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Lar Doce Lar - Capitulo 08

*Lar doce Lar*
*Capítulo 08*
*Baseado no livro De Volta Para Casa de Karen White*
...


Cassie acorda e desce até a sala de estar. Ela encontra Joe sentado na poltrona com a bebê no colo.

Joe: Tia Lucinda disse que você quer vender a casa.

Cassie: Não preciso dela. O que eu faria com uma casa enorme e velha na Geórgia? Não moro mais aqui. Mas, se possível, gostaria de mantê-la na família. Tia Lucinda não a quer ou não precisa dela, mas se você quiser, é sua. Eu te dou esta casa.

Joe, distraído, batia de leve nas costas da bebê, e Cassie tentou não olhar para as mãos dele, para não ressurgir as lembranças.

Joe: Não, Cassie. Não conseguiríamos pagá-la. Mesmo que você nos desse ea casa, não conseguiríamos mantê-la. Não ganho muito como professor de escola e a loja da Helena mal dá para algumas despesas extras. Seu pai foi
muito generoso com a gente em seu testamento, mas temos cinco faculdades para bancar.

Cassie se sentou.

Cassie: Mas eu poderia ajudar! Poderia vender...
Joe: Não. Não é isso que o juiz queria. Acho que você deveria ficar com a casa, nunca se sabe quando pode precisar dela.

Ela discordou com um gesto de cabeça.

Cassie: Essa casa fazia parte de mim há muito tempo, mas aquela vida acabou para sempre e não há necessidade de eu ficar com ela. Se prender ao passado não é algo muito saudável.

Joe: Então, o que vai fazer?
Ela deu de ombros.

Cassie: Talvez pudesse vendê-la. Reparei nas placas de “em negociação” gramados dos Haneys e dos Duffys. Alguém está comprando propriedades em Walton.

Joe: É, mas não são o tipo de pessoas para s vender esta casa.
Cassie: O que você quer dizer com isso?
Joe: Os incorporadores compraram aquelas casas, fizeram um ótimo negócio com as famílias. Mas seu pai não os tratou muito bem. Eles querem construir um shopping center top de linha bem aqui.
Cassie: Sério?
Joe: Sim. Desde que colocaram uma saída na interestadual, toda a comunidade de Atlanta está se mudando para cá, e vários tipos de construtoras querem mudar Walton. Este lugar virou um verdadeiro circo. E você não vai acreditar em quem o comprou.

Ela ficou impaciente.

Cassie: Diz logo, quem?
Joe: Ed Farrell.
Cassie: Ed Farrell? Você tá de brincadeira, né?

Joe: Não. Ele tem seu próprio negócio de imóveis agora e está recrutando todos aqueles suburbanos para se mudarem para o bairro novo que ficará atrás de sua casa. Ele teve até o desplante de chamá-lo de Farrelllândia.

Cassie arregalou os olhos.
Na época do colégio, Ed era bem pobre e só ia com as roupas que sua mãe pegava do brechó.
Cassie: Nossa! —

Joe: Mas você nem pensaria em vender esta casa para uma incorporadora, não é mesmo?
Ela se levantou.

Cassie: Sinceramente, não sei. Se ninguém a quiser, serei obrigada a vendê-la. E ponto final.
Joe: Você faria isso para nos punir? Para se vingar do que aconteceu há 15 anos?

Cassie: Não, claro que não. Eu... É engraçado, mas nada disso parece ter mais importância. Teve por tanto tempo, quando fiquei longe, mas agora que estou aqui, percebo o quão
irrelevante tudo isso é para minha vida.

Joe: Não fizemos aquilo para te machucar, você sabe. Nós nos amávamos e te amávamos também. Mas todas as vezes que tentamos te contar, você mudava de assunto ou saía correndo. Parecia que você sabia o que íamos dizer, mas não queria escutar. Acho que você é o tipo de pessoa que precisa ser atingida na cabeça antes de acreditar na verdade.
Ela sorriu para ele.

Cassie: Talvez. Não que isso tenha importância agora. Tenho uma vida nova. Preciso fazer o que for necessário para voltar a Nova York e retornar à vida que batalhei tanto para construir.

Joe: Você está feliz?
Suas palavras a surpreenderam, lembrando da pergunta de seu pai: “Você ainda ri?”.
Cassie: Bem, sim. Claro. Claro que estou. Tenho um emprego maravilhoso, um excelente padrão de vida. Vivo numa das cidades mais animadas do mundo. Um homem inteligentíssimo que é louco por mim, e nós vamos nos casar. Como poderia não estar feliz?
Ele concordou.

Joe: Entendo. Bem, tudo que lhe desejo é que encontre a felicidade que eu e a Helena temos.
Cassie desviou os olhos.

Cassie: Queria que você repensasse sobre a casa. Ela tem todos os quartos de que precisa para as crianças. Eu preferiria não ter de vendê-la.

Joe: Faça o que quiser, Cassie. A casa é sua. E quando já não puder mais voltar atrás em sua decisão, ainda estaremos aqui, esperando, para ajudar você a superar isso.
A bebê começou a chorar e Joe saiu com ela.
No dia seguinte, Cassie acorda pra fazer uma corrida. Ela decide levar Maddie junto.
O celular de Cassie toca enquanto ela se arruma. É André.
Maddie fica ouvindo sua tia falar.
Cassie: Mentira. Você está brincando, né?
André: Não, é sério. Sei lá, parece que você está com um sotaque.
Maddie percebeu um tom de preocupação na voz da tia.

Cassie: Não se preocupe. Tenho certeza de que é temporário.
André: Então, como você está? Venho tentando te encontrar. Seu celular cai direto na caixa postal e todas as vezes que liguei para o número da casa deixei uma mensagem com uma pessoa chamada Lucinda. Cara! Pensa numa pessoa que precisa de fonoaudióloga. Mal conseguia entender o que
ela falava. Parecia que falava russo.

Cassie: É a irmã de meu pai. Aquela que cuidou de mim e de Helena quando nossa mãe morreu e tem sido uma espécie de mãe substituta desde então.

André: Ah, bem, com certeza ela deve ser muito legal. Ela lhe deu o meu recado?
Cassie: Sim. Mas eu, é..., está difícil encontrar um momento para te ligar. Tem sido uma loucura desde a morte de papai. Têm acontecido alguns fatos importantes por aqui, e por isso não te liguei logo. Queria antes pensar em todas as minhas alternativas.

André: Que tipo de fatos?
Maddie tentou se encolher o máximo possível para não ser vista.
Cassie: Bem, parece que herdei esta casa e tudo que está nela. Nem Lucinda, nem Helena querem. Tô me sentindo de mãos atadas agora.

André: Vende ela.
Cassie: É, com certeza eu poderia vendê-la. O que provavelmente terei que fazer. Mas esta casa está com a família desde 1840. Será uma decisão difícil. Sem falar no fato de que terei de remexer em tudo aqui, especialmente no sótão, que acredito estar intocado há anos.

André: Por que não liga para um corretor de imóveis e contrata uma daquelas empresas que vão até o lugar e se livram dos entulhos para
você? Aí, dentro de uma semana, pode estar aqui de volta.

Cassie: André, não sei... acho que não posso fazer isso.
André suspirou ao telefone.
André: Por que não? Nossos clientes precisam de você aqui. Eu preciso de você aqui. Sinto saudade de você.

Cassie: Eu sei. Também sinto. Me á apenas uma semana e terei uma ideia mais clara, tenho certeza de que até lá terei resolvido tudo.
André: Espero que sim. Não gosto quando você está longe. A cama fica grande demais.
Cassie se levantou e, pela primeira vez, notou Maddie, que começou a olhar para as unhas.
Cassie:  Aposto que sim. Talvez devesse se mudar para a cama de solteiro no outro quarto.
Cassie desligou o viva voz. Ela continuou a conversa e depois desligou.
Cassie e Maddie começaram a correr pelo bairro, cumprimentando os vizinhos. Cassie reconheceu várias coisas e pessoas de sua infância durante a corrida.
Elas pararam para ver uma réplica da estátua da liberdade.
Maddie: Parece com a verdadeira?
Cassie: Não exatamente.
Cassie toca na estátua, que é feita de isopor.
Maddie: É ridícula, né?
Cassie: Quer saber, Madison? O que os homens que levantaram esta estátua não tinham em sofisticação, certamente tinham em entusiasmo.

Maddie: É verdade, acho que poderia ser pior.
Uma caminhonete conhecida estacionou numa das vagas do parque.
Ambas olharam para a caminhonete quando duas pessoas desceram dela. Cassie apoiou a mão na testa para bloquear o Sol e viu o Dr. Parker com uma mulher puxando uma enorme coroa verde da caçamba da caminhonete.
O casal se aproximou de Maddie e Cassie.

Ao chegarem mais perto, a mulher sorriu para Cassie.

X: Aposto que não se lembra de mim.
Inicialmente, ela parecia em dúvida e, então, sorriu de volta.

Cassie: Maryane Harden.
Continua... (つ✧ω✧)つ  




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