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Maré Alta - Capítulo 07

 





MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 7


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs




CENA 01. DELEGACIA. INTERIOR. NOITE 

Continuação imediata do capítulo anterior. CASSIANO e LÍVIA continuam de mãos dadas. O DELEGADO PRAXEDES fica olhando para os nossos protagonistas com um olhar de pena. Sem pensar duas vezes ele abre a cela deixando CASSIANO e LÍVIA totalmente surpresos. 


Cassiano — (surpreso) O que você está fazendo, Delegado? Você está arriscando a sua vida fazendo isso. O Gregório não vai aceitar isso. Você tem certeza do que está fazendo? 

Lívia — O Cassiano está certo, Praxedes. Todos nessa cidade sabem que o meu avô nunca foi um homem de se lidar. Você precisa entender a gravidade da sua atitude.

Delegado Praxedes — Eu sei bem o que eu estou fazendo. É melhor vocês irem embora. Antes que eu me arrependa de ajudar vocês. 


LÍVIA fica muito agradecida. CASSIANO sai da cela. 

Lívia — Eu nunca vou saber como te agradecer por esse seu ato, Praxedes. Muito obrigada. 

Delegado Praxedes — Só me prometam uma coisa. Que vocês vão conseguir acabar com essa influência que o Gregório tem na cidade.

Cassiano — Você pode ter certeza disso, Delegado. O Gregório não vai mais continuar usando o poder e o dinheiro que ele tem para fazer o que deseja. 


O DELEGADO PRAXEDES aperta as mãos de CASSIANO.


Delegado Praxedes — Eu espero que vocês consigam. O Gregório não vai gostar quando ficar sabendo o que foi que eu fiz.


CASSIANO e LÍVIA concordam. Eles vão embora da delegacia. O DELEGADO PRAXEDES os observa.

CORTA PARA/


CENA 02. GRUPO “PESCADOS MARÍTIMOS”. SLA DE TOM. INTERIOR. DIA 

O INVESTOR está na sala de TOM enquanto o vilão vai andando de um lado para o outro demonstrando toda a malícia e perversidade estampada em seu rosto. O INVESTIDOR parede estar muito preocupado enquanto TOM o encara de um jeito bastante manipulador.


Tom — (ardiloso) Você conseguiu entender o meu plano? Eu não homem de ficar repetindo a mesma coisa duas vezes.

Investidor — Eu entendi, mas eu não sei se eu concordo. Você está querendo passar a perna no Gregório Assunção. Isso é arriscado. Eu não sei se eu quero fazer isso. 

Tom — E o que tem isso? Eu quero esses 50 milhões de dólares só para mim. O Gregório é apenas um meio de eu conseguir isso.


O INVESTIDOR fica indeciso. TOM está dedicido. 


Investidor — O que você quer com isso, Tom? O Gregório já deu o sinal para que a hidroelétrica seja construída. Mas isso vai levar tempo. É preciso esperar.

Tom — Você ainda não entendeu. Eu estou pouco me lixando ae esse projeto da hidroelétrica vai sair ou não. O que eu quero é o meu cheio de dólares. E principalmente eu quero acabar com aquela vila imunda.


TOM se senta na frente do INVESTIDOR. O olhar do vilão está cada vez mais cheio de raiva e ganância.


Tom — (ardiloso) Agora você entendeu onde eu quero chegar? Aquela vila de pescadores tem que sumir. E se você me ajudar eu garanto que não vai se arrepender. 

Investidor — Eu vou ver o que posso fazer, Tom. Mas eu não posso te garantir nada. Entendeu?

Tom — Me mantenha informado. E não deixe que nada referente a esse assunto chegue aos ouvidos do Gregório. Sigilo absoluto. 


O INVESTIDOR sai da sala de TOM bem apreensivo. A câmera mostra o olhar ganancioso do vilão.

CORTA PARA/


CENA 03. PORTO DA AREIA. PRAÇA. EXTERIOR. DIA

Em câmera aberta podemos ver CASSIANO e LÍVIA saírem de mãos dadas da delegacia. O alívio e a felicidade podem ser vistos nos rostos de nossos protagonistas. Tempo. Do outro lado lado da praça quem está ali é ANA ROSA que olha para CASSIANO e LÍVIA com muito rancor. 


Ana Rosa — (com inveja) Maldição…. Quem a Lívia pensa que é para ficar desfilando com o Cassiano desse jeito? Ela nen imagina o que eu estou planejando. Ela vai me pagar.


A câmera vai acompanhando ANA ROSA que vai andando pela praça. Ela não tira os olhos de CASSIANO e LÍVIA.

Ana Rosa — Aproveita enquanto é tempo, maldita. Os seus dias estão contados. Eu vou te matar. 


O ódio de ANA ROSA por LÍVIA fica cada vez mais evidente. Ela fica olhando para os nossos protagonistas enquanto eles vão se afastando. A vilã fica descontrolada.

CORTA PARA/


CENA 04. PORTO DA AREIA. DUNAS. EXTERIOR. DIA

O sol continua raiando com muita intensidade. De longe podemos ver uma mulher caminhando pelas dunas sem ainda ver o seu rosto. Aos poucos a mulher vai se aproximando da câmera e finalmente podemos ver claramente o seu rosto. Ela é ROSELI (Rita Guedes) que tem uma pequena medalha em suas mãos. Ela se emociona.


Roseli — (emocionada) Porto da Areia…. Como eu estava com saudades da minha cidade. (O) Agora finalmente eu posso ver o meu filho. 


ROSELI continua caminhando pelas dunas escaldantes de Porto da Areia. A câmera focaliza em suas mãos e vemos que ela não larga a medalha que a lembra de seu filho. A câmera vai se afastando e ROSELI continua ok do na direção da cidade. 

CORTA PARA/


CENA 05. PORTO DA AREIA. MERCADO DE PEIXE. EXTERIOR. DIA

De forma bem ampla podemos ver diversos pescadores vendendo seus pescados no mercado de peixe. E entre eles está FRANCHICO que está terminando de vender os pescados para o comerciante. Logo depois ele vai saindo de com o dinheiro recebido. Em um corte rápido a câmera mostra uma van cheia de turistas chegando até a cidade. E no meio de todos está BABY que olha para tudo ao seu redor com bastante nojo e repulsa.


Baby — (fútil) Aqui estou eu de volta nesse fim de mundo. Algo me diz que isso não foi uma boa ideia. Agora é encarar essa mesmice. 


BABY sai andando pela rua parecendo uma verdadeira patricinha. É nesse momento que ela esbarrando em FRANCHICO que está cheirando a peixe. Ela não gosta disso. FRANCHICO e BABY ficam se olhando.


Baby — (nervosa) Seu pescador nojento…. Olha só o que você fez. Agora eu ficar com esse cheiro na minha roupa de grife. 

Franchico — Se a dondoca olhasse por onde anda isso não teria acontecido. E o que tem de mais ficar cheirando a peixe? Você é muito fresca.

Baby — Eu fresca? Você não deve saber com quem está falando. Deixa eu te falar uma coisa seu presunçoso. Eu sou filha do Prefeito. Quando o meu pai ficar sabendo disso eu vou rir muito da sua cara.


FRANCHICO continua encarando BABY. 


Franchico — Você pode ser até filha do presidente da república. Acha que pode vir aqui e desfazer de todo mundo. Você não é melhor que ninguém. É apenas uma patricinha fútil.

Baby — Mas como você é abusado. Deveria saber quem alguém da sua classe jamais deveria se dirigir alguém como eu. O mínimo que você podia fazer é me pedir desculpas.

Franchico — Eu te pedir desculpas? Isso não vai acontecer. Principalmente para alguém tão prepotente e arrogante igual a você. 


BABY fica fervendo de ódio. FRANCHICO sorri.

TRILHA SONORA:

https://youtu.be/ASPyrtNrCTg?si=-Bk3xlvEWkh7j-os 


A trilha continua tocando suavemente. BABY fica frente a frente com FRANCHICO. Eles parecem gato e rato. 


Baby — Você é mesmo um folgado. Por isso que eu não queria vir para esse lugar de novo. 

Franchico — (sorrindo) Não seja por isso. Você pode ir embora a hora que quiser. Você não passa de uma menina mimada. Eu vou embora.


FRANCHICO dá as costas para BABY. Ele vai embora sem olhar para trás. BABY continua muito furiosa com a atitude de FRANCHICO. Ela fica olhando FRANCHICO ir embora.

CORTA PARA/


CENA 06. PORTO DA AREIA. CAIS. BARCO DE SANDOVAL. EXTERIOR. DIA

A câmera vai mostrando SANDOVAL terminado de guardar suas redes em um lugar reservado do barco. Ele está totalmente perdido em seus pensamentos. SANDOVAL não percebe a aproximação de CLARICE que vai caminhando pela proa do barco. Ela toca suavemente em seu ombro. SANDOVAL se vira e fica surpreso ao ver CLARICE.


Sandoval — (sorrindo) Clarice? O que você veio fazer aqui? Aconteceu alguma coisa com a Lívia? 

Clarice — A Lívia está bem, Sandoval. O assunto que me traz aqui é outro. Eu pensei muito antes de vir, mas eu não posso mais continuar fingindo o que eu estou sentindo.

Sandoval — Do que você está falando, Clarice? Eu não estou gostando do rumo dessa conversa. Você pode ser mais clara? 

Clarice — (se declarando) Como você nunca percebeu, Sandoval? Eu sou apaixonada por você. Eu sei que sou mais nova, mas quando a gente ama isso é irrelevante. 


SANDOVAL fica em choque. CLARICE vai se aproximando do pescador. Ela tenta beijar SANDOVAL, mas ele recua. 


Sandoval — Eu não acho isso uma boa idéia, Clarice. Você é uma mulher nova, bonita. Eu tenho certeza que você vai encontrar alguém que te faça muito feliz. É melhor assim.

Clarice — Você não entende, Sandoval. Desde os meus 16 anos eu sou apaixonada por você. Porque você está recusando o meu amor?.

Sandoval — Isso nunca daria certo, Clarice. E ainda eu amo a Berenice. Eu sei que ela já se foi há muitos anos, mas eu ainda a amo.


As lágrimas escorrem pelos olhos de CLARICE. Em seguida SANDOVAL enxiga as lágrimas do rosto de CLARICE.


Clarice — (se desculpando) Eu sinto muito, Sandoval. Eu não deveria ter vindo aqui. Isso foi um erro. E isso não vai se repetir. 

Sandoval — Você não precisa se desculpar, Clarice. Eu só não posso dar o que você quer de mim. Eu sinto muito que eu a tenha decepcionado. Nunca foi minha intenção.


CLARICE respira fundo. SANDOVAL a olha com ternura.

CORTA PARA/


CENA 07. MANSÃO DA FAMÍLIA MOURÃO. JARDIM. EXTERIOR. DIA

ELEANOR está caminhando sozinha pelo jardim. Quando de repente ela fica alegre ver LÍVIA caminhando em sua direção. Ela também fica surpresa aí ver um homem que ela não conhece ao lado de sua neta. É CASSIANO. LÍVIA e ELEANOR ficam frente a frente e se abraçam. ELEANOR olha para CASSIANO e o cumprimenta com o olhar.


Eleanor — (aliviada) Eu pensei que você nunca mais iria vir aqui, minha neta. A sua última discussão com o seu avô foi tão feia. (P) Você deve ser o Cassiano. A Lívia fala tanto de você. Eu pensei que você estava preso. 

Lívia — Isso agora é passado, Vó. O importante é que o Cassiano está livre. Tudo está finalmente entrando nos eixos. Graças a Deus. 

Cassiano — A sua neta é uma heroína, dona Eleanor. Se não fosse por ela eu não estaria vivo. 

Eleanor — É isso que me preocupa Cassiano. A Lívia sempre foi assim. Disposta a salvar tudo e a todos. Mas enfrentar o Gregório não vai ser a tarefa mais fácil do mundo. 


CASSIANO e LÍVIA se olham. ELEANOR está tensa. 


Cassiano — Eu sei que o Gregório é seu marido, dona Eleanor. Mas ele jogos sujo para me afastar da Lívia. Ele ne ofereceu dinheiro para ir embora da cidade. Eu não entendo o porque dele querer casar a sua neta com o Tom.

Eleanor  — Você não tem nada que pedir desculpas, Cassiano. Não é de hoje que eu sei desse desvio de conduta do meu marido. O que me irrita é saber que ele vai continuar fazendo isso e ninguém vai fazer nada. 

Lívia — É por isso que eu me lutei a causa dos pescadores. O que o meu avô vem fazendo com aquelas família é desumano. 


CASSIANO olha para LÍVIA com muita admiração. 


Eleanor — Eu só te peço uma coisa, Lívia. Tente não ficar muito perto do Sandoval. O ódio do seu avô por ele é muito grande. Eu não sei do que o Gregório será capaz de fazer. 

Cassiano — Pelo pouco que eu conheço da sua neta ela nsoe a de desistir do que ela acredita ser o certo, dona Eleanor. E a Lívia está certa.

Lívia — O Cassiano está, Vó. Eu não posso desistir agora. O meu avô quer acabar com a vila de pescadores por pura ganância. 

Eleanor — (ponderando) Você está certa, minha neta. Cada dia que se passa você fica mais parecida com a sua mãe. Ela teria muito orgulho da mulher que você se tornou.


LÍVIA fica sem palavras. Ela e ELANOR se abraçam. 

CORTA PARA/


CENA 08. VILA DOS PESCADORES. RUA. EXTERIOR. DIA

A rua da vila dos pescadores está praticamente deserta. Ao longe a câmera mostra que ENRICO vem andando com um semblante enraivecido. Sem que possa perceber ele acaba esbarrando em ANA ROSA que esboça um sorriso bem malicioso. Ela olha para ENRICO que não entende. 


Ana Rosa — (maliciosa) Olha só quem está aqui na minha frente. Justamente quem eu estava procurando. Eu quero que você me faça um favor, Enrico. E com isso você ganhará algo de qual não irá se arrepender. 

Enrico — Do que você está falando, Ana Rosa? Favor? Você é mesmo uma cara de pau. Você só me procura quando quer algo. 

Ana Rosa — Você está sendo injusto comigo, Enrico. Mas dessa vez eu garanto que vai valer a pena. Não precisa se fazer de difícil. 

Enrico — Que seja. Fale logo o que você quer.


ANA ROSA continua sorrindo. ENRICO está confuso. 

.

Ana Rosa — É tão simples o que eu quero que você faça, Enrico. Eu quero que ainda hoje você prenda a Lívia dentro da associação e coloque fogo. É simples assim. 

Enrico — Você ficou louca, Ana Rosa? O que você está querendo fazer é crime. E além disso todos vão ver eu fazendo isso. 

Ana Rosa — Enrico…. Enrico… Como você pensa pequeno demais. Se você fizer isso você terá o meu corpo quando quiser. E além disso eu vou te recompensar com 5 mil reais. Essa é uma proposta irrecusável.


ENRICO fica muito tentado. ANA ROSA o provoca. Ela abre um pouco do seu decote. ENRICO balança a cabeça aceitando a proposta. A vilã soro cinicamente. 


Enrico — Tudo bem, Ana Rosa. Eu aceito. Até porque eu não sou de jogar dinheiro fora. Mas ninguém poderá saber o que eu vou fazer. Isso nunca pode sair dentre nós. 

Eleanor — (cínica) Com isso você não precisa se preocupar, Enrico. Basta você fazer o que eu estou pedindo. Isso é tão simples.


ANA ROSA se sente satisfeita. Ela beija ENRICO.

TRILHA SONORA:

https://youtu.be/q-0ojYDBdZo?si=fEyOJcM5EV3Rlajd 

CORTA PARA/


CENA 09. CASA DE ZÉ BATALHA E ONDINA. QUARTO. INTERIOR. DIA

ONDINA está sentada na cama totalmente entristecida. ZÉ BATALHA entra no quarto e fica olhando para sua esposa. ONDINA levanta o olhar enquanto ZÉ BATALHA continua mais sério do nuca. Ela se levanta da cama e olha de um jeito decepcionado para o seu marido. Ele se mantém firme.


Ondina — (triste) Porque você fez isso, Zé? Você expulsou a nossa própria filha. O tanto que eu tentei te convencer a não fazer isso. 

Zé Batalha — É sério que você está me dizendo isso, Ondina? Depois de tudo o que a Ana Rosa fez você ainda vai defender ela? 

Ondina — E o que você queria que eu fizesse? A Ana Rosa é nossa filha, Zé. Eu imagino que ela deve ter os motivos dela para fazer isso. 

Zé Batalha — Eu não acredito no que eu estou ouvindo. Você não pode estar falando sério, Ondina. 


ZÉ BATALHA olha para sua esposa com muita seriedade. ONDINA percebe que o guarda roupa está entreaberto. Ela.tits a caixa de sapatos e percebe que o dinheiro que estava ali simplesmente sumiu. Ele fica desesperada.


Ondina — Zé… O dinheiro que estava aqui simplesmente sumiu. Diz para mim que foi você que pegou. Isso não está certo. 

Zé Batalha — É claro que eu não peguei, minha velha. (P) Eu não estou acreditando nisso. Foi a Ana Rosa. Aquela mau caráter nos roubou. 

Ondina — Eu me recuso a acreditar nisso. A minha filha mais faria uma coisa dessa natureza. 


ZÉ BATALHA perde a paciência. Ele segura ONDINA com força. Ela ainda está em negação. ZÉ BATALHA a confronta.


Zé Batalha — (sério) Você precisa entender que a Ana Rosa não é a filha que você imagina, minha velha. Você precisa enxergar a verdade. 

Ondina — Eu não acredito nisso, Zé. Eu vou falar com ela. Eu sei que isso é apenas um não entendido. A Ana Rosa é decente. Eu sei. 


ONDINA sai do quarto totalmente decidida. ZÉ BATALHA pensa em ir atrás de sua esposa, mas ele resolve não ir. 

CORTA PARA/


CENA 10. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. COZINHA. INTERIOR. DIA

CLOSE em EULÁLIA que está àmesa e o seu semblante é de preocupação. Ela vai se recordando da conversa que ela ouviu entre GREGÓRIO e TOM. Logo depois ela é surpreendida com a chegada de DIRCEU. Ele se senta ao seu lado e percebe que sua esposa está bastante aflita. 


Dirceu — O que foi que aconteceu com você Eulália? Eu estou te sentindo muito aflita. 

Eulália — (séria) E eu estou, meu velho. Eu estou pensando no que ri vou fazer com o que eu ouvi da conversa do senhor Gregório com o Tom. Eu não sei se devo falar para a patroa. 

Dirceu — Seja o que for é melhor a gente não se envolver, Eulália. Do jeito que as coisas estão indo o melhor que fazemos é ficar no nosso canto. Vai ser melhor para todo mundo. 

Eulália — Eu sei que você está certo, Dirceu. Mas você não sabe a gravidade do que eu ouvi. 


DIRCEU segura as mãos de EULÁLIA bem firme. 


Dirceu — Eu sei que você só quer ajudar, minha velha. Mas eu não quero que a fúria do senhor Gregório se volte contra você. 

Eulália — Essa é a questão, Dirceu. Eu ouvi o patrão e o Tom dizendo que vão destruir a vila de pescadores para a construção de hidroelétrica. Você sabe a gravidade disso? 

Dirceu — Isso não pode ser verdade, Eulália. Isso é muito grave. E a Lívia vai ficar no meio disso. Você tem razão. Você precisa contar. 


EULÁLIA se levanta da mesa. Ela está muito preocupada. 


Dirceu — (firme) Você precisa contar isso o quando antes para a dona Eleanor. Só ela vai poder fazer alguma coisa. Eu vou com você, Eulália. Você não vai estar sozinha. 

Eulália — Eu só espero que não seja tarde demais, Dirceu. Muitas pessoas podem perder tudo se isso realmente for acontecer.


DIRCEU se levanta. Ele e EULÁLIA vão saindo da cozinha. 

CORTA PARA/


CENA 11. PENSÃO DE JOSEFA. SALA. INTERIOR. DIA

ROSELI está parada no meio da sala olhando para todo os lados da pensão. Logo depois JOSEFA vem caminhando e ela fica em estado de choque ao ver ROSELI parada ali na sala da pensão. O seu semblante vai mudando muito rapidamente. Ela olha com muita raiva para ROSELI.


Josefa — (surpresa) Roseli…. O que você pensa que está fazendo aqui? Depois de todos esses anos você volta como se bada tivesse acontecido. O que você quer? Fala logo.

Roseli — Eu não esperava que você iria me receber desse jeito, Josefa. Mas é totalmente compreensível. Mas eu quero ver o meu filho. Onde o Juca está?

Josefa — Seu filho? Você só pode estar de brincadeira comigo, Roseli. (P) Eu criei o Juca como o meu próprio filho depois que você foi embora para ir atrás do seu marido. É melhor você ir embora. O Juca vai ficar comigo. E eu não quero você perto dele.

Roseli — Você não pode fazer isso comigo, Josefa. Eu sou a mãe biológica do Juca. Você não vai me impedir de ver o meu filho. 


JOSEFA demonstra toda sua frieza. ROSELI se desespera. 

Josefa — Pela última vez vai embora, Roseli. O Juca vai ficar comigo. Porque você tinha que voltar? Tudo estava tão bem com você longe. Você não vai atrapalhar minha vida. 

Roseli — Agora eu estou entendendo. Esse sempre foi o seu plano, Josefa. Ficar com o meu filho. Mas eu nunca vou desistir do Juca.

Josefa — A lei está do meu lado. Você abandonou o seu filho. Se ele visse você hoje iria iria te odiar. Eu não quero mais você aqui. Vá embora antes que eu te obrigue a sair.


ROSELI fica muito nervosa. Ela tenta agredir JOSEFA. 


Roseli — (nervosa) Você não vai ficar com o meu filho, Josefa. Isso eu posso te garantir. 

Josefa — Isso é o que nós vamos ver, Roseli. Agora vai embora da minha pensão. Você não é bem-vinda aqui. Até nunca mais. 


JOSEFA dá as costas para ROSELI. Ela fica parada na sala da pensão chorando e sem saber o que ela vai fazer.

CORTA PARA/


PORTO DA AREIA, ENTARDECER.


CENA 12. PORTO DA AREIA. CASA DE REPOUSO. JARDIM. EXTERIOR. TARDE

A câmera mostra de forma bem ampla que LENITA continua sentada em sua cadeira de balanço. Os outros pacientes da casa de repouso estão voltando para dentro da instituição. Nesse momento uma van que recolhe a roupa suja chega até o local. Um FUNCIONÁRIO abre a porta de trás da van. 


Lenita — (com esperança) Essa é a minha chance. Se eu não aproveitar agora eu não terei outra chance de sair desse lugar infernal..


LENITA entra na parte de trás sa van sem que ninguém a veja. Um dos ENFERMEIROS da casa de repouso começa a a procurar LENITA, mas ele não consegue encontrar ela.


Enfermeiro — Isso não pode estar acontecendo. Ela não pode ter ido muito longe. Eu tenho que encontrar ela. Tem muito dinheiro em jogo.


O ENFERMEIRO continua procurando LENITA. O motorista da van coloca muitas roupas sujas dentro da Vaz e ele não percebe que LENITA está ali. Ela fecha a porta da van. Depois de alguns instantes a van vai embora levando LENITA junto com as roupas sujas. Ela se mantém escondida. 

CORTA PARA/


CENA 13. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INTERIOR. TARDE 

O DELEGADO PRAXEDES está sentado em sua mesa na frente do computador quando de repente GREGÓRIO entra em sua sala batendo a porta de uma forma bem brusca. O DELEGADO PRAXEDES levanta seu olhar enquanto GREGÓRIO está totalmente fora de controle. O vilão começa a andar pela sala demonstrando estar descontente. 


Gregório — Eu posso saber o que está acontecendo aqui, Praxedes. Eu pensei que tinha deixado bek claro que eu queria o Cassiano preso. 

Delegado Praxedes — Você mais do que ninguém sabe que ele é inocente, Gregório. Eu liberei ele. Eu pretendo levar a justiça a sério.

Gregório — (furioso) Você está querendo mesmo né desafiar, Praxedes? Se eu quiser eu acabo com a sua carreira na polícia agora mesmo. 

Delegado Praxedes — Não esqueça de uma coisa, Gregório. Eu não vou ser o único a perder nessa história. Você tem mais a perder. 


GREGÓRIO olha para o DELEGADO PRAXEDES bem ameaçador. O vilão está ficando muito impaciente. 


Gregório — Resolveu colocar as manguinhas de fora, Praxedes? Você ganhou muito dinheiro com os meus esquemas. Deixa de ser hipócrita. 

Delegado Praxedes —  Esse foi o meu maior erro, Gregório. Deixar que você me subornasse todos esses anos. Mas isso acabou. 

Gregório — Como você é inocente, Praxedes. Só acaba quando eu digo que acabou. Eu sou Gregório Assunção. Ninguém me contraria. 


O DELEGADO PRAXEDES se levanta. Ele e GREGÓRIO ficam se encarando em uma clima de tensão ascendente. 


Delegado Praxedes — Eu não tenho medo das suas ameaças, Gregório. As coisas em Porto da Areia vão mudar. A lei vai ser respeitada.

Gregório — (frio) Eu não contaria com isso, Praxedes. Se você quer me ter como seu inimigo, ótimo. Eu vou destruir você como eu vou destruir todos que me desafiam. Depois não vem me dizer que eu não avisei. 


GREGÓRIO olha com frieza para o DELEGADO PRAXEDES e depois vai embora. A câmera foca no olhar do DELEGADO PRAXEDES que fica bastante pensativo.

CORTA PARA/


CENA 14. PORTO DA AREIA. CAIS. EXTERIOR. TARDE 

Em plano aberto vemos SANDOVAL descer de seu barco e caminhando pelo cais do porto. Para a sua surpresa TOM vem caminhando em sua direção. O vilão está com um sorriso diabólico em seu rosto. SANDOVAL não está gostando da sensação que ele está sentindo. TOM fica olhando para SANDOVAL com muito desprezo.


Sandoval — O que você veio fazer aqui, Tom? Eu achei que eu já tinha deixado claro que você nunca vai conseguir comprar o meu silêncio.

Tom — (ardiloso) E você acha que eu estou preocupado com o seu silêncio, Sandoval? Eu vim apenas te informar sobre a destruição dessa vila e de todos vocês.

Sandoval — Do que você está falando, seu maldito? Isso jamais vai acontecer. Eu e todos os outros pescadores sempre tivemos aqui. Não é agora que isso vai mudar.

Tom — Porque você acha que o Gregório quer tanto expulsar vocês daqui, Sandoval? Nós vamos construir uma hidroelétrica nesse lugar. Vocês não tem escolha. 


SANDOVAL fica extremamente sem reação. TOM sorri. 


Sandoval — Vocês não podem fazer isso. Todas as famílias que moram aqui vão perder tudo. Nós não temos para onde ir. Isso não é justo. E tudo isso para que? Por dinheiro? 

Tom — E porque mais seria? Tudo o que eu quero é encher o meu bolso de dólares. Não me importa o que aconteça com vocês. 

Sandoval — Você é o pito tipo de gente que existe, Tom. Mas eu não vou ficar perdendo o meu tempo com você. Eu tenho mais o que fazer. 


TOM continua sorrindo bem cínico. SANDOVAL está sério. 


Tom — (sorrindo) Você deveria ter aceitado o dinheiro quando eu te ofereci. Mas agora eu vou gostar muito te ver já ruína. 

Sandoval — Eu vou me vender, seu desgraçado. E eu vou impedir de você e o Gregório destruírem com a vila de pescadores. Eu prometo.


TOM olha para SANDOVAL de um jeito bem maléfico. Logo depois SANDOVAL vai embora deixando o vilão sozinho.

CORTA PARA/


CENA 15. VILA DOS PESCADORES. ASSOCIAÇÃO. EXTERIOR. TARDE

CASSIANO e LÍVIA estão caminhando tranquilamente pela vila dia pescadores em direção a associação. Sem que eles percebam eles estão sendo perseguidos por ENRICO. A câmera foca no olhares de felicidade de CASSIANO e LÍVIA. Eles chegam até a porta da associação. ENRICO fica escondido a espreita. 

Lívia — Me espera aqui, Cassiano. Eu já volto. 


LÍVIA dá um singelo beijo em CASSIANO. Ela entra dentro da associação. Sem que CASSIANO possa perceber ENRICO fecha todas as saídas deixando LÍVIA presa. O olhar de ENRICO e de quem está gostando do que vai fazer.


Enrico — (maquiavélico) Eu quero ver você sair dessa, Lívia. Você está perdida. Acabou.



ENRICO joga gasolina pelas janelas da associação. Sem pensar duas vezes ele risca um fósforo e a associação começa a pegar fogo. LIVIA vai ficando desesperada.


Lívia — O que está acontecendo aqui? Isso é fogo. (T) Socorro!!!! Alguém me ajuda. 


LÍVIA tenta sair, mas ela percebe que todas as saídas estão fechadas por fora. A câmera corte para o exterior da associação. CASSIANO percebe que a associação está pegando fogo. Ele fica totalmente apavorado.


Cassiano — (gritando) Lívia!!!!


CASSIANO corre em direção a associação. Mas o fogo impede que ele faça alguma coisa. O olhar de CASSIANO todo o medo e o pavor que ele está sentindo. 


A imagem congela no olhar apavorado de CASSIANO. Aos poucos uma onda invade a tela dando efeito e encerrando o capítulo. 





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