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Vidas Cruzadas - Capítulo 02

Vidas Cruzadas - Capitulo 02 

No capítulo anterior...

Homem 2 - Bom, hoje de manhã recebemos um notificado da marinha...

Marina (Surpresa) - DA MARINHA?!

Homem 2 - Sim, parece que foi o encontrado o barco do seu marido...ele estava virado.

Marina (Trêmula) - Pera aí... v-você quer me dizer que o José...NÃO! NÃO!

(Marina se desespera e começa a chorar.)
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Edu - Saia logo dai Rodrigo, não está vendo que essa cor não combina em nada. 

Rodrigo (Irritado) - Não está vendo que estou pintando? fica muito fácil né, agora que comecei quer terminar. A cor quem pediu foi a mamãe, agora suma daqui.

(Edu irritado joga o que segurava na mão no chão.)

Edu (Furioso) - Eu já falei pra sair daí moleque, se não eu mesmo te tiro!

(Edu começa a balançar a escada.)

Rodrigo (Furioso) - VOCÊ TÁ MALUCO EDU? PARA DE BALANÇAR ISSO! PARA EDU!

(Rodrigo que estava no último degrau da escada acaba se desequilibrando e caindo, fazendo com que caia e bata a cabeça no chão. )

Edu (Perplexo) - RODRIGO! NÃO! RODRIGOOOOO!

(Ele se ajoelha diante do irmão, tenta acorda-lo. Mas logo percebe que o impacto foi muito forte e fez com que ele ficasse desacordado. Edu também nota uma poça de sangue saindo de sua cabeça. )

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Capitu - Mas é claro, por mim você começaria hoje. Mas temos muitas burocracias no nosso país, por mais que você seja maior de idade preciso dos seus documentos, claro, também da sua carteira de trabalho. 

Manuela - Sim, mas acontece é que quase não ando com essas coisas. Eu posso procurar lá em casa, quem guarda meus documentos é minha mãe. 

-
(Ela encontra dois documentos necessários, mas quando vai fechar a pasta um papel cai. Ela trata de pegar o papel, e percebe que é um documento de adoção ela se assusta e começa a ler.)

Manuela (Assustada) - Q-que é isso?! "documento de adoção" "cartório rio de janeiro".

(Ela se depara com seu nome escrito, e sua data de nascimento.)

Manuela (Assustada) - NÃO! não pode ser verdade...não pode!

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Fique agora com o segundo capítulo:

Cena 1 - Noite/Sala de Estar/Apartamento da Família Leitão. 

(Marina e Melissa chegam em casa com um monte de sacolas de compras na mão. Manuela está sentada na poltrona com a cabeça baixa segurando um papel.)

Marina - Mas cadê a Zuleika, quando eu preciso dessa mulher ela some.

Melissa - Eu vou lá chamar ela mãe, só um momento.

Manuela - Eu quero que você fique aqui Melissa. 

(Melissa olha assustada para Manuela.)

Melissa - M-mas o que eu fiz pra falar dessa maneira comigo?

Marina - Eu também não entendi, tá crescendo pro lado da sua irmã por que?

(Manuela levanta bruscamente e vai em direção de Marina. As duas ficam olhando cara a cara.)

Manuela (Gritando) - IRMÃ?! VOCÊS MENTIRAM A VIDA TODA PRA MIM! 

(Ela mostra o documento para Marina que se espanta na mesma hora.)

Marina (Perplexa) - Como você achou isso? eu não lhe dei o direito em mexer nas minhas coisas!

Manuela - E o que importa isso agora? agora as coisas começaram a fazer sentido, VOCÊ NUNCA ME AMOU! NUNCA! esse seu ódio por mim é porquê sou adotada, e você nunca me aceitou nessa família. 

Marina - Larga de ser idiota, eu sempre te amei. Independente sendo minha filha de sangue ou não, eu te amo!

Manuela (Chorando) - MENTIRA! toda vez que a Melissa aprontava quem levava as surras eram eu, quantas vezes meu pai interviu em nossas brigas. A senhora é um poço de ódio, nunca me amou e nunca nem sequer demonstrou sentimentos por mim.

Marina (Nervosa) - Cala a sua boca! Eu tô mandando Manuela, larga de show. Porque se não eu juro pra mim mesma que te bato agora!

Manuela - Bate, Bate! Eu posso muito bem revidar, até porquê você não é MINHA MÃE!

(Marina dá um tapa na cara de Manuela.)

Melissa (Assustada) - MAMÃE! 

(Melissa intervém no meio das duas.)

Manuela (Chorando) - Eu odeio você, EU ODEIO VOCÊ! 

(Manuela pega sua bolsa que está no sofá e saí correndo para fora do apartamento.)

Marina (Nervosa) - Se essa garota aparecer na minha frente, eu juro que mato ela a cintadas!

Melissa (Preocupada) - Mamãe...por favor, a Manu acabou de receber um choque muito grande. 

Marina - E eu com isso? já estava na hora dela saber, mas o José sempre quis esconder. Sua irmã terá de lidar com as dificuldades da vida. 
Agora peça a Zuleika para recolher essas sacolas, e eu vou tomar um banho. 

(Marina vai para seu quarto enquanto Manuela olha assustada com a reação da mãe.)

Cena 2 Noite/Casa de Irene/ Exterior.

(A multidão logo se espalha na calçada da casa de Irene. Edu está ajoelhado enquanto tenta acordar o irmão que acabara de bater a cabeça. Irene chega e se depara com seu filho atirado no chão, com uma poça de sangue saindo de sua cabeça.)

Irene (Chorando) - RODRIGO! MEU FILHO!

(Ela se junta a Edu e tenta acorda-lo.)

Irene - O QUE HOUVE COM ELE EDU?

Edu (Tremendo) - E-eu não sei...ele estava pintando a frente de casa, quando ele caiu...

Irene - FAÇAM ALGUMA COISA PELO AMOR DE DEUS! CHAMEM A AMBULÂNCIA, MEU FILHO NÃO PODE MORRER! 

(Irene começa a se desesperar e chora ao lado do corpo do filho.)

Abel (Assustado) - Já ligamos pra Ambulância dona Irene, com fé em Deus ele vai ficar bem.

(Abel olha para Edu.)

Irene (Desesperada) - Ele não pode me deixar....ele não PODE!

(Irene deita ao lado do filho.)

Cena 3 - Noite/Sala/Casa de Genuvia.

(Genuvia está olhando para janela para ver o que estava acontecendo. Íris chega em casa batendo a porta.)

Genuvia - Que susto minha filha! 

Íris - Não enche meu saco não, já foi uma confusão pra chegar até aqui.

Genuvia - É parece que um dos filhos da Irene se acidentou lá na frente. 

Íris - Que morra!

Genuvia (Nervosa) - Que isso garota!

(Ela dá um tapa no braço de Íris.)

Íris - Eu tive um péssimo dia hoje, parece que o mundo não girou ao meu favor. 

Genuvia - Isso não te dá direito em desejar a morte de ninguém. Cuidado com que fala, um dia poderá ser você. 

Íris - Tem razão, eu devo preferir morrer do que viver nesse lugar. 

Genuvia (Irritada) - CHEGA! vai pro seu quarto agora Íris! já estou cansada dessa suas conversas. 

Íris (Nervosa) - Se eu pudesse eu sumiria daqui, eu seria muito mais feliz no inferno do que aqui.

(Ela vai pro quarto batendo a porta.)

Genuvia (Preocupada) - O que eu fiz pra merecer uma filha dessa?

Cena 4 - Noite/Leblon/Orla

(A câmera mostra Manuela andando pela praia e chorando pelo o que aconteceu.)

Manuela - Eu quero esquecer tudo isso, eu quero acabar com essa dor. 

(Ela pega o primeiro táxi que aparece.)

Cena 5 - Noite/Hospital/Sala de Espera. 

Edu - Toma um copo d'água mamãe. 

Irene - Eu não quero copo nenhum, eu quero meu filho vivo!

(Ela abaixa a cabeça e começa a orar.)

Abel - Será que podemos conversar a sós, Edu?

Edu - Claro.

(Os dois vão para um lugar mais afastado dali.)

Edu - O que você quer? 

Abel - Eu vi você balançando a escada, eu vi você matando seu irmão!

Edu (Assustado) - VOCÊ TÁ MALUCO, SEU ABEL?!

Abel - Vocês dois estavam discutindo, eu vi Edu. Você balançou a escada e fez com que ele caísse.

Edu (Furioso) - Eu não vou ficar ouvindo essas suas baboseiras, mas eu te juro que se essa conversa sair daqui eu mato o senhor.

(Ele vai embora furioso batendo os pés.)

Cena 6 - Noite/Bar.

(A câmera mostra um homem enchendo um copo com bebida.)

Manuela (Bêbada) - Pode soltar mais, hoje eu quero encher a cara!

Dono do Bar - A senhorita já bebeu demais, não acha melhor parar?

Manuela (Bêbada) - Parar? Jamais! Hoje eu vou beber todas e esquecer essa vida maldita. 

(Ela puxa a garrafa da mão do dono.)

Cena 7 - Noite/Apartamento da Família Leitão/Quarto de Marina. 

(Marina está passando seu creme na perna quando chega Melissa.)

Melissa (Preocupada) - Mãe, a Manu não atende o celular. Eu tô começando a ficar preocupada, ela saiu daqui transtornada.

Marina - Não me importo, ela vai aprender a resolver os problemas. Eu na idade dela estava ajudando minha mãe na feira.

Cena 8 - Noite/Hospital/Sala de Espera. 

Médico - Vocês são os parentes de Rodrigo Silva Pereira?

(Irene e Edu se levantam rapidamente.)

Irene - Sim doutor, você tem alguma notícia do meu filho?

Doutor - Prazer, meu nome é Paulo, sou neurocirurgião...-

Edu (Angustiado) - Neurocirurgião? é aquele que cuida dos cérebros. 

Doutor - Exatamente, mas...eu vim falar do estado do seu filho. 

Irene (Preocupada) - Fala logo, meu coração tá palpitando. 

Doutor - Quando seu filho chegou na Emergência, ele já estava em um estado grave. E como o impacto foi muito grande quando ele bateu a cabeça, o seu cérebro enchou. Tentamos reverter o caso dele mas...-

(Irene começa a chorar e se apoia em Edu.)

Irene - NÃO DOUTOR! não me fala que ele morreu, por favor. Meu filho ia ser médico como você!

Doutor - Eu sinto muito, mas ele teve o que nos chamamos de morte cerebral. 

(Irene se ajoelha no chão.)

Irene (Chorando) - MEU FILHO NÃO! NÃO PODE SER VERDADE, O RODRIGO NÃO!

Cena 9 - Noite/Bar.

Dono do Bar - Chega minha senhora, eu tô cansado. Vamos se adiantando porquê eu vou fechar o bar. 

Manuela (Bêbada) - NÃO! eu pago...deixa eu beber mais...vai!

Dono do Bar - Se você não sair agora eu mesmo tiro você. 

Manuela (Bêbada) - Eu não preciso desse bar, tem muitos outros, ok? vai pro inferno!

(Manuela deixa o dinheiro no balcão e vai embora andando toda desengonçada.)

Cena 10 - Noite/Rua.

(Manuela começa andar, tonteando pela rua. Não liga para o que tem no caminho. Começa a se lembrar da briga que teve com a mãe.)

Manuela (Bêbada) - VAI PRO INFERNO MÃE!

(O sinal está aberto , mas Manuela pouco se importa. Atravessa a avenida em plena passagem de carro. A mesma se descuida e acaba deixando sua bolsa cair, com isso acaba não notando a presença do carro vindo em sua direção.)

(A imagem congela em Manuela olhando assustada em direção ao carro. A imagem fica branca e o capítulo se encerra.)




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