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A Razão de Amar - Capitulo 18 (Reprise)

  


 

 

A RAZÃO DE AMAR

 

Novela de João Marinho

 

Escrita por:

João Marinho

 

Personagens deste capítulo

Afonso Valadares                                   Cecília Valadares                                                                                                         

Branca Valadares                                    Otávio Duarte                                                

Bernardo Correia                                     Eduardo Correia                  

Celso Correia                                          Olga Duarte

Jorge Correia.                                          Vilma Duarte

Madalena Correia.                                   Horácio Duarte

Marta Correia                                          Zilda

Olímpio Vasconcelos                              Letícia Fernandes

Lola

 

 

 

 

 

 

 

CENA 01/ FAZENDA VALADARES/ QUARTO DE CECÍLIA/ INT./ TARDE 

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Cecília está se vestindo no quarto, no instante em que Otávio entra com um buquê de flores.

CECÍCILIA – O que é isso?

OTÁVIO – Não precisa falar nada! Eu não me canso de pensar em você.

Ele a surpreender com um beijo. Por um momento Cecília parece gostar, mas em seguida estapeia ele, tentando se soltar.

CECÍLIA (Irritada) – Quem você pensa que é para entrar em meu quarto e agir comigo dessa forma.

OTÁVIO (Sorridente) – Estou apaixonado por você. (Recita um poema). “Amemos! Quero de amor”

CECÍLIA (Interrompe) – Poupe-me desse seu sentimentalismo. (Gritando). Sai daqui, Otávio, sai! E coloque essas flores num lugar que, como eu sou muito educada, não vou falar o nome. Mas você sabe onde é. (Calma). Faça o favor de sair do meu quarto.

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CENA 02/ FAZENDA VALADARES/ INT.EXT/ TARDE

A cena começa no CORREDOR. Otávio caminha pelo corredor, com o buquê amaçado e encontra Eduardo, que está saindo de seu quarto.

EDUARDO – Achei que você estivesse lá em baixo. (Percebe que o amigo carrega consigo um buquê). Mas não me diga que...

OTÁVIO (Interrompe) – A tua irmã é muito atrevida. Eu fui entregar um buquê a ela. Sabe como ela me recebeu? Com tapas.

EDUARDO (Rindo) – Ela odeia flores! (Rindo). Se quer conquistar a minha irmã, eu te dou algumas dicas. Ela é uma fera quase difícil de ser domada, mas é impossível.

OTÁVIO – Do jeito que ela me recebeu eu nem sei se ela vai querer me vê mais. Eu também fui muito burro. (Enraivado). Que ódio! Que ódio!

Eduardo e Otávio continuam e vão a SALA DE ESTAR da fazenda. Muitas mesas e pessoas estão sentadas para acompanhar o noivado de Eduardo e Olga. Alguns músicos tocando a sanfona agitam a tarde na fazenda. Alguns minutos depois, Eduardo se posiciona para pedir a mão de Olga em noivado. Cecília desce.

CECÍLIA – A noiva já está descendo!

Alguns segundos depois, Olga desce as escadas, lindamente, e vai ao encontro de seu amado.

HORÁCIO – Um brinde a felicidade dos noivos. Olga, minha linda filha, e Eduardo, futuro prefeito desta cidade.

Todos brindam. Em seguida, Eduardo coloca o anel no dedo de Olga e os dois se beijam. Todos aplaudem. Otávio não desgruda os olhos de Cecília, que durante todo tempo hesita em olhar para.

VILMA (P/ Otávio) – Você não tira os olhos da filha do Coronel!

OTÁVIO – Tem algo que me hipnotiza!

VILMA – Você está apaixonado, meu filho.

OTÁVIO – Daqui há algum tempo quem estará noivando sou eu com ela!

Ele continua a se encantar com a beleza de Cecília. Há um corte para a mesa em que Tereza e Débora, que está pensativa e cabisbaixa.

TEREZA – O que foi, minha filha!

DÉBORA – A senhora sabe muito bem porque eu estou assim.

TEREZA – A sua hora de noivar e se casar vai chegar. É só ter paciência, minha filha!

Débora continua cabisbaixa.

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CENA 03/ MANSÃO DA FAMÍLIA DA FAMÍLIA FERNANDES/ SALA/ INT./ TARDE

Letícia está caminhando pela sala, pensativa, no instante em que vê uma carta sobre a mesa. Ela observa o tal envelope por alguns segundos, antes de decidir por abri-lo.

LETÍCIA (Lendo a carta) – “O paciente, depois de anos no sanatório, está pronto para convivência plena em sociedade”

No instante em que Letícia lê a carta, Zilda entra na sala e escuta tudo.

ZILDA – Ele está saindo do hospício, né?

LETÍCIA (com lágrimas nos olhos) – Apesar de tudo que ele fez, é meu pai. Eu tenho muitas saudades dele.

ZILDA – Você tem razão! Já pagou tudo que tinha que pagar. Vinte anos de prisão e oito anos em um sanatório.

LETÍCIA – Eu sinto muita pena dele!

ZILDA – Infelizmente, ele errou e está pagando por isso.

LETÍCIA – O amor levou ele à loucura!

Zilda coloca as xícaras de café e biscoitos sobre o centro de vidro. Elas comem e continuam a conversar.

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CENA 04/ BORDEL BONHEOUR/ SALÃO DE APRESENTAÇÕES/ INT./ NOITE

Jorge entra para assistir mais uma noite de apresentações no bordel. O local é frequentando por gente da mais alta classe da cidade. Fumando charuto, ele senta-se em uma das mesas para acompanhar as dançarinas e as prostitutas do bordel. Ele acena para uma e a convida a prostituta Lola para dançar. A música “Why don’t to do it right”

JORGE (P/Prostituta) – Hoje estou precisando de uma companhia feminina. Gostei da senhorita.

LOLA – Você até que dança bem!

JORGE – Poderíamos nos encontrar mais vezes!

LOLA – Vou pensar em seu caso.

Lola interrompe a dança, enquanto a música continua tocando. Jorge estranha a reação de Lola, que se abana com um leque.

JORGE – Não gostou de mim?

LOLA – Eu não confio em homem nenhum. Eu cansei de viver nessa vida fútil. Quero me apaixonar de verdade.

JORGE – Eu quero transformar você numa lady. Pode confiar em mim.

LOLA (Intrigada) – Numa lady? Eu já escutei essa frase ante. E olha onde eu continuo. Você é igualzinho a todos homens que dormiram comigo durante todos esses anos.

JORGE – Estou sendo sincero!

LOLA – Vamos subir para o quarto. A nossa conversa continua lá.

Eles sobem, de mãos dadas, para o quarto nº 4 do bordel.

CENA 05/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE/ QUARTO DE OTÁVIO/ INT./ NOITE

Otávio está no quarto, deitado na cama e pensativo, no instante que Olga entra e observa ele pensativo e sorridente. Em seguida se senta ao lado do irmão

OLGA – Está pensando na morte da bezerra, Otávio?

OTÁVIO – Não. Acho que estou apaixonado, minha irmã!

OLGA – Percebi desde o dia da tua formatura. Não desgruda os olhos de Cecília!

OTÁVIO – Tentei fazer uma surpresa para ela hoje, mas tudo deu errado. Ela não vai querer mais olhar na minha cara.

OLGA – Ela é assim mesmo. Depois esquece e finge que nada aconteceu. Agora, você não pode chegar com sede ao pote.

OTÁVIO – Eu a beijei. No começo, ela parecia estar gostando, mas depois me tratou com ignorância e com agressividade.

OLGA – No começo é assim mesmo.

OTÁVIO – Eu fui ingênuo. Mas eu vou me casar com ela, nem que seja preciso eu dou minha alma ao Diabo.

Um vento forte balança a cortina e apaga a vela acesa no quarto. Olga se assusta e fecha a janela.

OLGA (Séria) – Não faça promessas ao Diabo. Ele pode aceitar!

Olga, em seguida sai do quarto. Otávio sente frio. Mas em seguida, pega um livro e começa a lê.

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CENA 07/ BORDEL BONHEOUR/ QUARTO 4/ INT./ NOITE

Uma chuva forte começa a cair na cidade. Lola fecha a janela do quarto. Ela e Jorge se jogam na cama e rolam debaixo dos lençóis, se beijam e se amam.

JORGE – Você é muito bonita para está desperdiçando sua vida nesse local, cheio de depravações, sem-vergonhices e devassidão. O seu destino já está traçado e será ao meu lado.

Lola interrompe aquele momento íntimo, veste-se rapidamente. De pé e de costa para Jorge.

LOLA – Eu não trabalho aqui porque quero, mas porque preciso. Eu não tenho onde cair. Essas roupas brilhosas eu consigo comprar com o pouco dinheiro que me tem rendido nas noites que passo aqui neste bordel.

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CENA 08/ BORDEL BONHEOUR/ QUARTO 4/ INT./ NOITE

Continuação da última do bloco anterior. Depois de interromper o ato romântico, Lola aceita a proposta do filho do coronel Celso Afrânio

JORGE – Estou disposto a te transformar numa donzela! Já leu os contos de fadas? Nós viveremos felizes para sempre!

LOLA – Vou dá um voto de confiança em você.

Os dois se abraçam se beijam.

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CENA 09/ FAZENDA CORREIA/ QUARTO DE CECÍLIA/ INT./ NOITE

Tocar a música “Deusa da minha rua”. Cecília se olha no espelho, sorridente, no instante em que Eduardo entra.

EDUARDO (Sorridente) – Como vai a minha irmãzinha?

CECÍLIA (Feliz) – Otávio me deu um beijo hoje. Fiquei muito envergonhada na hora, mas não vou negar que eu gostei.

EDUARDO – Vocês formam um belo casal. Todos dois são bonitos, estudados e, o principal, são da mais alta nobreza da região.

CECÍLIA – Estou insegura!

EDUARDO (rindo) – Ele me contou que você deu um tapa na cara dele e ainda amaçou o buquê de flores.

CECÍLIA – Ele me desrespeitou. Um bom cavalheiro não deve tratar uma dama como ela me tratou.

EDUARDO – Te conheço suficiente para saber que está apaixonada!

CECÍLIA (Sorridente) – Acho que você tem razão!

Os dois se abraçam.

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CENA 10/ SERTÃO DE PERNAMBUCO/ EXT./ MANHÃ

Jacinto e o filho, montados em seus cavalos, caminham pelas terras quentes e secas do sertão. Os dois conversam.

JOSÉ JACINTO – Painho, as vezes eu fico pensando que o meu lugar não é aqui. Eu tenho que batalhar para conseguir fazer o meu futuro.

JACINTO – Você tem muito tempo para pensar nisso, filho!

Herculano, em cima de uma árvore, carrega a sua espingarda. A sonoplastia da cena deve conter o som de cada bala colocada na espingarda.

JOSÉ JACINTO – Não tenho paciência para ficar ordenhando vaca, nem de ficar carregando baldes e baldes de água todos os dias.

JACINTO – A vida na cidade é mais dura do que você pensa, meu filho!

Herculano mira em Jacinto e aperta o gatilho. Três tiros acertam o jagunço e cai no chão ensanguentado.

Focar em jacinto, de olhos fechados, envolto em uma poça de sangue.

Congelamento preto e branco, emoldurado, com um retrato.









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