Type Here to Get Search Results !

Júlia - Último Capítulo



JÚLIA

Uma novela criada e escrita por 
RAMON FERNANDES

CAPÍTULO 28
ÚLTIMO CAPÍTULO






CENA 01. AEROPORTO DO GALEÃO. ESTACIONAMENTO. EXTERIOR. DIA
Continuação imediata do capítulo anterior.
ARTHUR APONTANDO A ARMA PARA O DELEGADO, ENQUANTO OS POLICIAIS TAMBÉM MIRAM EM ARTHUR.
RAJÃO    — Parado, Arthur! Abaixa essa arma e se entrega, vai ser melhor!
ARTHUR    — (Berra) Melhor pra quem? (Ri debochado) Pra você, delegadinho de bosta? Pra essa sua carreira medíocre?
RAJÃO    — Chega, Arthur. Você tá cercado. Não tem saída pra você!
ARTHUR    — Sabe quando vocês vão prender Arthur Bacelar? Nunca!
ARTHUR PUXA O GATILHO. ACERTA CONTRA O DELEGADO. UM TIRO PEGA NA PERNA DO DELEGADO. ELE CAI. ARTHUR RAPIDAMENTE PULA PARA DENTRO DO HELICÓPTERO, FECHA A PORTA. OS POLICIAIS MIRAM E TENTAM ATIRAR, MAS OS TIROS NÃO PEGAM OU ACERTAM NA HÉLICE. O HELICÓPTERO ALÇANDO VÔO MUITO RAPIDAMENTE. ARTHUR LÁ DE CIMA, VENDO A MOVIMENTAÇÃO EM BAIXO. O DELEGADO RAJÃO BATE COM A ARMA NO CHÃO, ESPUMANDO DE RAIVA.
CORTA RAPIDAMENTE PARA

CENA 02. HELICÓPTERO. INTERIOR. DIA
ARTHUR RINDO LÁ DE CIMA. DO SEU PV: OS POLICIAIS DESISTINDO DE ATIRAR CONTRA O HELICÓPTERO.
ARTHUR    — Delegadinho de bosta. Tem que ter bala na agulha pra me pegar, mermão! Se eu cair, eu caio de pé!   
ARTHUR DÁ UMA "BANANA" PARA QUEM FICOU LÁ EMBAIXO. BATE COM A ARMA NO OMBRO DO PILOTO.
ARTHUR    — Toca isso aí, irmão!
NELE FUGINDO.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 03. MANSÃO ASSUNÇÃO. SALA. INTERIOR. DIA
ESTÃO ALI REUNIDOS NA SALA: DAVI, LEANDRO, MARIA EDUARDA E UM ADVOGADO. CONVERSA A MEIO.
LEANDRO    — (Animado) Então, quer dizer, que tem chances de recuperarmos a construtora?
ADVOGADO    — Eu diria que quase 100%.
M. EDUARDA    — Mas porque quase? O que impede de assumirmos novamente a empresa?
ADVOGADO    — Bom, o juíz vai avaliar os dossiês, tanto do doutor Roberto, quanto do doutor Arthur. Mas eu já consegui reaver boa parte das ações judicialmente, e em breve, vocês poderão assumir o controle da construtora.
DAVI    — Mas e o Arthur? O que vai acontecer com ele?
ADVOGADO    — Como todos sabem, o Arthur conseguiu escapar da polícia. Tivemos registros dele no Paraguai, pela polícia aérea nacional, mas depois de lá, ele desapareceu.
LEANDRO    — Mas não é possível. Ninguém some em uma cortina de fumaça assim.
M. EDUARDA    — Ao que parece, nem tudo é justo nesse mundo, meu filho.
ADVOGADO    — Bem, eu só passei aqui mesmo pra poder dar a boa notícia. Em breve, vocês poderão reassumir aquilo que já era da família. Agora, sem as dívidas com a financeira Bacelar, e possivelmente, livres do Arthur também.
LEANDRO    — (Cumprimentando o advogado) Obrigado, doutor. Fico muito feliz com isso.
ADVOGADO    — Estou indo então. Mantenho vocês informados do processo judicial sobre os dossiês.
M. EDUARDA    — Obrigada. Até mais, doutor Lutero.
O ADVOGADO SAI DA MANSÃO. LEANDRO E MARIA EDUARDA ANIMADOS COM AS NOTÍCIAS.
M. EDUARDA    — Parece mentira que esse pesadelo está prestes a chegar ao fim.
LEANDRO    — Mas é verdade, mãe. Finalmente, livres do Arthur e das artimanhas dele!
LEANDRO ENCARA DAVI.
LEANDRO    — E você, meu irmão? Ainda chateado pela Júlia?
DAVI    — Eu quero mesmo falar com você, Leandro.
OS DOIS SE ENCARAM. CLOSES ALTERNADOS. EM DAVI.
CORTA PARA

CENA 04. DELEGACIA. SALA DE RAJÃO. INTERIOR. DIA
O DELEGADO EM SUA MESA. UM POLICIAL ENTRA NA SALA.
POLICIAL    — Delegado, tem uma moça aqui fora. Ela disse que quer conversar com o senhor.
RAJÃO    — Quem é?
POLICIAL    — Ela se identificou como Vera Lúcia Mendes. Disse que quer falar sobre a morte do doutor Roberto Assunção.
BAQUE. RAJÃO SURPRESO.
RAJÃO    — Manda ela entrar.
O POLICIAL SAI DA SALA. INSTANTES. ELE VOLTA COM VERA.
VERA    — Bom dia, com licença delegado.
RAJÃO    — (Cumprimenta) A senhora é a dona Vera Lúcia, é isso? Delegado Rajão. A que devo a visita?
VERA    — Bom, delegado, eu sou/ (se corrige) Era secretária do doutor Roberto Assunção, na construtora. Eu vim falar sobre o assassinato dele, sobre a noite do crime.
RAJÃO    — A senhora ao que me consta não estava na festa de casamento, onde ocorreu o crime, correto?
VERA    — Correto. Mas eu sei de algumas coisas que podem ajudar na investigação.
RAJÃO    — E o que seria?
VERA    — Eu acho que eu sei quem matou o doutor Roberto.
CLOSES ALTERNADOS. EM VERA.
CORTA PARA

CENA 05. MANSÃO ASSUNÇÃO. SALA. INTERIOR. DIA
Continuação imediata da cena 03.
MARIA EDUARDA VÊ OS DOIS IRMÃOS REUNIDOS, SE ENCARANDO.
M. EDUARDA    — Eu vou para o meu quarto, qualquer coisa, me avisem! E por favor, não vão brigar! 
DAVI CONCORDA. MARIA EDUARDA SOBE AS ESCADAS.
LEANDRO    — E então, Davi. Sobre o que quer falar?
DAVI    — Sobre a Júlia, Leandro. Sobre nós três e essa história toda.
LEANDRO    — Davi, eu não quero brigar, discutir com você mais uma vez sobre a Júlia/
DAVI    — (Por cima) Ei! Posso falar primeiro?
LEANDRO    — Claro. Desculpa.
DAVI    — Eu também não quero brigar mais uma vez com você, nem com ninguém, na verdade. Eu cansei de tanta discussão, tanta briga.
LEANDRO    — Fico feliz em ouvir isso.
DAVI    — Na verdade, eu quero pedir desculpa.
LEANDRO    — Como?
DAVI    — É isso. Eu quero pedir desculpa pra você. Pra Júlia, eu pedi logo após aquele dia no parque, com o sequestro do Vinícius... E faltava falar com você, Leandro. Eu por diversas vezes, não conseguia entender o que você tinha feito, porque você tinha se aproximado da Júlia. Fiquei revoltado quando descobri que tudo não passava de um plano seu e do papai pra me afastar dela, quis brigar, quis quebrar a sua cara muitas vezes.
LEANDRO    — Eu sei, Davi. Eu errei muito com essa história toda.
DAVI    — Errou. Mas eu também errei. Eu digo mais, eu errei muito mais que você. Errei durante esses anos todos, que eu tive a oportunidade de correr atrás da Júlia e não fui. Tinha condições pra ir atrás dela em Paris, e não fui. Sabia onde ela tava esse tempo todo, e esperei ela vir até mim. Ela brotar na minha frente. A verdade é que eu nunca mereci o amor dela. Eu nunca fiz nada pra merecer que ela ficasse comigo no fim das contas.
LEANDRO EM SILÊNCIO. DAVI SUSPIRA LONGAMENTE.
DAVI    — Eu tenho a minha história com ela, o meu passado, ele sempre vai estar lá, guardado como uma lembrança muito bonita, mas é só isso. É uma lembrança.
LEANDRO    — Você não pode esquecer do seu filho. Essa história com a Júlia te trouxe um filho, Davi.
DAVI    — Eu nunca vou esquecer isso, Leandro. O Vinícius virou uma das principais razões da minha vida. O que eu tô dizendo é que a minha história de amor com a Júlia ficou no passado. E eu entendi isso. E eu também vi que o que vocês construíram, com um início torto, acabou vingando. Que é sincero... Das duas partes.
LEANDRO    — Eu me apaixonei pela Júlia. Eu amo aquela mulher.
DAVI ENTRISTECIDO CONCORDA.
DAVI    — Eu sei. Foi por isso que eu tomei uma decisão.
LEANDRO    — Que decisão foi essa?
DAVI    — Eu vou viajar, vou sair do Rio, por um longo período. Preciso respirar, conhecer outros lugares, outras pessoas. Eu não nasci pra ficar dentro de uma empresa, você sabe disso.
LEANDRO    — (Ri) Eu sei. Eu nunca te vi dentro da construtora.
DAVI    — Fora que você faz isso magistralmente. A construtora não precisa de mim, ela precisa de você. E eu preciso viver. Preciso viajar. Eu vou fazer o que eu sempre quis, vou me libertar.
LEANDRO CONCORDA. DAVI SORRI PARA O IRMÃO.
DAVI    — Acho que agora é aquela hora clichê que os dois irmãos se abraçam e se perdoam por tudo o que aconteceu. Fim da história.
LEANDRO RI. OS DOIS SE ABRAÇAM, SE PERDOANDO. CÂM DESVIA E REVELA MARIA EDUARDA NA ESCADA, SATISFEITA PELOS FILHOS. NO ABRAÇO DOS IRMÃOS.
CORTA PARA

CENA 06. DELEGACIA. SALA DE RAJÃO. INTERIOR. DIA
Continuação imediata da cena 04.
VERA DIANTE DO DELEGADO RAJÃO. ESCRIVÃO EM SEU POSTO.
RAJÃO    — Então a senhora tá me dizendo que o doutor Roberto tinha um caso com a assistente, dona Caroline Ramalho, é isso?
VERA    — Não era um caso, delegado. O doutor Roberto assediava a Caroline. Não só ela, mas várias outras meninas da construtora. Ele sempre assediou, isso nunca foi segredo pra ninguém dentro da construtora.
RAJÃO    — Lamentável. Mas então?
VERA    — O doutor Roberto vivia cercando a moça, até que um dia, ele acabou oferecendo uma carona pra ela. Chovia muito, ele deu a carona e depois desse dia, ela não foi mais vista na empresa.
RAJÃO    — Ninguém soube nada dela depois desse dia?
VERA    — O namorado dela, eu não lembro o nome. Ele apareceu na empresa dois dias depois. Teve uma discussão horrível entre ele e o doutor Roberto. O rapaz chegou a agredir o doutor Roberto, e foi expulso de lá pela segurança.
RAJÃO    — (Arremata) E dias depois, aconteceu o assassinato.
VERA BALANÇA A CABEÇA POSITIVAMENTE.
RAJÃO    — Dona Vera, a senhora tem certeza disso tudo que a senhora tá declarando aqui? São coisas muito graves. Essa história coloca tanto a tal Caroline, quanto o namorado dela na linha de frente de suspeitos desse crime.
VERA    — Eu tenho, sim senhor. No dia do assassinato, do casamento, a construtora não abriu. Mas uma colega minha, recepcionista, Amanda o nome dela. Ela disse que houveram duas pessoas procurando pelo doutor Roberto na empresa. O segundo ela não reconheceu, só disse ser um moço bonito, atlético, olhos verdes, a descrição bate com o namorado da Carol.
RAJÃO    — E a primeira pessoa?
VERA    — Era a Caroline!
CLOSES ALTERNADOS. EM RAJÃO, JUNTANDO AS PEÇAS.
CORTA PARA

CENA 07. DELEGACIA. RECEPÇÃO. INTERIOR. DIA
TENSÃO. WILLIAM E CAROL ENTRAM NA DELEGACIA. O DELEGADO RAJÃO LOGO VEM RECEBÊ-LOS.
WILLIAM    — Boa tarde. Nós viemos conversar com o delegado Rajão. Ele se encontra?
RAJÃO    — Vocês devem ser, Caroline Ramalho e...
WILLIAM    — (Cumprimenta) William Bittencourt.
RAJÃO    — Delegado Rajão. Queiram me acompanhar, por gentileza.
OS DOIS SE ENTREOLHAM, TENSOS. O DELEGADO VAI NA FRENTE.
CORTA PARA

CENA 08. DELEGACIA. SALA DE RAJÃO. INTERIOR. DIA
WILLIAM E CAROL SENTADOS NA FRENTE DO DELEGADO. VISIVELMENTE DESCONFORTÁVEIS DE ESTAREM ALI.
RAJÃO    — Eu mandei chamar vocês dois aqui, por um motivo, que eu acredito que vocês já saibam do que se trata.
WILLIAM    — Não fazemos a mínima ideia, doutor.
RAJÃO    — Será que não mesmo, senhor William?
CAROL    — Nós nunca pisamos em uma delegacia antes, delegado. Nem temos motivos de estarmos aqui agora.
RAJÃO    — Nem mesmo pra denunciar o seu abuso sexual, dona Caroline?
BAQUE. CAROL NERVOSA.
CAROL    — Eu não entendi.
RAJÃO    — Entendeu sim! Eu busquei informações com o hospital onde a senhorita ficou internada, no período de 06 a 09 de Abril.
RAJÃO PEGA UMA FOLHA EM SUA FRENTE.
RAJÃO    — (Lê) "A paciente Caroline Ramalho deu entrada nessa instituição na madrugada do dia 06 de Abril de 2020, com escoriações pelo colo, rosto, braços e pernas".
RAJÃO ENCARA CAROL, QUE ESTÁ COM OS OLHOS MAREJADOS.
RAJÃO    — O laudo pericial do exame de corpo de delito ainda apontou secreção e pruridos de sêmen no seu órgão vaginal. Abuso sexual, dona Caroline.
WILLIAM    — Delegado/
RAJÃO    — (Ignora/ Por cima) Porque a denúncia de abuso sexual da senhora nunca chegou a nenhuma delegacia?
CAROL    — (Abalada) Eu não quis denunciar! Eu tive medo!
WILLIAM    — (Por cima) Delegado, nós conversamos e achamos melhor não levar esse caso adiante. Isso não ia restabelecer nada, fora que ainda traria mais dor e sofrimento toda vez que tivéssemos que tratar sobre esse assunto.
RAJÃO CONCORDA. CAROL CHORA. WILLIAM AO SEU LADO.
RAJÃO    — Nós recebemos informações que esse abuso sexual, provavelmente, teria como autor, o empresário e seu patrão, doutor Roberto Assunção. Correto?
WILLIAM    — Doutor, esse assunto mexe muito com a gente ainda. Por favor/
RAJÃO    — Senhor William, nós estamos no meio de uma investigação criminal. Eu não sei se o senhor ainda não entendeu, ou se nega a entender. Nós estamos investigando o assassinato de Roberto Assunção.
CAROL    — (Direta) E qual é a acusação que cai sobre o meu namorado e eu, delegado?
RAJÃO    — Por enquanto, nenhuma. Mas então, a senhorita confirma o abuso por parte do doutor Roberto?
CAROL BALANÇA A CABEÇA POSITIVAMENTE.
CAROL    — Aquele desgraçado me estuprou, quando me ofereceu carona pra casa. Ele parou no meio do caminho, e me estuprou dentro do carro.
RAJÃO ENOJADO COM A HISTÓRIA. FAZ SINAL PARA UM POLICIAL ALI PRESENTE.  
RAJÃO    — Bem, eu pedi para trazerem uma gravação com as fitas de segurançado dia do casamento do filho caçula do doutor Roberto, Davi.
CAROL E WILLIAM NERVOSOS, SE ENTREOLHAM. RAJÃO VIRA A TELA DO COMPUTADOR, COM A GRAVAÇÃO JÁ INICIADA.
RAJÃO    — Eu encontrei coisas muito curiosas e esclarecedoras nessas fitas. Eu ainda não tinha encontrado, justamente, a gravação dos fundos da mansão. Do jardim.
RAJÃO DÁ PLAY NO VÍDEO, JUSTAMENTE NA PARTE ONDE MOSTRA WILLIAM PULANDO O MURO DA MANSÃO. CAROL O OLHA, SURPRESA.
CAROL    — William.
WILLIAM    — Doutor/
RAJÃO    — Calma, rapaz.
RAJÃO ACELERA A GRAVAÇÃO E MOSTRA CAROL ENTRANDO NA MANSÃO. LOGO DEPOIS ELA SAI, ROBERTO TAMBÉM APARECE NA FILMAGEM, ELE ATRÁS DELA. CAROL SAI RAPIDAMENTE DALI. ROBERTO AINDA ESTÁ VIVO. ELE ENTRA NA MANSÃO. RAJÃO DÁ PAUSA NO VÍDEO.
RAJÃO    — O doutor Roberto encontrou com a dona Caroline Ramalho na casa. O que houve nesse encontro?
CAROL RESPIRA FUNDO. ENCARA RAJÃO.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 09. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE
A sequência a seguir serve como FLASHBACK, da noite do assassinato de Roberto Assunção.  
CAROL SAI DE SEU LUGAR ONDE ESTAVA SENTADA, PRÓXIMA DO PÚLPITO, COM OS CONVIDADOS, CAMINHA ATÉ A ENTRADA DA MANSÃO. DÁ UMA OLHADA PARA OS LADOS E ENTRA.
CORTA PARA

CENA 10. MANSÃO ASSUNÇÃO. ESCRITÓRIO. INTERIOR. NOITE
ROBERTO ESTÁ NO ESCRITÓRIO, ELE DE COSTAS. A PORTA SE ABRE, ROBERTO ENCARA E VÊ CAROL, APONTANDO UMA ARMA PARA ELE.
ROBERTO    — (Assustado) O que é isso, garota? Quem te deixou entrar aqui?
CAROL    — Eu vim acabar com a sua vida, seu desgraçado! Você acabou com a minha, tá na hora de eu devolver!
ROBERTO SE APROXIMA DELA, CHEIO DE SI.
ROBERTO    — Ah, é? Então, vai lá. Atira! (Berra) Atira!
CAROL COMEÇA A CHORAR, TRÊMULA. ABAIXA A ARMA. ROBERTO COMEÇA A RIR.
ROBERTO    — Uma fraca! Não tem coragem pra nada. Vai sempre ser uma isca pra alguém esperto de verdade. Alguém como eu!
CAROL    — (Entredentes) Você não presta! Não vale nada!
ROBERTO    — (Por cima/ Tom)Sai daqui, vai garota. Eu já tô cheio de problema. A minha vida já acabou faz tempo. Não é você apertando esse gatilho e disparando que vai mudar alguma coisa.
CAROL    — Você já tá ardendo no inferno, Roberto Assunção. Antes mesmo de morrer! Eu não vou precisar apertar esse gatilho não. Fruta podre cai sozinha!
CAROL GUARDA A ARMA NA BOLSA E SAI DALI RAPIDAMENTE. ROBERTO PENSA UM POUCO E VAI ATRÁS.
CORTA RAPIDAMENTE PARA

CENA 11. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE
CAROL VINDO DALI RAPIDAMENTE, COMO NAS FILMAGENS (cena 08). ROBERTO VEM ATRÁS.
ROBERTO    — (Tom) Garota!
CAROL SE VIRA, ENCARA ROBERTO.
ROBERTO    — (Sorri irônico) Aquela noite foi uma delícia te sentir! Eu faria tudo de novo! Faria melhor!
CAROL O OLHA COM EXTREMA REPULSA. CORRE DALI. ROBERTO RI E ENTRA PARA O INTERIOR DA MANSÃO.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 12. DELEGACIA. SALA DE RAJÃO. INTERIOR. DIA
CAROL CHORA NOS BRAÇOS DE WILLIAM. O DELEGADO RAJÃO TOMANDO NOTA. ESCRIVÃO ALI DIGITANDO O DEPOIMENTO.
RAJÃO    — Muito bem então, se não foi você, Caroline. Como então, a senhorita explica que a arma que você carregava na bolsa, foi a mesma que atirou no doutor Roberto Assunção? Porque a balística revelou isso.
WILLIAM ENCARA RAJÃO DE UMA VEZ.
WILLIAM    — Foi eu, delegado.
BAQUE. CAROL OLHANDO PARA O NAMORADO, CHORA.
WILLIAM    — Foi eu que matei o Roberto Assunção.
NELE.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 13. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE 
WILLIAM ANDA PELO JARDIM, PROCURANDO POR CAROL. 
CORTES DESCONTÍNUOS DELE ANDANDO POR ALI, ATÉ QUE ENCONTRA CAROL, PRÓXIMA DA ENTRADA, CHORANDO DESESPERADA. ELE SE APROXIMA CORRENDO.
WILLIAM    — Carol! Carol, o que aconteceu? Porque você veio pra cá, meu amor?
CAROL    — Eu ia matar ele, William. Eu ia matar aquele maldito. Mas...
CAROL CHORA. WILLIAM A ABRAÇANDO.
CAROL    — Eu não tive coragem.
WILLIAM    — Graças a Deus, meu amor. Vambora daqui. Antes que alguém veja a gente, chame a polícia.
CAROL ENCARA WILLIAM.
CAROL    — Ele disse que não se arrepende de nada, William. Pior, ele disse que faria tudo de novo. Ele disse (Entre soluços) Que me estupraria de novo.
WILLIAM ENGOLE SECO. ABRAÇA CAROL.
WILLIAM    — Vai embora, Carol. Eu vou sair do outro lado, pra que ninguém veja a gente junto.
CAROL    — Tem certeza?
WILLIAM BALANÇA A CABEÇA POSITIVAMENTE. CAROL LEVANTA-SE E VAI ANDANDO EM DIREÇÃO A SAÍDA. WILLIAM VÊ SUA BOLSA. CÂM DETALHA. WILLIAM ABRE A BOLSA E VÊ A ARMA. ELE A PEGA, E ESCONDE DEBAIXO DA CAMISA, PRESA EM SUA CALÇA. NELE.
CORTA PARA

CENA 14. MANSÃO ASSUNÇÃO. ESCRITÓRIO. INTERIOR. NOITE
ROBERTO, BEM EMBRIAGADO, EM SUA CADEIRA, DE COSTAS PARA A PORTA. CÂM EM SLOW-MOTION: A PORTA SE ABRE, WILLIAM ENTRA SORRATEIRAMENTE NO LOCAL. ROBERTO SE VIRA AOS POUCOS. ENCARA WILLIAM. ELE SE LEVANTA COM DIFICULDADE. WILLIAM MIRA A ARMA NA DIREÇÃO DE ROBERTO. ELE VAI TENTAR ARGUMENTAR, MAS SEUS OLHOS FICAM ARREGALADOS NO MESMO INSTANTE. A ARMA DISPARA E ACERTA EM CHEIO O PEITO DE ROBERTO.
WILLIAM    — (OFF) E aí, quando eu saí do escritório, eu encontrei a empregada da casa, quase entrando ali. Eu saí rápido e quando eu saí, dei de cara com a Carol.
CAROL    — (OFF) Eu percebi que tinha esquecido a minha bolsa. Foi aí que eu voltei na mansão, e o William já tinha feito a besteira.
WILLIAM    — (OFF) Eu só queria sair dali, e tirar a minha mulher dali. Nós resolvemos guardar esse segredo até o fim. Nós íamos levar esse segredo pro túmulo.
ROBERTO COLOCA A MÃO SOBRE O PEITO, ENCHARCADO DE SANGUE. VAI CAINDO AOS POUCOS NA CADEIRA. WILLIAM SAI, BATENDO A PORTA. EM ROBERTO MORTO, DEITADO NO CHÃO DO ESCRITÓRIO.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 15. DELEGACIA. RECEPÇÃO. EXTERIOR. DIA
INSTRUMENTAL TRISTE. SLOW-MOTION: A PORTA DA SALA DE RAJÃO SE ABRE, SAI DE LÁ DOIS POLICIAIS LEVANDO WILLIAM, ALGEMADO PELA MORTE DE ROBERTO. CAROL, EM SEGUNDO PLANO, CHORA DESOLADA, VENDO O NAMORADO SENDO LEVADO.
CORTA PARA

CENA 16. CLIPE
MÚSICA: “Here Without You” – Boyce Avenue
A SONOPLASTIA SEGUE, ENQUANTO UM CLIPE COM VÁRIAS SEQUÊNCIAS DE CENAS VÃO APARECENDO:

01 - PRESÍDIO MASCULINO/ SALA DE VISITAS/ INTERIOR/ DIA
A PORTA SE ABRE, CAROL ENTRA. WILLIAM A ABRAÇA. OS DOIS CONVERSAM EM OFF, CLIMA DE ESPERANÇA E TRISTEZA NOS DOIS. ELES SENTADOS, COM AS MÃOS CRUZADAS SOBRE A MESA. WILLIAM BEIJA A MÃO DE CAROL. ELA PEGA UM PAR DE ALIANÇAS E COLOCA UMA NO DEDO DELE. ELE FAZ O MESMO. OS DOIS SE OLHAM COM CARINHO.

02 - AEROPORTO/ ÁREA DE EMBARQUE/ INTERIOR/ DIA
DAVI ABRAÇA MARIA EDUARDA. LEANDRO E JÚLIA ESTÃO ALI COM ELE. DAVI ABRAÇA OS DOIS. ELE SE ABAIXA E CÂM REVELA VINÍCIUS ALI COM ELES TAMBÉM. DAVI ABRAÇA O FILHO COM MUITO AMOR. DEPOIS ELE VAI COM UM MOCHILÃO E ENTRA NA ÁREA DE EMBARQUE. VIRA E ACENA PARA ELES. LEANDRO, JÚLIA E VINÍCIUS JUNTOS. MARIA EDUARDA EMOCIONADA COM A PARTIDA DO FILHO.

03 - PRESÍDIO FEMININO/ REFEITÓRIO/ INTERIOR/ DIA
INGRID PEGA A SUA BANDEJA COM COMIDA, UMA PAPA É JOGADA EM SEU PRATO. ELA FAZ CARA DE NOJO. QUANDO ESTÁ PASSANDO ENTRE AS MESAS, UMA MULHER GRANDE E NEGRA SE COLOCA NA SUA FRENTE. ELA DERRUBA A BANDEJA DE INGRID, QUE SE ABAIXA, HUMILHADA. A NEGRA A PEGA PELOS CABELOS E UMA CONFUSÃO COMEÇA DENTRO DO REFEITÓRIO. INGRID TENTA BATER NA OUTRA DETENTA, MAS NÃO CONSEGUE, E COMEÇA A APANHAR NÃO SÓ DELA, MAS DE OUTRAS DETENTAS TAMBÉM. CÂM SAI POR CIMA, MOSTRANDO O INFERNO DE INGRID.

04 - GRAND BISTRÔ/ INTERIOR/ NOITE
MOVIMENTAÇÃO DENTRO DO BISTRÔ. JULIANO COORDENANDO O SALÃO. CÂM REVELA HELENA ALI JUNTO, ELA COM UMA BARRIGUINHA DE GRÁVIDA, AJUDA A INSPECIONAR O BISTRÔ. O CASAL SE ENCONTRA PRÓXIMO DO BALCÃO E TROCAM UM BEIJO BEM APAIXONADO.
CÂM DESVIA E FOCA EM UMA MESA, ONDE ESTÃO SENTADOS MARIA EDUARDA E O DELEGADO RAJÃO. OS DOIS JANTAM, EM CLIMA DE MUITA INTIMIDADE. ELE TOCA A MÃO DELA, ELA SORRI E RETRIBUI O GESTO DE CARINHO. NO OLHAR APAIXONADO DELE. UMA NOVA PAIXÃO BROTANDO ENTRE ELES.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 17. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA
LEGENDA: MESES DEPOIS
O RIO DE JANEIRO LINDO, LUMINOSO. SEUS PONTOS TURÍSTICOS MAIS CONHECIDOS SÃO MOSTRADOS. PRAIAS LOTADAS, MUITA GENTE NAS RUAS. CLOSE EM TODOS OS TIPOS DE PESSOAS, POBRES, RICOS, VELHOS, NOVOS, DE TODAS AS CLASSES. A MISTURA PLURAL DA CIDADE. MÚSICA OFF.
LIGAR NO ÁUDIO: SINOS BADALANDO.
CORTA PARA

CENA 18. IGREJA DA CANDELÁRIA. INTERIOR. DIA
MÚSICA: “Heaven” – Kyle Juliano
A TRADICIONAL IGREJA TODA ORNAMENTADA, COM LINDAS ROSAS BRANCAS, OS BANCOS CHEIOS DE CONVIDADOS.
NO ALTAR, CÂM REVELA LEANDRO, DE PÉ. AINDA ESTÃO ALI MARIA EDUARDA E RAJÃO. AS PORTAS SE ABREM, E JÚLIA ENTRA VESTIDA DE NOIVA, LINDA, SORRIDENTE, RESPLANDECENTE. NA SUA FRENTE, LEVANDO AS ALIANÇAS ESTÁ VINÍCIUS. JÚLIA ANDA PELA NAVE DA IGREJA, SORRINDO PARA TODOS, QUE ESTÃO MARAVILHADOS OLHANDO PARA ELA.
CORTES DESCONTÍNUOS DA CERIMÔNIA. JÚLIA E LEANDRO TROCANDO AS ALIANÇAS. MARIA EDUARDA SORRINDO, DÁ UM BEIJO EM RAJÃO.
LEANDRO E JÚLIA DÃO UM BEIJO APAIXONADO, CHEIO DE CARINHO E CUMPLICIDADE. ELES VIRAM PARA A CÂMERA, SORRIEM. MÚSICA OFF.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 19. ESTADOS UNIDOS. COLORADO. EXTERIOR. DIA
IMAGENS BELÍSSIMAS DO COLORADO, MAIS PRECISAMENTE DE ASPEN. OS PONTOS MAIS FAMOSOS SÃO MOSTRADOS EM SEQUÊNCIA.
LEGENDA: ASPEN - EUA
TAKES DE UMA ESTAÇÃO DE ESQUÍ MOVIMENTADA. VÁRIAS PESSOAS ALI ESQUIANDO, PRATICANDO SNOWBOARD.
CORTA PARA

CENA 20. ASPEN. ESTAÇÃO DE ESQUI. EXTERIOR. DIA
DE UMA MONTANHA DE NEVE DE ASPEN, VEM VINDO UM HOMEM ESQUIANDO. CORTES DESCONTÍNUOS DELE ARRASANDO NO ESPORTE. ATÉ QUE ESSE HOMEM SE APROXIMA DE UMA BELÍSSIMA MULHER, LOURA, BRANCA, BEM ESTILO AMERICANA. TAMBÉM PRONTA PARA ESQUIAR. ELE RETIRA A MÁSCARA E CÂM REVELA ARTHUR. ELE SE APROXIMA DA MULHER E LHE DÁ UM BEIJO DE ARRANCAR O FÔLEGO. ELA O ABRAÇA. ARTHUR VIRA PARA A CÂMERA E PISCA O OLHO.
CORTA PARA

CENA 21. ITÁLIA. ROMA. EXTERIOR. DIA
LEGENDA: ROMA - ITÁLIA
MÚSICA: “A Rua” – Jão
IMAGENS PANORÂMICAS DE ROMA SÃO MOSTRADAS. TAKES DO COLISEU, DA BASÍLICA SÃO PEDRO, DO PANTEÃO, ATÉ QUE FINALIZAMOS NA BELÍSSIMA FONTANA DI TREVI.
CORTA PARA

CENA 22. ROMA. FONTANA DI TREVI. EXTERIOR. DIA
ENTRE OS TURISTAS QUE TIRAM VÁRIAS FOTOS EM CASAL, OU EM GRUPO, CÂM VAI BUSCAR QUEM NOS INTERESSA: DE MOCHILÃO NAS COSTAS, TIRANDO VÁRIAS FOTOS, ESTÁ DAVI. ELE SORRIDENTE, TIRA FOTOS DA FONTE, SELFIES, TIRA FOTOS DAS PESSOAS EM GRUPOS, EM CASAL, COM OS FILHOS. SUSPIRA AO VER UM CASAL COM UM MENINO, APROXIMADAMENTE DA IDADE DE VINÍCIUS.
DAVI    — (OFF) É claro que eu sinto falta do meu filho, sinto falta da minha família, da minha mãe... E sim, ainda sinto falta da Júlia. Um sentimento tão forte não acaba assim da noite pro dia, mas todo mundo me conhece. Você, você mesmo que tá me vendo agora. Você imagina eu, Davi Assunção, casado com uma única mulher, levando uma rotina de casa-escritório, com filho pra levar no campo de futebol ou parque para brincar? Seja sincero. Assim como eu fui. Assim como eu me convenci que sou uma alma livre, sem paradeiro e na verdade, até sem intenção de parar em um único lugar. Eu sou assim. Sou um cidadão do mundo. E quem me ajudou a perceber isso tudo, de uma maneira ou de outra, foi a Júlia... 
DAVI OLHA PARA A CÂMERA, SORRI.
DAVI    — Uma mulher inesquecível!
NELE. MÚSICA OFF.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 23. RIO DE JANEIRO. JARDIM BOTÂNICO. EXTERIOR. DIA
MÚSICA: “Complicado” – Vitão, Anitta
ABRE EM UM SORRISO LINDO E LARGO DE JÚLIA. CÂM VAI ABRINDO AOS POUCOS E MOSTRA JÚLIA, LEANDRO E VINÍCIUS JUNTOS, CAMINHANDO PELO JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. 
AO LONGO DA NARRATIVA DE JÚLIA, VÁRIOS FLASHES DE CENAS AO LONGO DA TRAMA VÃO PASSANDO EM TELA.
JÚLIA    — (OFF) Como eu disse lá no início da história, eu achava que a minha vida tinha sido uma grande mentira. Bom, na verdade, até certo ponto, ela foi mesmo. Eu tive que passar por um duro e longo processo de amadurecimento. Fui humilhada, desprezada, enxotada da casa onde eu cresci, mas que nunca foi minha. Tive que ver o mundo pela porta da cozinha, pela fresta da ala de empregados. Me descobri grávida daquele que até então, foi o único homem da minha vida, viajei, tive que ficar longe...
CÂM DÁ CLOSE EM VINÍCIUS BRINCANDO, SORRIDENTE.
JÚLIA    — (OFF) Até que nasceu realmente o único homem da minha vida, a parte mais importante da minha história, o meu filho. Quando você se descobre grávida, quando você tem o seu filho nos seus braços, você percebe que a vida não é uma grande mentira. Ali estava o pedacinho mais verdadeiro que alguém poderia carregar.
JÚLIA PEGA O FILHO NO COLO, SORRI, BRINCA COM ELE. LEANDRO SEMPRE PRÓXIMO. JÚLIA SORRI PARA ELE.
JÚLIA    — (OFF) E pode até se dar a chance de encontrar... (Ri) Ou reencontrar alguém. 
JÚLIA, LEANDRO E VINÍCIUS CAMINHANDO POR ENTRE AS ÁRVORES CENTENÁRIAS DO JARDIM BOTÂNICO, DE MÃOS DADAS.
JÚLIA    — (OFF) Se você chegou a resposta da primeira pergunta, e se você descobriu quem é a Júlia... Você deve saber que a Júlia é um pouco de mim, um pouco de você, um pouco das pessoas que você conhece ou que ainda vai conhecer pela vida.
CLOSE EM SEU ROSTO.
JÚLIA    — (OFF) E essa é a minha história!
A IMAGEM VAI ESCURECENDO AOS POUCOS ATÉ DAR FADE OUT TOTAL. 

FIM

Nota do autor: Ao final dessa estória que foi tão especial ter escrito, deixo aqui os meus mais sinceros agradecimentos e o meu mais profundo respeito a todo mundo que acompanhou comigo a trajetória de todos esses personagens, e principalmente, se interessou pela história de JÚLIA, que por mais ficcional que seja, leva uma mensagem de otimismo e superação diante das dificuldades da vida. À todos, o meu mais sincero carinho e gratidão.
Ramon Fernandes, o autor.


E não percam, dia 18




Tags

Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.