Cena 1/ Shopping Leblon/ Joalheria Ouro Blindado/ Tarde.
Num rompante, em câmera lenta, Rafaela dá uma chave de pescoço em Paola, tira a arma de sua bolsa e aponta para a cabeça da irmã. Todos ficam desesperados. Muita ação.
Rafaela: Se chegar alguma polícia aqui, adeus Paola privilegiada! Vão pagar pra ver?
Close nas reações de espanto de todos. Rafaela continua segurando Paola pelo pescoço (ela está desesperada). Valorizar o desespero de Paola.
Paola: (com medo) Pelo amor de Deus Rafaela, me larga! Você pode se estrepar se fizer alguma coisa comigo… O papai e a mamãe estão dispostos a te ajudar!
Rafaela: Cala a sua boca!
Paola chora, desesperada.
Rafaela: Vem comigo!
Rafaela arrasta Paola até a porta dos fundos da loja. Todos se apavoram.
Carlos: (grita desesperado) Larga ela!
Tamara: (chorando) Minha filha… Ai meu Deus, me dá uma luz!
Cris: (chorando) A minha amiga!
Eduardo: A polícia já deve estar chegando! Mas eu vou ligar mais uma vez.
Eduardo saca o celular.
Cris: Foi tudo culpa minha… Se eu eu não tivesse vindo aqui e dado na cara dela, a Paola estaria segura.
Tamara: Não Cristina, a culpa não foi sua. A Rafaela está muito louca, muito descontrolada.
Carlos: Eu vou atrás dela!
Tamara: Não Carlos, espera!
Cena 2/ Shopping Leblon/ Estacionamento/ Carro de Rafaela/ Tarde.
Rafaela abre a porta de seu carro, joga Paola no banco do carona e logo depois entra, sempre com a arma em punho.
Paola: Foge e me deixa aqui Rafaela! Não faz nada comigo. Eu sempre gostei de você, sempre te tratei bem!
Rafaela acerta um tapão na cara de Paola.
Rafaela: Mentirosa! Você sempre jogou na minha cara que eu era a rejeitada! Mas nada disso importa agora.
Ela liga o carro e aponta a arma pra cabeça de Paola, que treme. Rafaela enfia o pé no acelerador e o carro "voa".
Cena 3/ Avenida/ Noite.
Anoiteceu. Foco no carro de Rafaela seguindo em alta velocidade. Na outra outra mão da avenida, vemos o carro da polícia passando, com a sirene ligada.
Cena 4/ Shopping Leblon/ Joalheria Ouro Blindado/ Dia.
Todos ali angustiados e desesperados. Algumas pessoas curiosas se juntam… Os policiais chegam no shopping e entram na joalheria.
Policiais: Já mandaram uma viatura atrás do carro dela, fiquem tranquilos.
Tamara: (chorando/devastada) Isso não pode estar acontecendo!
Cris, também chorando, vai até Tamara e dá-lhe um abraço.
Cris: (chorando) Fica calma Tamara! Vamos rezar pra que tudo corra bem!
Tamara: Eu nunca pensei que fosse dizer isso, mas eu estou com medo da Rafaela…
Carlos: (preocupado/com medo) A Rafaela tá descontrolada!
Carlota: Vamos rezar, como a Cris disse!
Cris, Tamara, Carlos, Carlota e Eduardo dão as mãos, fazendo um círculo, fecham os olhos e fazem uma oração, fora de áudio…
Cena 5/ Rodovia/ Noite.
Começa a chuviscar. Um trânsito horroroso de carros e caminhões. O carro de Rafaela corta uma caminhonete e entra numa estradinha de terra. Podemos ver pelo vidro, que Rafaela continua dirigindo equanto aponta a arma pra Paola.
Drone mostra que o carro da polícia vem vindo pela rodovia e se depara com o trânsito. Corta p/ interior do carro:
Policial: Ai meu Deus… Corta o caminho, ou a gente perde a menina de vista.
O outro policial gira o volante e corta os carros para chegar mais a frente. A sirene é ligada.
Cena 6/ Matagal/ Casinha/ Noite.
Chuviscos. Foco no carro de Rafaela vindo do matagal escuro, com os faróis ligados, em direção àquela mesma casinha caindo aos pedaços, em que Rafaela acabou com Ágata. Rafaela desliga o carro e desce com a arma em punho.
Rafaela: (ordenando) Desce!
Paola desce do carro tremendo de frio e medo.
Paola: (tremendo) Só não me mata por favor!
Rafaela a segura pelo braço, com violência, e vai empurrando-a até a casinha.
Rafaela: Vai, entra logo nessa porra!
Cena 7/ Casinha Pobre/ Noite.
Rafaela entra com Paola e acende a luz. A câm dá um giro no ambiente. No chão vemos a garrafa quebrada com sangue seco em volta.
Paola: Que lugar é esse?
Rafaela: Não faz perguntas!
Rafaela empurra a irmã na parede, logo depois dá uma bofetada nela.
Paola: (farta) CHEGA RAFAELA! Me deixa! O que foi que eu te fiz? Pra quê esse ódio comigo?
Rafaela: (apontando a arma/ transtornada) Você me fez tudo, sua vadia! Você teve tudo que eu não tive! Eu só me lembro do dia do meu aniversário de 15 anos, não teve NADA pra mim! E eu ainda tive que receber lição de moral vinda de você!
Flashback on: (Cena 17 - Cap. 1)
Rafaela desce as escadas do prédio. Paola corre atrás.
Paola: Rafaela volta aqui agora!
Rafaela: Vai pro inferno Paola, me deixa em paz.
Paola alcança o braço da irmã mais velha.
Paola: Como é que você fala assim com os nossos pais? Você perdeu o senso?
Rafaela: (se soltando) Quem é você pra falar de senso? Tem 13 anos, nem sabe o que é isso!
Paola: Ah sei. Ôh se sei. Você é que não sabe. Porque é uma ridícula mimada. Ou acha que eu não sei que você tá P* da vida, porque não teve uma festa de 15 anos como suas colegas?
Saem lágrimas dos olhos de Rafaela.
Rafaela: Cala a boca, eu não sou invejosa!
Paola: É sim! Você devia lamber os beiços por ter ganhado alguma coisa. Entenda de uma vez: Papai e mamãe estão em dificuldades financeiras!
Rafaela: Não vou ficar aqui te escutando não. (Aumenta o tom) Você não tem o direito de me julgar! Tchau.
Rafaela enxuga as lágrimas e desce as escadas correndo.
Flashback off.
Rafaela: (com ódio/aperta a arma) Eu fiquei com tanto ÓDIO de você naquele dia. Mas tanto…
Paola: (chora) Então me perdoa minha irmã! Eu nem podia me ligar desses seus problemas, eu era uma criança, tinha 13 anos, não sabia o que tava dizendo! Me perdoa?
Rafaela: Não… Você é nojenta! Você nunca gostou de mim! Sempre se achou por receber mais atenção… EU TE ODEIO TANTO… NÃO SEI SE ODEIO MAIS VOCÊ OU OS QUE ME COLOCARAM NO MUNDO.
Paola: São nossos pais/
Rafaela: SEUS pais! Meus eles nunca foram. Apenas me criaram pra ser uma qualquer aí.
Foco na janela, tensão e suspense. Alguém observa por lá o que está acontecendo, mas vemos apenas a sombra da pessoa.
Rafaela: Alguém precisa pagar por isso! E esse alguém vai ser você!
Rafaela engatilha a arma. Paola, tapa seu rosto, sentindo muito medo, e grita:
Paola: Naaaaaaaão!
E quando Rafaela vai apertar o gatilho… DUDA entra pela janela muito rapidamente e pula em direção a mão armada de Rafaela. As duas disputam a arma violentamente. Muita ação.
Duda: Larga logo essa merda!
Rafaela: O quê que você tá fazendo aqui, sua cadela?
Duda: Eu te segui até aqui! Sua idiota!
Rafaela, se sentindo insultada, toma rédia da arma e bate o objeto no queixo de Duda.
Duda: Sua piranha!
As duas disputam ainda mais a arma, até que caem no chão. Paola fica sem reação ao ver toda essa cena.
Duda: Larga essa arma!
Rafaela: Eu nunca te daria esse gostinho, sua nojenta traíra!
Elas lutam ainda mais.
Cena 8/ Casinha/ Área Externa/ Noite.
Sons de grilo, emaranhado com a gritaria vindo da casa. Um barulho alto de tiro vindo lá de dentro faz tudo se calar. Ouvimos o grito:
Paola: (off) AHHHHHHHHHHHHHHHH!
O grito faz eco…
-Abertura-
Cena 9/ Casinha Pobre/ Noite.
Close numa marca de tiro na parede sem reboco. A cam vai se distanciando e vemos Paola toda encolhida ao lado dessa marca. Duda e Rafaela continuam a lutar e gemem de dor.
Paola: (tremendo/p/si) Eu preciso sair daqui!
Ela se levanta, abre a janela atrás de si e pula.
Cena 10/ Matagal/ Noite.
Paola tonta, desnorteada.
Paola: Eu preciso buscar ajuda! A Rafaela pode matar a Duda.
Paola anda um pouco, vê a estrada de terra por onde veio e sai correndo por ela.
Cena 11/ Mansão Delval/ Cozinha/ Noite.
Tamara, Carlos, Cris e Carlota. Cris leva um copo de água com açúcar para Tamara.
Cris: Toma Tamara, você tá muito nervosa!
Tamara: (ansiosa) Eu não quero! Eu só quero as minhas duas filhas salvas.
Carlota: Você precisa se acalmar! Toma essa água.
Tamara pega o copo da mão de Cris e resolve beber. Eduardo entra na cozinha.
Eduardo: Olha gente, a polícia ainda não encontrou o carro da Rafaela!
Instrumental - Sombrio.
Carlos: Mas como não?
Eduardo: Também não sei…
Reação desanimada de todos.
Cena 12/ Casinha Pobre/ Noite.
(Instrumental continua)
A mesmas lutando pela arma, até que Duda consegue pegá-la pra si. As duas se levantam e Duda aponta a arma pra Rafaela.
Rafaela: Atira se você tem coragem!
Duda: Não pede que leva…
Rafaela: Vai logo! Minha vida já tá acabada mesmo. Quer dizer, já nasceu acabada. Eu não tenho mais saída! Vamos garota, se cria! Atira logo, bem aqui! (Bate no peito)
Duda: (apontando) Você atropelou a Érika cara… Você tinha que ter tirado satisfações comigo, não com ela!
Rafaela: Não quero saber do seu sermão! Me mata logo, anda!
Rafaela olha pra um banquinho de madeira ali ao lado e não pensa duas vezes: pega-o e joga-o na direção da cabeça de Duda, que cai no chão, morrendo de dor. Rafaela aproveita, corre e pula a mesma janela que Paola pulou.
Duda: (no chão) Aiii, sua desgraçada!
Cena 13/ Matagal/ Casinha/ Noite.
Ouvimos o barulho das sirenes de polícia. Rafaela corre muito pelo mato e some por entre as moitas… A CAM gira e mostra que dois carros de polícia param na frente da casinha. Paola desce de uma das viaturas acompanhada de dois policiais.
Paola: Ela tá aqui dentro dessa casinha. Entrem logo!
Cena 14/ Casinha Pobre/ Noite.
Os policiais chutam a porta e entram com armas em punho. Eles só vêem Duda caída, gemendo de dor e com um banco em cima de si.
Policial: Cadê a tal da Rafaela?
Duda: Ela fugiu.
Policial: Droga!
Cena 15/ Mansão Delval/ Sala/ Noite.
Tamara, Carlos, Cris, Carlota e Eduardo sentados no sofá, aflitos. A campainha toca.
Carlos: Eu atendo!
Quando ele abre, dá de cara com sua filha Paola, sã e salva. Ele se emociona.
Carlos: (muito feliz) PAOLA!
E eles se abraçam fortemente, com muita emoção… Tamara corre até a filha e os três se abraçam com muito amor. Cris, Carlota e Eduardo observam a cena com um sorriso no rosto.
Cena 16/ Rio de Janeiro/ Dia.
Amanhece na cidade… Plano geral no Prédio de Érika.
Cena 17/ AP de Érika/ Sala de Jantar/ Dia.
Duda e Érika tomam café à mesa.
Érika: Eu tô muito chocada com o que você tá me contando…
Duda: Eu lutei com ela e apontei a arma assim. Eu nunca poderia imaginar que a Rafaela pudesse fazer isso… Ela era pacífica…
Érika: E ela me atropelou sabe…
Duda: Eu te peço desculpas por ter te envolvido nisso!
Érika: Eu é que insisti em ficar com você. E olha que não me arrependo…
Elas se beijam.
Cena 18/ Mansão Delval/ Sala de Jantar/ Dia.
Paola, Carlos e Tamara tomam café.
Carlos: E a Rafaela sumiu mesmo, não a encontraram até agora…
Tamara: O melhor foi ela ter sumido mesmo…
Carlos olha com um olhar enigmático para Tamara.
Paola: O que foi gente?
Tamara: Nada!
Paola se levanta.
Tamara: Vai pra faculdade? Mas ainda tá cedo.
Paola: Não, eu não vou pra faculdade. Eu vou fazer uma coisa.
Carlos: Que coisa?
Close em Paola colocando discretamente as mãos em sua barriga.
Paola: Quem sabe um dia eu conto pra vocês… Mas agora eu preciso ir. Tchau!
Carlos e Tamara: Tchau!
Paola pega sua bolsa/mochila e sai. Os dois se olham não entendendo muita coisa.
Tamara: O que será que ela vai fazer?
Carlos: Não faço a menor ideia.
Cena 19/ Rua/ Clínica Dra. Amanda/ Dia.
Paola caminha pela rua até que para em frente a clínica. Ela respira fundo…
Paola: Coragem Paola! É hoje!
Cena 20/ Clínica Dra. Amanda/ Corredor/ Dia.
Amanda e Paola andam pelo corredor.
Amanda: Finalmente chegou o dia Paola!
Paola: Finalmente Doutora Amanda. Eu passei por muitos problemas nesses últimos dias e desse eu quero me ver livre o quanto antes.
Amanda: Venha pra sala do procedimento. A Eloiza esterilizou tudinho!
Paola: Claro.
Cena 21/ Clínica Dra. Amanda/ Sala de Procedimento/ Dia.
Paola deitada na maca, já com as vestimentas hospitalares e uma touca. Amanda vem com uma injeção.
Amanda: Primeiro eu vou aplicar a anestesia, fica calma!
Amanda injeta a agulha na veia de Paola. Close nela adormecendo aos poucos…
Cena 22/ Clínica/ Rua/ Dia.
Um grupo de cerca de 10 pessoas se aproxima da clínica, todos eles muito agressivos. Uma mulher fervorosa, toma frente.
Mulher: É aqui o abatedouro da assassina de bebês, irmãos! Vamos irmãos, não vamos deixar que essa assassina mate mais uma criança inocente!
Todos: (gritam) Vamos!
Mulheres: Lancem suas armas e vamos ao ataque!
Todos: Sim irmã!
Um homem joga uma garrafa de coquetel molotov no portão da clínica, imediatamente se inicia um incêndio. Muita tensão.
Cena 23/ Clínica Dra. Amanda/ Sala de Procedimento/ Dia.
Amanda está fazendo a operação em Paola, quando ouve-se uma gritaria frenética.
Amanda: (incomodada) Ôh Raíssa vai olhar o que é isso.
Raíssa olha pela janela e vê aquele monte de gente lá embaixo.
Raíssa: (preocupada/tensa) Doutora!
Amanda: O que foi?
Raíssa: Tem um monte de evangélico lá na porta! Eles até jogaram um coquetel molotov no portão e parece que vão entrar!
Muita tensão. Close em Amanda que engole seco, com medo.
FOCO EM AMANDA/
A IMAGEM CONGELA COM UM EFEITO DOURADO.
Encerramento com Instrumental de Tensão -
Obrigado pelo seu comentário!