Capítulo
23
Cena 01 – Umbu-Cajá, Restaurante
Nordestino [Interna/Tarde]
(Ao perceber que foi enganada por
Betinha, Luiza Helena fica irritada).
LUIZA HELENA: Que brincadeira é essa, Roberta Miranda?
DURANT: Que surpresa! Não imaginava te encontrar aqui...
LUIZA HELENA: Jura que não? Porque para mim está muito claro que
você armou tudo isso aqui com ela. Eu nem sabia que vocês se conheciam a esse
ponto. O que pretende? Induzir a minha irmã a acreditar nessa história
estapafúrdia? (Reclama).
DURANT: Não existe história estapafúrdia aqui, Luiza Helena.
A única coisa que existe é uma mulher cabeça dura, que está completamente cega
e que se perdeu dentro dela mesma! (Responde alfinetando Luiza Helena).
LUIZA HELENA: Eu não vim até aqui para ser ofendida, muito menos
para ter o desprazer de te ver de novo. Vamos embora, Betinha!
BETINHA: Epa! Será que vocês dois pelo menos uma vez não podem
se comportar como dois adultos e parar de brigar como cão e gato? Eu vim até aqui
pela comida maravilhosa, estou faminta e não saio daqui enquanto não almoçar.
Vocês vão cooperar ou não?
RAFAEL: É isso aí, estamos juntos! (Fala concordando com
Betinha).
DURANT: Você tem toda razão, Betinha. Não estamos agindo como
pessoas maduras! Eu posso muito bem almoçar aqui ou em qualquer outra mesa, não
vai ser a presença dessa senhora que irá me fazer perder o apetite. (Volta a se
sentar).
LUIZA HELENA: Eu é que não me importo com a sua presença nem um
pouco.
BETINHA: Finalmente! Podemos almoçar tranquilamente agora,
como pessoas civilizadas? (Pergunta se sentando junto a Rafael e Durant).
LUIZA HELENA: (Revira os olhos e percebe que resistir será inútil,
em seguida junta-se aos três e também se senta) Está bem, mas precisamos ser
breves. Tenho que voltar logo para a revista...
(Luiza Helena e Durant olham para
direções opostas, ignorando um ao outro. Enquanto isso, Betinha e Rafael acham
graça da situação).
Cena 02 – Na Boca Do Povo, Redação
[Interna/Tarde]
Música da cena: Flores No Jardim - Llari
(Imagens aéreas sobrevoam os grandes
edifícios na capital paulista. Logo em seguida, surge a fachada do prédio onde
fica instalada a redação da revista. Na recepção, Fernanda, Suzana e Ângelo
assistem ao vídeo de Amara Ferraz, que viralizou na internet).
SUZANA: Uau, que voz! Por onde essa mulher andou por todo
esse tempo, como ninguém reparou nesse talento ou deixou que ela sumisse? (Diz
após o vídeo se encerrar).
FERNANDA: É exatamente o mesmo que eu tenho pensado, eu preciso
entrevistar essa mulher. Tenho certeza de que essa história vai render uma
ótima capa! E tem mais, não sei se vocês sabem, mas ela e o meu tio se
relacionaram no passado.
ÂNGELO: Claro, eu sabia que conhecia esse nome de algum
lugar. Acho que o Demétrio comentou uma ou duas vezes alguma coisa sobre ela,
mas nunca se aprofundou muito sobre o tema. A única coisa que eu sei é que ela
desapareceu após uma notícia vazar na imprensa, acho que foi exatamente isso
que ocasionou a derrocada.
FERNANDA: E que notícia tão devastadora seria essa para
ocasionar o fim da carreira dela?
ÂNGELO: Ela já foi capa dessa revista, mas quando se envolveu
em um escândalo. Foi a partir daí que veio a público o seu envolvimento com
drogas. Depois de tamanha exposição ela perdeu contratos, não renovou mais com
a gravadora, se endividou, perdeu tudo e desapareceu.
FERNANDA: Nossa! A cultura do cancelamento já existia muito
antes do que pensávamos. Mas, porque será que o meu tio foi capaz de publicar
isso em sua própria revista? Ela era a namorada dele, a mulher que ele amava.
Eu não entendo!
SUZANA: Que babado essa história, hein?
ÂNGELO: Pois é, infelizmente o Demétrio não está mais
presente para nos explicar melhor o que aconteceu naquela época. A única coisa
que sei, é que conhecendo o seu tio como conheci, ele jamais teria autorizado a
publicação de manchetes tão destrutivas e vexatórias.
Cena 03 – Casa de Durant
[Interna/Tarde]
(Em casa, Maria Rita aproveita o
momento livre para colocar a faxina em dia).
MARIA RITA: (Varre
a casa quando ouve batidas na porta) Ué, quem será?
(Maria Rita vai até a porta e se
surpreende ao abri-la).
MARIA RITA: Você?
(Pergunta assustada).
CARUSO: (Entra na
casa) Você não deu as caras dizendo que estava doente ontem, vim ver
pessoalmente como você estava. Não gosto de perder dinheiro!
MARIA RITA: (Olha para a rua e se certifica de que ninguém tenha
visto Caruso entrar, em seguida fecha a porta) Pois você já viu! Eu nunca te
dei o direito de vir até a minha casa, vá embora. Não quero que o meu primo ou
o meu filho tenham o desprazer te conhecer.
CARUSO: Pelo o que vejo, você teve uma súbita melhora... Você
não está me enganando, está? Você sabe como eu fico quando mentem pra mim.
MARIA RITA: Vá embora da minha casa, você não tem o direito de
entrar aqui. Daquela porta para dentro, eu não sou de sua propriedade. Sua
presença não é bem-vinda!
CARUSO: (Agarra o pescoço de Maria Rita) Você ficou louca?
Que jeito de falar é esse, sua vagabunda? Eu venho onde eu quiser e entro onde
bem entender. Te espero a noite, não se atreva a faltar ou você verá do que eu
sou capaz... (Joga Maria Rita no chão e vai embora).
MARIA RITA: (No chão, tenta recuperar o fôlego) Pois você vai ver
do que eu sou capaz, eu não estou mais disposta a aceitar esse tipo de coisa,
não estou. (Fala consigo mesma).
Cena 04 – Chesca’s, Restaurante
Italiano [Interna/Tarde]
(De longe, Francesca e Enrico
assistem Lola falar com a imprensa no interior do restaurante. Flashes e
câmeras estão posicionadas na direção da cantora).
JORNALISTA 01: Amara,
por onde você esteve durante todo esse tempo? (Pergunta apontando o microfone
na direção de Lola).
LOLA/AMARA: Onde eu estive, não importa mais. O que importa é
onde estou agora, não sou mais a Amara que toda a imprensa era acostumada a
entrevistar, como podem ver, sou uma mulher comum e agora me chamo Lola.
(Responde).
JORNALISTA 02: E o que você pretende fazer agora, vai voltar a
cantar ou gravar um novo CD?
LOLA/AMARA: Não, essa é uma página da minha vida que já está
virada. Eu não pretendo mais voltar aos palcos. O que vocês viram naquele vídeo
da internet, não voltará a se repetir.
JORNALISTA 01: E você manteve contato com o Demétrio Martins de
Andrade? Vocês foram um casal muito badalado anos atrás, a mídia sempre queria
saber de vocês. Ele faleceu há alguns meses e nunca mais foi visto com mulher
nenhuma, o que muito provavelmente quer dizer que ele nunca a esqueceu.
LOLA/AMARA: (Olha para Enrico e Francesca, em seguida volta a
olhar para os jornalistas e responde) A coletiva está encerrada!
JORNALISTA 02: Eu ainda tenho uma pergunta...
LOLA/AMARA: (Interrompe o jornalista) Eu vim até aqui falar com
vocês, porque sei muito bem como é a imprensa e que vocês iriam me perseguir
até o fim para falar comigo, então eu preferir enfrentar esse momento. Não
pretendo voltar a cantar, nem viver nos holofotes novamente. Peço que por
gentileza os senhores se retirem agora, pois já importunou demais a minha vida
e a dos meus amigos. A tranquilidade em primeiro lugar, por favor! (Estende as
mãos direcionando os jornalistas à saída).
Cena 05 – Umbu-Cajá, Restaurante
Nordestino [Interna/Tarde]
(No restaurante de Zeca, o almoço
entre Luiza e Durant continua em clima de tensão).
ZECA: (Observa a
movimentação no restaurante de Francesca pela janela) Ué, o que será que está
acontecendo lá para ter essa multidão de jornalistas? O que será que a
carcamana aprontou dessa vez... (Fala sozinho consigo mesmo).
RAFAEL: Betinha, você falou com o Enrico sobre aquela projeto
da faculdade? (Puxa assunto).
BETINHA: (Olha para Rafael e percebe que ele está mentindo,
resolvendo então acompanha-lo na mentira) Ainda não, tanta coisa acontecendo
que eu acabei esquecendo.
RAFAEL: Porque não vamos lá em cima e falamos com ele? Não
vamos demorar muito.
BETINHA: É verdade, esqueci que ele mora aqui na frente. Mana,
eu vou falar com o Enrico rapidinho, prometo que não vou demorar. Continua
comendo, que eu já volto.
LUIZA HELENA: Tem que ser agora, mesmo? Eu não quero ficar sozinha
com ele... (Sussurra).
BETINHA: Eu já volto, é importante Prometo que não demoro!
Rafa, você me acompanha? (Pergunta ao ficar de pé).
RAFAEL: Claro, eu vou contigo sim.
(Rafael e Betinha deixam Luiza Helena
e Durant à sós propositalmente).
LUIZA HELENA: (Continua ignorando a presença de Durant e segue almoçando.
Ao olhar para a jarra de suco de laranja em cima da mesa e tenta pegá-la, porém
não alcança devido a distância).
DURANT: Você é mesmo uma cabeça dura, custa pedir? (Diz ao
perceber que Luiza Helena está se esforçando para pegar a jarra, porém não a
alcançara. Em seguida ele pega a jarra e a entrega para Luiza Helena, é aí que
as duas mãos se tocam).
LUIZA HELENA: (Segura a jarra e ao sua mão tocar a mão de Durant,
ela o olha e sente sua mão tremer) Eu não preciso da sua ajuda, aliás eu não
preciso de nada que venha de você.
DURANT: E porque seu corpo diz o contrário? Porque suas mãos
tremem como nos velhos tempos?
LUIZA HELENA: (Tira as mãos do alcance de Durant) Cadê a Betinha
que não volta? Precisamos ir embora logo, eu tenho mais o que fazer do que
ficar aqui ouvindo tanta besteira.
Cena 06 – Na Boca do Povo, Redação
[Interna/Tarde]
(Ângelo vai até a copa buscar um
pouco mais de café e ao sair de lá, se depara com Evandro).
ÂNGELO: Olha, resolveu aparecer? Eu já saquei o seu joguinho,
está dando dois passos para trás e em breve planeja dar o seu novo bote, não?
EVANDRO: Se você tivesse o mesmo gás para advogar quanto tem
para me enfrentar, não haveria espaço para tanta corrupção nesse país.
ÂNGELO: Na realidade eu estou fazendo isso nesse exato
momento.
EVANDRO: Sabe o que eu acho, Ângelo? Aliás, eu vou te dar um
conselho. Não é de bom tom ficar ameaçando ou colocando as pessoas contra a
parede. Lembre-se, quem faz muitos inimigos costuma não ter um final feliz.
ÂNGELO: Isso é uma ameaça?
EVANDRO: Longe de mim, eu jamais seria capaz de ameaçar um
jovem tão bom como você e outra, não acho que você queira fazer companhia para
o amiguinho Demétrio, que Deus o tenha, quer?
ÂNGELO: Eu não tenho medo das ameaças. Não fale do Demétrio,
essa sua boca imunda não tem moral para falar o nome dele. Pode anotar, eu vou
convencer a Luiza Helena a te escorraçar dessa empresa.
EVANDRO: Eu hoje estou em um excelente dia e por isso vou te
dar outro conselho. Se eu fosse você, eu teria medo... São Paulo anda muito
violenta, o trânsito caótico. Vai que você bate o carro e morre? Se cuida! (Diz
ao pegar uma garrafinha d’água e se retirar logo em seguida).
ÂNGELO: (Observa Evandro ir embora enquanto pensa na ameaça
que acabara de sofrer).
Cena 07 – Ruas de São Paulo
[Externa/Tarde]
Música da cena: O Ar Que Eu Respiro -
Dienis
(Imagens da cidade de São Paulo são
apresentadas, em seguida surge como plano de fundo uma avenida, focamos em um
carro modelo do último ano na cor preta, trata-se do carro da Mansão Martins de
Andrade, no interior do veículo o motorista dirige cautelosamente, enquanto
Luiza Helena está sentada no banco traseiro com um olhar distante).
LUIZA HELENA: (Relembra o almoço que tivera com Durant há pouco
tempo atrás e começa a falar consigo mesma através de seus pensamentos) Até
quando eu vou viver presa a esse sentimento que não me leva a lugar algum? Eu
quero me libertar desse amor, eu não quero mais voltar a vê-lo. Eu não posso
voltar a vê-lo!
Cena 08 – Casa de Durant
[Interna/Tarde]
Música da cena: O Ar Que Eu Respiro -
Dienis
(Continuação imediata da cena
anterior. Enquanto ouvimos a voz de Luiza Helena lutando contra seus próprios
sentimentos, podemos ver Durant em seu ateliê olhando para uma tela em branco).
DURANT: (Segura um pincel enquanto olha para a tela, como se
tivesse tentando recuperar a inspiração. Em seguida ele também relembra dos
momentos que passou com Luiza Helena e ao fixar o pensamento no rosto dela,
começa por fim a jogar cores sobre a tela).
Cena 09 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Tarde]
(Imagens aéreas da cidade são
apresentadas e em seguida chegamos ao bairro do Morumbi. Surge então a fachada
da Mansão Martins de Andrade. Na cozinha da Mansão, Eva prova um pouco do
tempero da carne que está preparando para o jantar, enquanto mexe a panela).
EVA: (Adiciona mais uma pitada de sal e mistura na panela.
Em seguida, com ajuda de uma espátula, prova mais um pouco) Agora sim, está uma
delícia.
EMPREGADA: (Entra na cozinha com uma grande quantidade de
correspondências nas mãos) Dona Eva, o carteiro acabou de deixar essas
correspondências. O que faço com elas?
EVA: (Continua mexendo a panela no fogão) Você deixa as de
sempre aqui em cima do balcão. Água, energia e gás que eu pago com o dinheiro
das despesas do mês, as demais você deixa junto daquela carta lá na penteadeira
da Senhora Luiza Helena, depois eu aviso a ela.
EMPREGADA: Sim senhora! (A mulher deixa as contas orientadas por
Eva em cima do balcão da cozinha e em seguida vai até o quarto de Luiza
Helena).
(No andar superior da mansão, a
empregada entra no quarto de Luiza Helena).
EMPREGADA: (Vai até a penteadeira e abre a gaveta. A imagem foca
na carta que já está no interior da gaveta, trata-se de uma carta direcionada à
Luiza Helena. Em seguida, a empregada pousa as outras correspondências em cima
da carta, fecha a gaveta e sai do quarto).
Cena 10 – Chesca’s, Restaurante
Italiano [Interna/Noite]
Música da cena: I Won’t – Colbie
Caillat
(O dia começa a ir embora e logo a
noite surge, conforme vemos imagens da cidade ao entardecer. Ao chegar da
noite, o bairro da Mooca surge completamente agitado devido seus bares e
restaurantes. Mais adiante podemos ver a fachada do restaurante de Francesca).
GARÇOM: (Sai da
cozinha com uma pizza na bandeja) Saindo uma pizza de marguerita!
FRANCESCA: (Checa a
comanda e responde em seguida) Mesa oito, o casal ali no fundo.
LOLA/AMARA: (Surge
também em seguida carregando uma bandeja) Dois espaguetes à carbonara...
FRANCESCA: (Novamente verifica as comandas para confirmar a mesa
que havia pedido o prato) Mesa quinze!
LOLA/AMARA: (Vai até a mesa informada por Francesca e serve os
pratos) Bom apetite gente, qualquer coisa que precisarem, é só chamar. (Após
atender os clientes, Lola se depara com a presença de alguém que não via há
vários anos).
GLÓRIA: (Bate palma) Olha, vou te contar! Quando soube de
você através da mídia, resolvi que tinha que ver o quanto você tinha decaído
pessoalmente... De cantora famosa à garçonete de um restaurante de quinta
categoria no subúrbio, que deprimente, hein?
LOLA/AMARA: Desgraçada! O que você veio fazer aqui? Já não basta
tudo o que seu irmão me fez? Vocês foram os responsáveis por destruir toda a
minha vida. Já viu que conseguiram? Pronto, pode ir embora... (Lola passa por
Glória e continua caminhando, quando Glória revida).
GLÓRIA: Sabe que eu sempre pensei que o seu forte não era
pensar? No fundo eu percebi que sempre estive certa. Você lembra o que causou a
sua queda? (Pergunta quando percebe que Lola parou para ouvi-la).
LOLA/AMARA: É claro que eu lembro. Espalharam um boato, uma
noticia falsa de que eu estava envolvida com drogas, por conta disso eu perdi
meus contratos, a gravadora me demitiu e eu não tinha mais como me manter, fora
que a minha própria família me deu as costas. Isso eu devo ao seu irmão! Foi
ele quem passou por cima do amor que dizia sentir por mim e estampou a capa das
revistas daquele ano às minhas custas. O seu irmão acabou comigo e com a nossa
história! (Vira-se e fica frente a frente com Glória).
GLÓRIA: (Sorri) Não disse? Seu forte nunca foi pensar. Sempre
imatura, era por isso que eu sabia que não ia ser uma boa esposa para o meu
irmão. Fora que eu nunca tive vontade de repartir o pão, você sabe. Não foi o
meu irmão quem autorizou e publicou aquelas matérias a seu respeito, eu plantei
os boatos ao seu respeito, pois eu sabia que isso te afastaria da minha família
e funcionou, te afastei.
LOLA/AMARA: (Surpreende-se, enquanto as lágrimas caem por seu
rosto inconscientemente) Foi você?
GLÓRIA: Tá surda, Amara? Fui eu, você não acha que essa ideia
brilhante sairia daquela cabecinha de vento e apaixonada do meu irmão, achou?
Eu sou uma gênia e sabe o que é o melhor de tudo isso? É que a mentira foi tão
bem contada que ele morreu seu descobrir a verdade.
LOLA/MARA: Vagabunda, desgraçada! (Lola acerta duas bofetadas em
Glória, que cai no chão).
FRANCESCA: (Ao perceber a cena, corre para intervir que a briga
se agrave ainda mais e tenta acalmar os ânimos) O que está acontecendo aqui,
belíssima?
GLÓRIA: (Com a mão na face, cai na gargalhada e debocha de
Lola) Pode debochar à vontade, Amara. Eu venci, eu te afastei do meu irmão, eu
venci.
LOLA/AMARA: (Sorri ironicamente) Você venceu? Acorda, Glória.
Olha só onde você está, no chão. Seu irmão não te deixou um centavo, pensa que
eu não li e nem vi na TV? Está tudo em mãos de uma desconhecida, ele te
preteriu, porque sabia a víbora que você é e eu acho tudo muito bem feito.
Agora fique aí, esse é o seu lugar sua cadela imunda. Não se atreva a cruzar o
meu caminho de novo, de onde vieram essas duas bofetadas, tem muito mais,
entendeu sua cachorra?
GLÓRIA: (Olha para os lados e percebe que todos a estão
encarando por conta da briga. Em seguida, recolhe a bolsa e fica de pé) Você
vai pagar caro por cada bofetada que me deu, pode escrever...
LOLA/AMARA: Sai daqui sua cachorra! (Tenta avançar em cima de
Glória, mas Francesca a contém).
FRANCESCA: A senhora já deu o seu showzinho deprimente em mia
pizzeria, agora pode se retirar. Se ofende a uma amiga mia, non é bem vinda em
meu restaurante. Rua! (Ordena que Glória saia, enquanto continua segurando
Lola).
GLÓRIA: (Sorri e em seguida, deixa o restaurante).
(Quando Glória sai, Francesca solta
Lola que tenta se recompor após a briga).
Cena 11 – Casa de Durant
[Externa/Noite]
(Na sala de estar, Fernanda e Rafael
comemoram o sucesso do almoço).
BETINHA: (Dá risada)
A cara dela foi ótima, eu conheço a minha irmã. Ela está se roendo!
RAFAEL: É parceira,
acho que eles não vão resistir por muito tempo.
BETINHA: (Olha para o
relógio) Nossa, a hora passou muito rápido. Está tarde, eu tenho que ir para
casa ou a dona Luiza Helena vai acionar o bope achando que eu fui sequestrada.
(Levanta-se do sofá).
RAFAEL: (Levanta-se do sofá) Eu te acompanho até a porta.
(Após abrir a porta, Rafael acompanha Betinha até a rua).
BETINHA: (Ao descer alguns degraus externos da casa de Durant,
o salto de Betinha fica preso e ela se desequilibra).
RAFAEL: (Rapidamente tenta segurar Betinha, porém os dois se
desequilibram e caem no chão).
Música da cena: Anjos – Gabi Luthai
(Rafael cai em cima de Betinha e os
dois se olham fixamente).
RAFAEL: (Olha para Betinha) Você se machucou?
BETINHA: Não e você? (Pergunta também olhando para Rafael).
RAFAEL: Não, não...
FERNANDA: Eu estou atrapalhando alguma coisa aqui? (Pergunta
parada na rua, observando os dois deitados).
Cena 12 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Noite]
(Juntas no quarto de Luiza Helena
após o jantar, Eva não se contém quando ouve a armação de Betinha sobre o
almoço).
LUIZA HELENA: Do que você está rindo, criatura? (Pergunta ao
perceber que Eva está rindo).
EVA: Dessa situação, eu não acredito que você caiu nessa
armadilha de primeira série. Era óbvio que a sua filha está tentando bancar o
cúpido dos pais. É até bonitinho, não dá para negar.
LUIZA HELENA: É, mas não adiantou. Eu e o Durant não temos mais
nada a ver, não voltaremos a ficar juntos. Dona Betinha pode tirar o cavalinho
dela da chuva! (Diz enquanto senta na penteadeira e se olha refletida no
espelho).
EVA: Só falta uma pessoa se convencer disso, você. Eu vou
descer, se precisar de alguma coisa é só chamar. (Eva sai do quarto).
LUIZA HELENA: (Tira os brincos) Vai, alcoviteira!
EVA: (Volta ao quarto para dar um recado que havia
esquecido) Tinha esquecido, tem correspondência na gaveta, eu pedi para deixar
aí.
LUIZA HELENA: Está bem, obrigada Evinha!
EVA: (Fecha a porta e vai embora).
LUIZA HELENA: (Abre a gaveta, retira as correspondências e começa a
checa-las) Nada útil, nada interessante... E essa aqui? (Se pergunta ao ver a
carta endereçada a ela).
A imagem foca em Luiza Helena segurando
a carta com seu nome no envelope. A cena congela e vira uma capa de revista.
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