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Entrelaçados - Capítulo 28

CAPÍTULO  28


Criada e Escrita por ANDIE ARAÚJO 


Diretor de Núcleo DENNIS CARVALHO 


CENA 01.SALA DE ESTAR/ CASA DE DO CARMO. INT. NOITE.

Do Carmo vem da cozinha com um balde de pipocas. Manu sentada no sofá vendo um filme.

DO CARMO: O Marcos não chegou até agora! Ele saiu cedo…

MANU: Deve estar por aí com alguma garota ou fazendo os bicos dele.

DO CARMO: Eu senti arrepios durante todo o dia, acredita? Tô sentindo que não tem nada bom!

MANU: Isola, mãe.

Campainha toca. Do Carmo vai atender. Ela faz uma expressão assustada. Corta para Manu.

MANU: Quem é, mãe? Parece que viu uma assombração!

Volta em Do Carmo. Revela Marinho.

MARINHO: Oi, mãe.

Do Carmo gélida, assustada, sem entender. Do Carmo fica sem reação. Vai até o sofá e se senta. Marinho a acompanha. Manu confusa.

MARINHO: Mãe, mãe. Sou eu, Marcelo, tô vivo!

Do Carmo deixa lágrimas caírem.

MARINHO: Eu sei que a senhora sofreu com a minha partida, mãe. Eu sei que foi uma grande maldade…

DO CARMO: Cala a boca!

Do Carmo ao se levantar, acaba desmaiando. Manu se aproxima para ajudá-la. Marinho se afasta aos prantos.

Corta para:


CENA 02. BAR. INT. NOITE.

A CAM passeia pelo Bar. Um bar boêmio com um pagode de fundo. Jovens de classe média. Muitas pessoas. A CAM foca em Elisa (Juliana Didone) e Miguel chegando.

MIGUEL: Que barato isso aqui, Elisa.

ELISA: Sabia que você ia gostar! Vem, meu primo deve estar por aqui!

Elisa sai puxando Miguel para dentro do Bar. Eles se aproximam de uma mesa.

ELISA: Primo!

Vicente se vira e vê os dois. Miguel sorri ao ver que é Vicente. Eles sorriem um para o outro.

VICENTE: Elisa, que bom que veio!

Vicente abraça a prima e de olho em Miguel.

VICENTE brinca: Quanto tempo, né?

MIGUEL (ri): Muito tempo…

ELISA: Vocês se conhecem?

MIGUEL: Hoje, nos conhecemos hoje.

VICENTE: Ele foi mau: atropelou o Félix, acredita?

MIGUEL: Foi sem querer, tá.

ELISA: Gente, esse mundinho é muito pequeno mesmo! Vidas cruzadas, melhor, entrelaçadas!

Os três riem.

Corta para:


CENA 03. SALA DO COMANDANTE/ QUARTEL.

Comandante Sobral (André  Mattos) ali sentado. Helena se apresenta.

HELENA: Chamou, Comandante Sobral?

COMANDANTE SOBRAL: Sim, entre.

Helena se aproxima.

COMANDANTE SOBRAL: É que gostaria de comunicar, Soldado Helena, amanhã teremos teremos a distribuição das medalhas honra ao mérito e a senhorita será agraciada.

HELENA surpresa: Eu? Eu não…

COMANDANTE SOBRAL: Não seja tão modesta, menina. A senhorita merece. Seus salvamentos orgulham todos nós da corporação.

HELENA: Obrigada, Comandante.

Helena sorri contida, orgulhosa.

Corta para:


CENA 04.SALA DE ESTAR/ CASA DE DO CARMO. INT. NOITE.

Continuação da cena 01. Do Carmo recobra a consciência. Ela não percebe Marinho ali. Manu com um copo de água.

DO CARMO: Eu tive um sonho, só pode, né? Eu vi teu irmão!

Marinho se revela.

MARINHO: Mãe…

DO CARMO: O que é  isso? Uma brincadeira? Brincadeira de mau gosto do Marcos, trazer um sósia do Marcelo.

MARINHO: Mãe, não tem sósia, não tem brincadeira. Sou eu! Teu filho!

DO CARMO confusa: Meu filho!? Eu chorei pelo meu filho, eu chorei por ele ter morrido!

Marinho fica sem fala. Do Carmo se aproxima e o estapeia.

DO CARMO: Eu te odeio!

MANU pondera: Mãe, deve ter uma explicação!

DO CARMO: Maldade não tem explicação, Manuela. (P/ Marinho) Fora daqui, rapaz!

MARINHO: Mãe… deixa eu explicar!

DO CARMO: Não existe explicação para maldade.

MARINHO: Eu tive uma razão muito forte para fazer isso!

MANU: Deixa ele falar, mãe.

Do Carmo assente. Manu pede para Marinho se sentar.

Corta para:


CENA 05. SALA DE ESTAR/ CASA DE DO CARMO. INT. NOITE.

Manu, Do Carmo e Marinho ali. Marinho acaba de revelar sua história para a mãe.

DO CARMO: Meu Deus, filho! Perdoa, perdoa a minha reação mais cedo?

MARINHO: Não precisa, mãe. Eu no seu lugar também ficaria assim…

MANU: Gente, nós estamos em perigo… Você disse que esse homem pode tentar algo contra nós… (t) O Marcos sumiu desde cedo, mãe!

Do Carmo, Manu e Marinho assustados.

MARINHO: Será que ele pegou o Marcos?

DO CARMO desesperada: Ó céus!

Música de suspense. Batidas na porta. Eles se assustam. Marinho adentra para o interior da casa. Manu respira fundo e vai abrir.

Corta para:



CENA 06.SALA DE ESTAR/ CASA DE DO CARMO. INT. NOITE.

Continuação da cena anterior. Manu abre a porta. Fonseca se revela. Marinho vai até ele furioso, punho cerrado.

MARINHO com ódio: O que vocês fizeram com o meu irmão?

Fonseca mostra a arma na cintura.

FONSECA amedrontador: Não importa. O chefe mandou avisar que se você abrir a boca para a polícia seu irmão morre. Entendeu?

MARINHO: Eu que mato vocês!

Fonseca ri sarcástico

FONSECA: Não seja babaca, meu caro.

DO CARMO: Eu quero meu filho!

FONSECA: Vai ficar querendo, dona. (t) Ele está ótimo.

MARINHO: Prove!

Fonseca pega o celular e mostra uma foto de Marcos amarrado, mas cheio de hematomas de uma surra.

MARINHO: Eu mato você!

FONSECA desafia: Vem!

Marinho receoso não faz nada. Fonseca intimida com o olhar e vai embora. Manu abraça a mãe, que chora de desespero.

Corta para:


CENA 07. BAR. EXT. NOITE.

Miguel estaciona a moto próximo de Vicente e entrega o capacete. Este monta na garupa.

VICENTE receoso, pede: Ai, Miguel, vai devagar.

MIGUEL: Moto? Devagar? Não existe, cara!

VICENTE: Eu nunca andei nisso!

MIGUEL: É maravilhoso, dá uma sensação de liberdade! Pode segurar no meu ombro. Se quiser, pode agarrar!

Vicente segura na cintura de Miguel, este dá a partida e saem.

Corta para:


CENA 08. SALA DE ESTAR/ MANSÃO LIRA MUNIZ. INT. NOITE.

Lucca jogando um jogo barulhento no celular. Olavo desce o lance de escadas irritado.

OLAVO: Abaixe o som desse celular, moleque!

LUCCA: Oi? Não ouvi direito, tio.

Olavo pega o celular.

OLAVO: Confiscado, ouviu agora?

LUCCA: Ei. Faz isso não!

Lucca sai chorando. Paula vem da cozinha e estranha. Lucca corre até ela.

PAULA: O que foi? Olavo?

OLAVO: Eu o castiguei. Ficará sem o celular durante o fim de semana inteiro. Vive nessa porcaria, trancafiado no quarto!

PAULA: Meu querido…

OLAVO: Ele tá chato, Paula!

PAULA: Deixa ele comigo, eu cuidarei dele, ok?

OLAVO: Certo.

PAULA: Mas você está irritado desde cedo, não quer falar?

OLAVO: São muitos os processos. Queimando os neurônios…

PAULA: É mais que isso… eu sinto. Se abra!

OLAVO: Não é nada, Paula. Fica tranquila.

Olavo sai. Paula ali intrigada. Ela abraça Lucca.

Corta para:


CENA 09. RIO DE JANEIRO. NOITE/ DIA.

Ao som de “ Eyes Closed - Imagine Dragons”. A noite chuvosa. Trânsito caótico. Nascer do sol do Arpoador, Vôo de asa-delta, O Pão de açúcar.

Corta para:


CENA 10. SALA DE ESTAR/ CASA DE DINORÁ. INT. DIA.

Helena saindo do banheiro, enrolado numa toalha. A campainha toca.

HELENA: Já vai!

Ela abre a porta.

HELENA surpresa: Leonardo? Lia?

Close em Leonardo observando a moça com outras intenções. 

A cena congela, um esfumaçado azul, como se fosse uma neblina.

FIM DO CAPÍTULO





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