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BUDAPESTE - CAPÍTULO 21

 


Budapeste - Capítulo 21

Budapeste – Hungria

Cena 01 – Casa Abandonada – Int. – Dia.

Konrad está sentado em uma cama velha, suas pernas tremem em reação a sua ansiedade. Ele está olhando para um quadro de Hitler. Neste momento, alguém bate a porta, cuidadosamente, ele vai até a porta e retira um canivete.

Konrad (Grita): Quem está aí?

Barbara: Sou eu, idiota.

Konrad abre a porta e Barbara adentra o ambiente carregando uma bolsa.

Konrad: Trouxe comida?

Barbara: Não acho que nem um bom tempero salvaria essa carne, Konrad. Mas abre, eu tenho certeza que você vai amar.

Konrad pega a sacola da mão de Barbara. Ao abrir, ele se assusta e deixa cair. Uma cabeça com o impacto da queda sai da bolsa, é da Agnes.

Konrad: Que porra é essa, Barbara? O que você fez com a Agnes?

Barbara: Essa cadela resolveu tentar mexer nas minhas coisas e você sabe, odeio que mexam em qualquer coisa.

Konrad: E por esse motivo você a matou? Ficou maluca?

Barbara: Konrad, eu tenho certeza que você não é idiota. Agnes dava muito mais trabalho do que ajudava. Aliás, você é outro que está dando muito problema.

Konrad: E qual vai ser? Vai me matar?

Barbara: Infelizmente não posso te matar, são ordens de cima, mas não se preocupe, quando eu tiver a oportunidade, farei.

Barbara manda um beijo para Konrad e sai do ambiente. Konrad fica ali olhando a cabeça de Agnes decepada.



Cena 02 – Angyal Alimentos – Presidência – Int. – Dia.

Emese está sentada em sua nova mesa. Ela observa todo o ambiente cuidadosamente. Lorenzo adentra a sala.

Lorenzo: Os jornais não param de noticiar que a herdeira do império Angyal finalmente assumiu as rédeas da empresa.

Emese: E as ações?

Lorenzo: Estão subindo cada vez mais. Você conseguiu uma proeza, Emese.

Emese: Não fiz nada demais, Lorenzo. Era tudo que a sociedade húngara queria que eu fizesse desde cedo, mas nunca foi meu forte. Agora, estou pronta.

Lorenzo: Estarei te apoiando. Precisará de mais alguma coisa?

Emese: Preciso que você encontre o Konrad.

Lorenzo: O Konrad?

Emese: Exato. Quero ele na cadeia, Lorenzo. A polícia está em busca dele, então preciso que você faça isso por mim.

Lorenzo: Claro! Considere feito.

Cena 03 – Haras Kovács – Escritório – Int. – Dia.

Kimerul ainda está estático com o que acabara de saber. András ainda parece apreensivo.

Kimerul: Como isso é possível, András?

András: Eu não sei, pai. Todos durante a exumação do corpo ficaram chocados e sem saber o que fazer.

Kimerul: Havia sinal de arrombamento? Nunca se sabe desses maníacos.

András: Não, pai. O caixão estava em perfeito estado, não tinha nenhum indicio de arrombamento.

Kimerul: A Eva! Ela me pediu para que eu impedisse você de tentar fazer essa exumação, András.

András: A Eva? A governanta da mansão Bartha?

Kimerul: Exato, András! Ela mesma.

András: Mas o que ela saberia sobre minha mãe, pai?

Kimerul: András, a sua mãe era a melhor amiga da Melánia Angyal. Elas viviam grudadas! Eu preciso encontrar a Eva e tentar descobrir o que aconteceu.

András: Você acha que ela sabe de alguma coisa?

Kimerul: É claro que ela sabe. Você precisava ver como ela reagiu quando eu contei que você iria fazer a exumação do corpo da sua mãe. Nossa, essa história me deu uma verdadeira dor de cabeça.

Frank bate na porta.

Kimerul: Desculpa, Frank, mas esse não é um bom momento...

Frank (corta): Sinto muito, Kimerul, mas isso é muito importante. É sobre a Felícia.

András: Sobre a Felícia? O que aconteceu?

Frank: A Felícia foi uma das vítimas do atentado no desfile da Fame Magazine. A Felícia morreu.

András e Kimerul ficam surpresos.

ANOITECE EM BUDAPESTE


Cena 04 – Hotel – Quarto – Int. – Noite.

Domokos está tirando a sua roupa. Gizzela está fumando seu cigarro sentada na cadeira.

Domokos: Fiquei sabendo pelo motorista que você foi visitar a Fatima. Por que fez isso, Gizzela?

Gizzela: Eu precisava ver aquela vagabunda. Quem ela pensa que é pra sair do submundo dela e dizer que quer se aproximar da nossa filha?

Domokos: Ofereceu dinheiro?

Gizzela: Mas é claro que não, Domokos. Não há a menor possibilidade de ter qualquer tipo de cordialidade com ela. Quero matá-la.

Domokos: E arriscar todos os nossos planos? Pense muito bem, Gizzela, provavelmente ela está muito bem amparada. Apesar de estar morando naquele muquifo, eu sei que ela tem dinheiro. Estava usando uma bolsa cara quando a encontrei no restaurante.

Gizzela: Não me importa, Domokos! Quero essa mulher fora de nossas vidas!

Domokos: Tenha paciência, meu amor. Em breve vou me livrar dela, não se preocupe.

Cena 05 – Mansão Angyal – Sala – Int. – Noite.


Ilona e Sebestyénne estão sentadas no sofá, ambas tomando um café. Emese abre a porta e adentra o ambiente com Lorenzo.

Ilona: Emese! Vimos a sua coletiva de imprensa!

Sebestyénne: Pois é, minha querida. Você estava estonteante.

Emese (seca): Obrigada. Estou indo para o meu quarto.

Ilona: Emese, está acontecendo alguma coisa com você? Estamos tentando ser cordeais com você, mas a cada dia que passa essas atitudes tem se tornado mais abruptas.

Emese (bufa): Eu não tenho nada para falar com vocês. Achei que já estava muito óbvio.

Sebestyénne: Emese! Que modos são esses?

Emese: Vocês querem me falar de modos? Comecem a agir como uma família de verdade, ou vocês acham mesmo que eu não sei que estão escondendo algo de mim?

Ilona: Escondendo algo de você? Não estou te entendendo.

Emese: Tia, pare de mentir! Vocês duas estão me saindo umas verdadeiras traidoras. A única pessoa que eu posso confiar é o Lorenzo, porque é o único transparente nessa casa comigo.

Ilona: Não irei tolerar esse tipo de comportamento comigo, Emese. Esse desrespeito já deu.

Lorenzo: Por favor, Emese, o melhor a se fazer no momento é descansar a cabeça.

Emese: Eu estou tranquila, Lorenzo. Só não quero que ninguém aqui me trate como se eu fosse burra. Estão avisadas.

Emese sobe as escadas e todos ficam ali em silêncio a observando sair.

Lorenzo: Se eu fosse vocês, contaria o que estão escondendo para ela o quanto antes.

Sebestyénne: Não estamos escondendo nada, Lorenzo.

Lorenzo: Estão sim. Mentir para a Emese só vai fazê-la se afastar de vocês.

Cena 06 – Casa de Nala – Sala – Int. Noite.



Nala, Severus e Bence estão observando alguns papéis, enquanto bebem café.

Bence: O que eu não entendo é isso, o documento que comprova a morte da Anita Kovács está aqui.

Nala: Não faz sentido o corpo ter sido roubado, não há qualquer sinal de vandalismo que seja na cova.

Severus: Tem algo muito estranho nisso tudo.

Nala: Só conseguirei dormir quando eu encontrar um norte para isso.

Bence abre o laptop e busca no Google por “Anita Kovács”

Severus: Conseguiu encontrar alguma coisa?

Bence: Nada do que nós já não saibamos. Aqui tem como ela morreu e também algumas notícias de jornais da época, onde ela estava ao lado da Melánia Angyal.

“Melánia Angyal e Anita Kovács, grandes mulheres,  grandes negócios”

Nala: Espera, Melánia Angyal não é a mãe da Emese?

Bence: Ela mesma. Elas eram melhores amigas

Nala: Não acho que seja coincidência ambas morrerem em um intervalo de tempo pequeno.

Severus: O que você está pensando?

Nala: Acho que tem algo aí que precisamos analisar com cuidado.

Bence: E se nós pedíssemos a exumação do corpo da Melánia Angyal?

Nala: O quê? Com que embasamento?

Severus: Eu acho que estou entendendo o raciocínio do Bence.

Bence: Isso! O que eu estou querendo dizer é que há a possibilidade do corpo da Melánia não estar lá também. Se as duas foram mortas pelas mesmas “circustâncias” tem algo estranho.

Nala: Mas não faz sentido, Bence. A Melánia foi morta em Berlim.

Severus: Acho que minha intuição está pedindo para fazermos a exumação do corpo da Melánia.

Cena 07 – Mansão Angyal – Banheiro – Int. – Noite.

Emese está se olhando no espelho. Seu olha está vazio. Ela coloca luvas descartáveis com mãos trêmulas e começa a aplicar a tintura nas raízes, mas sua mente está em outro lugar.

Ela continua a aplicar a tintura, mas suas mãos estão cada vez mais instáveis. Lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto.

O tempo passa, ela pega um secador e ajeita seu cabelo. Agora, ela está com uma cor de cabelo castanho claro, ao invés do loiro habitual.

Cena 08 – Apartamento de Otávio – Sala – Int. – Noite.

Otávio está deitado no sofá. Seus olhos estão inchados. Frank o observa.

Frank: Tem certeza que não é melhor você ir dormir na cama?

Otávio: Absoluta, Frank. Não vou conseguir dormir.

Frank: Mas já tem mais de 40h que você não dorme nem um pouco, meu amor.

Otávio: Não consigo.

Frank: A Felícia não iria gostar de te ver assim.

Otávio: Frank, minha melhor amiga morreu. Não consigo pensar em nada mais. Você tem noção que nem um adeus decente eu vou poder dar?

Frank: Eu sei disso. Os pais dela assim que ficaram sabendo do ocorrido pediram para levar o corpo para Dinamarca.

Otávio: Não sei como vou conseguir lidar com isso tudo, Frank. Estou me sentindo culpado. Eu insisti para que ela fosse.

Frank: Otávio, nem a pessoa mais pessimista desse mundo poderia imaginar que uma coisa dessas aconteceria.

Otávio: Só quero chorar.

Frank vai até Otávio e o abraça fortemente.

Frank: Eu estou aqui, tá bem?

AMANHECE O DIA EM BUDAPESTE



Cena 09 – Fame Magazine – Estacionamento – Int. – Dia.

O local ainda está interditado. Há alguns carros ali. Nala chega no local em um terno azul anil e de óculos escuro.

Nala: Alguma novidade?

Bence: Sim. Puxamos todas as placas dos carros e coincidem com as vítimas ou parente das vítimas. Apenas um carro não consta com o nome de ninguém.

Nala: Mas tem como descobrir quem é?

Bence: É aí que está. Aquele carro ali (aponta para o modelo tracker) é de uma pessoa que nós conhecemos muito bem.

Nala: De quem?

Bence: O Konrad Bartha.

Nala: O quê?

Bence: Aquele carro ali pertence ao Konrad Bartha, Nala. Ao que tudo indica, ele estava aqui na noite do atentado e ele não consta na lista das vítimas, logo...

Nala: Ele é o suspeito principal.

Close no rosto de Nala.

Cena 10 – Mansão Kovács – Escritório – Int. – Dia.

Kimerul está lendo um livro, sua feição está um pouco abatida. András adentra o local e junta-se ao pai.

András: Não dá pra acreditar que a Felícia morreu assim tão repentinamente.

Kimerul: Estou sem palavras até agora. Ela foi a nossa melhor hipista desde o dia que você parou de praticar.

András: Isso é totalmente loucura, pai. Como pode uma pessoa morrer assim?

Kimerul: Infelizmente a vida é isso, András...

András: Pai, será se... Será se a mamãe está viva?

Kimerul olha confuso para András e parece entender.

Kimerul: Não acho, András. Por qual motivo sua mãe forjaria sua própria morte?

András: Sei lá... Talvez para se proteger de alguma coisa.

Kimerul: O que você está insinuando?

András: Pai, eu já sei que a minha mãe morreu no lugar da Melánia.

Kimerul: Quem te contou isso?

András: Eu ouvi a sua conversa com a Eva naquele dia. Pai, eu tenho certeza que a Eva sabe muito bem que história é essa. Preciso encontrar com a Emese e contar tudo a ela.

Kimerul: E por qual razão a Emese deveria saber?

András: Tenho certeza que tem algo que precisamos descobrir e ela talvez seja a chave.

Cena 11 – Mansão Angyal – Cozinha – Int. – Dia.

Ilona, Sebestyénne e Lorenzo estão tomando o café da manhã. Emese surge com a sua nova cor de cabelo. Um castanho ruivo. Todos ficam surpresos.

Lorenzo: Emese, o seu cabelo.

Ilona: Querida, o que você fez com o seu cabelo?

Sebestyénne: Só para constar, está lindo! Você está lembrando a sua mãe, Emese.

Emese: Resolvi mudar. Mas não precisa desse alarde todo que vocês estão fazendo.

Lorenzo: Está indo para a empresa?

Emese: Sim, estou indo. Preciso convencer alguns pontos de distribuição de uma ideia que tive.

Lorenzo: Quer que eu te acompanhe?

Emese: Sim, por favor.

Ilona: Minha querida, como você está?

Emese: Estou bem. (corta) Vamos Lorenzo?

Sebesyténne: Você vai sair sem tomar café, Emese?

Emese: Sim, eu estou sem fome. Qualquer coisa eu como alguma coisa por lá na empresa mesmo.

Lorenzo levanta-se e eles dois saem de cena.

Cena 12 – Casa de Barbara – Ext. – Dia.

Barbara está procurando as chaves da sua casa em sua bolsa. Ela mexe e não a encontra.

Barbara: Merda! Não acredito que eu perdi essas chaves.

Uma mulher se aproxima. Barbara percebe a sombra atrás dela e vira-se rapidamente.

Barbara: Quem é você?

Fatima: Olá, Christina. Sou eu, sua mãe... Fatima.

Barbara deixa sua bolsa cair e fica surpresa ao ver Fatima ali.

A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penal, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

DENUNCIE!

Fim do Capítulo 21



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