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Maré Alta - Capítulo 19

  





MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 19


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs




CENA 01. CASA DE FÁTIMA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. MANHà

Continuação imediata do capítulo anterior. LÍVIA está andando de um lado para o outro demonstrando estar bastante nervosa. FÁTIMA está ao seu lado e tenta lhe acalmar. A nossa protagonista demonstra em seu olhar que ela não cai aceitar o que aconteceu de mão beijada.


Fátima — Você precisa se acalmar, Lívia. Não vai adiantar nada você ficar desse jeito. A única coisa que nós podemos fazer é esperar. 

Lívia — (nervosa) Esperar? Essa é a única coisa que eu não posso fazer, Fátima. O Cassiano foi acusado injustamente. Eu não posso ficar aqui de braços cruzados. Algo precisa ser feito imediatamente. 

Fátima — E o que você pretende fazer, Lívia? Esse caso é muito sério. Eu também acredito na inocência do Cassiano. Mas a situação é delicada demais. Tem algo que está errado. 

Lívia — Eu também acho isso, Fátima. E é por isso que eu vou tirar essa história a limpo. 


LÍVIA vai indo na direção da porta. FÁTIMA a impede.


Fátima — Você não pode estar indo fazer o que eu estou imaginando, Lívia. Confrontar o seu avô agora seria um erro. Pensa melhor. 

Lívia — E o que você quer que eu faça, Fátima? Quanto mais tempo demorar mais o Cassiano vai correr o risco de pagar por um crime que ele não cometeu. Isso não está certo. E você sabe muito bem disso. 

Fátima — Eu estou apenas preocupada com você. Eu sei muito bem fo que o Gregório Assunção é capaz de fazer. Eu sinto muito. 


LÍVIA respira fundo. Ela está bastante decidida.


Lívia — (decidida) Eu sinto muito, Fátima. Mas eu não vou voltar atrás na minha decisão. Eu vou enfrentar o meu avô. Ele precisa ser responsabilizado. Isso é o mínimo. 

Fátima — Você tem certeza disso, Lívia? Você sabe como o seu avô sempre foi muito difícil. 


LÍVIA fica em silêncio. Sem pensar duas vezes LÍVIA sai pela porta da sala. FÁTIMA não consegue impedir ela. 

CORTA PARA/


CENA 02. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INTERIOR. MANHà

CLOSE no DELEGADO AUGUSTIN que está bastante pensativo. Nesse momento um POLICIAL vem trazendo CASSIANO algemado. O nosso protagonista é colocado sentado na cadeira enquanto o DELEGADO AUGUSTIN fica o encarando fixamente. CASSIANO não demonstra medo.


Delegado Augustin — Você já deve saber porque o motivo de eu ter chamado até aqui, não é mesmo? A acusação que pesa sobre você é muito grave. O que você tem a dizer?

Cassiano — (sério) Eu sou inocente, Delegado. Alguém deve ter armado para mim. Eu. Isso deve ser um engano. Só pode ser isso.

Delegado Augustin — Uma testemunha apareceu, Cassiano. Ela te coloca como usuário de turismo sexual. Isso é muito gave. 

Cassiano — E o senhor acha que eu não sei disso, Delegado? Mas eu sou inocente. Ponto final. 


O DELEGADO AUGUSTIN se levanta de sua poltrona e fica parado na frente de CASSIANO que fica o encarando.


Delegado Augustin — Pelo visto você não vai me contar a verdade então eu serei obrigado a verificar a verdade. Mas você vai ficar detido enquanto as investigações ocorrem.

Cassiano — Você não pode fazer isso comigo. Eu sou inocente. Alguém está armando para mim.

Delegado Augustin — Isso você vai ter que provar. Mas enquanto isso deixa eu fazer o meu trabalho.  (P) Policial…. Leve ele até a cela. 


O POLICIAL tenta conduzir CASSIANO. Ele não permite. 


Cassiano — (esbravejando) Você está cometendo um erro, Delegado. Eu acredito muito na justiça. Eu vou conseguir provar que sou inocente. 


O POLICIAL vai levando CASSIANO para fora da sala do DELEGADO AUGUSTIN. Logo depois a câmera foca no semblante de dúvida do DELEGADO AUGUSTIN. 

CORTA PARA/


CENA 03. GRUPO “PESCADOS MARÍTIMOS”. SALA DE TOM. INTERIOR. MANHà

SHIRLEY está parada na frente da janela da sala de TOM. Nesse momento o vilão chega e sse surpreende ao ver SHIRLEY parada ali em sua frente. O sorriso vai sumindo do seu rosto lentamente. SHIRLEY se vira e vai caminhando na direção de TOM. O vilão vai se enfurecendo. 

Tom — (furioso) O que você pensa que está fazendo aqui, Shirley? Eu já disse que ninguém pode nos ver juntos. Vá embora. 

Shirley — Eu vou embora com muito prazer, Tom. Mas antes eu quero o que você me deve. Eu fiz o que você me pediu. Eu quero o meu dinheiro. E nem adianta dizer que não.

Tom — Esse não foi o combinado. Eu quero ver o Cassiano condenado. Depois eu te pago a outra metade do seu dinheiro. Entendidos? 

Shirley — Você é mesmo um calhorda, Tom. Não foi isso que eu combinei com você. Você disse que eu tinha que denunciar ele. Não foi?


TOM vai ficando cada vez mais nervoso. Ele coloca as mãos no rosto de SHIRLEY. Mas ela o confronta com firmeza.


Tom — Você vai fazer o que eu disse, Shirley. É melhor você não querer me desafiar. Entendeu? Agora vá embora imediatamente. 

Shirley — Você acha que eu tenho medo de você, Tom? Eu não sou a besta da Ana Rosa. Eu sei de tudo ao seu respeito. Agora me solta. 

Tom — Você vai ficar calada antes que o pior te aconteça. Isso é apra o seu próprio bem. 


TOM solts o rosto de SHIRLEY. Ela sorri . 

Shirley — Eu nunca tive medo das suas ameaças, Tom. E não vai ser agora que eu irei começar a ter. Nós estamos conversados. 

Tom — (nervoso) Some da minha frente, Shirley. Você e a Ana Rosa são iguais. Duas oportunistas que só querem se dar bem.


SHIRLEY vai embora da sala de TOM com um belo sorriso no rosto. Logo depois o vilão vai ficando descontrolado.

CORTA PARA/


CENA 04. CASA DE FÁTIMA. COZINHA. INTERIOR. MANHà

CLOSE em FÁTIMA que está sentada à mesa da cozinha e os seus pensamentos estão muito distantes. Ela não percebe quando LENITA chega já cozinha e vai se sentando ao seu lado. FÁTIMA olha para sua amiga e LENITA percebe que alguma coisa muito grave está acontecendo. 


Lenita — (preocupada) O que foi que aconteceu com você, Fátima? Eu consigo ver em seus olhos que alguma coisa está te perturbando. 

Fátima — Você precisa ficar calma, Lenita. O Cassiano foi preso acusado de turismo sexual. Ele foi levado até a delegacia. 

Lenita — Como você quer que eu fique calma depois do que você acabou de me dizer, Fátima? Isso não pode estar acontecendo com o meu filho. Ele jamais faria isso.

Fátima — A Lívia acha que o avô dela está envolvido nisso. E ela foi tirar satisfação com ele. Eu acho que ela está se arriscando.


LENITA fica em silêncio total. FÁTIMA toca em sua mão. 


Lenita — Você está certa, Fátima. Nada me tira da minha cabeça que foi o Gregório que mandou invadir a sua casa e roubar as provas que eu tinha contra ele. E agora esse maldito faz isso com o meu filho?

Fátima — Mas nós não podemos fazer nada. Estamos totalmente de mãos atadas. (P) O que podemos fazer é ir ver o Cassiano. 

Lenita — É exatamente o que eu vou fazer. Eu não posso deixar o meu filho sozinho nessa situação. Eu preciso ver ele imediatamente. 


LENITA vai indo já direção da porta. FÁTIMA vai atrás dela. 


Fátima — (ponderando) Eu vou junto com você, Lenita. O Cassiano é como se fosse o meu filho. Eu não posso deixar ele ficar sozinho. 


LENITA e FÁTIMA saem de casa apressadas. 

CORTA PARA/


CENA 05. VILA DOS PESCADORES . CASA DE ZÉ BATALHA E ONDINA. SALA. INTERIOR. DIA 

A câmera mostra que FRANCHICO e BABY estão sentados no sofá da sala se beijando em um clima de romance. Logo depois quem também entra na sala é ONDINA que esboça um sorriso ao ver a felicidade do seu filho. Em questão de segundos FRANCHICO e BABY param de se beijar. Eles ficam olhando de uma forma bem séria para ONDINA. 


Ondina — (sorrindo) Vocês não precisam sentir vergonha. Eu mais do que ninguém sabe o quanto vocês se gostam. É nítido isso. 

Baby — A gente só não queria faltar o respeito com a sua casa, dona Ondina. Eu gosto do seu filho de verdade. Pode acreditar nisso. 

Ondina — Disso eu não tenho a menor dúvida, Baby. Quando você chegou nessa cidade você era uma pessoa fútil e com o rei na barriga. Mas você foi mudando aos poucos. 

Franchico — A minha mãe está certa, meu amor. Até hoje eu lembro do nosso primeiro encontro. Você só faltou me matar com os olhos. 


BABY fica totalmente sem jeito. ONDINA a olha sorrindo.


Baby — Eu nem sei o que dizer. Quando eu cheguei em Porto da Areia tudo o que eu acreditava ser o certo eram tudo ilusão. 

Franchico — Foi difícil domar essa fera. Mas no final o que nós sentimos um pelo outro é mais forte que qualquer outra coisa. Não é mesmo? 

Ondina — Eu só fico preocupada que a sua irmã não seja assim também, Franchico. O caminho que a Ana Rosa está indo é sem saída. E ela não consegue perceber isso. 


FRANCHICO e BABY se olham. ONDINA está muito triste. 


Franchico — (sério) Mãe…. A senhora precisa deixar que a Ana Rosa entenda isso por si mesma. Ela acha que vai conseguir ter uma vida de luxos, mas eu sei que ela vai quebrar a cara. 

Ondina — Eu sei que você está certo, meu filho. Mas eu não consigo deixar de me preocupar. Ela é minha filha igual você é. 


ONDINA sai chorando da sala. FRANCHICO faz movimento de ir atrás de sua mãe, mas BABY o impede. 

CORTA PARA/


CENA 06. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

LÍVIA entra na mansão parecendo um verdadeiro furacão. Assim que ela vem entrando ela dá de cara com GREGÓRIO que está terminando de descer as escadas da mansão. O vilão olha para sua neta de um jeito bastante frio. LÍVIA não demonstra medo e encara GREGÓRIO de igual para igual. 


Gregório — O que você pensa que está fazendo aqui, Lívia? Você não pode entrar em minha casa agora que você quiser. Vá embora agora. 

Lívia — (furiosa) O que tem de errado com você? Porque você está jogando sujo para prejudicar a imagem do Cassiano? Me diz. 

Gregório — Do que você está me acusando agora, Lívia? Primeiro foi a morte do Sandoval e agora isso. O que você quer de mim? 

Lívia — Em primeiro lugar o meu pai não morreu. Eu sei que ele ainda está vivo. E eu sei que foi você que armou para o Cassiano ser preso por turismo sexual. Confesse. 


GREGÓRIO começa a gargalhar. LÍVIA fica muito nervosa. 


Gregório — Que ironia do destino. O Cassiano sempre passou a imagem de bom moço, mas não passa de um hipócrita. Quem diria! 

Lívia — Do que você está rindo? O Cassiano é inocente. E eu sei que ele vai provar isso. 

Gregório — Se depender de mim, esse infeliz vai mudar na cadeia. E você vai aprender que contra mim ninguém pode fazer nada. 


LÍVIA vai ficando ainda nervosa.


Lívia — (esbravejando) Você é um monstro. Agora que eu consigo entender tudo que a minha passou nas suas mãos. Eu vou fazer tudo para provar a inocência do Cassiano. 

Gregório — Então saia da minha frente. Você não é mais a minha neta. Se você quer se juntar com um inimigo então aceite as consequências. 


LÍVIA olha para GREGÓRIO com muita mágoa. Logo depois a nossa protagonista vai embora deixando GREGÓRIO bastante nervoso. O vilão fica totalmente fora de si.

CORTA PARA/


CENA 07. DELEGACIA. CARCERAGEM. INTERIOR. DIA 

A câmera mostra que CASSIANO que está andando de um lado para o outro parecendo estar bastante preocupado. Nesse momento TOM vai passando na frente da cela e o vilão sorri maliciosamente. Ao ver TOM em sua frente CASSIANO fica frente a frente com o vilão. 


Tom — Olha só como as coisas são. Você está no lugar que sempre deveria ter ficado. Agora sim eu vou conseguir ter a Lívia só para mim. Ela nem vai se lembrar de você.

Cassiano — (se dando conta) Eu deveria ter imaginado. Isso é coisa sua, não é mesmo, Tom? Mas porque você ainda quer me afastar da Lívia? Você nunca amou ela. 

Tom — E quem que te disse isso? Eu tenho os meus sentimentos pela Lívia. E com fora do caminho eu finalmente terei ela para mim. 

Cassiano — Isso não vai acontecer, Tom.A Lívia jamais vai se render a alguém como você. 


TOM continua sorrindo. CASSIANO o encara sem medo. 


Tom — Eu não contaria com isso. Você conhece a Lívia há muito pouco tempo. Somente eu sei do que ela gosta. E pode acreditar em mim. Depois que você sumir ela vai me amar de novo. 

Cassiano — Fica longe da Lívia, maldito. Eu não vou deixar que você estrague a vida dela. Eu vou fazer o que for preciso para te afastar dela. 

Tom — Boa sorte tentando fazer isso, Cassiano. Aliás você não vai nem estar vivo. Eu vou tirar você do meu caminho finalmente. 

CASSIANO fica perplexo com a frieza de TOM. O vilão continua com o seu olhar de desprezo para CASSIANO. 


Cassiano — (sério) Você está blefando, Tom. Você não tem tanto poder assim como imagina ter. 

Tom — Como você acha que eu consegui te colocar aqui dentro? Você não tem como fugir para o que eu tenho planejado para você. Eu vou acabar com você lentamente. 


TOM vai embora se sentindo totalmente vitorioso. A câmera mostra o olhar do desespero de CASSIANO. 

CORTA PARA/


CENA 08. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. DIA 

De uma forma ampla podemos ver LÍVIA andando pelo jardim da mansão com o seu pensamento bastante distante. Nesse momento a câmera e mostra SANDOVAL entrando no jardim da mansão o que deixa a nossa protagonista bastante chocada. LÍVIA fica na frente de SANDOVAL e o abraça. 


Sandoval — Minha filha…. Você não imagina como eu senti a sua falta. Eu já imaginava que você estaria aqui. A gente precisa conversar. 

Lívia — (surpresa) Pai…. Você está vivo? Eu não posso acreditar no que eu estou vendo. O que foi que aconteceu? Eu tenho tantas perguntas para fazer. Onde você estava? 

Sandoval — Eu prometo que eu vou contar tudo que você quiser saber, Lívia. Mas a gente não pode ficar mais nesse lugar. Eu desconfio que foi o seu avô que mandou explodir o meu barco. Eu só quero sair daqui. 

Lívia — Pai… Eu sei que você já deve ter ouvido os rumores. O Cassiano é inocente. Ele jamais faria algo assim tão asqueroso. 


SANDOVAL toca as mãos de LÍVIA de um jeito fraternal. 


Sandoval — É claro que eu acredito em você, minha filha. Eu conheço muito bem o caráter do Cassiano. Ele salvou a sua vida naquele incêndio da associação. Isso eu não esqueço jamais. 

Lívia — Eu prometo que eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para provar a inocência do Cassiano. Eu amo ele demais. 

Sandoval — Eu vejo isso em seus olhos, minha filha. Eu errei em ter me afastado todos esses anos de você. Mas eu vou te ajudar. Eu juro. 


SANDOVAL e LÍVIA se abraçam emocionados. A câmera mostra que de longe GREGÓRIO presencia tudo. 

Lívia — (respirando fundo) Vamos embora daqui, pai. Eu nunca mais quero pisar nesse lugar. 

Sandoval — Você está ficando cada vez mais parecida com a sua mãe. E isso me dá muito orgulho. Vamos para a minha casa. Eu quero te contar tudo o que me aconteceu, minha filha. 


LÍVIA esboça um sorriso. Ela e SANDOVAL vão indo embora da mansão. A câmera fica no olhar de ódio de GREGÓRIO.

CORTA PARA/


CENA 09. VILA DOS PESCADORES. CASA DE ENRICO E AÇUCENA. QUARTO. INTERIOR. DIA

AÇUCENA está terminando de arrumar a cama quando ENRICO entra de repente no quarto demonstrando estar bastante nervoso. Ele segura no braço de sua esposa e o clima de tensão entre eles vai ficando cada vez mais intensivo. A raiva de ENRICO só vai aumentando.


Enrico — Que história é essa que eu acabei de ouvir aqui na vila? Você está me traindo, Açucena? Depois de tudo o que eu fiz por você? Isso é muito ingratidão da sua parte. 

Açucena — (sem entender) Eu não sei do que você está falando, Enrico. Eu não fiz nada de errado. Eu não sei de onde você tirou isso. 

Enrico — Não minta para mim. Eu sei que você se encontrou com o Rubinho. Vai mentir de novo? Como você pode fazer isso comigo? 

Açucena — Você não pode me acusar desse jeito, Enrico. Eu sempre fui fiel a você. Eu não tenho culpa se o Rubinho é um mulherengo. 


A raiva de ENRICO extrapola. Ele joga AÇUCENA na cama. 


Enrico — Já faz tempo que você está querendo me provocar, Açucena. Mas você não vai né envergonhar diante todos na vila. 

Açucena — E porque você se importa com isso, Enrico? Você odeia esse lugar mais que tudo. Faz muito tempo que você não é o homem com quem eu me casei. 

Enrico — E como eu poderia aceitar essa vida miserável? Tudo o que eu quero é ser o líder dessa vila de pescadores. É pedir demais? 


AÇUCENA levanta da cama. Ela enfrenta ENRICO. 


Açucena — (firme) É claro que isso não é pedir demais, Enrico. Mas do jeito que você está levando as coisas isso ainda vai acabar mal. 

Enrico — Eu não vou mais ficar discutindo com você, Açucena. Eu cansei de perder o meu tempo com você. Para mim isso já deu. 


ENRICO sai do quarto sem olhar para trás. AÇUCENA senta na beira da cama e ela não consegue segurar o choro. 

CORTA PARA/


CENA 10. PORTO DA AREIA. RUA. EXTERIOR. DIA

SHIRLEY vem andando pela rua da paradisíaca cidade sem nenhum tipo de preocupação. A câmera mostra que do outro lado da rua ANA ROSA vem vindo em dia direção. A vilã vai ficando cada vez mais descontrolada enquanto SHIRLEY sorri de um jeito bem cínico e provocativo. 


Shirley — (cínica) Olha só quem resolveu aparecer?! O que você veio fazer aqui, Ana Rosa? Veio suplicar o que dessa vez?

Ana Rosa — Você se acha tão inteligente, Shirley. Mas não é nem de perto alguém comparada comigo. Eu sei que você e o Tom estão armando alguma coisa contra o Cassiano. 

Shirley — Olha que coisa mais deprimente. Não vai dizer que você se apaixonou pelo forasteiro, Ana Rosa? Você é muito patética mesmo. 

Ana Rosa — Você acha mesmo que pode me enfrentar, sua maldita. Você vai me contar porque está fazendo isso com o Cassiano. 

SHIRLEY começa a sorrir descaradamente. ANA ROSA fica ainda mais nervosa e desfere um tapa na cara de SHIRLEY. 


Shirley — Eu tenho que admitir que você tem coragem, Ana Rosa.  Mas isso não vai adiantar de nada. Eu não vou te dizer nada. 

Ana Rosa — Isso é o que nós vamos ver, sua desgraçada. Você não vai tirar o Cassiano de mim. Ele vai ser meu de qualquer jeito. 

Shirley — Eu já perdi tempo demais com você, Ana Rosa. Eu não vou ficar aqui no meio desse sol escaldante ouvindo as suas lamúrias. 


SHIRLEY dá as costas para ANA ROSA. A vilã puxa SHIRLEY pelo cabelo. Elas ficam se estapeando. 


Ana Rosa — (ardilosa) Isso ainda é pouco perto do que uma vadia igual você merece, Shirley. Nem você e nem a Lívia vão tirar o Cassiano de mim. Ele vai ser meu custe o que custar.

Shirley — Você ainda vai me pagar caro por isso, Ana Rosa. Você vai se arrepender. Eu juro.


ANA ROSA olha com muito desprezo para SHIRLEY. A vilã vai embora demonstrando estar fervendo de ódio. 

CORTA PARA/


CENA 11. SOBRADO DO PREFEITO ANÍBAL. ENTRADA. EXTERIOR. DIA

RUBINHO está parado na porta do sobrado e ele olha apra a janela onde podemos ver claramente que ninguém está ali. Nesse momento ele esboça um sorriso ao ver BABY caminhando em sua direção. Ela por sua vez não está nenhum pouco entusiasmada ao ver RUBINHO. 

Baby — (irritada) Isso já está ficandorepetitivo,Rubinho. Porque você não me deixa em paz? Eu já disse que não quero mais te ver. l

Rubinho — Quando é que você vai entender que

você não nasceu para ficar com esse pescador imundo, Baby? Nós dois somos iguais. E você sabe muito bem disso. P

Baby — Eu não estou gostando do rumo dessa conversa, Rubinho. É melhor você ir embora antes que eu comece a gritar de verdade. 

Rubinho — Vanos ver se você tem coragem, Baby. No fundo eu sei que você não esqueceu da vida boa que você tinha. Tudo o que eu quero é te proporcionar isso de volta.


BABY fica bastante balançada. RUBINHO percebe isso. 


Baby — É melhor você ir embora, Rubinho. Eu não quero mais nada com essa vida. Eu tô com o Franchico e nada vai mudar isso. 

Rubinho — Você sabe que está se enganando, Baby. Esse pescador que você diz tanto amar não pode te oferecer o que você tento quer. 

Baby — Já chega, Rubinho. Eu não quero mais ouvir nada que venha de você. Adeus! 


BABY passa por RUBINHO para entrar no sobrado. O playboy segura ela pro braço. Ele dá um sorriso cafajeste. 


Rubinho — (sorrindo) Você sabe onde me encontrar quando mudar de idéia, Baby. Você não vai se arrepender. Disso você pode ter certeza. 


BABY não fiz absolutamente nada. Ela entra no sobrado. A câmera foca no sorriso cafajeste de RUBINHO.

CORTA PARA/


CENA 12. PENSÃO DE JOSEFA. SALA. INTERIOR. DIA

CLOSE em ROSELI que vai entrando na mansão como se ela estivesse pisando em ovos. Logo que ela entra na sala da pensão ela dá de cara com JOSEFA que está estranhamente com um sorriso e bem receptiva. As duas mulheres ficam cara a cara. Elas não percebem que JUCA ouve a conversa escondido. O clima vai ficando ainda mais tenso. 


Josefa — (fingindo) Que bom que você pode ter vindo, Roseli. Faz tempo que eu quero ter essa conversa com você. Porque você não se senta. Você vai gostar do que vou falar. 

Roseli — Eu agradeço, Josefa. Mas eu estou bem do jeito que eu estou. (P) Eu não acredito em todo esse gesto de bondade depois de tudo o que você fez comigo. Sinto muito. 

Josefa — Eu entendo a sua desconfiança, Roseli. Mas eu preciso que você me entenda. Eu criei o Juca como se ele fosse o meu filho. 

Roseli — Mas ele é meu filho. Eu confiei em você, Josefa. Como você pode ter feito isso comigo? Eu não esperava isso de você. 


A receptividade vai sumindo do rosto de JOSEFA. Aos poucos ela deixa transparecer a sua verdadeira intenção. 


Josefa — Você deveria ser mais grata comigo, Roseli. Depois que você foi embora com o Misael fui eu que cuidou do Juca. Que especie de mãe abandona o seu filho?

Roseli — Você sabe que eu tive os meus motivos, Josefa. Mas agora você usar isso para ficar com o meu filho não está muito certo. 

Josefa — Eu bem que tentei te ajudar, Roseli. Mas você não sabe reconhecer o que eu fiz. A partir de hoje eu vou lutar pela guarda do Juca. Você está mais que avisada. 

O choro do soluço de JUCA chama a atenção de JOSEFS e ROSELI que ficam se olhando em um silêncio ensurdecedor. 


Juca — (chorando) Porque vocês tem que brigar desse jeito assim? Eu sou culpado disso? 

Roseli — Meu filho…. Deixa eu te explicar o que aconteceu. Eu sei que você vai conseguir né entender. Me dá uma chance de te contar.

Josefa — Fica longe dele, Roseli. Vá embora agora. 


Ao perceber o que está acontecendo JUCA sai correndo da sala da pensão. ROSELI vai atrás dele. JOSEFA fica totalmente sem reação. A sua raiva é perceptível. 

CORTA PARA/


CENA 13. GRUPO “PESCADOS MARÍTIMOS”. SALA DE TOM. INTERIOR. DIA

TOM está em sua sala em uma reunião com o INVESTIDOR que parece estar bastante cauteloso e ao mesmo tempo irritado. A câmera foca no olhar frio de TOM que vai levando essa situação de um jeito bastante tenso. O INVESTIDOR se levanta e ameaça ir embora. TOM fica fora de si. 


Tom — (nervoso) O que você pensa que está fazendo? Você vai embora agora que eu estou prestes a conseguir expulsar aqueles caiçaras da vila? E o nosso acordo? 

Investidor — Você já teve tempo suficiente para fazer isso e não conseguiu, Tom. Eu estou achando que foi um erro ter te apoiado em seu golpe contra o Gregório. Eu vou embora. 

Tom — Você acha que pode dar para trás agora? Depois e tudo o que eu fiz para chegar onde eu estou agora. Nós temos um acordo. E você vai cumprir esse acordo. Ouviu? 

Investidor — Você não está em posição de me ameaçar, Tom. Você acha que não sei que você conseguiu aquela procuração para destruir com a vila de pescadores de uma forma ilegal? Com quem você acha que está falando? Abaixa esse tom de voz.


TOM bate a mão na mesa com muita raiva. 


Tom — Eu consegui sozinho ter o controle da Pescados Marítimos. Destruir aquela vila vai ser mais fácil ainda. Não duvide de mim.

Investidor — O grupo a quem eu represento candoubde esperar, Tom. Ou você resolve essa situação ou então iremos voltar a procurar o Gregório. O que você me diz? 

Tom — Você nem pense em fazer isso. Eu não vou perder essa fortuna de 60 milhões de dólares para o Gregório. Isso não vai acontecer. Eu não vou permitir. 



TOM vai ficando cada vez mais furioso. O INVESTIDOR percebe que ele pode estar indo em um caminho sem volta. 


Tom — (fora de si) O Gregório merece tudo que está acontecendo com ele. E isso ainda é pouco. Eu quero ver ele arruinado por tudo o que ele me fez passar. 


O INVESTIDOR vai embora sem olhar para trás. FOCO no olhar de ódio de TOM.As suas motivações ficam mais claras. 

CORTA PARA/


CENA 14. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INTERIOR. DIA

O DELEGADO AUGUSTIN está em uma importante ligação quando de repente LENITA e FÁTIMA entram em sua sala. Logo que imediatamente ele desliga o telefone e os seus olhos cruzam com o de LENITA e eles ficam em silêncio. FÁTIMA fica sem entender absolutamente nada. O DELEGADO AUGUSTIN se levanta e fica na frente de LENITA. A troca de olhares entre eles é inevitável. 


Delegado Augustin — (surpreso) Lenita???? É você mesma? Eu não posso acreditar no que os meus olhos estão vendo. Depois de todos esses anos eu pensei que estivesse morta. 

Fátima — Espera só um momento. O que é que está acontecendo aqui? Vocês dois se conhecem? O que você está escondendo, Lenita? Seja o que for você pode falar. 

Lenita — Isso não é hora e nem momento para isso, Fátima. Nós estamos aqui para ver o meu filho. Augustin…. Onde está o Cassiano? Eu preciso ver o meu filho.

Delegado Augustin — O Cassiano é seu filho, Lenita? Como esse mundo é pequeno mesmo. (P) A situação dele é muito greve. 


Os olhos de LENITA se enchem de lágrimas. Ela e o DELEGADO AUGUSTIN se olham profundamente. FÁTIMA não consegue entender o que está acontecendo. 


Lenita — Você não pode fazer isso com o meu filho, Augustin. O Cassiano é inocente. Eu não posso deixar que ele fique nesse lugar. 

Delegado Augustin — Eu apenas estou fazendo o meu trabalho, Lenita. Mas eu vou deixar você e a sua amiga verem o seu filho. Eu não sou esse monstro que está pensando. 

Fátima — Obrigada, Delegado. O senhor não sabe como isso é importante para nós duas.

LENITA vai indo em direção a saída da sala do DELEGADO AUGUSTIN. Logo depois, FÁTIMA sai da sala deixando LENITA e o DELEGADO AUGUSTIN sozinhos. 


Delegado Augustin — (ponderando) Lenita…. Eu sei que você está querendo ver o seu filho. Mas eu preciso conversar com você. Por favor. 

Lenita — Eu não sei se isso é uma boa idéia, Augustin. Faz tanto tempo que a gente não se vê. É melhor deixar as coisas como estão. Você não vai querer saber de tudo que me aconteceu. Pode acreditar nisso. 


O DELEGADO AUGUSTIN segura as mãos de LENITA suavemente. Eles ficam se olhando em silêncio.

CORTA PARA/


CENA 15. DELEGACIA. CARCERAGEM. INTERIOR. DIA

A câmera vai acompanhando os passos de FÁTIMA até que ela chegue na cela onde CASSIANO está. O nosso protagonista vai chegando cada vez mais perto de FÁTIMA, e ela fica perplexa com o que os seus olhos estão vendo. CASSIANO olha para ela de um jeito desolador. 


Cassiano — (sério) O que você veio fazer aqui, Fátima? Eu não quero que você ou a minha mãe me vejam nesse estado lastimável. 

Fátima — Eu precisava te ver, meu menino. O que foi que fizeram com você? Isso não é justo. 

Cassiano — Você precisa acreditar em mim, Fátima. Eu não fiz isso que estão me acusando. Isso é tudo um plano do Tom para me afastar da Lívia. Ele esteve aqui e me confessou tudo.

Fátima — Você precisa falar isso para o Delegado, Cassiano. Esse homem não pode continuar prejudicando a sua vida. O que ele quer com isso? Eu não estou conseguindo entender. 


CASSIANO abaixa a cabeça se sentindo derrotado. Logo em seguida FÁTIMA toca em seu rosto de um jeito fraternal. 


Cassiano — O Tom é completamente obcecado pela Lívia. Ele é capaz de tudo para me tirar do caminho somente para ficar com ela. 

Fátima — Eu vou falar com esse Tom hoje mesmo, Cassiano. Ele não pode continuar destruindo a sua vida desse jeito. Isso precisa acabar. 

Cassiano — Você não pode fazer isso, Fátima. Ele é um homem muito perigoso. Eu não sei o que o Tom pode querer fazer com você. É melhor deixar as coisas como estão. Eu te suplico.


FÁTIMA está totalmente decidida. CASSIANO a encara.


Fátima — (decidida) Eu sinto muito, Cassiano. Mas eu cansei de ficar parada enquanto todas essas tragédias acontecem. Eu preciso fazer alguma coisa para te ajudar, meu menino. 

Cassiano — Você não precisa fazer isso, Fátima. Você já me ajudou muito. Você me criou como se eu fosse o seu próprio filho. Esquece isso. 

Fátima — Você é o filho que eu nunca tive, Cassiano. Eu vou fazer de tudo pars te proteger. Ninguém vai te machucar assim.


FÁTIMA esboça um sorriso e depois vai embora. A câmera mostra o desespero presente no olhar de CASSIANO. Aos poucos uma onda invade a tela dando efeito e encerrando o capítulo.




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