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SEM FRONTEIRAS - CAPÍTULO 02

 




CAPÍTULO 2

UMA NOVELA ESCRITA & CRIADA POR: WANDERSON ALBUQUERQUE

LIMA - PERU

CENA 01 - APARTAMENTO DE FRANK - QUARTO - INT. - TARDE.

Frank está arrumando a cômoda e Gael (15) entra no quarto.

FRANK - Que modos são esses? Não já disse que você precisa bater na porta antes de entrar?

GAEL - Eu vi, tá?

FRANK (DESCONFIADO) - Não estou entendendo

GAEL - Eu vi a sua conversa com o brasileiro. Chris, não é?

FRANK (CHOQUE) - Você está me espionando, Gael? 

GAEL - Não. Em minha defesa, eu vim buscar meus tênis que estavam aqui e percebi que seu computador estava com a aba do msn aberta, é claro que eu não perderia a chance de ler.

FRANK - Você não tinha esse direito, Gael. É a minha privacidade. Existe um limite e você não pode ultrapassá-lo.

GAEL - Me poupe, Frank. Não é como se fosse algo grande. Se você é gay, tudo bem, mas não precisa dessa exaltação toda, não estou aqui para te julgar.

FRANK - Ah, claro. Você é tão bomzinho, não é?

GAEL - O que está insinuando? 

FRANK - Gael, apenas sai do meu quarto e eu te peço, não conte nada disso para a mamãe.

GAEL - Eu jamais faria isso, Frank. Sabemos bem a mãe que temos.

FRANK - Depois conversamos mais sobre isso.

GAEL - Quando eu falei que não te julgaria... Estou sendo sincero.

FRANK - Tudo bem. Fico grato.

Gael assente e sai do quarto e Frank senta-se em sua cama e põe a mão na cabeça.

CORTA PARA:

ARACAJU - BRASIL

CENA 02 - APARTAMENTO - COPA - INT. - NOITE

Chris, Fernando e Elisa estão sentados à mesa.

FERNANDO - Como foi o seu dia, Chris?

CHRIS - Ah, foi normal. Não aconteceu nada demais. Os meninos me chamaram para ir até a praia, mas preferi ficar em casa.

FERNANDO - Ótimo. Espero que hoje tenha tirado o dia para espairecer a mente, mas amanhã já volte para a sua rotina de estudos. Não quero que leve bomba no vestibular.

CHRIS - Eu estou bem, não precisa se preocupar. Minhas notas continuam altas.

ELISA - Eu já disse ao seu pai, mas parece que ele não me ouviu.

FERNANDO - Não é sobre isso, Elisa. Estou apenas preocupado com o futuro do nosso filho. 

CHRIS - Já disse para não se preocupar. Sei muito bem das minhas responsabilidades, não é algo que necessite ficar me lembrando o tempo inteiro.

FERNANDO - Tudo bem, então. 

ELISA - Chris, pensei em tudo já para o seu aniversário. Vou falar com o buffet e a cerimonialista amanhã.

CHRIS - Não estou entendendo. Hoje mesmo você disse que era para eu pensar no tema e agora vem com isso de que já tem tudo pronto?

ELISA - Ah, meu filho. Isso não significa que você não possa dar pitacos na festa. Mas precisamos estar bem perante a sociedade Aracajuana. 

CHRIS - Entendi, está pensando apenas no status.

FERNANDO - Sua mãe está certa, Chris. Nós somos importantes para a sociedade Sergipana. 

CHRIS - Tudo bem... O que eu preciso fazer?

ELISA - Aparentemente você terá que pousar para a Alphaville Magazine, afinal é a principal revista do estado. Você será a capa. Já falei com a Isabel, ela quem coordena tudo. Claro que você precisa participar das aulas de etiqueta, dos bailes, principalmente do beneficente. Christopher, todo mundo de Aracaju quer te conhecer. Sua irmã fez isso, então preciso que faça esse esforço por nós, tudo bem?

CHRIS - Sem problemas, mas por favor, não torne isso mais over do que já está sendo.

FERNANDO - Então estamos resolvidos, não é? Vou falar com o Alexandre para reservar a data no clube.

CHRIS - A festa será no clube?

ELISA - Mas é claro que sim. Todos os nossos amigos frequentam o clube, precisamos que seja lá.

CHRIS - Vocês não acham que isso é demais, não?

FERNANDO - Não. É tudo que você merece, meu filho.

Chris assente e dá uma garfada em seu prato.

CORTA PARA:


CENA 03 - SHOPPING RIOMAR - INT. - NOITE.

Karol e Victor estão andando de mãos dadas. 

KAROL - Sério, isso do Chris me preocupa um pouco.

VICTOR - Acho que essa sua preocupação é sem necessidade, Karol. A vida é dele.

KAROL - Exatamente, mas onde já se viu? Ele simplesmente está querendo viajar para outro país por causa de um garoto, Victor. 

VICTOR - Você não deve julgá-lo, Karol. 

KAROL - Não estou te entendendo. Será que vai ser preciso eu fazer uma intervenção?

VICTOR - Karol, você está indo longe demais. Está agindo como se ele fosse uma criança que precisasse de escolta. 

KAROL - Por favor, não me venha com essa. Estou sendo realista, Victor. O Chris é o meu melhor amigo e a última coisa que eu quero é que ele se magoe.

VICTOR - Se ele irá se magoar ou não, não é da sua conta. Se isso acontecer, você irá ficar ao lado dele e ponto final. Apenas.

KAROL - Você vai me dar a razão, pode ter certeza disso. 

VICTOR - Não se trata sobre estar certa, Karol. 

Karol bufa e Victor a segura pela cintura.

VICTOR - Deixe o Chris viver a história de amor dele. 

Karol assente e Victor beija a testa dela.

CORTA PARA:

AMANHECE O DIA EM ARACAJU

CENA 04 - COLÉGIO OLIMPO REAL - INT. - MANHÃ.

Nayane corre pelos corredores e encontra Karol e Victor. 

KAROL - Por que está correndo nessa velocidade toda?

NAYANE - Fui chamada na direção. Estou com um pouco de medo do que possa ser.

VICTOR - Você lembra de ter feito algo?

NAYANE - Não, talvez esse seja o problema. Não consigo lembrar de nada.

KAROL - Não foi nada, não se preocupe. 

NAYANE - Karol, estou com medo que seja relacionado a minha bolsa de estudos aqui.

VICTOR - Como assim?

NAYANE - Há uns meses estavam correndo uns burburinhos pelo colégio que as bolsas de estudo seriam reavaliadas e um novo método seria divulgado.

KAROL - Não precisa se preocupar com isso, Naya. Eles precisam de você e das suas notas.

NAYANE - Não gosto de confiar nisso... Bom, deixa eu ir, porque o Diretor Edson já deve estar me esperando.

Nayane sai correndo.

KAROL - Estou apreensiva também. Não estou sentindo nada de bom.

CORTA PARA:



CENA 05 - COLÉGIO OLIMPO REAL - DIRETORIA - INT. - MANHÃ.

O Diretor Edson está sentado em sua cadeira olhando alguns papéis. Nayane bate na porta.

NAYANE - Oi, Diretor. O Inspetor disse que o senhor queria falar comigo.

DIRETOR EDSON - Claro, Nayane. Entre.

Nayane entra e senta-se na cadeira em frente a mesa do diretor. Ela segura sua mochila apreensiva.

NAYANE - Aconteceu alguma coisa?

DIRETOR EDSON - Não precisa ficar preocupada, Nayane. Mas precisava conversar com você. Bom, você é uma das nossas melhores alunas do nosso colégio, a professora Bernadete ter te achado foi uma maravilha. O que eu queria conversar com você é que precisamos que no final do ano, você faça a prova de bolsas. 

NAYANE - Ah, isso é tranquilo pra mim. Mas a minha bolsa ainda está garantida?

DIRETOR EDSON - Infelizmente não. Gostaria que essa bolsa fosse sua, mas por ordens superiores, o dono, precisamos que todos os bolsistas façam uma prova no final do ano e que a nota seja acima de 90 pontos.

NAYANE - Não estava esperando por isso. Minhas notas são muito altas, vocês sabem disso. 

DIRETOR EDSON - Eu sei, Nayane, por mim, sua bolsa seria permanente até o terceiro ano, mas não posso fazer isso, são ordens superiores. 

NAYANE - Diretor Edson, se eu não atingir essa pontuação, não tenho como pagar a mensalidade do colégio. 

DIRETOR EDSON - Desculpa, Nayane... Mas olha, eu confio em você, é só uma prova, tenho certeza que irá tirar de letra. 

NAYANE - Não tenha tanta certeza assim. 

Nayane levanta-se.

NAYANE - Mas darei o meu melhor.

CORTA PARA:

CENA 06 - APARTAMENTO - COPA - INT. - MANHÃ.

Elisa está tomando o café da manhã sozinha na mesa. Vânia (55) está em pé olhando.

ELISA - Vânia, já te disse que você pode tomar café da manhã conosco. Mania horrorosa de comer lá na cozinha.

VÂNIA - Eu sei, patroa, mas eu não me sinto confortável.

ELISA - Por favor, Vânia, já conversamos sobre isso. Você é da família. 

Chris aparece e pega uma maçã na mesa e beija sua mãe e abraça sua mãe.

ELISA - Você não vai tomar seu café da manhã?

CHRIS - Estou atrasado, mãe. O Tom deve estar furioso lá embaixo. 

ELISA - O Tom já interfonou seis vezes.

CHRIS - Quando eu tirar minha CNH, ele vai se livrar de mim.

ELISA - Mas eu não irei demitir o Tom, ele continuará sendo o motorista da família, ainda mais agora que iremos nos mudar.

CHRIS - Você sempre tirando tudo de contexto. Tô indo. 

Chris sai.

VÂNIA - Filho dá um trabalho, né?

ELISA - Nem me fale, Vânia. Como estão os seus meninos? Eles gostaram das roupas que eu comprei pra eles?

VÂNIA - Ah, Dona Elisa, eles amaram, ficaram o dia inteiro olhando pra elas e perguntando quando iriam poder vestir. 

ELISA - Se faltar qualquer coisa pra eles, não hesite em me dizer, tá?

Vânia assente e Elisa bebe seu café.

CORTA PARA:

CENA 07 -  COLÉGIO OLIMPO REAL - SALA - INT. - MANHÃ.

O professor está na sala dando aula. Os alunos olham fixamente para frente. Há uma enorme janela que ocupa a parede inteira e que tem uma vista para o campo de futebol do colégio.

PROF. AERTON - A principal causa da formação de desertos é a escassez de água. Existem duas categorias principais de desertos: os desertos quentes, como o Saara na África, e os desertos frios, como o deserto de Atacama no Chile. Os desertos quentes geralmente se formam em regiões onde as massas de ar úmidas são bloqueadas por montanhas, como o caso do Deserto do Atacama, que está protegido pela Cordilheira dos Andes.

Chris recebe uma mensagem do seu telefone e vê que é do MSN. 

FRANK - Desculpa não ter falado com você antes. Mas não posso entrar sempre. Como está?

CHRIS - Não posso falar agora, estou em aula. Podemos nos falar mais tarde?

FRANK - Claro.

Aerton está ao lado de Chris e estende a mão.

PROF. AERTON - O telefone, Chris.

CHRIS (ENTREGA O TELEFONE) - Desculpe.

CORTA PARA:

CENA 08 - JARDINS COUNTRY CLUB - QUADRA DE TÊNIS - INT - MANHÃ.

Fernando e Alexandre jogam. Eles estão suados. Alexandre ataca pela última vez.

ALEXANDRE - Até que você jogou bem nesse último set. Suei um pouco, mas quem sabe na próxima você não vença?

FERNANDO - Sua soberba ainda vai fazer com que caia do cavalo.

ALEXANDRE - Tenho certeza que não. (ri)

FERNANDO - Alexandre, preciso de um favor.

ALEXANDRE - Claro, Fernando. Você sabe que somos amigos. Todos aqui somos irmãos. 

FERNANDO - Bom, eu queria pedir para que a festa do Christopher fosse aqui. Sei o quanto o club tem regras, mas quero fazer esse aniversário do Chris épico.

ALEXANDRE - Mas é claro que pode, Fernando. Não importa o dia, só me avise a data que eu já deixo reservado para vocês. Precisará somente do salão ou de mais alguma coisa?

FERNANDO - Pensei em decorar todo o ambiente. Mas isso vai ser como a cerimonialista e a Elisa idealizarem. Pensei em fazer no condomínio que iremos morar, mas a Elisa disse que queria algo maior e que trouxesse respeito.

ALEXANDRE - A Elisa sempre fazendo o certo. Pode considerar autorizado.

Fernando e Alexandre se abraçam.

CORTA PARA:

LIMA - PERU

CENA 09 - APARTAMENTO DE FRANK - SALA - INT. - MANHÃ

Frank está abrindo a porta do apartamento, quando é interrompido por sua mãe.

MARIZA - Aonde pensa que você vai?

FRANK - Estou indo ao shopping. 

MARIZA - Não demore. Hoje sua irmã vem nos visitar e quero que esteja em casa antes das 14h para me ajudar com os preparativos para o jantar.

FRANK - Já combinei de visitar o Carlos, só chegarei no horário do jantar.

MARIZA - Como é? Está achando que isso aqui é o que? Você vai chegar às 14h e vai me ajudar com o jantar.

FRANK - Não vou repetir. Sempre querendo fazer o que quer. Não sei por qual razão quer fazer esse jantar, a Elena sabe muito bem que você não é uma mãe exemplar.

Mariza dá um tapa em Frank

A IMAGEM CONGELA EM FRANK

FIM DO CAPÍTULO 2



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