CAPÍTULO 48
(Antepenúltimo Capítulo)
uma novela de
FELIPE LIMA BORGES
livre adaptação do livro de Rute
Edição da Versão Reprise por
RAMON FERNANDES
EDIÇÃO:
Restante do Capítulo 64 + Início do Capítulo 65 ORIGINAL (SEM CORTES)
CENA 1: EXT. BELÉM – CAMPOS – DIA
Ali no campo não há ninguém a não ser Noemi, e as árvores estão anormalmente silenciosas. Ela caminha cantarolando devagar e baixo, sabe bem o que está acontecendo ali, pode sentir no ar. No entanto, como se tudo estivesse bem, Noemi pega uma fruta, coloca-a na cesta e continua a andar simulando um dia comum. Olha devagar para os lados conforme anda...
De repente, de todos os lados, os homens da Caravana surgem por entre as árvores e folhagens, todos apontando suas espadas. Noemi olha ao redor... Está cercada por eles. Segismundo e Gael vem de frente para ela. À sua esquerda, Tamires também aparece com os guardas que, nesse mesmo instante, se assustam com a presença da Caravana.
GUARDA 1 — Ei!...
GUARDA 2 — Quem são esses?!
O guarda 2 é atingido por uma flecha certeira e cai. O outro saca sua espada, mas também é acertado e desaba. Tamires, indiferente a eles, olha para Noemi (assustada com isso), e sorri.
Noemi não esperava que Tamires fosse estar ali. Olha para Segismundo, que mantém a espada apontada. Tamires se aproxima devagar.
TAMIRES — Não temos mais nada a falar. Apenas saiba que perdeu, e morrerá.
Segismundo então vem para cima, a espada pronta para golpear Noemi! Nesse instante, outro barulho estranho e, de um lado, atrás de alguns da Caravana, surgem soldados comuns e membros dos Guardiões da Terra, todos apontando espadas e flechas!
COMANDANTE — Parados!!! Todos, parados!!!
Ao notar os soldados, todos os homens da Caravana se dispersam e correm, inclusive Tamires. Um arqueiro atira contra eles, e vai atrás. Noemi, um tanto assustada pela iminência do golpe de Segismundo, observa os soldados também se espalhando atrás da Caravana. Um deles vem até ela para protege-la.
Alguns da Caravana saem de entre as árvores e correm pelo campo aberto, mas logo são alcançados e cercados pelos soldados. Em outros lados, arqueiros da Caravana tentam atirar para trás, mas em vão. Os soldados arqueiros atiram neles, que caem mortos.
Em outro ponto, Gael corre, corre muito. Olha sempre para trás, aparentemente não há ninguém perseguindo-o. Consegue fugir pelos campos e some.
Em outro lugar, Iago luta com soldados. Bate em um, soca outro, desvia, mete o soco, desarma, agarra dois, joga-os no chão e corre! Também consegue fugir ileso.
Desesperados, Segismundo e Tamires correm pelo lado de fora de Belém, paralelos à muralha. Próximos do portão, eles notam mais soldados vindo de encontro, e são obrigados a entrar na cidade.
CENA 2: EXT. BELÉM – RUAS – DIA
Os belemitas se assustam com os dois passando correndo por entre eles.
TAMIRES — Não devíamos ter vindo por aqui!
SEGISMUNDO — Agora já é tarde! Corra!
Então eles empurram umas pessoas e invadem uma casa.
CENA 3: INT. BELÉM – CASA INVADIDA – DIA
Rapidamente os dois tomam direções diferentes ali dentro e cada entra em um cômodo.
Tamires se abaixa, entra embaixo de uma mesa, puxa alguns móveis para escondê-la e, assustada, ouve atentamente os barulhos.
Segismundo não consegue um lugar a tempo. Ao ouvir o barulho de alguém entrando na casa, ele pula para trás de uma porta. Momentos de tensão... Estão nos outros cômodos, passam pela casa, falam coisas que não dá para se entender... Ansioso, Segismundo não aguenta, sai do cômodo e corre.
Chegando em uma janela, ele passa por ela e cai numa escada lateral; sobe-a e sai na laje da casa.
CENA 4: EXT. BELÉM – CASAS - DIA
Ali em cima ele nota vários soldados sobre as casas nos arredores.
SEGISMUNDO — Maldição!
Ele pega uma espécie de lança decorativa que encontra, joga-a em um soldado na casa ao lado e tenta fugir pulando para outra laje vazia. Todos os soldados o notam e começam a se aproximar pelas casas vizinhas. A população lá embaixo assiste apreensiva.
Encurralado de um lado, Segismundo desvia e pula para outra casa. Assustado, desequilibra, olha para trás e continua a correr. Fazendo todo o esforço para fugir, pula para outra laje.
De longe, um arqueiro o mira e atira. A flecha vem a toda velocidade e acerta Segismundo, correndo, de raspão. Ele tropeça e cai na laje. Se esforça para se levantar, mas não consegue. Rapidamente os soldados, pulando de casa em casa, se aproximam e chegam ali, apontando espadas e flechas para ele.
O Comandante vai até Segismundo caído e o levanta. Outros dois soldados amarram seus punhos.
COMANDANTE — A mulher! Tamires! Onde ela está?!
Segismundo encara o Comandante.
CENA 5: EXT. BELÉM – RUA – DIA
Segismundo, preso por soldados, vê outros trazendo Tamires, se debatendo, até eles.
SEGISMUNDO — (para Tamires) Eu não cairia sozinho.
Tamires o encara com tremendo ódio.
TAMIRES — Maldito! Segismundo, seu imbecil! Seu maldito!!!
O Comandante faz sinal e os soldados levam Segismundo e Tamires.
CENA 6: EXT. MOABE – MURALHA – DIA
Um soldado moabita caminha tranquilamente pela muralha, é só mais um dia qualquer.
Parece só mais um dia qualquer, pois nesse instante ele houve um barulho. Um barulho muito esquisito... Olha para a cidade, não vê nada. Nas ruas, apenas a população caminhando normalmente. Então olha para os campos ao redor... e franze o cenho. O barulho vem dali.
Ele se aproxima do guarda-corpo da muralha e observa assustado: uma massa escura começa a surgir ao longo da linha do horizonte, por entre os montes e montanhas ao redor. Uma massa escura que vai se aproximando e crescendo. Mas ela não para de surgir, pois vem de todos os lados.
O soldado então olha para as distâncias laterais, e a mesma massa escura está surgindo, aumentando e se aproximando mais e mais. Desesperado, ele sobe uma escada que há ali e observa. Finalmente distingue: são homens! Não, um exército! Um exército incontável! Um exército de tamanho inimaginável que surge não só de um lado, mas de todos os lados de Moabe! Saem das fendas das rochas distantes do horizonte e correm, correm aos gritos! Os olhos arregalados do soldado moabita contemplam a massa incontável de homens cercando Moabe como formigas cercando um formigueiro!
Imediatamente as trombetas são tocadas e o som ecoa pela cidade...
CENA 7: INT. PALÁCIO – SALA DO TRONO – DIA
Zylom, em seu trono, sai de seus pensamentos e olha para o soldado que se aproxima rapidamente.
ZYLOM — Como ousa entrar sem ser anunciado, soldado?!
SOLDADO — (chegando ali) Senhor, queira me perdoar, mas é urgente! Um exército!... Um exército incontável, um exército interminável está se aproximando rapidamente da cidade! São muitos homens, mais do que os de qualquer história fantástica! São tantos homens que parecem brotar da terra, senhor! Estão vindo de todos os lados do horizonte!
Aflito, Zylom se levanta.
ZYLOM — O quê?!...
Nesse instante, outro soldado invade a sala do trono e corre até ali.
SOLDADO 2 — Senhor! Senhor!... Os amorreus! Os amorreus estão vindo, senhor! Os amorreus estão vindo!
Aflito, Zylom encara o nada... Rapidamente quebra o choque e olha para os soldados.
ZYLOM — Chamem o Capitão!!!
O outro soldado corre, e logo retorna com o Capitão.
CAPITÃO — Quais são as ordens para o exército, senhor?! Os amorreus estão à nossa porta com um exército inimaginavelmente maior!
ZYLOM — Traga-me Aylla!
CAPITÃO — O quê?!
ZYLOM — VOCÊ OUVIU!!!
O Capitão o encara assustado e confuso.
ZYLOM — Traga-me Aylla imediatamente!!! Se Faruk acreditava tanto no poder em potencial dessa garota, então ela ainda servirá! Vou sacrificá-la e os deuses nos salvarão!
O Capitão faz que sim e sai correndo. Aflito, Zylom senta na ponta de seu trono.
CENA 8: INT. CASA DE LEILA – LOJA – DIA
Leila e Aylla, à porta da loja, falam sobre as trombetas que soaram.
LEILA — Não sei não, Aylla. Isso não é bom sinal.
AYLLA — Não é um... prenúncio de guerra?
Leila a olha com preocupação. De repente, alguém vem correndo lá de cima: Myra, sem disfarce, mas nas vestes de Sumo Sacerdotisa. Chega ali e entra puxando-as para dentro.
LEILA — Myra, mas o que é isso?!
MYRA — Leila! Aylla!... Aylla!... (respira)
AYLLA — O que é isso, senhora Myra?! O que aconteceu?! Por que está assim?!
Myra se recupera.
MYRA — Escutem!... Escutem... Os amorreus... Os amorreus estão vindo.
Leila e Aylla, preocupadas, se entreolham.
MYRA — E o rei... O rei ordenou que soldados te buscassem, Aylla. O rei... quer sacrificá-la em emergência.
O semblante de Aylla começa a mudar para extrema aflição.
LEILA — Mas como assim?! Como o rei soube dela?! Por que ela???!!!
Aylla começa a chorar de pavor.
AYLLA — Mãe!... Mãe... Será que eu nunca vou ter paz?!
LEILA — (abraçando-a) Minha filha!
MYRA — Vim assim que soube para podermos tentar escapar! Vamos, vamos tentar ir para outro lugar!
Myra as puxa, mas é obrigada a parar: o Capitão e três soldados chegam ali e entram apontando suas espadas.
Leila abraça Aylla como que protegendo-a, e Myra se coloca na frente delas.
CAPITÃO — Peguem a garota.
Os soldados avançam, tiram Myra do caminho e puxam Aylla dos braços de Leila, que grita tentando impedi-los. O Capitão observa com tranquilidade. Os homens então jogam Leila no chão e arrastam Aylla.
AYLLA — Não!!! Me soltem, me larguem!!! Me soltem!!!
Myra tenta avançar contra, mas um deles a empurra com força em uma prateleira e ela cai.
CAPITÃO — Vamos.
O Capitão e os soldados saem arrastando Aylla, que grita desesperada.
CENA 9: EXT. MOABE – CAMPOS – DIA
Vindo de todas as direções, o absurdamente gigantesco exército amorreu se aproxima de Moabe. Em cada homem, um escudo, uma espada apontada para o alto e um grito.
De repente, o cavaleiro à frente, o rei dos amorreus (filho do antigo rei morto por Zylom há 10 anos), para de cavalgar, faz um sinal e todo o exército, mesmo a parte do outro lado do monte de Moabe, para.
Um silêncio enlouquecedor... Então ele fala.
REI AMORREU — Há 10 anos, o rei de Moabe, Zylom, de forma vil e covarde, atacou nossas cidades, destruiu nossos lares, matou aqueles que amávamos, e outros... levou como escravos.
Os homens prestam muita atenção.
REI AMORREU — Depois disso, não tivemos forças o suficiente para enfrentarmos nossos algozes e vencê-los. Infelizmente caímos... Infelizmente perdemos. Muitos se lembram, meu pai era o rei!
Vários soldados fazem que sim.
REI AMORREU — Mas nada como o tempo para curar as feridas. Ao longo desses 10 anos fomos obrigados a nos esconder. Mas, nos interiores das cavernas, nós nos organizamos. Ali, onde podíamos ouvir o pulsar dos corações das montanhas, pudemos nos concentrar e planejar nossa volta triunfal, nossa reconquista! Pudemos renascer e crescer, com a esperança de que seríamos incontáveis no dia em que o sol brilhasse novamente sobre nós!
Os homens estão cada vez mais motivados.
REI AMORREU — E agora, meus irmãos, esse dia finalmente chegou! Esta será a batalha de nossas vidas!
Os soldados gritam!
REI AMORREU — Chegou a hora de fazermos justiça! Chegou a hora de Zylom pagar pelos seus crimes!
Todos gritam empunhando suas espadas e balançando seus escudos; um barulho ensurdecedor.
REI AMORREU — ATACAAAAAAR!!!!!!
Então o rei cavalga pela planície, na direção do portão de Moabe. Ao redor, seu exército avança furiosamente. De cima, é uma gigantesca massa escurecendo o solo e sufocando o monte onde a cidade moabita está edificada.
CENA 10: INT. PALÁCIO – SALA DO TRONO – DIA
O Capitão entra na sala trazendo Aylla, angustiada. Ao vê-los, Zylom se levanta de seu trono e, devagar, desce as escadas conforme os dois se aproximam... Encara ela com um sorrisinho.
O Capitão e Aylla param no momento em que Zylom também para, de frente para ela. Aylla o encara num misto de medo e desprezo.
ZYLOM — Você não estava morta?
PÁH! Zylom mete uma bofetada no rosto de Aylla.
ZYLOM — Mortos não sentem dor.
Os olhos de Aylla estão marejados.
ZYLOM — (para o Capitão) Onde está Myra?
CAPITÃO — Nós a vimos na loja de Leila. Parecia estar ajudando-as.
Os músculos da face de Zylom tremem de raiva.
ZYLOM — Outra traidora!!!
Aylla respira ofegante... Zylom então olha para ela, toma-a das mãos do Capitão e sai arrastando-a. Aylla se debate desesperada...
CENA 11: EXT. BELÉM – PRAÇA – DIA
Os belemitas abrem caminho para os soldados – guiados pelo Comandante - levando Segismundo, Tamires e outros membros da Caravana da Morte com os punhos amarrados. Ao lado do Ancião, Noemi observa-os. Rute vem correndo de algum lugar até Noemi.
RUTE — Senhora! Senhora!... Está tudo bem?!
NOEMI — (acalmando-a) Sim, Rute, não se preocupe. Estou bem.
RUTE — Fiquei muito preocupada quando soube que a senhora estava lá, correndo perigo, por um plano...
NOEMI — Eu mesma apresentei esse plano ao Ancião, Rute. Sabia que Tamires me observava, me perseguia... Era muito óbvio o que ela faria.
Aliviada, Rute abraça Noemi. Então a solta.
NOEMI — Me desculpe, eu não podia lhe contar, Rute. Sei que não aprovaria.
RUTE — Não mesmo!
Noemi sorri.
NOEMI — Mas graças a Deus deu tudo certo.
Rute faz que sim e elas observam a movimentação. O Ancião aguarda a chegada de todos.
CENA 12: INT. PALÁCIO – QUARTO DO REI – DIA
A porta se abre e Zylom, com Aylla presa em seus braços, entra e fecha a porta.
AYLLA — Me solta! Socorro! Me larga!!! Por que me trouxe aqui?!
ZYLOM — Farei o sacrifício aqui mesmo, é mais alto! Estarei seguro caso essas baratas malditas cheguem!
AYLLA — Me solta!!! Me solta, me deixe em paz!!!
ZYLOM — Não adianta, Aylla. Seu destino é esse. Gritar não servirá de nada!
Zylom a segura firme em seus braços.
CENA 13: EXT. DESERTO – DIA
Agachado na margem de um riacho, Iago enche seu odre. Alguém vem correndo... Iago olha, é Gael, que chega ali e para ofegante.
GAEL — Iago! Ah!... É um alívio encontrar você!... Por muito pouco não fomos pegos...
Iago sorri para Gael cansado, põe-se de pé e bebe do odre. Depois eles se encaram.
IAGO — Na verdade foi eu que o encontrei.
Gael, estranhando, franze o cenho.
IAGO — Não viu minhas vestes jogadas lá em cima? Meus pertences espalhados naquele lado?
Gale permanece confuso.
IAGO — Eu só o guiei até aqui. Pensou que me encontraria, e encontrou. Só não esperava encontrar também o Assassino, não é?
Iago então pega um tecido escuro entre seus pertences ali no chão e se cobre de qualquer jeito. Pega um máscara de metal e cobre o rosto com ela: a máscara com um semblante de desdém gravado... a máscara do Assassino. Ele a tira da frente do rosto e encara Gael com o mesmo semblante de sua máscara.
De repente, um punhal cai de dentro da manga de Gael para sua mão e ele ataca Iago. Esse rapidamente bloqueia o golpe, segura o braço de Gael e toma o punhal. Gael olha assustado e Iago mete-lhe um soco, fazendo-o cair.
IAGO — Eu esperei muito por isso, Gael. Mas foi um período bom.
Iago, de pé, observa Gael caído.
IAGO — Ver o medo estampado em seus rostos a cada nova vítima que eu fazia. Observar vocês desesperados por seu grupo maldito estar desmoronando pouco a pouco, sem fazerem ideia de onde vinha o golpe.
GAEL — Por quê?...
IAGO — Eu me lembrei de tudo, Gael. (semblante vai mudando) Você matou Maya. (lágrimas brotando) E ela sofreu... morreu sofrendo... sofrendo muito... sendo queimada... E, além de tudo, amarrada... Sem poder nem se mexer...
Gael, caído e aflito, não ousa levantar com Iago de pé sobre ele.
IAGO — Mas com você será um pouco diferente, Gael. Vai sentir seus braços completamente livres, vai poder se mexer... mas será em vão. (pequena pausa) Nada adiantará. E, eu garanto, isso será muito mais sofrido.
GAEL — Estamos cercados! Há vários de nossa Caravana em posição nas árvores ao redor! Dezenas de flechas apontadas para a sua cabeça!
Iago ri.
IAGO — Você é patético. Passou anos fingindo ser meu amigo, mentindo! Podia ao menos morrer com uma verdade.
GAEL — Segismundo!... Foi Segismundo quem mandou!...
Iago sorri minimamente. De repente, mete um soco em Gael e o levanta do chão. Arrasta-o até o riacho, segura a parte de trás de sua cabeça e a enfia na água com toda a sua força. Desesperado, Gael leva suas mãos à perna de Iago e a aperta fortemente. Iago sente a dor, mas resiste enquanto pressiona e mantém a cabeça de Gael dentro da água. Ele se debate, aperta e arranha a perna de Iago, mas em vão; esse continua afogando-o.
Pouco a pouco, seus movimentos diminuem e suas mãos afrouxam na perna de Iago, que o mantém ali até os braços caírem e o corpo ficar mole e completamente imóvel. Depois, Iago o retira da água, pega sua espada e corta a cabeça.
Satisfeito, observa a cena... Então pega a máscara do Assassino, encara-a por uns instantes... e a joga ao lado do corpo; vai embora.
CENA 14: EXT. MOABE – MURALHA – DIA
O Capitão caminha pela muralha, passa por seus soldados. Todos observam, um tanto temerosos, o exército colossal se aproximando. Estão prontos para lutarem.
CAPITÃO — Guardem os muros!
De repente, uma nuvem de flechas se levanta da massa escura de amorreus e voa na direção de Moabe. Alguns se abaixam, mas vários soldados moabitas são atingidos e caem mortos.
Os soldados chegam à muralha jogando grandes escadas e subindo por elas. Os primeiros são jogados ou atingidos por flechas moabitas, mas logo muitos outros veem e invadem a muralha. Homem contra homem, espada contra espada. Os amorreus são muitos, e passam com facilidade pelos soldados na muralha. Logo a batalha se estende para as ruas da cidade.
O exército moabita, espalhado, tenta conter a fúria dos amorreus, mas falha e homem a homem vai morrendo à espada.
CENA 15: INT. CASA DE LEILA – LOJA – DIA
Parada na entrada da loja, Leila vê a batalha se aproximando de sua rua.
LEILA — Me ajude a fechar a loja, Myra!
Myra se aproxima.
MYRA — Espere! Deixe-me sair.
LEILA — Onde você vai?!
MYRA — Salvar Orfa!
LEILA — Myra, é perigoso!
MYRA — Eu posso abrir as celas. Ainda não deve ter se espalhado sobre minha traição.
LEILA — (desesperada) Myra, por favor! Se possível, salve Aylla!
MYRA — (angustiada) Isso é mais difícil... Ela está nas mãos de Zylom...
Leila chora aflita.
MYRA — Ore, Leila! Ore!!! Rogue ao Senhor! Por Aylla, por todos nós!
Imediatamente Myra sai correndo pela rua. Leila rapidamente fecha a loja e se ajoelha para orar.
CENA 16: EXT. MOABE – RUAS – DIA
Parte do exército avança por uma larga rua. O rei amorreu os lidera.
REI AMORREU — Não façam mal à população! Mas acabem com todos os soldados!
Soldados moabitas se aproximam e eles lutam. Os movimentos dos amorreus são rápidos e ágeis, e não têm muita dificuldade para matar os moabitas e continuarem.
CENA 17: INT. PALÁCIO – QUARTO DO REI – DIA
Claramente com medo, Zylom observa as ruas da cidade pela janela de seu quarto. Aylla, do outro lado do cômodo, o olha com os olhos marejados.
AYLLA — Esse é o seu fim...
Ele treme de raiva... Vira para ela.
ZYLOM — Não! (apontando o dedo) Mas o seu, certamente!
Zylom avança contra ela, prende-a em seus braços e, sem soltá-la, começa a acender velas em um pequeno altar que há ali. Aylla grita e tenta se soltar, mas ele a segura com força, e IMAGEM CONGELA.
Obrigado pelo seu comentário!