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Entrelaçados - Capítulo 09

CAPÍTULO  09


Criada e Escrita por ANDIE ARAÚJO 


Diretor de Núcleo DENNIS CARVALHO 





CENA 01. FACHADA/SALA DE ESTAR/CASA DE TÔNIA. EXT. INT. DIA.


Continuação da cena 10, cap. 08. Solange chega em frente a casa e entra com todo o cuidado na residência. Ela consegue colocar a chave original no molho de chaves. Ela percebe Tônia vindo  do quarto. Solange fica gélida, aflita.

Tônia adentra a sala a procura de sua correntinha.


TÔNIA (chama por Zu): Zu, você  viu… Cadê aquela rapariga?... Deve ter esquecido algo de comprar no mercado!


Close em Solange, escondida atrás da cortina. Ela imóvel, sem fazer movimentação nenhuma. Zu vem da rua com uma sacola em mãos.


TÔNIA: Ah Zu! Que bom que voltou! Você viu minha correntinha de Nossa Senhora de Fátima?


ZU: Essa sua mania de esquecer as coisas em qualquer lugar, hein. Larga as coisas por aí…


TÔNIA: Sabes que sou avoada com essas coisas…


Zu vê a correntinha em um móvel da sala.


ZU: Aqui! Da próxima vez tome mais cuidado.


TÔNIA: Ok. Ok. Ah, eu tava pensando da gente fazer aquele assado de peixe.


ZU: Sim. Que bom que fui buscar o cheiro verde!


As duas se voltam para a cozinha. Solange verifica se elas estão por ali e sai aliviada da casa.


SOLANGE pensativa: Correntinha…


Solange continua a andar pela calçada, plena.

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CENA 02. SALA DE ESTAR/ CASA DE DO CARMO. INT. DIA.


Manu com alguns curativos adentra em casa apoiada por Pedro. Marcos ali, deitado no sofá com o celular em mãos. Ele percebe a irmã chegando.


MARCOS debochado: Quem é o carinha? Como teve coragem de pegar ela, cara?


MANU: Cala a boca, Marcos! Eu caí de bicicleta.


MARCOS: Já sei! Assustou o motorista foi?


MANU: Ah Marcos!


Ela se afasta com Pedro até o hall.


MANU: Obrigada Pedro pela ajuda. Eu nem sei como agradece.


PEDRO: Precisa agradecer não. Tá tranquilo. Fica bem!


Pedro dá um beijo na bochecha dela e sai. Manu se volta para Marcos.


MANU irritada: Como você consegue ser chato?


MARCOS sarcástico: Amo você, feia!


Manu sai. Marcos ri irônico.

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CENA 03. SALA DE ESTAR/ MANSÃO LIRA MUNIZ. INT. DIA.


Uma sala luxuosa. Paula ali. Ela está podando um arranjo de rosas. Olavo adentra a mansão. Paula vai em sua direção e lhe dá um selinho. Ele frio, não demora no afeto.


PAULA surpresa: Mas já, em casa?


OLAVO: Querida… Vencemos mais uma audiência. O Escritório Lira Muniz é o mais competente e o mais importante escritório do Rio de Janeiro, o resto é nada! E para comemorar quero que prepare um jantar de comemoração, de negócios. Vou chamar a nossa cliente principal, Beatriz Vasconcelos, que tal?


PAULA: A filha do Doutor Lineu, aquele magnata do Grupo vasconcelos? Ela deve continuar nojenta, um entojo…


OLAVO: Você terá de dar o máximo possível nesse jantar. Quero surpreender todos! Eu serei o novo Tubarão do Direito.


Olavo com um olhar determinado.

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CENA 04. FLORICULTURA. INT. DIA.

Gardênia terminando de atender um cliente. Baixinho se aproxima do balcão. Ele está um pouco aflito.


GARDÊNIA percebe: Que foi, Baixinho? Tu tá aí todo aflito, por quê?


BAIXINHO: A mãe da Zu tá doente e ela precisa visitar, sabe? Ela não tá com condições e eu… Não sei como posso ajudar!


GARDÊNIA: Que situação chata, hein! (t) É… tô tendo uma ideia aqui… Acho que vai dar certo. Eu pensei aqui e…


Gardênia e Baixinho ali, conversam em  off.

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CENA 05. BANCA DE JORNAL. EXT. DIA.

Margarido e Jerônimo ali. O primeiro lê uma manchete.


MARGARIDO: Arroz importado, será que vai dar certo, meu amigo?


JERÔNIMO: Foi o jeito que deu. O Governo teme escassez do arroz nacional.


MARGARIDO: O valor da unidade de 5 quilos está pela hora da morte. R$ 35,00! Imagina o preço vindo lá de fora?


JERÔNIMO: Vi que vai ter selo e diz a lei que será 20,00!


Narciso aparece, de peito nu, com uma caixinha de papelão pendurada no pescoço.


MARGARIDO: Que marmota é essa, Narciso? Que loucura é essa?


NARCISO: Estou arrecadando uma grana aí para a Zu.


JERÔNIMO: Pra Zu? Que houve?


NARCISO: Ela está com a mãe adoentada lá na terra dela e não tá bem de dinheiro e por isso minha mãe resolveu que desse jeito vou conquistar uma grana para ela.


Margarido e Jerônimo riem. Jerônimo pega algumas moedas de seu bolso e deposita na caixinha. Passa duas jovens ali e olham para Narciso, que joga charme.

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CENA 06. COZINHA/ CASA DE TÔNIA. INT. DIA.


Zu mexendo algo na panela, que está no fogo. Zu expressão preocupada. Tônia vem da sala.


TÔNIA: Cheiro bom de Peixe. Amo o cheiro desse tempero. Azeite e batata não podem faltar!


ZU: Vai ficar ótimo. Maravilhoso!


TÔNIA: Já está me dando água na boca. Ai, ai.


ZU receosa: Então, Dona Tônia…


TÔNIA: QUe foi, Zu? Fale! Parece aflita.


ZU: Não queria pedir assim, sabe? Ai. A senhora poderia me adiantar, antecipar meu pagamento?


TÔNIA: Mas Zu? Esse mês vai dar não. Mês passado, você pediu, eu dei. Nesse mês não vai dar, infelizmente!


ZU: É por conta de mainha, sabe? Ela adoeceu…


TÔNIA: Que triste. Adiantar não posso.


ZU: Eu vou arranjar um jeito de conseguir esse dinheiro!


TÔNIA: Faço votos de melhoras pra ela.


ZU: Amém.


Zu volta para o fogão. Tônia sai para o quarto. Close na correntinha deixada no armário da cozinha, atrás do pote de açúcar.

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CENA 07. SALA DE ESTAR/ MANSÃO LIRA MUNIZ. INT. DIA.


Paula com a empregada, Zoraide, as duas conversam sobre a decoração. Olavo desce o lance de escadas.


PAULA: Ponha esse arranjo de flores ali, Zoraide! Acho melhor. Não será um evento grandioso, mas um jantar de negócios, algo mais clean.


ZORAIDE: Sim, senhora. E as bebidas? O senhor prefere Martini, doutor Olavo.


OLAVO: Bom. Um Dry Martini é sempre bom.


PAULA: Querido, você chamou alguns do Escritório e não vi Mauro na lista.


OLAVO: O Mauro? Eu não quero vexames! Sabe como ele é. Qualquer bebida alcoólica é um show.


PAULA: Não fale assim… Deveria se aproximar mais de seu sobrinho é seu único parente por perto. Ele é filho da sua irmã, Olívia.


OLAVO: Realmente, devo ficar perto do meu sobrinho, aliás ele irá herdar a fortuna de minha irmã e com um pai daqueles ele precisará de ajuda.


PAULA: Que eu saiba, Mauro é muito honesto quanto à herança. Ele nem usa direito o dinheiro de Olívia, ele que banca tudo.


OLAVO: Tenho minhas dúvidas…


PAULA: Vamos pensar nessa festa de hoje e depois veremos o que faremos com Mauro e Lucca.


Paula volta sua atenção para Zoraide e na organização do jantar.

Corta para:


CENA 08. SALA DE ESTAR/ APART. DE MAURO. INT. NOITE.


Mauro vindo da cozinha com uma bandeja com sanduíches e um refrigerante. Judite e Lucca ali.


MAURO: Você nem vai acreditar quem me ligou mais cedo! A esposa de Olavo Ferraz!


LUCCA: Tio Olavo?


JUDITE: A Paula? Ela é cliente da Clínica. Tá sempre lá com uma amiga. E o que ela queria?


MAURO: Ela disse que renovou meu contrato lá no Escritório e que vou ter alguns trabalhos para fazer por lá, estudar uns processos.


JUDITE: Que bom, meu amigo! Voltar ao trabalho será ótimo. Agora que você quer se reestabelecer, ser um novo homem!


MAURO: Vou precisar muito da sua ajuda, hein.


JUDITE: Pode deixar! Estarei à sua disposição para o que der.


MAURO: Um brinde… com refri?


JUDITE: Um brinde ao Mauro!


LUCCA: Ao papai!


Os três fazem brindem. Alegria deles.

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CENA 09. SALA DE ESTAR/ COBERTURA DE TERESA. INT. NOITE.


Teresa olhando a noite que caiu. Ela observa a paisagem onde se vê a praia. Ela pensativa com o celuar em mãos.

Leandro, de saída, se aproxima e a beija na testa.


LEANDRO: Mais tarde estou aí.


TERESA: Venha mesmo! Estou tão solitária nessa casa. Você saindo, Lia na casa do pai…


LEANDRO: Pare de drama, vó.


TERESA: Estou gozando de você… Ah, Lia me ligou, tinha de ver a felicidade dela, falando que hoje eles foram fazer piquenique no Jardim Botânico…


LEANDRO: Sabe que essa felicidade está com os dias contados, né? Não vou deixar aquele cara tripudiar deles. Eu vou fazer da vida dele um inferno. Prometo, tá?


TERESA temerosa: Eu tenho medo dessas suas ameaças. Não quero você metido com encrencas!


LEANDRO: Quem vai se meter com encrenca é  ele. Pode deixar. O que é dele, tá guardado. Deixa a Lia curtir um pouco…


Leandro sai. Teresa sente as palavras do neto e fica ressabiada.

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CENA 10. COZINHA/APART. DE LEONARDO. INT. NOITE.


Lia e Leonardo comendo pizza. Sob a mesa, uma caixa de papelão aberta. Eles felizes.


LIA: Tão feliz de estar aqui contigo, papai.


LEONARDO: Eu também, meu anjo. Queria que fosse assim também com teu irmão. Vivermos juntos, nós três, em harmonia.


LIA: Um dia vai chegar. A Ivete, a empregada da vovó, falou que o tempo cura tudo. É só esperar!


LEONARDO: Tem razão… Quem espera sempre alcança. (t) Eu tava pensando no que podemos fazer amanhã? Hoje, fizemos Piquenique, e amanhã, praia? Pegar um sol, que tal?


Close na espera da resposta de Lia.


A cena congela, um esfumaçado azul, como se fosse uma neblina.

FIM DO CAPÍTULO 




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