem.

Romina - (com um sorriso maldoso) Claro, claro. Sabe, Juliano, eu não me esqueci do seu intrometimento.

Juliano - (calmamente) Apenas queria ajudar.

Romina - (rindo) Ajudar? Acha que pode mudar alguma coisa aqui? Não se meta onde não foi chamado.


Juliano, mantendo a calma, não se deixa intimidar pela atitude de Romina.


Juliano - (sereno) Só quero o melhor para Paty.

Romina - (com desdém) Se você diz. Mas fique longe dos meus assuntos, entendido?


Romina caminha para longe, deixando Juliano no corredor. 


CENA 07. RIO DE JANEIRO. PLANO GERAL. PASSAGEM DE TEMPO

Letreiro : DOIS DIAS DEPOIS...


CENA 08 . HOSPITAL. QUARTO. MANHÃ

Paty aparece arrumando suas coisas para ir embora. Juliano aparece nesse momento com um buquê de flores, sorrindo.


Juliano - (sorrindo) Vim te trazer um pouco de alegria, Paty.


Paty sorri ao ver Juliano entrando com as flores.


Paty - (animada) Juliano, que surpresa maravilhosa!

Juliano - (tímido) Queria te alegrar um pouco. Como você está se sentindo?

Paty - (sincera) Melhor a cada dia. Estava ansiosa para receber a minha alta.


Juliano coloca as flores em um vaso próximo.


Juliano - (curioso) Sabe, Paty, achei que chegaria e encontraria a Romina aqui.

Paty - (baixando o tom de voz) Juliano, tem algo que você precisa saber. Romina não está aqui para me apoiar. Ela está de olho na minha fortuna e não na minha recuperação.


Juliano - (surpreso) O quê? Como assim?

Paty - (confidenciando) Eu ouvi Romina conversando com um cúmplice. Ela está mais interessada no meu dinheiro do que na minha saúde.


Juliano, indignado com a revelação, olha para Paty com preocupação.


Juliano - (firme) Paty, você precisa ter cuidado. Romina pode não ser quem aparenta ser.

Paty - (determinada) Eu sei, Juliano. E é por isso que não contei a ela sobre minha alta hoje. Não quero que ela use isso a seu favor. Ela também não sabe que sei das verdadeiras intenções deles e por esse motivo, decidi que hoje passarei a noite em um Hotel. Não quero chegar na mansão e ter que olhar para  a Romina e para aquele sujitinho.

Juliano - (com um sorriso) Paty, eu sei que você mencionou o hotel, mas olha... eu moro em Madureira, num lugar bem humilde. Se quiser, pode passar a noite lá.

Paty - (surpresa) Madureira? Sério?

Juliano - (sincero) É, bem simples, mas o convite é de coração.


Paty, inicialmente surpresa com a proposta, pondera a oferta de Juliano.


Paty - (rindo) Madureira, hein? Não é todo dia que uma mulher como eu recebe um convite assim.

Juliano - (sorrindo) Eu sei que pode parecer estranho, mas é de coração. 


Paty, animada com a ideia de algo diferente e autêntico, surpreende Juliano ao aceitar o convite com entusiasmo.


Paty - (animada) Sabe de uma coisa? Por que não? Vamos lá para Madureira!


Juliano, feliz e surpreso com a resposta positiva, sorri e agradece a Paty.


Juliano - (radiante) Ótimo! Vai ser uma noite bem diferente, tenho certeza.


A cena termina com Paty e Juliano deixando o hospital juntos.


CENA 09. MANSÃO DE PATY. INT. TARDE

ROMINA LIGA PARA O HOSPITAL EM BUSCA DE INFORMAÇÕES SOBRE PATY.MAX APENAS OBSERVA.


Romina - (ao telefone, ansiosa) Como assim ela teve alta às 7 da manhã? Isso não pode ser!


A enfermeira do hospital explica a situação para Romina, que fica desnorteada com a notícia.


Max - (observando) Algum problema, Romina?


Romina desliga o telefone, visivelmente furiosa, e vira-se para Max.


Romina - (irritada) Problema é que a Paty teve alta e ninguém me avisou. E tem mais... ela saiu do hospital com o tal do Juliano!


Max apenas observa a reação de Romina.


Max - (sereno) Juliano? Quem é esse?

Romina - (furiosa) Eu não sei, Max! A única coisa que sei é que ele apareceu do nada e agora está com a Paty. Isso não pode ser coincidência.


Max, mantendo uma expressão impassível, questiona a raiva de Romina.


Max - (confuso) Por que isso te irrita tanto?

Romina - (explosiva) Porque eu não posso perder o controle da situação! Essa noite poderia ser minha oportunidade, mas agora... agora tudo está indo por água abaixo!


Max, com um olhar calculista, tenta entender a situação.


Max - (calmo) Explique melhor, Romina. Quem é esse Juliano?

Romina - (frustrada) Eu não sei, Max! Só sei que ele pode ser um golpista, alguém interessado na fortuna da Paty. Eu não posso deixar isso acontecer.


Romina caminha em direção a porta.


Max - (intrigado) Onde você vai?

Romina - (decidida) Vou resolver essa situação antes que vire um problema para nós.


Romina sai apressada da mansão.


CENA 10. CASA DE JULIANO. MADUREIRA. TARDE.

Juliano e Paty chegam à casa humilde em Madureira, onde Juliano reside. Ele sorri, radiante, enquanto abre a porta para Paty entrar.


Juliano - (alegre) Bem-vinda à minha humilde morada, Paty. Entre e sinta-se à vontade.


Paty entra e observa ao redor, surpreendida pela simplicidade, mas percebendo a alegria que emana do lugar.


Paty - (curiosa) Este é o seu lar?

Juliano - (com orgulho) Sim, é modesto, mas é meu cantinho. Minha mãe deixou a casa para mim antes de falecer. 


Paty, guiada pelo olhar de Juliano, observa os detalhes da casa. A simplicidade e a organização revelam o cuidado que Juliano tem com seu espaço.


Paty - (tocada) Você parece ser muito feliz aqui, Juliano.

Juliano - (sorrindo) Sim, Paty. Aqui é onde encontro minha paz.


Juliano conduz Paty pelos cômodos, compartilhando histórias e lembranças. A cozinha pequena, a sala aconchegante e os objetos de valor sentimental contam a história de uma vida simples, mas cheia de significado.


Paty - (emocionada) É incrível como você é feliz com o que tem. Sua mãe deixou um belo legado aqui.

Juliano - (grato) Sim, ela deixou. Sempre valorizei o que realmente importa.


Paty, tocada pela sinceridade e humildade de Juliano, aprecia a atmosfera calorosa e acolhedora da casa


CENA 11. DELEGACIA. INT. TARDE

Romina, com um sorriso malicioso, entra na delegacia determinada a colocar seu plano em prática. O delegado, ocupado em sua mesa, a nota e a cumprimenta.


Delegado - (cordial) Em que posso ajudar, senhora?

Romina - (fingindo preocupação) Delegado, preciso de sua ajuda. Eu estou desespera.

Delgado - Por favor se acalma e me conta o que aconteceu.

Romina - (fingindo desespero) Minha tia foi sequestrada!


O delegado levanta a cabeça, surpreso. Romina o observa.


FOCO NO ROSTO DE ROMINA.




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