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A Razão de Amar - Capitulo 11 (Reprise)

  

 Capítulo 11

A RAZÃO DE AMAR

 

Novela de João Marinho

 

Escrita por:

João Marinho

 

Personagens deste capítulo

Afonso Valadares                                                                 Perito 1

Aurélio                                                                                 Perito 2

Branca Valadares                                                                 Policial

Bernardo Correia                                            

Celso Correia

Irineu Rodrigues

Joana

Jorge Correia

Madalena Correia

Marta Correia

Olímpio Vasconcelos

Raul Fernandes

 

 

 

CENA 01/ FAZENDA CORREIA/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Continua a tocar o instrumental “ataque no escuro”, de Lado a Lado. Um estrondo de tiro reverbera pela casa. A câmera volta-se para Venâncio, de bruços sobre a mesa, com a pistola em suas mãos e um ferimento na cabeça.

Bernardo abre a porta e vê Venâncio morto. No mesmo instante, Otávio desce as escodas correndo.

BERNARDO e OTÁVIO – Pai!

OTÁVIO (P/Bernardo) – Pai?

Joana entra na sala assustada.

JOANA (interrompe) – Ouvi tiros. O que está acontecendo aqui? (Vê Venâncio de bruços sobre a mesa). Senhor! Venâncio? (Mexendo no corpo). Ele está morto! (Vê a pistola na mão dele).

Venâncio tirou a própria vida. Que tragédia, Meu Deus, que tragédia!

Bernardo e Otávio se entreolham intrigados.

Corta para:

CENA 02/ PALMEIRÃO DO BREJO/ RUA DA IGREJA/ EXT/ MANHÃ

O carteiro, na bicicleta, entrega as correspondências e as cartas. Jacinto, que estava passeando próximo a igreja, pega o jornal e lê.

JACINTO – “Tragédia: Venâncio Alves Correia comete suicídio em sua fazenda! ”. Madalena precisa saber disso!

No mesmo instante, o padre Amaro sai na rua, com o jornal em mãos.

PADRE – Que horror, Meu Deus, nenhum cemitério da região há de querer enterrar um corpo de um suicida.

Pessoas que estão passando próximo a igreja e comentando o ocorrido.

JACINTO – É, padre! Quem diria que Venâncio ia fazer isso? A vida é um sopro mesmo.  A vida é um sopro...

O padre entra na igreja. Jacinto, sorrindo, continua a andar pela rua. 

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CENA 03/ FAZENDA CORREIA/ SALA DE ESTAR/ INT/ MANHÃ

O delegado observa o corpo de Venâncio. Dois físicos o acompanha. 

OLIMPIO (P/Joana) – Pelo que parece foi suicídio, mas vou a fundo neste caso porque muitas coisas faltam ser esclarecidas.

JOANA – Ele não me parecia um senhor com tendências suicidas.

OLIMPIO – A senhora sabe de alguma coisa?

JOANA – Venâncio tinha muitos inimigos. Mas que Deus o tenha colocado em um bom lugar.

OLIMPIO – Realmente, Venâncio tinha muitos inimigos

Os físicos analisam o corpo e a cena da tragédia. Eles medem distância entre a mão do coronel e a posição da cabeça, anotam o tipo de pistola, anotam o ângulo da posição da cabeça, analisam se há mais algum projétil ou marca dele pela casa. Eles se aproximam do delegado.

PERITO 1 -  Delegado, nós anotamos as medidas e analisamos a cena. Pelo o que a gente pode constatar só no olho não foi suicídio.

OLIMPIO – Não foi suicídio? (Pensativo). O laudo do exame residuográfico vai confirmar se foi suicídio ou assassinato.

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CENA 04/ MANSÃO DE CELSO/ SALA DE JANTAR/ INT./ MANHÃ

Bernardo entra em casa, chorando. No instante em que subia as escadas, Celso o chama.

CELSO – Bernardo, onde você estava até agora?

BERNARDO (ignorante) – Fui falar com meu pai, o senhor não viu?

Celso vai ao filho e o puxa pela orelha.

CELSO (gritando) – Olha como você fala comigo!

BERNARDO – Ah, agora eu sou seu filho? Ontem, o senhor me disse. (Imitando). Eu não sou seu pai. (Encarando). Lembra?

MARTA (Levanta-se/interrompe) – Celso, você falou para Bernardo que Venâncio é o pai dele? Você não tinha o direito de fazer isso. Era um segredo nosso!

CELSO – Ele tem o direito de saber a verdade.

BERNARDO – Mas o senhor me disse tarde demais. Venâncio morreu.

CELSO (surpreso) – O que é que você está falando, menino?

BERNARDO (Gritando) – Já viu o jornal? Está em todos os jornais. E eu o vi caído na mesa ontem.

Marta volta-se a se sentar, com os olhos cheios de lágrimas. Abalada ela não consegue acreditar que Venâncio morreu, enquanto Celso não consegue segurar a emoção e sai de casa para ir à fazenda.

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CENA 05/ FAZENDA VALADARES/ VARANDA/ INT./ MANHÃ

Afonso se senta em sua cadeira de balanço. Pega o jornal e lê, como faz todos os dias. Vê na primeira página do jornal com a manchete sobre a morte de Venâncio.

AFONSO – “Tragédia: Venâncio Alves Correia comete suicídio em sua fazenda”. É... Venâncio, parece que desta vez fui eu que venci.

Eduardo vai na varanda e se senta ao lado do pai. Eles se abraçam e conversam.

EDUARDO – A nossa vida é muito chata. Vivemos aqui olhando para essas plantações de algodão. Todo dia é assim. Eu não quero viver assim não. Sonho alto.

AFONSO – Você não tem idade para falar isso. Vai ser um excelente advogado e vai me suceder. Se Deus quiser, vai ser um grande político.

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CENA 06/ FAZENDA CORREIA/ SALA/ INT./ MANHÃ

Celso entra desesperado.

CELSO – O que foi que aconteceu aqui?

Joana aparece na sala.

JOANA (emocionada) – Seu irmão se matou. A perícia levou o corpo. Morreu com um tiro na cabeça.

CELSO – Suicídio? Venâncio realmente estava com uma crise de nervos. A morte da Vera, toda a revelação do adultério e a separação devem ter sido primordial para que isso acontecesse. O emocional dele estava abalado.

JOANA – Eu escutei um tiro. Quando vim saber o que estava acontecendo, o encontrei de bruços sobre aquela mesa e com a arma na mão. Bernardo estava perto da porta e Otávio próximo da escada. (Chorando). Isso não podia ter acontecido. Venâncio não podia ter morrido dessa forma. (Abraça Celso).

Celso fica pensativo.

CENA 07/ CASA DE JACINTO/ COZINHA/ INT./ MANHÃ

Madalena lava alguns pratos. Jacinto entra e a beija.

JACINTO – Já viu o jornal de hoje?

MADALENA – Hoje não li.

Jacinto entrega o jornal para ela, que lê.

MADALENA – “Tragédia: Venâncio Alves Correia comete suicídio em sua fazenda”. Não pode ser.

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CENA 08/ PALMEIRÃO DO BREJO/ INT.EXT. / MANHÃ

Continuação imediata da última cena do bloco anterior. A cena começa no INTERIOR da CASA DE JACINTO. Madalena lê o jornal e não consegue acreditar no que vê.

MADALENA – Venâncio morreu! Eu preciso ver meu filho.

Ela beija Jacinto e sai na rua. A cena continua nas RUAS DE PALMEIRÃO. Ela caminha pelas ruas. Duas senhoras que vão passando perto dela gritam.

SENHORA 1 e SENHORA 2 – Prostituta, meretriz, rameira, devassa!

Madalena escuta as senhoras a ofendendo, mas não dá importância. Ela continua caminhando até a fazenda Correia.

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CENA 09/ FAZENDA CORREIA/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ

Celso tenta acalmar Otávio, que chora muito pela perda do pai. Eles abraçam. Madalena entra e observa o filho abraçando o tio.

MADALENA (voz embargada) – Com licença! Já fiquei sabendo da tragédia. Vim prestar apoio ao meu filho. Deve estar muito abalado.

CELSO – Eu vou deixar vocês sozinhos.

Celso sai. Madalena abraça o filho.

MADALENA – Filho, estou aqui para te apoiar. Eu não vou te abandonar.

Otávio continua a chorar.

OTÁVIO – Painho não podia ter me deixado, Mainha.

MADALENA – Eu queria te chamar para morar comigo. Você não pode ficar sozinho nessa fazenda. Você tem que ficar comigo.

Focar na expressão triste de Otávio.

CENA 10/ CASA DA FAMÍLIA FERNANDES/ INT./ TARDE

A cena começa na SALA.

Raul entra perturbado. A empregada percebe a inquietação dele.

EMPREGADA – A polícia está atrás do senhor!

RAUL (chorando) – Eu cometi uma besteira. Vou descansar um pouco no quarto.

Ele sobe correndo ao QUARTO. Ele entra e tira uma pistola da cintura.

RAUL – Você me foi bastante útil!

Guarda a pistola numa gaveta.

Ficar na expressão de ódio de Raul.

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CENA 11/ FAZENDA CORREIA/ INT./ TARDE

A cena começa no QUARTO.

Otávio arruma as malas. Madalena o ajuda. No mesmo instante, Celso entra e diz.

CELSO (P/Otávio) – Você tem certeza que quer ir com a sua mãe, Otávio?

MADALENA (interrompe) – Não é bom ele ficar aqui. Pelo menos por enquanto não. Ele precisa se acalmar.

CELSO – Você tem toda razão.

Otávio termina arrumar a mala e entrega à mãe. Os três descem.

A cena continua na SALA DE ESTAR.

Madalena e Otávio se despedem de Joana.

JOANA – Qualquer coisa sobre o caso de Venâncio, eu informo a senhora. Escutei uma conversa entre os peritos e o delegado. Eles não descartam que a morte de Venâncio pode ter sido um homicídio e não um suicídio.

CELSO – Um homicídio? Mas quem iria matar.

MADALENA – Venâncio tinha muitos inimigos e você sabe muito bem disso.

Madalena e Otávio saem. Celso e Joana continuam conversando.

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CENA 12/ DELEGACIA/ INT./ NOITE 

Tocar a música “disfarçando”, de Lado a Lado.

A cena começa na

O delegado Olímpio estuda o caso de Venâncio. Raul entra. Surpreso, o delegado o cumprimenta.

A música termina por aqui.

OLIMPIO – Precisava falar com o senhor.

RAUL – Vim me entregar. Já causei dor e sofrimento na vida de muitas pessoas. Matei a minha mulher a golpes de faca.

OLIMPIO (P/Policial) – Pode conduzi-lo à cela.

O policial conduz Raul à cela, onde a cena continua. Raul se deita no colchão, mas não escuta mais as vozes que tanto o atormentavam.

RAUL – Fiz o que era certo!

Focar na expressão de tranquilidade de Raul.

Corta para:

CENA 13/ CEMITÉRIO/ INT./ MANHÃ

Tocar a instrumental “marcha fúnebre”, de Frederic Chopin.

O caixão de Venâncio é carregado pela população, que se aglomera no cemitério. Otávio, Bernardo, Madalena, Tereza e Celso muito emocionados.

BERNARDO e OTÁVIO – Vá com Deus, pai!

A música se encerra nessa parte.

CENA 13/ PALMEIRÃO DO BREJO/ PLANOS DA CIDADE/ EXT./ TARDE

Letreiro mostra: Dois dias depois.

Tocar a música “Disfarçando”, de Lado a Lado

Planos da cidade. Carruagens passeando pela cidade. Homens engraxando os sapatos na rua. Pessoas entrando no hotel. Casais indo à igreja. Pessoas colhendo algodão na fazenda Correia.

Corta para:

CENA 14/ FAZENDA CORREIA/ ESCRITÓRIO/ INT./ TARDE

Aurélio, advogado que substituiu Raul nos assuntos jurídicos da família entra no escritório. Bernardo, Celso, Jorge, Madalena, Marta e Otávio já o esperam no escritório.

AURÉLIO – Passada todas as formalidades, vou fazer do testamento do senhor Venâncio Alves Correia. “Deixo aos meus dois filhos a minha fazenda. Cada um deve ficar com 40% dela. Celso e a Marta ficarão com 20% da fazenda. 45% da minha fortuna deve ficar para Otávio, 45% para Bernardo, 10% para Celso”. Madalena, a senhora não herdou nada de Venâncio.

MADALENA – Há algum engano!

Focar na expressão intrigada de Madalena.



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