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Primeira Impressão com o Senhor X - Crítica "A Marca do Primogênito" - Tem2Pro13

 

Saudações, queridos leitores mancebos! Sejam bem-vindos a mais um programa dominical Primeira Impressão! Como estão?!

E é nesse vai-e-vem de frio e calor que iniciamos o programa de hoje, estão preparados? Se não estiverem, preparem o lanche, apoiem bem a bebida, se segurem e venham comigo.

A crítica de hoje é sobre A Marca do Primogênito, escrita por Anderson Silva, Gabo Olsen e Marcos Vinicius e exibida na WebTV. Confiram a sinopse:

Graças ao livro criado pelas gerações passadas, os irmãos Alexandre e Caíque vão se aventurar pelo mundo em busca de colocarem um ponto final na maldição que foi lançada por Serafine. Após perder seu amado, vendeu sua alma para o rei do inferno em troca de ceifar a vida de vários descendentes de Caim. Até porque Alexandre ama mais do que tudo o seu irmão caçula, e não há nada nesse mundo que o fizesse matá-lo.

A premissa dessa série é uma das mais instigantes que já chegaram até meu conhecimento no Mundo Virtual, pois trata de um homem, Alexandre, que quer fazer de tudo para a maldição que acompanha sua linhagem há milênios não se cumprir mais uma vez através da morte, onde ele deve matar seu irmão caçula Caíque, a quem tanto ama. A origem dessa maldição vem do primeiro assassinato da humanidade, em que Caim, corroído pela inveja, mata seu irmão Abel, ambos sendo os primeiros filhos de Adão e Eva. Acontece que Serafine, uma bruxa apaixonada por Abel (e aqui a trama da série parte para caminhos originais, pois não há bruxa nessa parte da Bíblia), arrasada pela perda do amado, invoca uma maldição em Caim e em toda sua eterna descendência.

Bem, uma vez que a trama escolhe começar lá no ato do cânone bíblico, é muito estranho que a legenda de início indique que estamos em 200 a.C.. Se o que temos de mais novo do Velho Testamento data de cerca de 400 a.C., como Caim e Abel, lá do início de tudo, viveram em 200 a.C.? Talvez tenha sido um erro que passou pela revisão dos 3 autores e eles queriam mesmo era colocar 2.000 a.C.. Seria mais aceitável, mas ainda assim não faria muito sentido com o tempo descrito na Bíblia. E isso precisa ser levado em conta já que o universo e a mitologia da série assumem como verídica a narrativa bíblica.

Em uma trama como essa, onde os dilemas dos personagens são parte importantíssima da estrutura narrativa, é essencial que os mesmos sejam cuidadosamente tratados pelo texto. E disso não podemos reclamar nessa estreia – “Piloto” (será mesmo que foi um episódio submetido à aprovação, justificando assim o título “Piloto”?) –, que não só desenvolve bem o trio central, Caíque, Alexandre e Ayla, a namorada de Caíque, como os apresenta adequadamente em relação às suas aparências. Temos a idade exata e um vislumbre geral do corpo, sem precisarmos de fotos de atores para imaginarmos como são aquelas figuras; o texto dá conta do recado. Curioso também a escolha que os autores fazem para os nomes dos 2 protagonistas: Alexandre, nome que podemos dizer que alude a Abel, e Caíque, que lembra muito Caim. A diferença é que Alexandre é o mais velho, o primogênito condenado pela maldição a matar o caçula, que aqui é Caíque. Será essa uma jogada que os autores estão guardando na manga e que culminará em uma reviravolta mais adiante na série? Ou não passa de um easter egg inofensivo? Quem acompanhar verá.

O que não funciona muito bem é a história própria de Alexandre, que é apresentado em uma busca por uma certa bruxa enquanto mata demônios de séries de TV de baixo orçamento, já que esses seres são, em sua aparência, homens comuns. Não que soe como uma trama paralela sem relação com a premissa da série, pois, apesar de demorar, descobrimos que isso é parte da busca de Alexandre por desfazer a maldição, e que a tal bruxa tem relação com a do início, Serafine. Mas esse negócio de demônios soltos por aí com aparência humana lembra muito as fases mais entediantes e genéricas da série americana Sobrenatural. Que nos próximos episódios os autores, através do texto, façam uma abordagem que aproveite melhor essas figuras do que aparentemente será feito.

Os diálogos são bem escritos, são parte da bem-sucedida construção de personagens citada, mas não deixam de apresentar momentos, no mínimo, questionáveis, como Caíque apenas e tão somente apenas indignado por ver o irmão matar dois “homens”, sendo que Alexandre na verdade salvou sua vida e a vida de sua namorada Ayla, que seria brutalmente assassinada, com requintes de crueldade. Tudo bem questionar o ato frio do irmão, mas cadê o alívio, o mínimo de gratidão? Não passou credibilidade e verossimilhança.

Mas os autores também demonstram um conhecimento de audiovisual que não só embeleza o episódio como o faz se materializar na frente do leitor, substituindo o fundo branco com letras pretas por imagens vívidas e claras, o que faz desse texto, em termos de conteúdo, um autêntico roteiro audiovisual que poderia muito bem ser levado a um set de filmagens para ser produzido e gravado. Bem, e isso seria ótimo, pois quem dera essa instigante premissa, reforçada com ótimos personagens e diálogos competentes, além de uma mitologia interessante, alcançasse também o grande público.





Série: A Marca do Primogênito

Autores: Anderson Silva, Gabo Olsen e Marcos Vinícius

Capítulos: 02 (em exibição)

Emissora: WebTV

Clique aqui para ler o 1° episódio

Saiba mais sobre a série


Agora me digam: o que acharam dessa websérie? Já a leram? Concordam ou não com a minha opinião? E quanto à crítica de hoje? Digam tudo nos comentários.

Agora vamos ver o que disse o autor da obra criticada no programa anterior. Autor esse que, inclusive, é um dos 3 autores da websérie de hoje. Vejamos:

Que bom que gostou da crítica, querido. Eu que agradeço! E é interessante que haverá outras versões dos personagens, pois isso me lembra, entre outras coisas, a série Dark (para ficar em algo mais recente), que em sua produção se saiu muito bem com tal abordagem. Que essa temática nos episódios seguintes continue clara e instigante como foi nessa estreia que analisamos. Parabéns e continue assim!

E, apesar de eu normalmente responder nos programas seguintes apenas os autores das obras criticadas nos anteriores (apesar de ser sempre muito grato por todos os comentários), hoje responderei o onipresente (em termos de Primeira Impressão) Diego, que disse algo relevante à maioria de nós. Vejamos:


Como pude me esquecer, não é mesmo?! E ainda depois de tantos anos! Bem, mas antes tarde do que nunca! Faço das palavras do Diego as minhas: feliz Dia do Escritor a todos vocês que transformam em palavras as belezas e malezas da vida, a todos que fazem das letras sobre papel sua arte, sua bela arte. E, Diego, muito obrigado! A você meu Feliz Dia do Escritor exclusivo! Continue sempre fazendo o que gosta, e chegará longe, mancebo.

Bom, e se alguém tiver perdido o programa anterior, basta clicar aqui para lê-lo. E se quiserem alguma obra criticada no programa, basta pedir na seção de comentários, tudo bem?

Por hoje é isso. Fiquem na paz, permaneçam seguros e até o próximo programa!

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