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Garotos de Aluguel - Episódio 06

 


Garotos de Aluguel - Episódio 06: Chantagem


" Se eu sou gay devido que faço sexo com homens? Acho que sim. Não tem como fazer uma coisa dessas sem ser. Me considero bissexual." Relato de um garoto de programa


Cena 01: Casa de Léo/Ext./Dia


Retorno imediato da última cena do episódio anterior.


Léo observa sua esposa e outro homem se abraçando pela janela de casa. Furioso, ele volta e bate na porta. Bate com toda força.

Demora alguns minutos, até que a porta é aberta. Dina aparece.

DINA - Eu pensei que já tivesse sido clara o suficiente.

LÉO - Não, você não foi. Vaca.

DINA - O que é que você tá falando? Escuta aqui, você bebeu? Você tá drogado?

LÉO - Não, não bebi, nem tô drogado. Mas vi você com outro homem dentro da nossa casa. Você me trai, vagabunda!

DINA - Você tá pirando, só pode! Não tem ninguém. Eu nunca te traí. Cê tá trocando os papéis.

LÉO - Eu vi, pela janela.

DINA - Tá espionando agora?

LÉO - Você trocou a fechadura?

DINA - Sim. Troquei. Troquei porque não quero que você nunca mais entre nessa casa. Nem tenha contato com o meu filho.

LÉO - Deixa eu entrar, eu provo pra você... Tem um vagabundo aí dentro.

DINA - Tá bem! Se você quer entrar, fique à vontade. Léo entra.

Dina fecha a porta.


Cena 02: Restaurante/Int./Dia


Guilherme, sem graça, tenta contornar a situação

GUILHERME - Calma, não foi isso que eu quis dizer. Não acho que você seja gay. E o que falei não foi uma cantada. Você é atraente, cara, porra. Bonito. Homem pode também achar outro homem bonito, atraente, não acha?

ALONSO - Claro que pode. Desculpa, acho que eu fui grosso.

GUILHERME - Imagina. Não foi. Eu entendi. Pequena pausa.

ALONSO - Mas, você não é gay, né? É só uma pergunta, espero não ser indelicado.

GUILHERME - Não… não, não foi. Claro que não. Sou hétero, gosto de mulher.

ALONSO - Ok, então. A comida está deliciosa, né? - MUDANDO DE ASSUNTO

GUILHERME - Sim, excelente!

Guilherme observa Alonso comer, quando Alonso o observa, ele retira o olhar.


Cena 03: Casa de Rodolfo/Int./Dia


Rodolfo chega desolado em casa com seus irmãos e Ciça. As crianças, tristonhas sobem para o quarto.

Rodolfo senta no sofá. Ciça chega perto e o abraça.

RODOLFO - Como vai ser agora? Me diz… como vai ser?

CIÇA - Eu não sei. Não sei mesmo. A única certeza que tenho é que seus irmãos precisam de você. Eles só têm você.

RODOLFO - Eu não sei se vou conseguir ser forte mais uma vez!

CIÇA - Você vai sim. Você é forte, vai superar mais essa. Eu vou estar com você.

RODOLFO - Obrigado por tudo, viu?! Você me faz muito bem.

CIÇA - Imagina. Eu tava pensando em me mudar pra cá. Pra te dar uma força. O que você acha?

RODOLFO - E a sua família?

CIÇA - Eles vão entender. Eu vou cuidar de você e dos seus irmãos. E te ajudar no que for preciso.

CIÇA - Existo sim e estou aqui. Acho que agora você deve conversar com seus irmãos, eles precisam.

RODOLFO - Cê tem razão. Eu vou tentar falar com eles.

Rodolfo levanta-se em direção ao quarto dos irmãos. Ciça observa.


Cena 04:Casa de Rodolfo/Quarto/Int./Dia


Rodolfo entra. Os irmãos estão deitados em suas respectivas camas.

RODOLFO - Meninos, eu preciso conversar com vocês. MAURÍCIO - A gente tá mal, Dolfo. Eu não quero conversar. MURILO - Eu também não quero!

RODOLFO - Mas precisamos. Escutem, agora somos só nós. Eu sei que nunca foi fácil e agora não será diferente. Mas a gente tem que estar unidos, fortes. Não temos pai nem mãe, mas temos uns aos outros. E vamos lutar pra viver. Somos favelados, somos pretos e somos fortes. Ninguém nesse mundo vai falar pra gente que não vamos conseguir. Não vamos deixar. Porque somos guerreiros. Sobrevivemos e passamos por poucas e boas, mas não vamos desistir, nunca. A gente vai lutar, lutar muito. Entendido?

MURILO - Entendido. Nós te amamos, Dolfo! RODOLFO - Venham até aqui. Me dêem um abraço. Maurício e Murilo abraçam Rodolfo, emocionados.




Cena 05: Casa de Dina/Int./Dia


Léo revira tudo, mas não acha nada. Olhar vermelho. Alucinado.

DINA - Satisfeito? Você tá alucinado. Voltou a usar maconha, não foi? Sabia… ou talvez até algo pior. Não tem homem nenhum aqui.

LÉO - Eu vi, tenho certeza que vi. Estava bem aqui, te abraçando.

DINA - Você pirou de vez…

LÉO - Eu não tô pirado!

DINA - Bem, então tá... Mas agora eu peço, por favor, se retire da minha casa, agora mesmo. Tenho que buscar o Pedrinho na creche.

LÉO - Eu posso ir com você.

DINA - Não, não pode. Você morreu pro nosso filho, morreu pra mim também.

LÉO - Nós não estamos separados. E eu tenho direitos. O filho também é meu.

DINA - Que direitos? Nenhum juiz vai deixar um menor sob a guarda de um doente, drogado e garoto de programa feito você. Melhor você nem tentar, pra evitar mais constrangimentos. Você precisa se tratar! E outra, a partir de agora não te devo satisfação nenhuma da minha vida. Eu estou solteira.

Dina joga a aliança no chão.

DINA - Agora vai… desaparece daqui! Uma lágrima escorre do rosto de Léo.

Dina abre à porta. Espera para que Léo se retire. Léo retira-se.

Dina fecha à porta.

Foco no olhar de Dina. Ela chora. Escorregando na porta.


Cena 06: Casa dos Robsons/Sala de Estar/Int./Dia


Guilherme chega em casa.

Andréia ler uma revista na sala de estar.

ANDRÉIA - Filho… Como foi o dia? Guilherme deita-se nas pernas da mãe.

GUILHERME - Foi ótimo, mãe! Conheci vários setores da fábrica e até participei de uma reunião com a diretoria.

ANDRÉIA - Chique, hein, filho! Começou bem… Convenci seu pai em apostar todas as fichas em você. Afinal, não quero ter outro filho!

GUILHERME - Sim, mãe! Eu sou único. Filhão aqui é único. O telefone de Guilherme começa a vibrar.

Mensagem de alguém marcando um programa para noite.

GUILHERME - Bem, vou tomar um banho. A noite vai ser animada hoje.

ANDRÉIA - Não vai jantar em casa, de novo, filho?

GUILHERME - Não, mãe. Não.

ANDRÉIA - Hoje nem faço questão que jante em casa mesmo. Paulina precisou sair. Vou pedir um japa pra seu pai e eu.

GUILHERME - Paulina danadinha! Aposto que foi encontrar algum paquera!

ANDRÉIA - Não. A mãe dela passou mal hoje. Ela quis ir até lá e dar uma força. A coitada só tem a ela.

GUILHERME - Entendi. Bem, vou lá...

Guilherme levanta e sobe as escadas que dão para os quartos. Cantarolando e animado.

Foco no semblante de Andréia, feliz.


Anoitece em São Paulo.


Cena 07: Apartamento de Rosangela/Int./Noite


Léo abre à porta e entra.

Ele deita-se no sofá. Rosangela não aprece, aparentemente não está no apartamento.

Léo levanta-se e começa procurar alguma droga para esquecer o dia passado.

Ele revira o apartamento. Até encontrar uma sacola com pó no guarda - roupa. Ele prepara.

Léo se droga.


Cena 08: Motel/Quarto/Int./Noite


Guilherme chega no motel. Ele sobe até o quarto do cliente que marcou hora. Ele abre a porta.

Voz - Pode entrar! Tire a roupa e venha até aqui. Pode se servir com o champagne que está no balcão.

Guilherme fica completamente nu, ele serve-se e vai até à cama com uma taça na mão. Ele dá um gole.

Quando chega na cama e se depara com a cliente, ele cospe o gole de champagne que havia tomado.

GUILHERME - Você?

Paulina aparece na tela.

PAULINA - Olá, Gui! Enfim, você pelado e todinho pra mim!


Close no rosto de Guilherme. 


Congela.

Continua no próximo episódio…




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