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SAGRADA FAMÍLIA - CAPÍTULO 11

 



SAGRADA FAMÍLIA

“Capítulo 11”


Novela criada e escrita por

Wesley Franco

 

Personagens deste capítulo

ALEXANDRE

CARUSO

ADÉLIA

SOL

GUILHERME

MATIAS

EDUARDO

BÁRBARA

NATHALIA

REGINALDO

MURILO

BEATRIZ

 

Esta é uma obra de ficção e sem compromisso com a realidade.


CENA 1. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA DE REUNIÕES. DIA.

Continuação imediata da cena final do capítulo anterior.

NATHALIA – (sorrindo) Eu fico lisonjeada pelos aplausos, mas também fico um pouco envergonhada.

GUTO – Tia, não há o que ter vergonha, hoje é um dia muito especial, afinal de contas não é todo dia que se ganha o prêmio de empresária do ano.

MURILO – Você merece todos esses aplausos Nathalia, e se acostume porque na noite da premiação serão ainda maiores.

CARUSO – Fico muito feliz em ver a Castro Cosméticos em posição de destaque no mercado tendo a sua presidente premiada como melhor empresária do ano.

NATHALIA – Nada disso seria possível se não fosse o trabalho de todos vocês, eu sou apenas uma peça deste tabuleiro.

GUTO – Você é a peça principal, afinal de contas você é a presidente do grupo. Agora se sente tia, porque precisamos decidir algumas coisas importantes.

NATHALIA – Então vamos todos sentar e trabalhar.

Nathalia se senta e todos se sentam em seus lugares.

NATHALIA – Vamos às pautas do dia, quem começa?

BÁRBARA – O lançamento da nova coleção de fragrâncias já ganhou uma data, já temos local e até lista de convidados, só precisamos do seu aval.

NATHALIA – Para quando ficou?

BÁRBARA – Em 20 dias no Copacabana Palace, eu achei que não teria lugar melhor para lançar uma coleção de fragrâncias que se inspira no Rio de Janeiro. O Copacabana palace é a cara da cidade.

NATHALIA – De fato! Acho perfeito, e os modelos já foram selecionados?

EDUARDO – Estamos em processo de escolha, depois daquele escândalo do book rosa com aquela agência que prestava serviços para a fábrica, precisei buscar uma nova agência e estamos em período de seleção dos modelos.

NATHALIA – Perfeito, nada pode dá errado nesse dia, essa coleção é muito especial para a empresa, é em comemoração aos 50 anos de fundação da fábrica, tem que sair tudo perfeitamente bem.

CARUSO – Seria tão bom que o Jayme pudesse participar dessas comemorações, afinal ele ajudou a fazer esta empresa chegar onde chegou hoje.

NATHALIA – Tenho esperanças que ele consiga, mas a saúde do Jayme anda tão debilitada ultimamente, o médico pediu repouso constante.

CORTA PARA

CENA 2. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO. INT. COZINHA. DIA.

Adélia conversa com sua filha Sol.

SOL – Eu só passei aqui mesmo mãe para te dar um beijo antes de ir, a entrevista está marcada pro início da tarde e não quero me atrasar.

ADÉLIA –Tem certeza que você não quer que eu fale com a dona Nathalia?

SOL – Tenho mãe, quero conseguir esse emprego através dos meus esforços mãe, sem precisar dever favores a ninguém.

ADÉLIA – Vai dar tudo certo minha filha, você é muito esforçada e competente, essa vaga já é sua. Agora já seu irmão, não sei o que se passa na cabeça do Guilherme.

SOL – Ele disse que hoje ia participar de uma seleção de modelos lá da Castro Cosméticos, parece que eles vão lançar uma novela coleção de perfumes e estão escolhendo os modelos.

ADÉLIA – Hum, toda vez é a mesma história e nunca desfila de fato. Olha o Guilherme me dar uma dor de cabeça...

SOL – (rir) Um dia dar certo mãe, se é o sonho dele ele tem que tentar.

CORTA PARA

CENA 3. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALÃO DE EVENTOS. DIA.

O salão está repletos de modelos masculinos e femininos carregando no pescoço placas com numerações que os identificam, dentre esses modelos está Guilherme e um amigo dele chamado Matias. Neste salão também estão Eduardo e Bárbara para selecionar os modelos.

GUILHERME – Bastante cheio aqui, não imaginei que fosse dar tanta gente.

MATIAS – É Castro cosméticos mano, eles estão pagando um cachê bem da hora e a visibilidade é muito alta porque eles têm contrato de publicidade com as principais redes de televisão do país.

GUILHERME – Parece que alguém fez o dever de casa mesmo. (rir)

MATIAS – Já fiz um desfile com eles e foi top demais por isso eu tô aqui novamente.

GUILHERME – E me diz quem são as pessoas que realmente decidem quem vai desfilar?

MATIAS – (aponta discretamente para Eduardo e Bárbara) Tá vendo aqueles dois ali? São eles que dão a palavra final sobre quem desfila ou não.

GUILHERME – (sorrir) Bom saber.

CORTA PARA

CENA 4. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO. INT. QUARTO DE ALEXANDRE E RENATA. DIA.

Alexandre entra no quarto e encontra Renata deitada sobre a cama com o rosto coberto com um creme de pele e seus olhos tapados com um tapa olho. Alexandre dá um beijo na boca de Renata que se assusta.

RENATA – Que susto meu amor! Chegou cedo hoje, o que aconteceu? (se levanta e senta na cama)

ALEXANDRE – Resolvi sair da fábrica mais cedo hoje, o clima estava muito desagradável.

RENATA – Até imagino o motivo, não se fala em outra coisa na sociedade carioca. A Nathalia venceu o prêmio de melhor empresária do ano. A Castro Cosméticos na presidência dela foi destaque nacional e internacional, parece que ela vai ganhar até uma capa na Times de Nova York.

ALEXANDRE – Era pra ser eu o empresário do ano, se o Jayme não tivesse puxado meu tapete e ter diminuído tanto a vice-presidência da empresa. Eu era seu sucessor natural, mas ele fez questão de me afastar das principais decisões da empresa.

RENATA – Amorzinho, você sabe muito bem o porquê dele ter te afastado.

ALEXANDRE – São suposições suas!

RENATA – Ai Alexandre, mais de vinte anos discutindo a mesma coisa, é evidente que naquela época o Leonardo deve ter contado alguma coisa para o Jayme antes de morrer, porque foi logo depois da morte do Leonardo que o Jayme foi aos poucos retirando responsabilidades das suas mãos e dando cada vez mais confiança para Nathalia. Você acha uma coincidência?

ALEXANDRE – O meu momento irá chegar, o Jayme está cada vez mais doente, logo, logo irá nos deixar. E ainda que a Nathalia esteja onde está hoje, nos somos os únicos herdeiros restantes do Jayme e quando ele morrer tudo será nosso. E com o controle de tudo, também terei controle sobre a fábrica e vou chutar a Nathalia da presidência.

RENATA – A situação do Jayme está péssima mesmo, hoje a enfermeira que cuida dele precisou chamar o médico porque parece que ele deu uma piorada significativa.

ALEXANDRE – Seria tão interessante se ele morresse bem no dia que ela fosse receber o prêmio (sorrir), assim estragaria a noite dela, e alegraria a nossa duas vezes, uma com a infelicidade dela de não aproveitar a noite do prêmio e a outra com a feliz morte do Jayme.

CORTA PARA

CENA 5. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALÃO DE EVENTOS. DIA.

SONOPLASTIA: Heart of Glass – Blondie

Dezenas de modelos, entre eles Guilherme e Matias desfilam diante de Eduardo e Bárbara que seguram pranchetas e fazem anotações sobre os modelos. No momento em que Guilherme desfila ele fixa um olhar sedutor para Bárbara que percebe, sorrir e faz um comentário no ouvido de Eduardo que olha para Guilherme com mais atenção. O desfile se encerra, todos os modelos se reúnem ao redor de Eduardo e Bárbara.

SONOPLASTIA OFF

BÁBARA – Muito obrigada pessoal, o desfile foi excelente, vocês são ótimos, mas como vocês já sabem só selecionamos 15 modelos.

EDUARDO   Vou anunciar os escolhidos pela numeração que vocês carregam no pescoço. Os escolhidos foram 002, 014, 037, 012, 041, 055, 077, 005, 007, 022, 025, 045, 040, 038 e 017.

Os escolhidos comemoram, entre eles estão Guilherme e Matias que se cumprimentam com um abraço.

BÁRBARA – É isso pessoal, até a próxima.

Beatriz entra no salão e vai em direção até Eduardo e Bárbara.

BEATRIZ – Terminou tudo por aqui meu amor? (beija Eduardo)

EDUARDO – Sim amor, acabamos de anunciar os modelos que irão desfilar a nossa coleção. (sorrir)

BEATRIZ – Vamos jantar? Queria comer uma coisa bem legal hoje. Bárbara se quiser vim com a gente e levar o Murilo também.

BÁRBARA – Hoje o Murilo vai ficar na empresa até tarde e eu marquei de jantar com a minha mãe, mas fica para próxima.

BEATRIZ – Tudo bem então. E você meu amor, vamos?

EDUARDO – Hoje não vai dar meu amor, tenho um jantar com aquele diretor de publicidade que te falei, o desfile está quase chegando, a gente precisa ativar uma grande campanha de divulgação e eu preciso acertar os detalhes com ele.

BEATRIZ – Então vou pedir alguma coisa em casa mesmo.

EDUARDO – Amanhã a gente janta, pode ser?

BEATRIZ – Claro que pode meu amor. (sorrir)

EDUARDO – Combinados então! (beija Beatriz)

BÁRBARA – (rir) Ai como são apaixonadinhos.

CORTA PARA

CENA 6. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA DE CARUSO. DIA.

Caruso está sentado a sua mesa até que Sol bate à porta e entra.

SOL – Com licença.

CARUSO – Pode entrar e se sentar por favor. (sorrir)

SOL – Boa tarde Sr. Caruso.

CARUSO – Como você se chama?

SOL – Solange Oliveira, mas me chamam de Sol.

CARUSO – (sorrir) Sol, lindo apelido, o sol é radiante e brilha. Eu adoraria ter um apelido assim.

SOL – (sorrir) Obrigada.

CARUSO – Bem, como você já deve saber estou procurando uma secretária para mim, a minha antiga secretária se aposentou e eu preciso muito de alguém que eu possa confiar e que me ajude no trabalho. Irei fazer algumas perguntas básicas para conhecer um pouco mais sobre você, tudo bem?

SOL – Sim, senhor.

CARUSO – Que experiência você tem e por que está aqui?

SOL – Não tenho experiência como secretária, mas sou formada em economia e fiz um curso de contabilidade.

CARUSO – Vejo que você tem uma boa formação, mas por que está buscando uma vaga de secretária?

SOL – Neste meio há muita competitividade e como não tenho muita experiência, seria muito bom começar a minha carreira trabalhando como uma secretária executiva para que eu possa mostrar as minhas habilidades.

CARUSO – Muitas pessoas têm dificuldade de começar de baixo, parabéns pela iniciativa. Fala alguma outra língua?

SOL – Inglês e Espanhol.

CARUSO – Casada, solteira, viúva?

SOL – (sorrir) Solteira.

CARUSO – (sorrir) Bom, muito obrigado por ter vindo, irei pessoalmente te ligar, caso seja selecionada.

SOL – Agradeço.

CORTA PARA

CENA 7. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO. INT. QUARTO DE JAYME. NOITE.

Nathalia está sentada na cama ao lado de Jayme que está deitado e bastante abatido.

NATHALIA – A Adélia me contou que o médico precisou vim aqui hoje. Você está bem Jayme?

JAYME – Foi só uma pequena recaída, passei um pouco mal hoje no fim da manhã, mas agora estou bem.

NATHALIA – Estou tão preocupada com você meu amigo, parece tão abatido.

JAYME -  Está chegando a minha hora Nathalia, eu sinto que a morte está cada vez mais perto.

NATHALIA – Não fale assim Jayme, eu não gosto quando você fala isso.

JAYME – É inevitável, nós sabemos disso e você precisa estar preparada para isso.

NATHALIA – (emocionada) Eu nunca vou estar preparada para te perder, você é meu grande amigo, meu grande companheiro de vida, depois que eu perdi a minha madrinha, o Humberto e a minha filha, foi você que sempre esteve aqui comigo, eu não estou pronta para te deixar ir.

JAYME – Você vai encontrar a sua filha e ela vai ser seu grande porto seguro, assim como eu quero encontrar novamente o meu filho e para isso eu preciso ir.

NATHALIA – (chora) Eu estou sendo egoísta de querer te prender aqui ao meu lado, não estou?

JAYME – Claro que não, a gente nunca quer que as pessoas que a gente ama vá embora, ainda que seja inevitável.

NATHALIA – Queria você aqui na festa de aniversário da empresa, na minha premiação, você foi o responsável por tudo isso que está acontecendo na minha vida.

JAYME – Se eu não estiver aqui em carne, estarei em alma. Eu prometo!

Nathalia abraça Jayme.

CORTA PARA

CENA 8. APARTAMENTO DE EDUARDO. INT. SALA/NOITE. NOITE.

A campainha do apartamento toca e Eduardo vai atender, ele abre a porta, mas o foco se mantém em Eduardo sem revelar a pessoa que chegou.

EDUARDO – (sorrir) Chegou bem na hora, pode entrar.

EDUARDO – Você quer alguma bebida? Tem vinho, vodka, whisky...

EDUARDO – Whisky? Vou preparar um para você.

Eduardo vai até a bancada onde estão as bebidas, pega um copo coloca alguns cubos de gelo, coloca o whisky e serve a pessoa.

EDUARDO – Vamos para o quarto, lá nós iremos ficar mais confortáveis.

Eduardo e a pessoa misteriosa caminham até o quarto. O quarto está com as luzes apagadas, a única iluminação vem da rua que reflete na enorme janela que o quarto possui. A pessoa misteriosa se deita na cama e observa Eduardo a retirar a camisa e sua bermuda, ficando apenas de cueca.

EDUARDO – Tira a roupa também, quero te ver sem nada! (sorrir)

Congelamento final em Eduardo sorrindo.

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