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AMOR DE VERÃO - Capítulo 24

 



CENA 01: COBERTURA DE HELENA. SUÍTE. INTERIOR. MANHà

Helena sai do banheiro enrolada em um roupão, com os cabelos escorridos, acabara de tomar banho. Celso, deitado em sua cama, desperta.


CELSO – Que noite foi essa?

HELENA – Uma noite espetacular. Vai ficar pra sempre em minha memória. 

CELSO – Isso que fizemos foi certo?

HELENA – Definitivamente não. Mas acho que não me importo com isso. Aliás, eu acho que depende até do ponto de vista, afinal, somos dois adultos solteiros e desimpedidos.

CELSO – Mas também há os valores morais…

HELENA – Quem liga para a moralidade hoje em dia?


Celso levanta-se da cama, está apenas de cueca, e vai até ela, lhe agarrando por trás. Helena esquiva dele.


CELSO – (estranha) O que foi?

HELENA – Celso, essa foi uma das melhores noites da minha vida. Foi inesquecível, sem dúvidas. Mas, eu acho que o que aconteceu aqui, deve encerrar aqui. Nós nunca vamos dar certo.

CELSO – Helena, qual o seu objetivo com tudo isso? Você me fez vir até aqui, me fez transar com você/

HELENA – (corta) Opa! Você transou comigo porque quis, é bom lembrar.

CELSO – Um homem não é capaz de resistir aos seus instintos.

HELENA – (deboche) Ah, claro.


Ela revira os olhos e vai até a penteadeira e começa a separar alguns acessórios. 


CELSO – Eu gostei do que a gente teve essa noite. Nossa química na cama é de outro mundo.

HELENA – Eu sei disso. Também gostei. Mas, não vejo futuro entre a gente, até porque envolve várias coisas, das quais você sabe muito bem.

CELSO – O que eu faço agora?

HELENA – Vai viver, Celso! 

CELSO – Não sei se vou conseguir viver longe de você depois do que aconteceu aqui…

HELENA – Foi apenas uma noite, Celso. Não precisa exagerar nos galanteios, você não vai me convencer. Testa isso com outra.


Celso respira fundo. Os dois se encaram por um tempo. Logo, o homem vai até o canto onde largou suas roupas e começa a vesti-las.


CENA 02: COMPANHIA DE TEATRO. INTERIOR. MANHà

Ana chega com Vicente para seu primeiro dia de trabalho na empresa do pai. Por quem Vicente passa, ele apresenta a filha. CAM foca em Ana, sua expressão não é boa, ela aparenta estar sentindo um novo mal-estar.


ANA – Pai, onde é o banheiro?

VICENTE – Você segue nesse corredor, vira a esquerda e logo vai ver a placa do banheiro feminino.

ANA – Certo…


CENA 03: COMPANHIA DE TEATRO. BANHEIRO. INTERIOR. MANHÃ

Ana está abaixada em frente a privada, vomitando. A jovem termina e, fraca, levanta-se e vai até a pia, lavar o rosto. Rose estava se maquiando em frente ao espelho e não deixou de reparar.


ROSE – Você tá bem, menina?

ANA – Tô sim…

ROSE – (reconhecendo) Aninha! 

ANA – Rose!


As duas se abraçam.


ROSE – O que faz por aqui?

ANA – Agora irei trabalhar com o meu pai.

ROSE – Sério?! Será muito bem-vinda aqui na companhia. (P) Mas, que enjoo foi esse, hein? Tem certeza que está bem?

ANA – Tô bem. Acho que comi algo que me fez mal…

ROSE – Horrível vomitar, né?

ANA – Pois é…

ROSE – Quer passar um pouquinho da minha maquiagem? Você ficou com uma cara pálida, mulher.

ANA – (ri) Eu aceito. 


Ambas sorriem uma para a outra. Rose entrega seu estojo de maquiagem para ela.


CENA 04: HOSPITAL. INTERIOR. DIA

Miriam e Paula chegam de mãos ao hospital. Elas encontram com o médico e Miriam é conduzida até a sessão de quimioterapia, tentando manter a calma.


CENA 05: CASA ROSADA. ESCRITÓRIO DE HELENA. INTERIOR. DIA

Helena está sentada em sua mesa, mexendo no celular com uma expressão de preocupação e saudade. Ela parece absorta em pensamentos quando toma uma decisão.


HELENA – (sussurra para si mesma) Eu não posso deixar as coisas assim. Fui impulsiva no último encontro com Celso. Preciso consertar isso.


Ela pega o celular e começa a digitar uma mensagem para Celso.


MENSAGEM DE HELENA (no celular) – "Oi, Celso. Eu queria conversar com você. Será que podemos nos encontrar na praia à noite? Preciso falar sobre o que aconteceu no último encontro. Desculpe pela forma como agi."


Helena envia a mensagem e aguarda ansiosamente a resposta de Celso.


ABERTURA:



CORTE:


CENA 06: RESTAURANTE CAVALLINI. INTERIOR. DIA

Ilana e Vicente são levados pela recepcionista do restaurante até a mesa que reservaram. O casal senta frente a frente.


VICENTE – É tão bom te ver.

ILANA – Também fico revigorada olhando em seus olhos.

VICENTE – Você é uma romântica e tanto, hein?!


Ilana dá um sorriso amarelo.


VICENTE – O que você tem que estou te percebendo tão tristinha?

ILANA – Vicente, eu decidi contar para a Helena o que estava acontecendo entre nós dois. Não me senti bem escondido isso da minha melhor amiga.

VICENTE – E como foi a reação dela? Pela sua cara…

ILANA – Péssima. Ela me disse coisas horríveis, chegou a me comparar até a Paula!

VICENTE – (incrédulo) A Helena perdeu completamente o juízo. 

ILANA – Foi um bate-boca horrível. Eu perdi a razão, acabei dando um tapa nela.

VICENTE – Você fez foi bem.

ILANA – Não gosto de partir para a agressão com ninguém. 

VICENTE – Tem pessoas que precisam apanhar pra aprender! Seja da vida ou de alguma outra pessoa.

ILANA – Vicente, não fale isso!

VICENTE – Ah, é a verdade.


O garçom se aproxima da mesa dos dois.


GARÇOM – Já vão fazer o pedido?

VICENTE – (p/Ilana) O que vai querer comer?

ILANA – Eu vou querer uma costela no bafo. De acompanhamento, arroz integral, purê de mandioca e uma salada verde.

GARÇOM – E o senhor?

VICENTE – O mesmo que o dela.

GARÇOM – Certo. Alguma coisa para beber?

ILANA – Vou querer um suco de abacaxi com hortelã. 

VICENTE – Traga uma jarra! 

GARÇOM – Anotado!

ILANA – Obrigada. 

VICENTE – Obrigado.


O garçom assentiu e se vai. Vicente segura na mão de Ilana, que permanece abatida.


VICENTE – Ei, não fica assim. Eu tô aqui com você, viu?!

ILANA – Você tem sido um parceiro e tanto, Vicente.


Ambos sorriem um para o outro. Closes alternados entre os dois.


CENA 07: COMPANHIA DE TEATRO. SALA DE ENSAIOS. INTERIOR. DIA

O ensaio termina e o elenco começa a se dispersar pelo palco, conversando animadamente. André se aproxima de Marina, que está guardando suas coisas.


ANDRÉ – Marina, foi um ensaio incrível hoje, não acha?

MARINA – Com certeza! Se depender de nós, essa peça ficará fantástica.


André hesita por um momento, mas reúne coragem para fazer o convite.


ANDRÉ – Marina, eu estava pensando... Você quer sair comigo hoje à noite? Podemos ir em um restaurante ou algo do tipo.

MARINA – Claro, André! Adoraria sair com você.


André parece aliviado e feliz com a resposta positiva.


ANDRÉ – Ótimo! Então eu te busco às 20h?

MARINA – Combinado! Estarei lá.


Os dois se despedem com um olhar cheio de expectativa para o encontro à noite. Marina continua guardando suas coisas. 


CENA 08: APARTAMENTO RENATA. SALA. INTERIOR. DIA

Renata coloca uma chaleira em cima da mesa de jantar. A campainha toca e ela vai atender. Caio aparece.


CAIO – Renata, precisamos conversar. Estou passando por uma situação muito difícil. Recebi uma notificação de despejo do meu apartamento. Tenho apenas um mês para sair.

RENATA – Meu Deus, Caio… Como isso aconteceu?

CAIO – Acabei acumulando dívidas e atrasando o aluguel. Agora, o proprietário quer que eu saia.


Renata olha para Caio, preocupada, mas antes que possa dizer algo, Jéssica chega em casa após passar o dia com Gabriela.


JÉSSICA – O que ele está fazendo aqui?

RENATA – Jéssica, ele veio conversar sobre uma questão importante. Caio está passando por um momento difícil.


Jéssica cruza os braços, deixando claro que não quer Caio em sua casa.


JÉSSICA – Não me importa. Ele não deveria estar aqui.


Caio coloca a mão na cabeça. 


CAIO – Olha, já vi que não podem me ajudar, então é melhor eu ir…

RENATA – Caio, fique. Precisamos conversar sobre isso.


Jéssica não aceita e se aproxima de Caio, apontando para a porta.


JÉSSICA – Você não entendeu? Vaza daqui! Não quero te ver por perto!


Caio olha para Renata, esperando uma defesa, mas ela parece relutante em enfrentar a situação.


CAIO – Tudo bem. Eu vou embora.


Caio sai do apartamento, deixando Renata e Jéssica sozinhas. Jéssica cruza os braços novamente, descontente com a situação.


JÉSSICA – Mãe, quantas vezes eu já disse que não quero mais o Caio aqui?

RENATA – Eu só queria entender o que está acontecendo com ele, Jéssica. Caio está passando por um momento difícil e precisa de apoio.

JÉSSICA – Nós não temos nada a ver com os problemas do Caio!


Renata abaixa a cabeça, sentindo-se pressionada pela postura inflexível de Jéssica.


RENATA – Eu não concordo com isso, Jéssica. Ele está precisando de ajuda.

JÉSSICA – Então ajude-o fora da nossa casa.


A tensão entre as duas é palpável. 


CENA 09: COMPANHIA DE TEATRO. SAÍDA . EXTERIOR. TARDE

Daniel e Rose estão saindo juntos da companhia de teatro após o ensaio. 


DANIEL – Rose, posso te perguntar uma coisa?

ROSE – Claro, Daniel. Pode falar.

DANIEL – Você gostaria de sair comigo um dia desses? Sabe, para conversarmos melhor?


Rose olha para Daniel com simpatia, mas sua resposta é cuidadosa.


ROSE – Daniel, agora meu foco é completamente na peça. Tenho que me concentrar no trabalho e nos ensaios. Mas depois que tudo isso acabar, posso pensar no seu convite.


Daniel parece compreender e respeitar a decisão de Rose, mesmo que sinta uma ponta de decepção.


DANIEL – Claro, Rose. Eu entendo. A peça é a prioridade agora. Então, depois do espetáculo, quem sabe?

ROSE – Exatamente. Vamos nos concentrar em dar o nosso melhor na peça primeiro.


Os dois continuam caminhando. 


(Música de fundo: Se Essa Rua Fosse Minha - Ana Carolina)


CENA 10: RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE

Takes das principais avenidas da cidade carioca, movimentadas pelo fluxo de carros da noite. Corte para a fachada de um prédio. 


CENA 11: APARTAMENTO DE MARINA. SALA. INTERIOR. NOITE

Enquanto Marina termina de se arrumar, a campainha toca, fazendo seu coração bater mais rápido. Marina vai até a porta e abre, revelando André, que está visivelmente impressionado com a beleza dela.


ANDRÉ – Uau, Marina... Você está deslumbrante!

MARINA – Obrigada, André. Você também está muito bonito.


André olha para Marina com admiração, apreciando cada detalhe do seu look elegante e radiante.


ANDRÉ – Você está maravilhosa, de verdade. Vamos?

MARINA – Sim, vamos.


Os dois saem do apartamento juntos. 


CENA 12: PRAIA. EXTERIOR. NOITE

Helena encontra Celso em um quiosque, onde ele já estava ao seu aguardo. Os dois se encaram.


CELSO – O que você realmente quer de mim, Helena?

HELENA – Eu quero você por inteiro.

CELSO – Como é que é? Uma hora você me diz que não quer nada, que a gente não pode dar certo, depois você me vem com essa. Acha que eu sou um brinquedo seu, por acaso?

HELENA – É que eu ando confusa com os meus sentimentos, Celso.

CELSO – E você já parou para pensar que eu também tenho sentimentos?


Helena respira fundo. A conversa entre os dois será longa.


CENA 13: FLAT DE VICENTE. INTERIOR. NOITE

Ana e Vicente estão sentados ao redor da mesa, jantando. Ana ainda não conseguiu comer.


VICENTE – Você não vai mexer no prato, minha filha?

ANA – Tô sem apetite, pai. Na verdade… eu já não me sinto bem há um tempo.

VICENTE – Como assim? E você não fala nada, né, Ana? Vou marcar uma consulta para você. 

ANA – Não precisa, pai. Eu tô bem, acho que é só o emocional.

VICENTE – Então marquemos uma psicóloga!

ANA – Já disse que não precisa, seu Vicente. Que cabeça dura! Se eu quiser, vou e marco.

VICENTE – Tudo bem. Eu também não falo mais nada.

ANA – Acho que eu vou dar uma volta na praia, respirar ar puro…

VICENTE – A essa hora? Cuidado, hein.

ANA – Eu volto logo.


Ana levanta da mesa, indo se preparar para sair. Vicente fica preocupado. 


CENA 14: PRAIA. EXTERIOR. NOITE

Helena e Celso seguem frente a frente, enquanto discutem.


CELSO – Você acha que pode brincar com os sentimentos dos outros, Helena?

HELENA – Que sentimentos você tem, Celso? Você terminou com a Ana e, na primeira oportunidade, transou comigo.

CELSO – Você me seduziu!

HELENA – Ah, claro, eu sou a perigosa agora! Você foi para a cama comigo por vontade própria, e tava com muito desejo, aliás. 

CELSO – Você ainda mexe muito comigo… Quando eu te reencontrei naquela noite, senti algo que não sentia há tempos.

HELENA – Então, se eu ainda mexo com você, e você comigo, por que não ficamos juntos e vivemos esse amor proibido?


Ela começa a mexer na gola da camisa dele e, aos poucos, vão aproximando os rostos e começam a se beijar intensamente. Close nos dois completamente envolvidos. Alguns segundos depois, ouvimos palmas lentas ao fundo. Helena e Celso, confusos, separam o beijo e olham para ver o que é. CAM revela Ana, incrédula e com lágrimas nos olhos.


ANA – Parabéns ao casal do ano!


Helena e Celso ficam tensos. Ana controla-se para não chorar. Closes alternados entre os três e final em Ana.


ENCERRAMENTO (ao som de Devolva-me - Adriana Calcanhotto):




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