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A Razão de Amar - Capítulo 40 (Reprise)

  


 

                                                                        Capítulo 40

A RAZÃO DE AMAR

 

Novela de João Marinho

 

Escrita por:

João Marinho

 

Personagens deste capítulo

    Otavio Duarte                                                                                  Atendente               

Afonso Correria

Celso Correia                                          Lola

Jorge Correia.                                         Afonso Valadares

Madalena Correia.                                    Miro                        

Marta Correia                                           Carmen

Olímpio Vasconcelos.                              Pablo

Radialista.                                                

Letícia Fernandes

Cecília Valadares

José Jacinto – Carcará

Débora Valadares

CENA 01/ HOTEL CASSINO/ RESTAURANTE/ INT./ NOITE

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Cecília fica indecisa com a pergunta do Otávio, que repete a pergunta. Inserir o Flashback da cena 9 do capítulo 32:

Cecília entra na mansão um pouco depois de Otávio entrar

OTÁVIO (P/Cecília) – Estava com saudades de você, meu amor!

CECÍLIA (Séria) – Eu não sei como você consegue viver e agir com naturalidade e frieza, sabendo que uma pessoa está presa injustamente.

OTÁVIO (Cínico) – O que foi que aconteceu?

CECÍLIA – Está tudo acabado entre nós!

Fim do insert.

Inserir o Flashback da cena 18 do capítulo 32:

Elias e Carcará já estavam entrando na pensão quando escutam um grito. Tocar a música “Deusa da minha rua”

CECILIA (Gritando) – Carcará!

Carcará se vira e vê que é Cecília. A sequência é mostrada em slow motion. Eles correndo para abraço. Eles estão muito felizes.

CECÍLIA – Eu não consigo ficar longe de você, Carcará! Eu não consigo...Eu nunca consegui me abrir com você, mas a verdade é que eu te amo.

CARCARÁ – Eu também te amo. Eu só nunca falei por respeito ao seu namoro com Otávio.

CECÍLIA – Eu não estou mais namorando ele.

Fim do Insert.

Inserir o Flashback da cena 04 do capítulo 33:

Elias pega água para Carcará e Cecília, que tentam se recuperar do susto. Eles estão nervosos e com as mãos trêmulas.

CARCARÁ (P/Elias) – Pensei que eu fosse morrer!

CECÍLIA (P/Elias) – Eu não sei o que deu em Otávio para agir daquela forma. Parecia estar transformado em outra pessoa.

ELIAS (P/ Carcará e Cecília) – Esse rapaz não está normal

Os moradores da pensão conversam alto, enquanto Carcará e Cecília descansam um pouco.

Fim do Insert.

Inserir o Flashback da cena 09 do capítulo 39:

O Delegado Guilherme conta como encontrou o carro e Carcará

GUILHERME – O Carcará está morto.

Neste instante, Cecília entra na sala e escuta o que o delegado acabara de dizer.

CECÍLIA – O carcará está morto?

Focar na expressão de surpresa de Cecília.

Fim do Insert.

Otávio o silêncio de Cecília e questiona.

OTÁVIO – Você não vai falar nada. (Repete). Aceita se casar comigo.

CECÍLIA – Aceito!

Otávio coloca o anel de noivado no dedo anelar de Cecília. Em seguida, eles se beijam.

Corta para:

CENA 02/ VILA DO CIGANOS/ CIRCO/ INT./ NOITE

Miro, Carcará, Carmem e Pablo entram no circo. Miro mostra o circo para Carcará. Eles caminham pelo local.

MIRO – É aqui que nós fazemos os nossos espetáculos. É a nossa alegria, uma tradição que vem da nossa família. Recebi de herança do meus pais, que já tinham recebido de herança dos meus avós.

Eles andam pelo circo, enquanto veem o trapezista fazendo malabarismo no ar, um palhaço andando de monociclo, alguns cuidadores passando com girafas e elefantes, mágico tira uma bola vermelha da boca e, em seguida, um coelho da cartola; enquanto toca a música “Entry of the Gladiators”.

Carcará fica encantado com o que vê.

CARCARÁ – Parece um sonho, uma magia.

CARMEM – É muito encantador levar alegria ao povo e é isso que nós fazemos. Nós ficamos 11 horas por dia debaixo dessa lona.

Miro sobe em cima do monociclo e começa a fazer malabarismo com três bolas. Em seguida, Carmem tira uma rosa de dentro do seu cabelo e entrega a Carcará, que se assusta.

CARCARÁ (P/Carmem) – Como você fez isso?

CARMEM (P/Carcará) – Segredos do universo circense. Você irá aprender tudo isso.

Uma chuva de confetes cai do teto. Carcará está muito feliz e sorridente com toda a magia do circo.

CARMEM – Você não pensa em voltar para a sua cidade.

CARCARÁ – Penso às vezes. Vê a minha mãe, que está no sertão. (Pensativo) Mas para Palmeirão do Brejo não sei. Eu conheci pessoas muito ruins, mas também conheci uma grande mulher. Nós nos amamos, mas o destino nos pregou uma peça. Eu fui vítima de uma injustiça e ela acabou se afastando de mim. Foi por isso que eu saí da cidade e acabou acontecendo aquela tragédia comigo, em que morreu o meu amigo.

CARMEN (P/Carcará) – Minha mãe me ensinou que não devemos desistir de um grande amor.

Carcará continua andando pensando na frase que Carmem disse.

Corta para:

CENA 03/ TEATRO/ PLATEIA/ INT./ NOITE

Débora, Álvaro, Olímpio, Inês, Tânia e Tereza estão assistindo uma adaptação da peça “Édipo Rei”, de Sófocles. Eles se emocionam com o fim da peça.

DÉBORA (Emocionada) – Que tragédia, Meu Deus!

ÁLVARO – Essa peça serve para nós refletirmos que o nosso destino já está traçado, independente das nossas ações.

OLÍMPIO (Interrompe) – E o destino muitas vezes é cruel!

Olímpio e Inês se beijam. Tânia abraça o pai.

INÊS (P/Olímpio) – O meu destino era com você, meu amor! Independe das coisas que aconteceu na nossa vida.

TEREZA – O meu destino foi dá amor à minha filha e viver sozinha. Sinto muita saudade do Fausto, mas o destino tratou de levar ele, por mais trágica que foi a morte.

Débora sente um pouco de tontura e se senta um pouco. Ela começa a suar. Álvaro fica um pouco preocupado com o que a sua noiva está sentindo. Tereza fica um pouco nervosa.

ÁLVARO (P/Débora) – O que você está sentindo?

DÉBORA (Suando) – Acho que é o calor. Estou sentindo uma tontura.

Depois de alguns segundos, a Débora se recupera da tontura. Os dois e as suas famílias saem Teatro.

Corta para:

CENA 04/ FAZENDA VALADARES/ QUARTO DE CECÍLIA/ INT./ NOITE

Uma hora depois.

Cecília e Otávio entram no quarto aos beijos.

OTÁVIO – Você demorou tanto a responder ao meu pedido de noivado que eu achei, por um segundo, achei que você não ia aceitar.

CECÍLIA – Estava refletindo sobre a vida e cheguei à conclusão de tomei a decisão correta.

Eles se jogam na cama.                                                     

OTÁVIO – O nosso destino já está traçado. Eu sempre soube que você me amava.

CECÍLIA – Agora eu estou te conhecendo de verdade. Você não é um homem ruim.

OTÁVIO – Me arrependo de tudo que eu fiz. Mas no fim estava certo sobre aquele caipira, que já não está mais entre nós. Vem à memória de Cecília novamente a lembrança do momento que recebeu a notícia da morte de Carcará. Inserir o Flashback da cena 09 do capítulo 39:

 O Delegado Guilherme conta como encontrou o carro e Carcará

GUILHERME – O Carcará está morto.

Neste instante, Cecília entra na sala e escuta o que o delegado acabara de dizer.

CECÍLIA – O carcará está morto?

Focar na expressão de surpresa de Cecília.

Fim do Insert.

CECÍLIA (P/Otávio) – Eu te amo!

Otávio e Cecília se beijam mais uma vez.

Corta para:

CENA 05 MANSÃO DA FAMÍLIA VASCONCELOS/ QUARTO DE ÁLVARO/ INT./ NOITE

Débora entra no quarto e se deita na cama. Tereza, Álvaro e Inês a acompanham. Débora já está um pouco melhor, mas ainda está um pouco zonza.

TEREZA – O que você está sentindo, minha filha?

DÉBORA (Zonza) – Só estou um pouco zonza, mas já estou melhor.

ÁLVARO (Segurando as mãos de Débora) – Eu acho que deve ter sido a quentura

INÊS – Eu vou fazer um pouco de chá!

Inês sai do quarto, enquanto Tereza fica com a filha no quarto.

Corta para:

CENA 06/ PALMEIRÃO DO BREJO/ RUAS DA CIDADE/ INT./ MADRUGADA

Tocar a música “Disfarçando”, de Lado aa Lado. A madrugada está muito chuvosa. Mostrar o hotel um pouco movimentado. A praça tem poucas pessoas. O bordel está aglomerando. Alguns homens saem dele; outros entram. Algumas mulheres olham o movimento da rua, pelas janelas de sua casa. A igreja iluminada.

Corta para:

CENA 07/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE/ QUARTO DE OTÁVIO/ INT./ MADRUGADA

Otávio entra no quarto feliz e sorridente. Ele se joga na cama feliz. Inserir o Flashback da cena 01:

Otávio o silêncio de Cecília e questiona.

OTÁVIO – Você não vai falar nada. (Repete). Aceita se casar comigo.

CECÍLIA – Aceito!

Otávio coloca o anel de noivado no dedo anelar de Cecília. Em seguida, eles se beijam.

Fim do Insert.

Inserir o Flashback da cena 04 do capítulo 40:

Cecília e Otávio na cama

CECÍLIA (P/Otávio) – Eu te amo!

Otávio e Cecília se beijam mais uma vez.

Fim do insert.

OTÁVIO (Pensativo) – Ah, Cecília, eu sabia que um dia você ia ceder. Você é minha só minha. Mas eu tenho que conquistar outra pessoa também. Celso... a confiança dele. Eu preciso recuperar o patrimônio de meu pai.

Ele vai até o guarda-roupa e pega uma peruca e bigode falso e coloca-os, respectivamente, na cabeça e no rosto. Inserir o Flashback da cena 05 do capítulo 14:

Otávio olha pela janela, tentando se comunicar para ajuda-lo sair dali. Escuta um barulho na porta. Celso entra no quarto com um prato de comida.

CELSO – Hoje, o almoço vai ser isso. Feijão com farinha e água.

Celso coloca o prato de comida. Mas Otávio joga o prato de comida no chão.

OTÁVIO – Eu não quero esta gororoba.

CELSO – É uma pena, porque só tinha isso para você.

OTÁVIO (Gritando) – Eu tenho nojo de você.

CELSO – Você vai ficar mais uns dias de castigo para aprender a me respeitar, seu moleque. Não nega que é filho de Venâncio. Teimoso como só ele era.

Fim do insert.

Inserir o Flashback da cena 07 do capítulo 14:

Celso, pensativo, sorri, relembrando momentos da infância. Mas Otávio interrompe.

OTÁVIO – Eu não fico mais aqui.

Celso puxa ele pelo braço.

CELSO – Você vai ficar aqui. Abaixa as calças. (Enquanto desabotoa as suas calças também).

OTÁVIO – O que é que você vai fazer comigo?

CELSO – Abaixa as calças!

Fim do Insert.

OTÁVIO – Daqui a dois dias é a sua vez Celso.

Otávio se olha no espelho e dá uma gargalhada.

Corta para:

CENA 08/ MANSÃO DA FAMÍLIA VASCONCELOS/ ESCRITÓRIO/ INT./ MADRUGADA

Olímpio está cochilando no escritório. Neste instante, Álvaro entra; Olímpio acorda e se assusta.

OLIMPIO – Ainda acordado, meu filho?

ÁLVARO – Perdi o sono! Estava pensando em Débora. Ela adormeceu. A mãe dela também adormeceu, mas eu estou sem sono... não consegui pregar o olho, mas estou muito preocupado com isso que a Débora está sentindo.

OLÍMPIO – Você acha que é....

ÁLVARO (Interrompe) – Gravidez. Eu... eu não posso ser pai agora. (Esmurra o birô). Eu tenho muita coisa para viver ainda. Vou entrar na universidade. Eu não quero ter um filho agora. Vai só me atrasar. Filho agora não.

OLÍMPIO – Você tem que arcar com as consequências de seus atos, meu filho. Quando eu me apaixonei pela sua mãe, assumi a responsabilidade de cuidar de você e da Tânia mesmo sabendo que vocês não eram meus filhos; assumi a responsabilidade de morar com sua mãe, mesmo sabendo que ela era desquitada. A vida é feita de escolhas!

Álvaro reflete o que pai disse e sai da em silêncio e cabisbaixo.

Corta para:

CENA 09/ PALMEIRÃO DO BREJO/ RUAS DA CIDADE/ EXT./ MANHÃ

Dois dias depois.

Tocar a música “Maracatu atômico”.  A cidade está tranquila. Pacata como sempre foi. As pessoas estão andando despreocupadas nas ruas. A igreja está movimentada. Na frente um homem vende medalhas de santos. Casais comprando flores. Álvaro compra uma flor e entrega para Débora;

A música para neste ponto.

Corta para:

CENA 10/ FAZENDA CORREIA/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ

Otávio entra travestido de Edgar Lopes, personagem ao qual criou para se encontrar com Celso Correia. Ele se senta no sofá, no instante que Celso desce. Os dois ficam frente a frente. Vem à Otávio novamente as suas memórias da infância.

Inserir o Flashback da cena 07 do capítulo 14:

Celso, pensativo, sorri, relembrando momentos da infância. Mas Otávio interrompe.

OTÁVIO – Eu não fico mais aqui.

Celso puxa ele pelo braço.

CELSO – Você vai ficar aqui. Abaixa as calças. (Enquanto desabotoa as suas calças também).

OTÁVIO – O que é que você vai fazer comigo?

CELSO – Abaixa as calças!

Fim do Insert.

Eles dão aperto de mão. Focar nos olhos de Otávio fixos em Celso.

Corta para:

CENA 11/ FAZENDA CORREIA/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ

Continuação da última cena do bloco anterior. Otávio traz em suas mãos uma maleta com alguns documentos. Eles se sentam no sofá. 

CELSO – Recebi algumas cartas suas sobre a sociedade.

OTÁVIO (Mentindo o nome) – Primeiramente, eu vou me apresentar. O meu nome é Edgar Lopes, sou proprietário da empresa de fabricação de tecidos CottonPlus e, como já comuniquei atrás das cartas, quero firmar uma parceria com você. A empresa está chegando aqui em Palmeirão do Brejo.

CELSO – Como ficarão as minhas costas?

OTÁVIO – Vamos com calma! Aceita ou não aceita?

CELSO – Aceito, mas com a garantia de que vou receber muito dinheiro com o lucro da venda dos tecidos.

OTÁVIO – Você vai ganhar! Eu dou a minha palavra. As suas cotas serão de 30%

CELSO – Proposta aceita!

OTÁVIO – Eu cuido das burocracias! Confio muito que a nossa parceira fará muito sucesso!

Eles dão um aperto de mão.

CENA 12/ FAZENDA CORREIA/ QUARTO DE CICÍLIA/ INT./ MANHÃ

Cecília senta na escrivaninha e começa a escrever uma prosa. No instante que ela começa a escrever, Débora entra. As aduas abrem um sorriso.

CECÍLIA – Eu estou escrevendo algumas narrativas. Andei lendo “Dom Casmurro”.

DÉBORA – Ás vezes eu tenho a sensação tudo que queria e mais rápido que pensava.

CECÍLIA – Eu também estou muito feliz. O Otávio me pediu em casamento e eu aceitei.

Elas dão-se as mãos e em seguida se abraçam.

DÉBORA – Os nossos sonhos estão se realizando. (Sente um cheiro forte e um enjoo). Faz dois que eu estou com enjoo. Acho que estou doente!

CECÍLIA – Você está grávida, Débora!

Débora abre um sorriso e abraça a prima.

Corta para:

CENA 13/ VILA DOS CIGANOS/ CIRCO/ INT./ MANHÃ

Os integrantes do circo ensaiam um número. Tocar a música “Entry of the Gladiators”. Miro inicia a apresentação.

MIRO – Respeitável público, tenho a honra de anunciar o Mascarado!

Carcará entre vestido de Mascarado e traz em suas mãos uma cartola e uma grande caixa preta. Ele coloca a caixa no chão em cima de uma plataforma. Abre ela e mostra que não nada dentro. Uma mulher aparece e entra na caixa. Ele fecha o objeto e dá dois toques com varinha. Abre a caixa e mostra que não tem mais ninguém nela. Os integrantes do circo aplaudem.

MIRO (P/Carcará) – Aprendeu direitinho... Claro, falta melhora um pouco a desenvoltura, mas está no caminho certo. Você tem que fazer mais movimentos para despistara o público dos truques. Você será um sucesso no circo.

Carcará tira a mascar sorridente.

A música para por aqui.

Corta para:

CENA 14/ PALMEIRÃO DO BREJO/ RUAS DA CIDADE/ EXT./ TARDE

Tocar a música “Maracatu Atômico”. Pessoas passeando pela cidade. Pessoas entrando na prefeitura. Um grupo de devotos entrando na igreja. Pessoa conversando na praça. Crianças correndo na rua.

A música para por aqui.

Corta para:

CENA 15/ MANSAÕ DA FAMÍLIA VASCONCELOS/ ESCRITÓRIO/ INT./ TARDE

Álvaro está bebendo um pouco de cachaça, enquanto observa o retrato da formatura de Olímpio. Ele está pensativo e sorridente.

ÁLVARO – Um dia quem estará estampado num retrato desses sou eu. Bacharel em Direito.

Neste instante, Débora entra sorridente. Ao perceber a presença da amada, Álvaro se vira para ela.

DÉBORA – Tenho boas notícias!

ÁLVARO – Devem ser muito boas mesmos. Você está muito sorridente!

DÉBORA – Estou grávida!

No instante em que Débora fala que está grávida, Álvaro fica sério.

Focar na expressão séria de Álvaro.

Congelamento preto e branco emoldurado como um retrato.

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