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Amor Astral - Capítulo 19



Capítulo 19 (Semana Especial) – Carolina planeja se livrar de Beatriz.

Cena 01– Plano Astral [Externa/Manhã]
(Orlando chora com a cabeça baixa).

ADELAIDE: Eu sei o quanto isso tudo ainda é muito doloroso para você, mas você precisa aceitar e aprender a lidar com a realidade, aquele plano não lhe pertence mais, Orlando. Seu espírito precisa evoluir e ir para a eternidade, estou aqui para lhe guiar.

ORLANDO: Eu já falei que não vou aceitar isso nunca! (Ergue a cabeça com uma expressão de fúria no rosto). Eu não me identifico com essa história porque ela não é a minha história, eu não sou nada dele e nunca vou aceitar ter morrido para doar o meu coração para que ele vivesse, ele não tinha esse direito, ele não tinha... Eu não me importo em ficar vagando por aí, eu não me importo com a luz ou com a eternidade, eu vou ficar ao lado da minha mulher e da minha filha, nem que para isso eu tenha que partir para o lado das trevas! (Orlando vai embora e deixa Adelaide sozinha).

Cena 02– Casa de Benedito [Interna/Noite]
(Beto tenta entender as explicações que Benedito acabara de lhe fornecer).

BETO: Então você quer me dizer que eu e esse homem temos alguma ligação sobrenatural e por isso o espírito dele está sempre ao meu lado? Mas isso não faz o menor sentido, que ligação é essa?

BENEDITO: A ligação está bem aí, dentro de você. A história parece confusa, mas isso acontece porque você está sem memória, mas logo, logo tudo começará a fazer sentido.

BETO: Eu não aguento mais isso, tenho lembranças como se elas não fossem minhas, sinto que já estive nesse lugar, que conheço todo mundo, essa cidade, a Beatriz e a sua família. Sinto algo por ela tão inexplicável, que mal cabe dentro de mim. Afinal, quem sou eu?

BENEDITO: Não se apresse, logo a verdade irá aparecer. (Conclui).

Cena 03 – Haras Ferraz [Interna/Noite]
Música da cena: Encantada – Rafael Cortez e Sabrina Parlatore
(Imagens da cidade de Correntes são mostradas até chegar a propriedade de Tobias, focando no estábulo dos cavalos).

CLARISSA: Então é essa toda a história, você vai nos ajudar, não vai?

SEVERINO: Quer dizer que você não tem família, menino?

CORUJA: Não tenho pai, nem pai... Sou sozinho no mundo.

SEVERINO: Eu tenho certeza de que o Seu Tobias não vai gostar nada dessa história...

CLARISSA: Você vai contar para ele? (Interrompe Severino).

SEVERINO: Não, eu não vou contar nada. Na realidade, eu vou ajudar vocês, mas para isso, eu vou precisar contar com a ajuda do Israel e da Marildinha para ajudarmos vocês, esse vai ser o nosso segredo. Combinado?

CLARISSA: Combinado!

Cena 04 – Cabaré de Dona Cissa [Externa/Noite]
(Do lado de fora do cabaré, Cissa instrui alguns dos seguranças sobre o cabaré quando reconhece uma pessoa de seu passado sair da lojinha de conveniência).

DONA CISSA: Então é isso rapazes, podem voltar ao trabalho. Obrigada! (Cissa então atravessa a rua e se aproxima da mulher). Cacau, é você?

CAROLINA: (Carolina estava procurando a chave do carro dentro da sua bolsa quando ouviu a voz da mulher se aproximar dela e acabara se assustando).

DONA CISSA: É você sim, eu tenho certeza. Cacau do Pandeiro!



Cena 05 – Rua (Correntes) [Externa/Noite]
(Carolina permanece estática e de costas para Dona Cissa).

DONA CISSA: Que foi, Cacau? Não vai falar comigo?

CAROLINA: A senhora deve estar me confundindo, eu não conheço ninguém chamada Cacau, aliás isso nem é nome de gente.

DONA CISSA: Como não? Você acha que eu não iria te reconhecer, menina? Claro, você está mais elegante, bem vestida, cabelo mais claro e de longe se nota que está montada na grana, mas eu tenho certeza... É você, Cacau do Pandeiro!

CAROLINA: A senhora é louca, vou sair daqui! (Carolina entra no carro e arranca bruscamente).

(Serena sai do cabaré e vai ao encontro de Cissa).

SERENA: Quem é esse doido que saiu cantando pneu?

DONA CISSA: Uma velha conhecida... (Diz enquanto observa o carro sumir no fim da rua).

SERENA: Bom, precisam de você lá no bar, tem um homem que disse que só quer ser atendido se for por você, ele disse que não sai enquanto não ver você.

DONA CISSA: Ah, esses homens... Vamos lá até ele!

Cena 06 – Casa de Luiza [Interna/Noite]
(Beatriz e Beto se beijam ao se encontrarem na sala de casa).

BEATRIZ: Onde você estava? O Guilherme esteve aqui, conversamos a tarde toda.

BETO: Fui visitar o Seu Benedito, não achei que fosse demorar tanto.

BEATRIZ: Você está com fome? Posso preparar algo para comermos, não cozinho tão bem quanto você, mas posso improvisar algo.

BETO: Não precisa se preocupar, não estou com fome. Andei pensando em muitas coisas hoje e uma delas é que eu não aguento mais ficar dentro de casa, parado... Eu quero me sentir útil, digno de você e da sua família, quero colaborar com as despesas da casa, estou pensando em conseguir um emprego.

BEATRIZ: Emprego? Mas em que? Onde?

BETO: Eu vou descobrir em breve! Vou me deitar agora, estou com um pouco de cabeça, não é nada demais. Até amanhã! (Beto beija Beatriz e vai para o seu quarto em seguida).

BEATRIZ: (Observa Beto ir para o quarto, estranhando sua atitude, mas logo em seguida volta a sentir o cheiro de rosas) Que estranho, o cheiro de rosas novamente!

ORLANDO: (Sentado numa poltrona da sala, observa toda a cena) Ele não vai te conquistar, eu preciso fazer alguma coisa para impedir isso.

(No quarto de Beto).

BETO: (Senta na cama, olha para o espelho e se vê refletido. Em seguida se recorda do que Benedito lhe dissera).

Flashback:

BETO: Então você quer me dizer que eu e esse homem temos alguma ligação sobrenatural e por isso o espírito dele está sempre ao meu lado? Mas isso não faz o menor sentido, que ligação é essa?

BENEDITO: A ligação está bem aí, dentro de você. A história parece confusa, mas isso acontece porque você está sem memória, mas logo, logo tudo começará a fazer sentido.

Fim do Flashback.


BETO: (Sente um incomodo na cicatriz em seu peito, levanta a camisa e a observa no reflexo do espelho).

Cena 07 – Cobertura Montenegro [Interna/Manhã]
Música da cena: Cremosa – Banda Uó
(O dia amanhece, imagens da cidade de Recife são apresentadas até chegar a fachada do luxuoso prédio onde mora a família Montenegro. Na cozinha, Doralice dança enquanto faz o suco).

DORALICE: (Liga a câmera do celular e faz uma live, mostrando seu cotidiano enquanto canta e dança) Eu te disse, ela tá cremos-a-a-a... Eu te disse, ela tá cremos-a-a-a...

RANGEL: (Entra na cozinha se segurando para não rir com a cena) Cremosa eu não sei, mas que a situação vai ficar feia para o seu lado quando a cobra descer e não tiver o suco dela pronto. É para se apressar, ela já deve estar acordando, entendeu? (O mordomo sai da cozinha em seguida).

DORALICE: (Revira os olhos) Um dia eu ainda paro de servir suco para virar a madame que será servida! (Pega o celular e constata que ninguém visualizou sua live). Ah que droga! Ninguém me viu arrasando...

(Na suíte de Carolina, ela se levanta da cama e vai até o banheiro lavar o rosto e colocar uma leve maquiagem, em seguida volta para cama, e grava um story fingindo que acabara de acordar).

CAROLINA: Oi Carolfãns, como vocês estão? (Questiona se espreguiçando). Eu acabei de acordar e já vim desejar bom dia, agora vou tomar o meu café reforçado e hoje terei um dia cheio, até mais tarde, beijos!

(Carolina estava tão distraida, que acabou não percebendo a presença de Alberto em seu quarto, ele estava sentado em uma poltrona).

ALBERTO: Sua vida de influencer é mesmo uma farsa como essa sua pose, não é mesmo? (Debocha). Onde você esteve ontem à noite?

CAROLINA: O que está fazendo aqui? Quer que a criadagem te veja no meu quarto e comece a desconfiar? Eu não te devo satisfações, Alberto!

ALBERTO: Uma hora eles terão que saber que estamos juntos!

CAROLINA: E quem disse que nós estamos? Sabe Alberto, eu já me cansei de você, já nos divertimos, mas passou nosso tempo. É melhor para nós dois que cada um siga o seu caminho, não acha?

ALBERTO: (Aplaude) Me apunhalando pelas costas, exatamente como pensei! Sabe Carolina, você é realmente bem previsível. Eu sempre soube que você nunca passou de uma vadia que entrou na vida do meu pobre irmão para depená-lo e que assim como ele, você só estava me usando, você se acha muito esperta não é?

CAROLINA: Na realidade eu sou! Me livrei do meu marido, somos casados em comunhão de bens, logo eu ficarei com tudo. Já você, como bem sabe, não passa de um adotado, tirado de uma lata de lixo. Eu não vou te dar nenhum centavo e não pense em me ameaçar, afinal, sou muito esperta, nada no desaparecimento do Cadu é ligado a mim, já você... (Carolina começa a rir).

ALBERTO: (Também cai na risada).

CAROLINA: (Estranha o comportamento de Alberto) Tá rindo de que, imbecil? Se o seu irmão reaparece, você vai para a cadeia, não percebe?

ALBERTO: Percebo! Eu sabia que cedo ou tarde você iria querer mostrar essas suas garrinhas e me passar a perna, por isso eu te segui.

CAROLINA: Me seguiu? Como assim me seguiu? (Carolina se desespera com a possibilidade de Alberto ter encontrado Cadu primeiro).

ALBERTO: Já olhou seu WhatsApp hoje? Se eu fosse você, eu dava uma olhada...

CAROLINA: (Estranha, mas logo em seguida desbloqueia o celular e olha a conversa com Alberto, ele acabara de lhe enviar uma foto, trata-se da noite em que ela assassinou Candelária) Mas o que significa isso?

ALBERTO: Você não é muito esperta? O que aconteceu? Eu explico, essa daí é uma foto sua após matar aquela mulherzinha, a que esconde o seu filho bastardo. Você fala tanto que eu fui abandonado numa lata de lixo e no final, a única cadela que pariu e jogou o filho numa lata de lixo... Que coisa feia, Carol... Será que seus seguidores iriam gostar disso?

CAROLINA: Seu desgraçado! (Grita)

ALBERTO: Bem, agora eu vou tomar o meu café, acho bom você pensar duas vezes antes de me passar a perna... (Levanta-se e caminha em direção a porta). Ah e antes que eu me esqueça, bom dia! (Sai do quarto).

CAROLINA: Seu desgraçado! (Joga um travesseiro em direção a porta. Em seguida levanta-se e vai até a gaveta onde havia guardado a arma que usou para matar Candelária, percebendo que ela não está mais lá). Desgraçado! Você pensa que me venceu, mas você vai ver quem rir por último, você vai ver!

Cena 08 – Divina [Interna/Manhã]
(Guilherme está na redação da revista, enquanto está em sua mesa de trabalho, lembra-se de sua conversa com Beatriz e do que o médico do Hospital de Correntes havia lhe dito).

GUILHERME: (Abre seu notebook e começa a pesquisar sobre transplante de coração, encontrando diversas matérias e notícias a respeito, ele começa a ler) Deixe-me ver... Pessoas que que fizeram transplantes... Pedro Larceda, vinte e seis anos, após realizar um transplante acordou após a cirurgia com uma imensa vontade de brigar, alegando sentir uma profunda e inexplicável raiva, aparentemente sem razão. Alguns meses após ao transplante, percebera que sabia cozinhar e descobriu-se um verdadeiro mestre da culinária. As respostas somente começaram a aparecer quando ele descobriu e passou a ter contato a família de seu doador, descobrindo então que ele morreu em uma briga de bar e que era um renomado chefe de cozinha. (Fecha o notebook e fica pensativo). Será? Não... Deve ser loucura da minha cabeça!

Cena 09 – Haras Ferraz [Interna/Manhã]
(Severino acabara de levar café da manhã para Coruja no estábulo, quando na saída é surpreendido).

TOBIAS: Posso saber o que faz saindo desse alojamento com uma bandeja? Não me diga que agora está fazendo suas refeições com os cavalos?

SEVERINO: Pois eu digo! Acontece que eu não tenho muita paciência para a falação do Israel e a Marilda logo cedo, aí vim comer com um pouco de tranquilidade aqui.

TOBIAS: Entendi, apesar de achar isso muito estranho. Enfim, cada um com suas manias. Precisamos ir ver uma égua que está para dar a luz, parece que o filhote está atravessado, já mandei chamar o veterinário. Leve essa bandeja para dentro e me encontre no alojamento dezenove.

SEVERINO: Sim senhor, é para já... (Severino sai rapidamente com a bandeja).

TOBIAS: (Olha para o alojamento de onde Severino acabara de sair com semblante de desconfiança, após alguns instantes ele também vai embora).

Cena 10 – Sorveteria [Interna/Tarde]
Música da cena: A Gente Samba – Gabriel Nandes
(Beatriz e Clarissa enquanto tomam um sorvete).

CLARISSA: Então quer dizer que o seu amigo começou a investigar o passado do Beto?

BEATRIZ: Sim, Guilherme Vieira é um excelente profissional, tenho muita esperança de que em breve iremos descobrir toda a verdade sobre o seu passado. Onde mora, quem é sua família e o que aconteceu para ele parar na estrada no dia em que o atropelei.

CLARISSA: Bom, eu espero que ele realmente consiga alguma pista e que vocês ajudem esse pobre homem a descobrir a sua verdadeira identidade. Bom, agora tenho que voltar para a escola! (Diz ao deixar o dinheiro do pagamento embaixo da taça de sorvete).

BEATRIZ: Eu te dou uma carona, estou de carro. No caminho continuamos conversando e eu te conto tudo.

CLARISSA: Então vamos!

(Clarissa e Beatriz vão embora da sorveteria e cruzam com uma cliente que está com o cardápio cobrindo completamente o seu rosto).

CAROLINA: (Carolina abaixa o cardápio que cobria seu rosto assim que Beatriz e Clarissa cruzam a porta de saída do estabelecimento) Quer dizer que a jornalista está bancando a detetive? Vamos ver até onde ela consegue ir antes que eu a tire do meu caminho... Talvez ela suma, um acidente, um tiro... Não disse como! (Carolina começa a rir).

A câmera foca em Carolina segurando o cardápio da sorveteria, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.



Trilha Sonora Oficial, clique aqui.


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