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Maré Alta - Capítulo 14

  





MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 14


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs




CENA 01. HOSPITAL. LEITO. INTERIOR. DIA

Continuação imediata do capítulo anterior. CASSIANO fica em estaoddne choque ao perceber que a sua mãe está viva e parada na sua frente. LENITA olha para o seu filho e não sabe o que dizer. LÍVIA fixa parada na frente de CASSIANO. 


Cassiano — (sem acreditar/ com raiva) Você está viva? Porque você fez isso comigo? Você sabe como eu ne senti? Todos esse anos eu acreditei que você estava morta e agora você aparece na minha frente. 

Lenita — Meu filho…. Eu posso explicar. 

Cassiano — Explicar? Isso não tem explicação. Eu voltei para Porto da Areia para colocar o Gregório Assunção atrás das grades pela sua morte. Tudo isso foi em vão. 

Lívia — Você precisa ficar calmo, Cassiano. Eu sei que você está chateado, mas nada vai mudar o fato que ela é a sua mãe. 


CASSIANO se levanta da cama. Ele olha para LÍVIA.


Cassiano — Como eu posso ficar calmo, Lívia? Você não pode me pedir isso. Tudo o que eu acreditei não passou de mentiras. Eu não reconheço mais ela como a minha mãe. 

Lenita — Eu não tive escolha, meu filho. Você não sabe como foi um sofrimento ficar longe de você. Você não está sendo justo comigo. 

Lívia — Você precisa reconsiderar, Cassiano. Você não sabe o que eu daria para que a minha mãe estivesse viva. Você tem sorte. 


LENITA fica impressionada com as palavras de LÍVIA. CASSIANO está muito magoado. Ele encara sua mãe.


Lenita — (chorando) Tudo o que eu fiz para o seu bem, meu filho. Eu só quis te proteger. 

Cassiano — Sinceramente eu não sei o que pensar. Eu preciso ficar um pouco sozinho. lEu preciso refletir sobre tudo que aconteceu. 


LENITA fica muito abalada e ela sai do leito hospitalar. CASSIABO e LÍVIA ficam sozinhos. Eles se olham profundamente. LÍVIA toca toca nas mãos de CASSIANO.

CORTA PARA/

CENA 02. GRUPO “PESCADOS MARÍTIMOS”. SALA DE GREGÓRIO. INTERIOR. DIA 

Reunião já em andamento. GREGÓRIO está reunido com alguns sócios da empresa. TOM entra na sala deixando GREGÓRIO totalmente incomodado. Eles ficam se encarando em silêncio. TOM joga uma pasta de documentos na mesa o que deixa todos intrigados. 


Gregório — (irritado) Eu posso saber o que significa isso, Tom? Eu exijo uma explicação agora mesmo. O que você está querendo fazer? 

Tom — Mostrar para todos os acionistas o quão prejudicial você está sendo para essa empresa. Está na hora de você sair da presidência e alguém mais capacitado assumir o seu lugar. Todos de acordo? 

Gregório — Você só pode estar brincando, Tom. Era isso que você sempre quis. Tonar tudo i que eu tenho. Mas isso não vai acontecer. 

Tom — Você pode de ser o presidente do grupo, Gregório. Mas você não pode decidir isso sozinho. Eu junto com os acionistas temos 50% das ações. Você não pode fazer nada.


GREGÓRIO se levanta mostrando toda a sua raiva. TOM esboça um sorriso malicioso. Todos os presentes observam. 


Gregório — Seu desgraçado…. Você não pode fazer isso comigo. Eu criei essa empresa sozinho. Você acha que vai tirar o que é meu? 

Tom — Isso não sou eu quem vai decidir. E sim os acionistas. Você está com medo, Gregório? Você é tão previsível. 

Gregório — Você se acha tão inteligente, Tom. Mas eu vou acabar com esse sorriso em seu rosto. Você não vai tirar o que é meu. Antes de você fazer isso eu te destruo. 


TOM continua sorrindo. Os acionistas demonstram apoio para o vilão. GREGÓRIO fica ainda mais descontrolado. 


Tom — Aí está a resposta que você tanto queria, Gregório. Você está deposto do cargo de Presidente do grupo. O seu reinado acabou. 

Gregório — (furioso) Vocês não sabem com quem estão mexendo. Isso não vai ficar assim. 


GREGÓRIO sai de sua sala se sentindo muito humilhado. A câmera se aproxima dos olhos de TOM e podemos ver o brilho da ganância presente em seus olhos. 

CORTA PARA/


CENA 03. CASA DE TOM. QUARTO. INTERIOR. DIA 

ANA ROSA continua estirada na cama e ela está de calcinha e sutiã. Ela consegue se levantar e veste um roupão. A frustração é presente em seu semblante. A vilã olha para frente e percebe que tem um quadro que a chama atenção. ANA ROSA retira o quadro da parede e percebe que tem um cofre e os seus olhos voltam a brilhar.


Ana Rosa — (sorrindo) Ah Tom… Seu canalha. Eu deveria imaginar que você tinha um cofre escondido em algum lugar. Mas qual é a senha que você deve ter colocado? 


ANA ROSA digita todo o tipo de senha que vem em sua cabeça, mas todas dão absolutamente errado. A vilã vai ficando cada vez mais nervosa. Ela se enfurece. 


Ana Rosa — Que inferno. Qual é essa maldita senha? 


ANA ROSA então olha para o quadro que ela tirou da parede. No quadro tem alguns números. A vilã sorri novamente. Ela digita os números que estavam no quadro e abre o cofre.


Ana Rosa — (sorrindo) Eu sabia. Olha a quantidade de dinheiro que tem aqui. É isso que eu mereço. O Tom pode até não querer me ajudar, mas eu vou levar esse dinheiro. 


ANA ROSA joga uma boa quantia de dinheiro para o alto se mostrando estar muito satisfeito. Ela está nas nuvens.

CORTA PARA/


CENA 04. PORTO DA AREIA. PRAÇA. EXTERIOR. DIAA

A câmera acompanha ROSELI que caminha sozinha na praça. Ela está com os pensamentos em seu filho. Para o seu desespero ela vê que MISAEL está parado em sua frente. Ele a puxa pelo braço com muito força. ROSELI não sabe o que fazer. MISAEL está muito furioso.


Misael — (nervoso) Você achou mesmo que o Aníbal iria conseguir te ajudar, Roseli? Como você foi inocente. Eu te levar embora dessa cidade. E o nosso filho vai vir conosco. 

Roseli — Solta o meu braço, Misael. Está me machucando. Eu não vou a nenhum lugar com você. E deixe o meu filho em paz.

Misael — Sabe qual foi o seu grande erro, Roseli? Ter confiado naquela maldita da Josefa. Ela está achando que o Juca é filho dela. Ela não vai querer devolver ele. 

Roseli — Eu odeio admitir isso, mas você está certo. Mas mesmo assim eu nunca mais vou voltar com você, Misael. Você fez da minha vida um inferno. Eu não quero isso mais. 


MISAEL solta a mão de ROSELI. 

Misael — Você está se enganando, Roseli. Se você acha que tem alguma chance de ser feliz com o Aníbal, pode esquecer isso. Você é minha e nada vai mudar isso. 

Roseli — Porque você não me deixa em paz, Misael? Você já me fez muito mal. 

Misael — Isso nunca vai acontecer, Roseli. E se o Aníbal vier tirar satisfações de novo comigo eu vou ser obrigado a tomar providências. 


O olhar de ROSELI demonstra o seu medo. MISAEL olha para ela como se gostasse de se sentir superior. 


Roseli — (séria) Você ficou louco, Misael? Você não pode fazer isso. O Aníbal é o Prefeito dessa cidade. Você não pode fazer nada. 

Misael — E você acha que eu tenho medo dele, Roseli? Eu vou conseguir tudo o que eu quero daquele imbecil. E se você não me ajudar a sua situação vai piorar. 


MISAEL sorri enquanto ROSELI fica totalmente sem saída. 

CORTA PARA/


CENA 05. PORTO DA AREIA. MERCADO DE PEIXE. EXTERIOR. DIA 

FRANCHICO está andando por todo o mercado de peixe. Vários pescadores também estão no mesmo ambiente que ele. Logo depois um comerciante vem caminhando na direção de FRANCHICO que percebe logo que alguma coisa está errada. De longe RUBINHO observa tudo. 


Franchico — (intrigado) O que foi que aconteceu? Eu vim assim que eu recebi o seu recado. O foi que aconteceu? Você parece muito sério. 

Comerciante — E você tem razão, Franchico. Eu não queria ter que fazer isso, mas você vai precisar devolver o dinheiro da venda do último lote de pescados que você me entregou. Eu recebi ordens de fazer isso. 

Franchico — Você não pode estar falando sério. Esse dinheiro foi destruído para todos os pescadores. Isso não está certo. 

Comerciante — Eu sinto muito, Franchico. Mas eu não tenho como fazer nada a respeito. Eu recebi ordens e estou fazendo o meu trabalho. 


FRANCHICO fica acreditar no que está acontecendo. Tempo. Nesse momento RUBINHO vai caminhando na direção de FRANCHICO que percebe o que está acontecendo ali. 


Rubinho — Que golpe de má sorte hein, Franchico. Como você vai resolver essa situação agora? Eu bem que tentei te avisar para não ficar no meu caminho. O azar é todo seu. 

Franchico — Eu sabia que deveria ter dedo de nisso, Rubinho. Porque você está fazendo isso? Você quer me prejudicar, mas vai acabar fazendo com que muitas famílias sejam responsabilizadas por esse seu ato egoísta.

Rubinho — E você acha que eu me importo? Tudo o que eu quero é tirar você do meu caminho. 


FRANCHICO perde a razão e ele dá um soco em RUBINHO. 


Franchico — Isso é pouco perto do que um canalha que nem você merece. O que você está fazendo é algo totalmente desprezível.

Rubinho — (furioso) Seu pescador imundo. Você vai se arrepender de ter feito isso. Disso você pode ter certeza. Eu vou acabar com você. 


RUBINHO vai embora destruindo todas as barracas de peixes. FRANCHICO está bastante apreensivo e aflito. 

CORTA PARA/


CENA 06. PORTO DA AREIA. CAIS. BARCO DE SANDOVAL. EXTERIOR. DIA

O barco está totalmente vazio. ENRICO vai entrando no barco e andando com bastante cuidado para não ser visto. Ele tira uma bomba caseira de uma bolsa e coloca em um canto da proa do barco. ENRICO esboça um sorriso.


Enrico — (sorrindo) Agora eu quero ver o Sandoval escapar disso. Ele vai ter o que merece. 


ENRICO arma a bomba que começa a sua contagem regressiva. Ele vai olhando para tudo em sua volta enquanto o barulho de contagem regressiva é ouvida lentamente. 


Enrico — Depois que tudo for pelos ares eu vou ser o líder dos pescadores. Você não deveria ter ame jogado conta a parede. Agora você vai sumir de uma vez por todas.


A contagem regressiva da bomba continua regredindo. ENRICO vai indo embora do barco sorrateiramente.

CORTA PARA/


CENA 07. HOSPITAL. LEITO. INTERIOR. DIA 

CASSIANO e LÍVIA estão sozinhos no leito hospitalar. Eles continuam frente a frente. O semblante de CASSIANO mostra toda a sua mágoa. LÍVIA toca as mãos de CASSIANO e a troca de olhares entre os nossos protagonistas é evidente. 


Cassiano — (sério) O que você veio fazer aqui, Lívia? Eu pensei que você não queira me ver mais. 

Lívia — Eu vim aqui porque eu ne preocupo com você, Cassiano. Agora você consegue ver que a sua vingança contra o meu avô era totalmente infundada. Você precisa parar.

Cassiano — E porque a minha mãe foi embora, Lívia? Eu precisei tanto dela. Isso é tão injusto. 

Lívia — Ela deve ter tido os seus motivos, Cassiano. Você precisa dar uma chance dela se explicar. Você não pode julgar ela. 


CASSIANO está bastante abalado. LÍVIA continua o olhando. 


 Cassiano — Você não entende, Lívia. Eu estou com medo. Medo de saber que a minha própria mãe me abandonou porque ela quis. Eu não sei o que fazer. Eu me sinto tão sozinho. 

Lívia — Isso não é verdade, Cassiano. Eu sempre vou estar ao seu lado. Mas eu não posso aceitar que você esteja querendo continuar a se vingar do meu avô depois de tudo que você descobriu. A sua mãe está viva. 

Cassiano — Eu ainda não sei o que pensar, Lívia. Mas o que eu sei é que eu não quero ficar longe de você. Eu tenho muitos erros, Lívia. Mas te amar é o meu maior acerto. 


Os olhos de LÍVIA brilham. CASSIANO esboça um sorriso. 

Lívia — Eu não deixei de te amar, Cassiano. Quando eu soube o que tinha acontecido com você eu tinha que te ver imediatamente. 

Cassiano — Ouvir isso me traz mais felicidade. Eu nunca me senti assim, Lívia. Eu te amo.


CASSIANO segura as mãos de LÍVIA. Eles ficam ainda mais próximos. Eles se beijam com muita paixão e intensidade

MÚSICA DA CENA: She’s Like The Wind - Patrick Swayze

CORTA PARA/


CENA 08. VILA DOS PESCADORES. RUA. EXTERIOR. DIA 

ENRICO caminha pela rua da vila dos pescadores com muita pressa. Ao virar a esquina ele acaba esbarrando em ANA ROSA que está com um sorriso estampado em seu rosto. ENRICO demonstra muita irritação. ANA ROSA logo percebe que ENRICO está escondendo alguma coisa.


Enrico — O que você está fazendo aqui, Ana Rosa? Você sabe que ninguém pode nos ver juntos. O que você ainda quer comigo? 

Ana Rosa — (cínica) Você sabe muito bem o que eu quero, Enrico. Eu quero ver a Lívia arruinada. Eu não desistir de fazer isso.

Enrico — Você é uma doente, Ana Rosa. Eu te ajudei a colocar fogo na associação e olha no deu. A Lívia quase morreu. É melhor você esquecer isso antes que eu resolva colocar você na cadeia. Entendeu? 

Ana Rosa  — Você não teria coragem de fazer isso, Enrico. Você estaria se auto acusando. 


O sorriso de ANA ROSA vai se desfazendo.


Enrico — Você ainda não entendeu, Ana Rosa? Essa inveja que você sente da Lívia vai acabar te arrastando para o buraco. 

Ana Rosa — Porque a Lívia pode ter tudo e eu não? Isso não é justo. Mas isso não importa mais. Eu consegui um jeito de ter o que eu quero. Eu descobri um cofre na casa do Tom. E eu agora tenho o dinheiro que eu sempre quis. 

Enrico — Você ficou louca, Ana Rosa? Você está se arriscando muito. Se o Tom descobrir ele não vai ter pena em se vingar de você. 


ANA continua encarando ENRICO. Ele não gosta disso. 


Ana Rosa — (séria) Eu sei que você e o Tom estão planejando alguma coisa. Eu ainda não sei o que é, mas eu prometo que vou descobrir.

Enrico — Você não sabe do que está falando, Ana Rosa. É melhor você ficar fora disso antes que se machuque. Eu estou te avisando. 

Ana Rosa — Isso é o que veremos, Enrico. Você ainda não me conhece. Não sabe do que sou capaz. Para ter o que eu quero eu sou capaz de absolutamente tudo. 


ANA ROSA demonstra todo o seu ódio. ENRICO não dá muita importância. A vilã fica fora de controle.

CORTA PARA/


CENA 09. VILA DOS PESCADORES. CASA DE ENRICO E AÇUCENA. SALA. INTERIOR. DIA

AÇUCENA está sentada em uma cadeira sentindo pena de si mesma. Uma batida na porta pode ser ouvida. Ela se levanta e abre a porta. Logo depois ONDINA entra na casa e AÇUCENA não consegue esconder toda a sua tristeza. 


Ondina — O que foi que aconteceu com você, Açucena? Você nunca mais apareceu para conversar. Não me diga que o seu marido fez alguma coisa? Pode me dizer a verdade. 

Açucena — (triste) Eu sei que você me deu forças para enfrentar o Enrico, mas eu não posso fazer isso. Eu quero salvar o meu casamento. É o certo a se fazer. 

Ondina — Eu não acredito no que eu estou ouvindo. Até quando você vais e sujeitar a esse relacionamento abusivo, Açucena?

Açucena — Infelizmente eu não posso fazer nada, Ondina. O Enrico é meu marido e nada do que possa fazer vai mudar isso.


ONDINA fica estarrecida. AÇUCENA não fala nada.


Ondina — Como assim você não pode fazer nada, Açucena? Você pode levantar a sua cabeça e enfrentar esse seu marido troglodita. 

Açucena — Não fala assim, Ondina. O Enrico é um bom homem. Ele apenas está cheio de dúvidas em relação ao monopólio dos pescados. Você sabe como isso é ruim. 

Ondina — O meu marido e o meu filho também estão preocupados. Mas nem por isso eles se tornaram pessoas horríveis igual o Enrico. Você precisa levantar a cabeça e seguir em frente, Açucena. 


AÇUCENA fica muito nervosa.


Açucena — (nervosa) Eu quero que você vá embora dds minha casa, Ondina. Você não pode falar assim do meu marido. Você pode até não acreditar, mas ele é um bom homem. 

Ondina — Eu só estava tentando te ajudar, Açucena. Mas agora eu vejo que você está mais cega do que eu estava imaginando. 


ONDINA vai embora se sentindo inútil. A porta da casa fica aberta. AÇUCENA está cada vez mais triste.

CORTA PARA/


CENA 10. PORTO DA AREIA. CAIS. BARCO DE SANDOVAL. EXTERIOR. TARDE

O sol já vai se pondo no horizonte. SANDOVAL está terminando de arrumar tudo para mais uma noite de pescaria. Ao se virar ele vê CLARICE entrando pela proa do barco. Pela primeira vez SANDOVAL olha de um jeito diferente para CLARICE. Os cabelos dela voam com o vento. Ela vai se aproximando de SANDOVAL bem lentamente. 


Sandoval — (cordial) Que surpresa boa te encontrar aqui, Clarice. Eu estava mesmo querendo falar com você. Tem algo que você precisa saber. Eu não sei como você irá reagir.

Clarice — Do que você está falando, Sandoval? Assim você está me deixando bem curiosa.

Sandoval — Sabe de uma coisa, Clarice? Eu sempre fui apaixonado pela Berenice. Ela foi o amor da minha juventude. Mas a Eleanor está certa. Eu preciso seguir em frente. E quando eu penso a respeito eu só consigo ver uma pessoa que eu posso seguir em frente.

Clarice — Do que você está falando, Sandoval? Por favor…. Não brinca com algo tão sério. 


SANDOVAL toca o rosto de CLARICE suavemente.


Sandoval — Você acha mesmo que eu iria brincar com algo tão sério assim, Clarice? Sabendo que você sempre foi apaixonada por mim? Eu não estava pronto para corresponder aos seus sentimentos. Agora eu estou. 

Clarice — Parece que eu estou sonhando. Eu nem sei o que dizer. Eu sempre quis ouvir isso de você, Sandoval. Agora não sei o que fazer. 

Sandoval — Você não precisa dizer nada, Clarice. Eu consigo ver em seu olhar que sente o mesmo. Eu só quero ser merecedor de estar ao seu lado. É apenas isso que eu quero. 


A felicidade de CLARICE é contagiante. A mão de SANDOVAL vai percorrendo o seu rosto. Eles se beijam em gesto de amor e carinho mútuo. 

MÚSICA DA CENA: O Silêncio das Estrelas - Lenine

SANDOVAL e CLARICE ficam olhando um para o outro. 


Clarice — (sem jeito) Eu nem sei o que dizer. Você me surpreendeu totalmente, Sandoval. Eu só peço que você volte para mim.

Sandoval — Disse você pode ter certeza, Clarice. Agora tenho dois bons motivos para seguir em frente. A minha filha e você. 


SANDOVAL e CLARICE se beijam novamente. A câmera vai se afastando aos poucos e podemos ouvir o tic tac do relógio da bomba. SANDOVAL não sabe o perigo que está correndo.

CORTA PARA/


CENA 11. VILA DOS PESCADORES. CASA DE ZÉ BATALHA E ONDINA. SALA. INTERIOR. TARDE

FRANCHICO está muito preocupado. O seu semblante demonstra toda a sua aflição. ZÉ BATALHA entra no quarto de seu filho e ele olha o jeito que FRANCHICO está. Ele se senta na cama ao lado de seu filho e toca em seu ombro.


Zé Batalha — O que foi que houve com você, meu filho? Eu pensei que você estaria feliz. Você foi procurar a Baby. Você não conseguiu se acertar com ela? Foi isso que aconteceu?

Franchico — Muito pelo contrário, pai. Finalmente eu e a Baby estamos nos acertando. Mas algo pior aconteceu. E eu não sei o que fazer.

Zé Batalha — Fala de uma vez, Franchico. Você está me deixando bastante preocupado. 

Franchico — Um dos comerciantes disse que todos os pescadores vão ter que devolver o dinheiro da venda dos pescados. E nós não temos como fazer isso. É isso que está acontecendo. 


ZÉ BATALHA fica em silêncio. Ele e FRANCHICO se olham.


Zé Batalha — Você não pode estar falando sério, meu filho. A situação dos pescadores já é precária. E agora mais essa situação. 

Franchico — A culpa não é dos comerciantes, pai. Eles estão sendo obrigados a fazerem isso. A culpa é do Rubinho. O ex-namorado da Baby. Ele quer me prejudicar a todo custo.

Sandoval — Já que é desse jeito então essa é uma guerra que você não tem como ganhar. Eu conheço a família desse rapaz. Eles tem muito dinheiro. Não podemos fazer nada. 


FRANCHICO se levanta da cama. Ele está revoltado.


Franchico — Isso não pode ficar assim, pai. O que o Rubinho pensa que está fazendo? Prejudicando todos os pescadores somente para me atingir? Isso não está certo. 

Zé Batalha — E o que você está pensando em fazer, Franchico? Enfrentar esse rapaz? É melhor você desistir dessa ideia. Está me ouvindo? 

Franchico — (sério) Se for necessário sim. O Rubinho não pode fazer isso e ficar por isso mesmo. 


FRANCHICO está decidido. ZÉ BATALHA não concorda muito bem a decisão de seu filho. Eles estão de lados opostos da mesma história.

CORTA PARA/


CENA 12. PORTO DA AREIA. RUA. EXTERIOR. TARDE

RUBINHO vem andando pela rua da casa e o sol já está sumindo no horizonte. Ele está com o nariz sangrando. Na direção contrária quem está vindo é BABY. Ela começa a gargalhar quando vê a situação que RUBINHO está. 


Baby — (gargalhando) O que foi que houve com você, Rubinho? Começou a ter o castigo que você tanto merece, não é? Até que enfim. 

Rubinho — Não brinca com coisa séria, Baby. Isso é coisa daquele seu namorado. Mas isso é algo que eu não vou deixar barato. Ele pensa que pode me enfrentar? 

Baby — O que foi que você fez, Rubinho? O Franchico jamais agiria assim sem motivo.

Rubinho — Eu não fiz nada demais. Apenas mandei que um dos comerciantes do mercado de peixe mandar aquele pescador imundo devolver todo o dinheiro da venda dos peixes. Mas isso não vai ficar barato. 


BABY fica muito furiosa. Ela avança em RUBINHO. 


Baby — Seu canalha…. O que você pensa que está fazendo? Você não pode prejudicar o Franchico desse jeito. Isso está errado. 

Rubinho — Eu não posso? Isso é o que veremos. 

Baby — Esse é um dos motivos porque eu terminei com você, Rubinho. Você se acha melhor que todo mundo. É um hipócrita. 


RUBINHO fica fora de si. BABY o encara bem séria.


Rubinho — A suja falando do mal lavado. Você acha que me engana, Baby. Você odeia essa cidade e agora quer me dizer que está preocupada com o pescador imundo? 

Baby — Você não sabe o que está falando, Rubinho. Essa conversa acaba por aqui.


BABY dá as costas e vai embora muito irritada. RUBINHO fica parado na rua se sentindo bastante furioso. 

CORTA PARA/


CENA 13. GRUPO “PESCADOS MARTIMOS”. SALA DE TOM. INTERIOR. TARDE

TOM está sozinho em sua sala. Logo depois o INVESTIDOR vem adentrando na sala enquanto TOM está ao telefone. O INVESTIDOR se senta na frente deo vilão que depois desliga o telefone. Em seguida TOM olha para o INVESTIDOR de uma forma bastante séria. O clima vai ficando pesado.


Tom — (ardiloso) Que bom que você pode vir. Eu tenho novidades a respeito da vila de pescadores. Eu tenho um documento que vai fazer eles saírem de lá o quanto antes. 

Investidor — Isso é uma ótima notícia, Tom. Isso precisa ser feito o mais rápido possível.

Tom — Eu vou providenciar isso amanhã mesmo. Não vai ser por causa desses pescadores que vamos perder a nossa comissão.

Investidor — Eu acho bom mesmo, Tom. O prazo que eu dei a você está quase acabando. Nós temos que expulsar esses pescadores o quando antes. Tej muito dinheiro em jogo. 


TOM sorri bastante ganancioso. Ele se levanta. 


Tom — Eu já disse que com isso você não precisa se preocupar. Tenho tudo sobre controle. Tudo vai sair como eu quero. 

Investidor — Ótimo. Agora eu preciso ir. Não deixe o Gregório ficar sabendo o que estamos fazendo. Ele pode acabar com tudo. 

 Tom — O Gregório é carta fora do baralho. Eu já tirei ele do controle da empresa. Tirar o resto dele nlvai ser bastante fácil.


TOM e o INVESTIDOR apertam as mãos. Logo depois o INVESTIDOR vai embora. TOM sorri maliciosamente.


Tom — Isso é só o começo. Amanhã eu vou colocar aquela vila de pescadores no chão. Eles vão se arrepender de ter cruzado o meu caminho. Principalmente o Sandoval. 


A câmera foca no olhar Maléfico de TOM. 

CORTA PARA/


CENA 14. MANSÃO DA FAMILIA ASSUNÇÃO. SUÍTE DO CASAL. INTERIOR. FIM DE TARDE 

GREGÓRIO entra na suíte e dele começa a destruir tudo que encontra pelo caminho. O vilão está totalmente fora de controle. Depois de ouvir o barulho ELEANOR entra na suíte e ela fica horrorizada com o que está acontecendo


Eleanor — (assustada) Gregório…. O que você pensa que está fazendo? Ficou louco? 

Gregório — É melhor você não me provocar, Eleanor. Hoje eu não estou para brincadeiras. Depois de tudo o que o Tom me fez passar. Mas isso eu não vou deixar por isso mesmo. 

Eleanor — Doque você está falando, Gregório? Você não está conseguindo falar nada plausível. 

Gregório — O desgraçado do Tom roubou a presidência da empresa de mim. Aquele infeliz acha que pode me passar a perna.


ELEANOR fica surpresa. GREGÓRIO está fora de si. 


Gregório — Deixar para lá? Você só pode estar brincando comigo, Eleanor. Eu f iz aquela empresa ser o que é hoje em dia. Eu não vou deixar isso de mão beijada para o Tom. 

Eleanor — Você só está mostrando o que eu sempre pensei de você, Gregório. Que você se importa mais com o dinheiro do que com a sua família. Você é totalmente previsível. 

Gregório — Eu não estou aqui para ficar online vindo suas lições de moral, Eleanor. Já não basta tudo o que está acontecendo? Para mim chega. Eu preciso pensar no que vou fazer.


ELEANOR fica em silêncio. GREGÓRIO a encara.


Eleanor  — Você está destruindo a nossa família, Gregório. Está satisfeito com o que fez? 

Gregório — (irritado) Você não consegue mesmo né entender, Eleanor. Mas deixe para lá. Eu tenho mais o que fazer. Até mais tarde. 


GREGORIO sai da suíte bastante nervoso. A câmera foca em ELEANOR que olha tudo com muito preocupação.

CORTA PARA/


CENA 15. HOSPITAL. LEITO. INTERIOR. FIM DE TARDE

CASSIANO e LÍVIA se rendem à paixão. Eles ficam se olhando de um jeito carinhoso. CASSIANO abraça LÍVIA. Em seguida ANA ROSA entra no quarto e fica morrendo de ódio ao ver a troca de carinho entre CASSIANO e LÍVIA. Quando os nossos protagonistas percebem a presença de ANA ROSA eles bastante sérios e preocupados. 


Cassiano — (sério) O que você está fazendo aqui, Ana Rosa? Eu já deixei claro que eu não queira mais te ver. Vá embora por favor.

Ana Rosa — Porque você tem que ser assim, Cassiano? Eu sou melhor que essa sonsa da Lívia em absolutamente tudo. Eu que deveria estar ao seu lado. E não ela. 

Lívia — Você não passa de uma invejosa, Ana Rosa. Eu acho melhor você ir embora antes que eu perca a paciência com você.

Cassiano — Não vale a pena, Lívia. Pessoas igual a Ana Rosa são totalmente vazias de caráter. A gente deve se afastar de gente assim. 


ANA ROSA fica muito nervosa. Ela dá um tapa na cara de CASSIANO. Em seguida LÍVIA devolve o tapa na vilã. 


Lívia — Nunca mais ouse levantar essa mão para bater no meu namorado. Eu vou acabar com essa sua arrogância. Sua infeliz. 

Ana Rosa — Você acha que pode fazer o que quiser só porque tem dinheiro, não é mesmo, Lívia? Mas eu ainda vou ter tudo que você tem. 

Cassiano — Já chega, Ana Rosa. Eu não vou admitir que você continue soltando o seu veneno. 


CASSIANO segura ANA ROSA pelo braço com bastante força. A vilã olha com muito ódio para LÍVIA.


Ana Rosa — (descontrolada) Você ainda vai se rastejar aos meus pés, Cassiano. Eu prometo. 

Lívia — Como é suja, Ana Rosa. Eu juro que se você fizer alguma contra o Cassiano eu não pensar duas vezes em fazer você pagar.

Ana Rosa — Você se acha tão esperta, não é mesmo, Lívia? Mas não passa de uma idiota. Até agora você acha que quem colocou fogo na associação foi o seu avô. Mas a verdade quem fez isso fui eu. Eu quero você morta. 


LÍVIA não consegue acreditar no que está ouvindo. Ela fica muito abalada. CASSIANO olha ANA ROSA com muita seriedade. A vilã começa a sorrir cinicamente. 


A imagem congela no olhar incrédulo de LÍVIA. Aos poucos uma onda invade a tela dando efeito e encerrando o capítulo.






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