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LÁGRIMAS EM SILÊNCIO - Capítulo 32

 



Novela de Adélison Silva 

Personagens deste capítulo

JANA
LAURA
GIOVANA
GENIVALDO
ELIETE
PAULO
RAIMUNDA
MOISÉS
REBECA
RAVENA
CÁSSIA
MAURÍCIO
MARIA
PANDORA
DARLAN
RAUL
KIRA

Participação Especial:
CATARINA, FEMINISTAS, RELIGIOSOS, HELENINHA


CENA 01/ INT/ APT DOS REIS/ BANHEIRO/ DIA

Raul e Jana compartilham o espaço no chuveiro, a água caindo sobre seus corpos.

 

GIOVANA

(preocupada)

- Que manchas são essas, Raul?

 

RAUL

- Que mancha?

 

GIOVANA

- Tem umas manchas rochas em suas costas.

 

RAUL

- Talvez eu tenha me machucado quando passei mal e não percebi.

 

GIOVANA

(preocupada)

- Raul, isso tá muito estranho. Acho melhor cê não ir trabalhar, ficar em casa.

 

RAUL

(teimoso)

- Meu amor, tô me sentindo muito bem. Não vejo motivo pra ficar em casa de novo. Meus pacientes precisam de mim.

 

GIOVANA

(insistente)

- Cê precisa cuidar de sua saúde, isso sim. Não podemos ignorar isso, tem algo errado acontecendo. Vá a uma clínica, faça os exames que a médica pediu. Por favor, faça isso Raul.

 

RAUL

- Vá bem meu amorzinho, vou fazer isso, viu? Não precisa se preocupar tanto. 

 

CENA 02/ INT/ CASA DOS SIRQUEIRAS/ SALA DE JANTAR/ DIA

A mesa está posta para o café da manhã. Rebeca, Moisés e Raimunda estão sentados à mesa. Rebeca segura sua xícara de café com as duas mãos, apreensiva, antes de tomar coragem para falar.

 

REBECA

(tímida)

- Painho, mainha... queria dizer algo importante. É que eu... eu quero me casar.

 

Moisés e Raimunda se olham surpresos, com as sobrancelhas levantadas em choque.

 

MOISÉS

(entusiasmado)

- Oxe, minha filha mas isso é maravilhoso! Já havia pensado nisso, cê já passou da idade de casar. Vou encontrar um bom pretendente pra você, alguém que seja crente, seja da caminhada, conhecedor da Palavra. 


REBECA

- Não te avexe meu pai. Não precise encontrar ninguém, pois já tenho um pretendente.

 

MOISÉS

(surpreso)

- Como assim?

 

RAIMUNDA
- Oxente minha filha, cê tá namorando alguém?

 

 

REBECA

(resoluta)

- Tô sim, é Júnior...

 

MOISÉS

(se preocupando)

- Mas quem é Júnior, menina? Explique essa história direito, Rebeca!

 

REBECA

- Júnior é... Pirulito, um palhaço do circo.

 

Um silêncio tenso preenche a sala. Moisés parece congelar, seus olhos se arregalam em choque e sua expressão se transforma em indignação.

 

MOISÉS

(furioso)

- Circo, Rebeca? Cê tem andando naquele circo, Rebeca?

 

REBECA
- Júnior é um homem bom, ele disse que vai pra nossa igreja.

 

MOISÉS

- Isso é coisa do diabo! Cê tá revestida das vestes de Belzebu!

 

REBECA
- É não painho, essa roupa é minha.

 

RAIMUNDA

- Te acalme, varão!

 

MOISÉS

- Isso só pode ser castigo! Quantas vezes que já lhe falei que circo tem magia, enganações, fantasias, coisas do capiroto?

 

RAIMUNDA
- Moisés te acalme, pelo amor de Deus!

 

REBECA

- Desculpe painho, não pensei que o senhor fosse ficar tão avexado.

 


CENA 03/ INT/ COLÉGIO/ SALA DE AULA/ DIA

Maria está sentada em sua carteira, perdida em seus pensamentos enquanto olha pela janela. Sua mente vagueia, relembrando um momento especial.

 

FLASHBACK ON

CAP 30/ CENA 14/ INT/ CASA DA JANA/ QUARTO DA MARIA/ NOITE

Maria começa a dedilhar as cordas do violão, criando uma melodia suave. Ela fecha os olhos e imagina Darlan sentado ao seu lado, tocando com ela. Juntos, eles criam uma música que os transportava para outro lugar, uma dimensão onde só existem eles e a música.

FLASHBACK OFF

 

Continuação CENA 03/ INT/ COLÉGIO/ SALA DE AULA/ DIA

Ela está confusa sobre seus sentimentos por Darlan, ela não entende aquele sentimento novo que ela nunca havia sentido antes. Pandora está ao lado e observa Maria atentamente. Ela olha para Darlan, que está algumas carteiras atrás, e depois volta seu olhar para Maria. Catarina, entra na sala de aula, quebrando o momento de contemplação.

 

CATARINA

(entusiasmada)

- Bom dia, bom dia, bom dia! Vamos abrindo aí o livro na página 48 para darmos início a nossa aula.

 

 

 

CENA 04/ INT/ CLÍNICA BIO IN VITRO/ RECEPÇÃO/ DIA

Estão Jana e Cássia atrás do balcão cuidando do seu trabalho. Maurício chega animado.

 

MAURÍCIO
- Bom dia meninas!

(entregando uma sacola para Cássia)

- Meu bem, passei naquele lugar e comprei umas coisinhas pra gente.

 

CÁSSIA

(sorri maliciosamente)

- Pode deixar que guardo aqui.

 

Depois que Maurício sai Jana pergunta curiosa.

 

JANA

- Pelo o que tô vendo a noite vai esquentar.

 

CÁSSIA

- Ai Jana nem lhe conto viu? Noite passada foi uma loucura, mulher. E os gêmeos continuam na casa da avó então temos que aproveitar, né mesmo?

 

JANA

- Tá certa, tem que aproveitar mesmo. Acho que também vou ter que comprar umas coisinhas pra animar minha relação com Paulo. Pois tá fria, viu menina?

 

CENA 05/ INT/ BOUTIQUE DA RAVENA/ DIA

Ravena se aproxima de Laura.

 

RAVENA

- Hoje vou fechar a boutique mais cedo. Conversei com as meninas das “Amazonas”, iremos fazer uma manifestação lá próxima da igreja do Bonfim.

 

LAURA

(preocupada)

- Próxima a igreja? Venha cá Ravena, se trata de uma manifestação ou outro confronto?

 

RAVENA

- Iremos levantar nossa bandeira, Laura. E lutar por aquilo que a gente acredita. Agora se tiver confronto, baixar a guarda cê sabe que não vou, né?

 

LAURA

- Sei bem disso. Desta vez vou não, viu?

 

RAVENA

- Oxe, e porque isso agora?

 

LAURA

- É que combinei com Kira que iria passar no CAMPA mais tarde. E também vou até a casa de mainha, levar Pandora pra conhecer ela.

 

RAVENA

- As coisas mudaram tanto, né mesmo? Agora tenho que ir sozinha para as manifestações. Porque minha mulher e minha filha desistiram da nossa luta.

 

LAURA

- Sem drama, né Ravena?

 

 

CENA 06/ INT/ COLÉGIO CENTRAL/ CORREDOR/ DIA

No intervalo entre as aulas, Maria está caminhando pelo corredor quando Darlan se aproxima.

 

DARLAN

- Maria!

 

MARIA

- Oi Darlan!

 

DARLAN

- Oxe, tá fugindo de mim por quê?

 

MARIA

- Tô fugindo de cê não.

 

DARLAN

- Não é o que parece. Toda vez que me aproximo cê se afasta.

 

MARIA
- O que cê quer, hein Darlan? Diga lá.

 

DARLAN

- Queria poder ter a chance de sair contigo. De fazermos alguma coisa depois da aula. Que cê acha?

 

MARIA

- Mas pra quê isso?

 

DARLAN

- Oxente, pra lhe conhecer melhor. Não sei quase nada sobre você, sobre sua família, sobre seu pai... Como é sua relação com seu pai, Maria? Cês se dão bem?

 

Maria se incomoda quando Darlan menciona seu pai.

 

MARIA

- Depois a gente marca algo. Preciso ir.

 

DARLAN

(com pesar)

- Desculpe, Maria, não era minha intenção lhe deixar desconfortável. Porque sempre vejo seu pai aqui, aí fiquei curioso. Foi só isso.

 

 

MARIA

(apressada)

- Vou ao banheiro, já tá dando a hora de voltar para a sala.

 

Maria se afasta e deixa Darlan sozinho no corredor.

 

CENA 07/ INT/ CASA DOS FERNANDES/ ESCRITÓRIO/ DIA

Eliete entra no escritório, onde Genivaldo está concentrado em seus projetos arquitetônicos. Ela cumprimenta-o com um sorriso sem graça.

 

ELIETE

- Bom dia!

 

Genivaldo ergue o olhar, respondendo ao cumprimento, mas logo volta sua atenção ao trabalho.

 

GENIVALDO

- Oi Eliete!

 

ELIETE

- Vou por umas roupas pra lavar agora. Onde tão as suas?

 

GENIVALDO

- As minhas não serão preciso, já lavei.

 

Ela se aproxima dele, os olhos cheios de convicção.

 

ELIETE

- Sabe genivaldo, conversei com pastor Moisés sobre nossa relação. Até falei com ele sobre pregar pra você, tentar lhe encaminhar pra salvação. Cê acredita que até isso eu estava desistindo, para tentar salvar nosso casamento?

 

GENIVALDO

- Eliete, não quero saber o que cê e esse pastor andou conversando. Nesse momento o que quero é ficar sozinho e finalizar esse projeto.

 

ELIETE

(resoluta)

- Pastor Moisés me ajudou enxergar que Deus tá me usando como instrumento. Tenho tido visões através de sonhos. Não posso ignorar a voz de Deus. Isso significa que não desisti de nosso casamento, Genivaldo. Mas também significa que não vou trocar a vida que tenho por uma vida de pecado.

 

Genivaldo olha para ela, sua expressão mostrando uma mistura de frustração e irritação.

 

GENIVALDO

- Ninguém aqui tá falando pra você viver uma vida de pecado. O que não quero é que cê fica me enchendo o saco, me azucrinando com essas coisas. Respeita o espaço dos outros, é só o que lhe peço. Se até Deus nos deu o livre arbítrio, porque essa mania que cês tem de achar que todo mundo tem que acreditar no que cê acredita.

 

ELIETE

(com fervor)

- Jesus tá voltando Genivaldo, e me preocupe sim com sua salvação por que lhe amo. Quero que cê vai pro céu junto comigo. Mas cê tá tão apegado as coisas desse mundo e esqueceu das benevolências divina. O dia do fim tá próximo, e o que cê tem feito sobre isso?

 

Genivaldo suspira, buscando paciência

 

GENIVALDO

- Amém Eliete. Agora, tenha a gentileza, vai cuidar de sua roupa que tenho muita coisa pra fazer aqui.

 

Eliete sai do escritório de cara fechada.

 

 

CENA 08/ EXT/ COLÉGIO CENTRAL/ DIA

Maria caminha em direção ao portão do colégio, seu rosto mostrando preocupação. Pandora corre para alcançá-la, notando a expressão tensa da amiga.

 

PANDORA

- Oi Má! Tá tudo bem com você?

 

Maria sorrir para tranquilizar a amiga.

 

MARIA

- Sim, tô bem.

 

PANDORA

- Que bom, então. Vou lá na praia do Farol mais tarde. Se anima não?

 

MARIA

- Vou ver como me sinto mais tarde, qualquer coisa lhe aviso.

 

PANDORA

- Cê tá bem mesmo? Se algo estiver errado, pode me contar. Poxa, gosto muito de você, sabe disso. Tô aqui pra ajudar, minha linda.

 

Enquanto elas conversam, o pai de Maria, Paulo, estaciona o táxi nas proximidades e a chama.

 

PAULO

- Bora Maria!

 

Maria fica visivelmente nervosa ao ouvir a voz de seu pai.

 

MARIA

- Tenho que ir, Pandora. Nos vemos depois.

 

Pandora assente com a cabeça, observando Maria se afastar. Maria se aproxima do pai, olhando uma última vez para a amiga antes de entrar no carro. Pandora fica olhando, preocupada, enquanto o carro de Maria se afasta.

 

CENA 09/ INT/ CAMPA/ SALA DA GIOVANA/ DIA

Giovana está sentada à mesa, visivelmente preocupada, enquanto Kira a conforta.

 

GIOVANA

- Tô tão preocupada com Raul, não sabe? Ele tem se sentido tão mal ultimamente, tonturas, falta de apetite e agora essas manchas pelo corpo... Tô com muito medo do que possa ser.

 

Kira coloca sua mão sobre a de Giovana, transmitindo apoio.

 

KIRA

- Lhe entendo, viu nega? Mas cê precisa ter fé que ele vai superar isso. Os médicos vão descobrir o que tá acontecendo, e tudo vai se resolver.

 

GIOVANA

- Tomara, viu Kira? O problema que Raul é teimoso, fica enrolando pra fazer esses benditos exames.

 

KIRA

- Vai ficar tudo bem.... E para alegrar um pouco o ambiente, tenho um convite. Vou trabalhar em uma festa nesta semana e consegui dois convites extras. Quero que cê e Raul venham. Será uma noite para esquecer as preocupações e se divertir um pouco. Raul também precisa de momentos de descontração, né?

 

GIOVANA

- Obrigada nega. Olhe se Raul tiver se sentindo bem até lá, iremos sim.

 

 

CENA 10/ INT/ CASA DOS SIRQUEIRAS/ SALA DE ESTAR/ TARDE

Moisés está sentado em sua poltrona, segurando a Bíblia aberta em suas mãos. Rebeca, de pé ao lado de Raimunda.

 

MOISÉS

(lendo)

- "Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor."

 

Moisés fecha a Bíblia com um baque, fixando seu olhar duro em Rebeca.

 

MOISÉS

- Ouvistes? Tá na palavra. Jamais admitirei que minha filha se case com um artista de circo.

 

REBECA

- Mas painho, ele disse que vai se converter...

 

MOISÉS

- Eu disse não, Rebeca!

 

RAIMUNDA
- Varão, vamos conversar com o rapaz primeiro. Vamos saber quais são as intenções dele.

 

MOISÉS

- Essa relação é impura aos olhos de Deus. Eu não permitirei que cê se envolva mais com esse rapaz de circo. Quer casar? Encontrarei um marido digno pra você, alguém que seguirá o caminho do Senhor. E não tem o que ser conversado, viu Raimunda?

 

Rebeca olha para o chão, lutando contra as lágrimas.

 

 

CENA 11/ EXT/ PRAIA/ TARDE

Pandora está sentada nas pedras, observando as ondas do mar quebrando suavemente na areia. Seus olhos estão distantes, perdidos em pensamentos. Enquanto ela está imersa em seus pensamentos, ela vê Maria se aproximando. Seu rosto ilumina-se com um sorriso quando a amiga se aproxima.

 

PANDORA

- Oi, Má! Que bom que cê veio, viu?

 

Ela fica animada e vai ao encontro da amiga. As duas se abraçam calorosamente.

 

PANDORA

- O que houve meu amor? Cê se afastou, ficou tão distante de repente.

 

MARIA

- Não tava me sentindo bem, precisava de um tempo pra ficar sozinha e refletir sobre algumas coisas.

 

PANDORA

- Entendo. Maria, cê tá gostando de alguém?

 

Maria hesita por um momento antes de responder, seus olhos evitando encontrar os de Pandora.

 

MARIA

- Não. Tem nada a ver com isso, são coisas minhas. Não quero ficar falando sobre isso também, Pandora.

 

PANDORA

- Tudo bem. Quando cê quiser falar, tô aqui pra lhe ouvir. Também tô tentando entender algumas coisas, sabe?

 

MARIA

- Ah, é? O que aconteceu?

 

PANDORA

- É sobre Darlan, Maria. Não sei... algo nele mexe comigo de uma maneira que nunca senti antes. É tudo tão confuso pra mim.

 

Maria sente um aperto no peito ao ouvir o nome de Darlan, mas tenta disfarçar.

 

MARIA

- Cê... gosta dele?

 

Pandora olha para o mar por um momento antes de finalmente confessar.

 

PANDORA

- Acho que sim. E isso é tão estranho pra mim... Porque quando nós duas nos conhecemos, fiquei muito afim de você.   Mas aí fomos nos envolvendo e nos tornamos amigas. Não sei o que é, sabe Maria? Mas tem algo em você que me faz bem. Gosto muito de tá com você. Mas não existe desejo sexual, só quero sua presença, isso me basta. Já com Darlan é diferente, eu sinto atração sexual por ele.

 

MARIA

- Oxe Pandora, sempre pensei que cê gostasse só de meninas. Cê sempre arrotou horrores sobre os garotos.

 

PANDORA

- A verdade é que nunca gostei de meninas. Nunca fui lésbica. Minha mãe Ravena que desde sempre me fez enxergar os garotos como maus, vilões. E nunca entendi bem o por que. Isso aqui que cê ver, não sou eu. Isso é uma personagem que minha mãe Ravena inventou e fui obrigada a interpretar minha vida toda. Mas agora quero ficar com Darlan. Confuso tudo isso, né?

 

MARIA

(respirando fundo)

- Sim. Tudo muito confuso mesmo.

 

 

CENA 12/ INT/ CLÍNICA DE PSICOLOGIA/ CONSULTÓRIO DO RAUL/ TARDE

Raul está sentado em sua mesa, revisando algumas anotações, Heleninha em pé em sua frente aguardando intruções.

 

RAUL

- Pode pedir para o próximo paciente entrar, Heleninha.

 

Antes que Heleninha possa responder, a porta se abre e Giovana entra determinada.

 

GIOVANA

- Na verdade, Heleninha, o próximo paciente sou eu. Preciso falar com Raul. Tudo bem com você?

 

HELENINHA

- Tô bem, sim senhora. Com licença.

 

Heleninha sai do consultório, deixando-os a sós.

 

RAUL

- Oi, meu amor. Aconteceu alguma coisa?

 

GIOVANA

- Vim ter certeza de que cê fez os exames de sangue que a médica pediu. Raul, cê precisa cuidar de sua saúde.

 

 

RAUL

- Ah, ainda não fiz, Giovana. Ontem não trabalhei, então hoje tive muitos pacientes para atender. Mas vou fazer em breve, prometo. Não se preocupe tanto.

 

GIOVANA

- Raul, sua saúde vem em primeiro lugar. Não pode adiar isso. Oh meu lindo, por favor, é sério. Prometa que vai fazer os exames o mais rápido possível.

 

RAUL

- Cê tem razão, tá certa. Vou marcar os exames ainda hoje, não vou mais adiar.

(sorridente)

- Que tal um jantar fora esta noite? Podemos ir ao restaurante que cê gosta.

 

GIOVANA

- Isso seria ótimo. Tô mesmo com preguiça de fazer comida.

 

Eles se beijam rapidamente e Giovana se prepara para sair.

 

GIOVANA

- Agora preciso dá licença, que o paciente precisa entrar, né?

 

Ela sai do consultório, deixando Raul sozinho por um momento.

 

 

 

CENA 13/ INT/ CAMPA/ OFICINA/ TARDE

Kira e Laura estão sentadas cuidando de alguns artesanatos enquanto conversam.

 

KIRA

- Eu convidei os dois para a festa, sabe? Mas na verdade, eu queria mesmo que só Giovana fosse. Mas como que eu iria convidar Giovana e excluir Raul?

 

LAURA

- Ainda mais agora com esse problema da saúde dele.

 

KIRA

- Pois é, ainda tem isso. A coitadinha tá toda preocupada com o marido. Mas se Deus quiser não vai ser nada, ele vai sair dessa.

 

LAURA

- Kira, cê já falou para Giovana sobre os seus sentimentos?

 

KIRA

- E precisa? Minha paixão tá estampada na cara, meu amor. Nunca neguei isso pra ninguém. Mas tenho um bom senso, Raul tá passando por um momento difícil, vou respeitar.

 

CENA 14/ EXT/ RUA/ NOITE

Ravena liderava um grupo de feministas radicais Amazonas, que marchavam pelas ruas, carregando faixas e entoando palavras de ordem em defesa dos direitos das mulheres.

 

Ravena lidera o grupo das feministas radicais Amazonas, todas carregando faixas e gritando palavras de ordem em defesa dos direitos das mulheres.

 

RAVENA

- Não vamos mais aceitar o silêncio! Nossas vozes serão ouvidas!

 

FEMINISTA 1

- Parem de nos oprimir! Nossos corpos, nossas escolhas!

 

FEMINISTA 2

- Abaixo o patriarcado! Vamos lutar por um mundo onde todas as mulheres sejam livres!

 

RAVENA

- Irmãs, nunca esqueçam o poder que temos quando estamos unidas! Juntas somos fortes, imparáveis!

 

FEMINISTA 3

- Vamos quebrar as correntes da opressão! Nossos direitos não serão mais negados!

 

A multidão segue marchando, empoderada e determinada.

 

CENA 15/ INT/ RESTAURANTE/ NOITE

Giovana e Raul estão sentados em um restaurante sofisticado, desfrutando de um momento íntimo.

 

GIOVANA

- Que bom que agora estamos bem, né? Não gosto quando a gente se desentende.

 

RAUL

- Não consigo imaginar minha vida sem você, Gih.

 

GIOVANA

- Mas também, já tamos junto a tanto tempo, né Raul?

 

RAUL

- Ainda me lembro do dia em que nos conhecemos na faculdade de psicologia. Parece que foi ontem. Quando entrei naquela sala, fiquei hipnotizado em você.

 

GIOVANA

- Nunca havia me envolvido com ninguém antes. Cê foi o meu primeiro amor.

 

RAUL

- Espero que eu seja o primeiro e único. Espere um pouco.

 

Raul se levanta, pegando uma caixa de joias elegantemente embrulhada.

 

RAUL

- Olhe!

 

GIOVANA

(surpresa)

- Que isso Raul?

 

RAUL

- Viu como ainda posso lhe surpreende? Entenda como símbolo de recomeço.

 

Giovana, surpresa, abre a caixa e encontra um belo colar dentro.

 

GIOVANA

- Ave Maria, Raul, é muito lindo...

 

RAUL

- Deixe que eu coloco em você.

 

Raul se levanta e gentilmente coloca o colar ao redor do pescoço dela. Ela olha para ele, e os dois se beijam.

 

 

CENA 16/ EXT/ RUA/ NOITE

As Amazonas, lideradas por Ravena, marcham com determinação pelas ruas, erguendo faixas e entoando palavras de ordem em defesa dos direitos das mulheres.

 

RAVENA

(gritando)

- Pelo fim da opressão! Pelo direito das mulheres!

 

No entanto, à medida que o grupo avança, eles deparam com uma procissão em honra a Nossa Senhora, liderada por um padre e seguida por uma multidão de fiéis. As pessoas caminham em louvor, segurando terços e velas, enquanto cânticos religiosos ecoam no ar. Ravena observa a cena com uma expressão de desaprovação e ódio, sentindo-se confrontada pelas crenças religiosas. Ela se vira para suas companheiras feministas, que compartilham de sua visão radical do feminismo, e dá um passo à frente, determinada a seguir em frente.

 

RAVENA

(com determinação)

- Chega de submissão! Não precisamos de crenças religiosas que nos oprimem!






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