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Destinos Ligados - Capítulo 05



 Capítulo 05:

No capítulo anterior:


MALU: Enfermeira, minhas filhas estavam comigo. Uma mulher estava tentando me ajudar, ela tirou um cesto com uma das minhas filhas e depois eu só me lembro do barulho do carro caindo.
ENFERMEIRA: Bem... Eu não sei como te dizer isso, mas junto com você, só demos entrada de um único bebê.
MALU: Você não está entendendo, levaram a minha filha. Eles roubaram a minha filha, a minha filha... Filha! (grita).
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DELEGADO SILVEIRA: Bom, para lhe ser bem sincero, é um caso complexo. Primeiro pelo fato do acidente ter acontecido numa rodovia que tem pouquíssimo movimento no horário que aconteceu, segundo que, pelo motivo de ter acontecido nessa rodovia, não vamos conseguir nada, como imagens que tenham captado algum dado dessa mulher ou do veículo que estava.
MALU: E o que o senhor quer dizer com isso? Que eu não vou achar mais a minha filha?
DELEGADO SILVEIRA: Não é isso, nós iremos investigar, o que quero dizer é que, sem maiores informações, dados mais concretos, será difícil chegar numa pista e enquanto isso... (Malu interrompe).
MALU: Enquanto isso o que? Pode falar, delegado!
DELEGADO SILVEIRA: Que enquanto isso, sem pistas tão concretas, a suspeita pode está cada vez mais longe daqui com a criança.
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FRANCISCO: A mãe da menina, ela não morreu. Saiu no jornal, ela está procurando pela filha, pelo o que entendi, a menina tem uma irmã gêmea. Precisamos devolver essa criança!
ROSANA: Não, isso nunca!
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ROSANA: Já sei. Bom, eu não sei se você vai gostar, mas desde quando eu me casei, sempre quis ter uma filha, durante anos sonhei com esse momento, de engravidar, comprar as roupinhas, os brinquedos, montar o quarto, decorar as paredes. Sempre pensei que uma criança fosse encher essa casa de vida, então imaginava como seria ter uma filha. Então, logo eu decidi que no dia que tivesse uma filha, eu a chamaria de Maria Eduarda... É assim que você vai se chamar a partir de agora: Maria Eduarda Pereira.
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MALU: Um médico! (Grita). A minha filha precisa de um médico, ela está ardendo em febre!
ALFREDO: Calma, vamos até aquela sala logo ali, que eu irei examiná-la.
MALU: Então doutor, o que a minha filha tem? É grave?
- Fique agora com o capítulo de hoje!
Cena 01 – Consultório Médico – Posto de saúde [Interna/Manhã]

MALU: Responde doutor, a minha filha vai ficar bem?
ALFREDO: Vai sim, o que ela tem é só um resfriado, bem comum para falar a verdade nessa época do ano. Eu vou receitar um remédio para a febre ceder, você precisará ficar bem atenta, caso a febre retorne mesmo com o uso dessa medicação, preciso que você volte aqui para dar uma olhada dela! (Entrega Ingrid para Malu).
MALU: Graças a Deus e ao senhor doutor, muito obrigada. Passamos por tantas coisas nos últimos dias, a última coisa nessa vida que quero é ver a minha filha doente.
ALFREDO: Eu percebi que acabaram de chegar na cidade, ou estou enganado?
MALU: (Estranha o questionamento do jovem médico) Sim, acabamos de chegar em São Paulo, como sabe?
ALFREDO: Bem fácil, pela mala que está bem ali! (Aponta o dedo indicador em direção a mala).
MALU: (Suspira aliviada) Ah sim, acabamos de chegar. Estava numa cidadezinha no interior de Alagoas, nordeste do país.
ALFREDO: Que maravilha, veio visitar a família na terra da garoa?
MALU: (Muda o semblante, agora fica mais séria e fechada) Não, estou procurando alguém...
ALFREDO: Sei e em que bairro vai ficar?
MALU: Eu ainda não sei, sou nova na cidade e não tenho parentes aqui.
ALFREDO: Ah, se você quiser, sei de uma pensão ótima. É simples, mas de gente muito honesta e limpinha, além do preço ser baixinho, eles servem uma sopa maravilhosa, que cai como uma luva nesse clima seco. Posso te passar o endereço ou te acompanhar até lá, fica aqui pertinho.

Música da cena: Mentiras – Adriana Calcanhotto.
MALU: Seria ótimo, mas não vai atrapalhar o seu trabalho?
ALFREDO: Não, não. Meu plantão já havia acabado, estava indo embora, mas o seu desespero procurando ajuda, me chamou a atenção. Não será incomodo algum, é caminho da minha casa, vamos lá? (Alfredo abre a porta e dá passagem para Malu, que sai com Ingrid no colo. Alfredo apaga a luz do consultório, sai e fecha a porta em seguida).

Cena 02 – Pensão [Interna/Manhã]

(Catarina anda pelo corredor da pensão, apresentando e explicando a Malu o funcionamento do local até entrarem no quarto que ela irá ocupar)

CATARINA: Você é muito sortuda, mocinha. Esse quarto desocupou ontem a tarde, geralmente eu não aceito pessoas desconhecidas aqui, mas como foi o doutorzinho que indicou, para mim é mais que uma carta de referência. Ele é um homem maravilhoso, já ajudou todo mundo na vizinhança, atende de graça, sem se preocupar com dinheiro. Que homem! E por falar em dinheiro, que bom que você me pagou dois meses, esse dinheiro será muito bem aproveitado, estava precisando fazer uns reparos lá atrás no quintal.
MALU: É, deu para perceber que ele é um homem bom!
CATARINA: E essa menina tão linda, como se chama? (Catarina observa Ingrid dormir, encantada com a menina).
MALU: Essa é a minha filha, o nome dela é Ingrid.
CATARINA: Bom minha filha, agora você pode descansar. Fique a vontade, caso precise de alguma coisa, no banheiro tem sabonete e toalhas limpas. O almoço será servido por volta do meio dia, qualquer coisa é só me chamar, tá certo?
MALU: Tudo bem, obrigado. (Malu fecha a porta, logo após Catarina sair, coloca Ingrid em cima da cama e observa a filha dormir).

Cena 03 – Orla de Maceió [Externa/Tarde]

(Rosana passeia com Maria Eduarda pela orla para aproveitar o sol do fim de tarde, próximo a praça de alimentação onde tem um quiosque com o seu marido Francisco)

ROSANA: (Conversa com Maria Eduarda) Logo você estará correndo nessa praia, você será muito feliz aqui, minha filha. Não te faltará amor, eu estarei sempre ao seu lado. Seu pai está bancando o sério, mas eu já percebi que ele está começando a se derreter por você, em breve ele não vai conseguir mais resistir a isso, sabe qual é o nome disso que eu to falando? Instinto paterno.
MULHER: (Para de correr) Que criança linda, é sua filha?
ROSANA: Sim, e minha filha. (Responde a mulher que estava fazendo caminhada na praia e parou para falar com Maria Eduarda).
MULHER: Ela tem os seus olhos, sabia?
ROSANA: Sério que você acha isso? É a coisa mais especial que alguém poderia me dizer.
MULHER: (Estranha) Por que? Costumam dizer que ela se parece com o pai?
ROSANA: (Rosana percebe que foi indiscreta e que não pode dar indícios que Maria Eduarda não é sua filha) Sim, costumam sim, sempre falam que ela parece mais com o pai do que comigo. Sabe como é, né? A gente carrega nove meses na barriga e a criança nasce idêntica ao pai!
MULHER: Sei sim, comigo aconteceu no primeiro filho, tenho dois. Bom, agora eu tenho que continuar minha caminhada, tchau e parabéns pelo bebê! (Mulher sai correndo).
ROSANA: (Respira aliviada por ter conseguido se sobressair) Ufa, essa foi por pouco!



Cena 04 – Sala de Estar – Pensão [Interna/Noite]

(Valentina e Lurdinha são duas moradoras da pensão de Catarina. Ambas possuem o mesmo sonho de ser modelo. As duas ensaiam como desfilar na sala, enquanto Malu está folheando o jornal, aproveitando que Ingrid acabara de dormir)

LURDINHA: (Desaprova a desenvoltura de Lurdinha) Não é assim que se desfila, por isso você ainda não decolou. Pare, observa e aprenda comigo! (Lurdinha desfila de forma inadequada).
VALENTINA: (Cai na gargalhada com o jeito que Lurdinha desfila) Vara-pau, parece uma vassoura limpando o chão!
LURDINHA: Eu desfilo muito melhor que você, minha filha!
MALU: (Se intromete na discussão, deixando Valentina e Lurdinha surpresas) Na verdade as duas estão desfilando pessimamente, nunca vi nada pior em toda a minha vida, mas a boa notícia é que as duas podem melhorar.
VALENTINA: Não diga? Por um acaso você é modelo?
MALU: Não e nem quero, na verdade eu acho o mundo da moda fabuloso. Tudo o que aprendi foi lendo revistas e assistindo programas de televisão.
LURDINHA: Não liga pra ela, com certeza ela está blefando.
MALU: (Levanta-se da poltrona onde está sentada) Vou encarar isso como um desafio! Bom, a primeira lição para ser modelo é a forma como você anda, lembre-se, você não está ali para se mostrar. O seu corpo serve de instrumento para mostrar o trabalho de alguém, como um estilista por exemplo, não basta ser apenas bonita, tem que ter elegância ao desfilar, tipo assim. (Malu anda de um lado para o outro da sala). Entenderam?
LURDINHA: (Surpresa) Olha só como ela é antenada. Me surpreendeu!
VALENTINA: Me ensina a desfilar assim?
MALU: (Sorri) Claro!

(Malu ensina Lurdinha e Valentina a desfilarem, por algumas horas as três seguem fazendo exercícios de como andar com graça e elegância. Lurdinha e Valentina seguem todas as instruções, enquanto caminham com um livro da cabeça melhorando a postura, enquanto Catarina prepara a mesa do jantar e observa toda a cena).

MALU: (Bate palmas)Bem meninas, a aula de hoje está encerrada!

(Lurdinha e Valentina aplaudem Malu, extremamente empolgadas com as lições ensinadas por ela).

CATARINA: Eu estou impressionada, você realmente leva muito jeito pra isso. Quem vê até pensa que você trabalha com essas modelos e manequins da alta moda.
MALU: (Fica encabulada) Quem dera, Dona catarina! Quem dera! Eu não fiz nada demais, isso elas aprendem em qualquer filme de adolescente.
CATARINA: Se tem em filme, isso eu já não sei minha filha, pois o meu negócio é novela, mas que eu vi, eu vi. Você tem talento pra isso, deveria procurar meios de desenvolver!
MALU: É... Quem sabe um dia! Eu vou subir e dar uma olhada na minha filha, tive a impressão de ouvi-la chorar.
CATARINA: Vai sim minha filha, quando acabar de colocar a mesa eu vou te chamar.

(Malu sobe a escada, enquanto Catarina a observa subir a escada)

CATARINA: (Fala consigo mesmo) Pode não aceitar, mas eu tenho faro pra essas coisas. Essa daí vai longe, questão de tempo!

Cena 05 – Rua [Externa/Dia]

SEMANAS DEPOIS...

Música da cena: Mentiras – Adriana Calcanhotto

(Alfredo vê Malu atravessar a rua e anda apressado em sua direção para encontrá-la)

ALFREDO: (Está ofegante por ter corrido atrás de Malu) Oi!
MALU: (Vira-se e se depara com Alfredo) Doutor, bom dia. Como vai?
ALFREDO: Vou bem. E você? E a sua filha? Imagino que ela esteja melhor, pois você não voltou a me procurar. Fiquei esperando... (Gagueja). Não que eu quisesse que ela continuasse doente, só para rever vocês mesmo.
MALU: (Sorri) Eu entendi, mas respondendo a sua pergunta, a minha filha melhorou sim. O remédio que o senhor me receitou foi tiro e queda.
ALFREDO: Para de me chamar de “senhor”, desse jeito eu vou me sentir velho e eu nem sou tão velho assim, ou sou? Me chame apenas de Alfredo.
MALU: Está bem, Alfredo.
ALFREDO: Está indo pra casa agora?
MALU: Não, eu estou indo até a delegacia, preciso saber se eles tem pistas do paradeiro da minha filha.
ALFREDO: (Se assusta) Ela desapareceu? Eu pensei que ela estivesse bem...
MALU: (Percebendo a confusão que causou, Malu quis corrigir a informação) Quis dizer da minha outra filha.
ALFREDO: Outra filha?
MALU: Sim, eu tive... Tenho gêmeas, só que uma foi raptada. Eu vim para São Paulo justamente por isso, encontraram uma pista de que a mulher que pegou a minha filha poderia ter vindo pra cá. O delegado de lá, me passou os dados de um colega dele aqui da cidade que vai me ajudar com o caso e é lá que estou indo agora.
ALFREDO: Nossa, que história. Eu vou torcer muito para que você encontre a sua outra filha!
MALU: Obrigada! Você faz mesmo jus a todos os elogios listados pela Dona Catarina, você é um Deus pra ela.
ALFREDO: (Cai na gargalhada) Dona Catarina e seus elogios! Bem, eu posso te acompanhar? Estou livre agora e adoraria poder te ajudar de alguma forma, me senti tocado por sua história...
MALU: Não sei se devemos, afinal é um assunto não tão interessante para quem está de fora e eu não sei se vou demorar...
ALFREDO: Eu prometo ser uma boa companhia e um verdadeiro guia turístico pela cidade.
MALU: Está bem, você pode me acompanhar.

(Malu e Alfredo caminham por alguns quarteirões até chegar ao endereço mencionado pelo delegado)

DELEGADO DANIEL: (Cumprimenta Malu e Alfredo)Eu me chamo Daniel Freitas, sou o delegado que o Silveira mencionou.
MALU: Ele me falou muito bem do senhor. Como já deve saber, eu tive minha filha raptada com poucos dias de nascida, não consegui nenhuma informação concreta da sequestradora e nem do paradeiro dela, o senhor conseguiu checar a informação da suposta mulher que embarcou para cá com um bebê recém-nascido lá de Alagoas?
DELEGADO DANIEL: (Coloca algumas fotografias sobre a mesa) Sim, trouxemos ela até aqui para confirmar alguns dados, nome, endereço, onde está morando, quem é sua família, referências pessoais, além dessas fotografias. É ela?
MALU: (Observa as fotografias) Não, não é ela. Essa daqui tem o cabelo mais curto, a mulher que levou minha filha tem o cabelo um pouco maior, já o bebê é uma menina de no mínimo uns seis meses, minha filha tem dois meses, eu reconheceria ela facilmente, pois ela tem uma irmã gêmea. Eu tive gêmeas idênticas!
DELEGADO DANIEL: Então infelizmente voltamos a estaca zero.

(Após o banho de água fria por não conseguir pistas sobre Isabela, Alfredo acompanha Malu, que está visivelmente frustrada com as notícias até em casa).

ALFREDO: Está entregue!
MALU: Obrigada por me acompanhar, Alfredo. Foi muito importante o seu apoio, apesar das notícias não serem muito animadoras e sentir essa angústia por terem arrancado a minha filha, conversar com você me ajudou um pouco. (Malu e Alfredo se abraçam, deixando um clima de aproximação no ar).
ALFREDO: (Observa Malu entrar em casa e vai embora pensativo logo em seguida).

(Malu entra no quarto e observa Ingrid dormir, após Dona Catarina ter colocado-a no berço)

MALU: (Chora) O que terá acontecido com você, filha? Será que estão cuidado de você? Se tem onde dormir, o que vestir, o que comer? Eu não vou desistir de te procurar, eu não vou desistir!

Cena 06 – Imagens Diversas [Passagem de tempo]
Música da cena: Hoje Lembrei Do Teu Amor – Tiago Iorc

(Imagens do cotidiano e da vida dos personagens são apresentadas, conforme os dias se passam, a cidade é apresentada, conforme o sol nasce e vai embora)

* Malu continua indo regularmente até a delegacia, em busca de notícias da filha, conhecendo um grupo de mães em busca de filhos desparecidos;
* Rosana observa Francisco se aproximar de Maria Eduarda;
* Alfredo e Malu se aproximam ainda mais;
* Lurdinha e Valentina espalham pela vizinhança os ensinamentos de Malu e novas aspirantes à modelos surgem na porta da pensão;
* Ingrid começa a crescer;
* Rosana e Francisco brincam com Isabela;
* Malu resolve dar uma chance a Alfredo, que continua lhe ajudando a procurar a filha;
* Rosana e Francisco promovem uma festa de aniversário em prol do primeiro ano de Isabela;
* Malu sofre por não estar com a filha ao comemorar a data especial;
* Malu é convidada para trabalhar numa agência de modelos como preparadora;
* Rosana comemora os primeiros passos de Maria Eduarda;
* Malu fica encantada em ver como Ingrid se dá bem com Alfredo;
* Maria Eduarda ganha presente de aniversário ao completar dois anos;
* Malu e Alfredo se casam;
* Ingrid se aproxima de Alfredo, deixando Malu emocionada;
* Após juntar dinheiro por um período, Malu consegue montar uma pequena agência de modelos;

ANOS DEPOIS...

Segunda Fase / São Paulo – 2019.

Cena 07 – Paradise Models [Interna/Dia]

Música da cena: Agora Só Falta Você – Sky e Anne Jezini

(As modelos estão em polvorosas em fotografar para a capa da Revista Marie Claire)

PÉROLA: Vamos lá meninas! (Fala enquanto fotografa algumas modelos posicionadas no estúdio da agência).
MALU: Minha filha, a mamãe não tem como te agradecer. Você está me saindo melhor do que imaginei. O nosso fotografo caiu de moto e quebrou o braço, precisamos dessas fotos até o final do dia e você sabe como sou perfeccionista, não iria aceitar qualquer trabalho.
PÉROLA: Eu sei mamãe, também tenho que colocar em prática os cursos que fiz, todo investimento que a senhora fez, tem que valer a pena!
RENATA: (Brinca com a conversa de mãe e filha) Que pessoas melosas, hein?
MALU: Minha amiga, verdade seja dita, meus filhos além de lindos, só me dão orgulho. Ingrid é um verdadeiro fenômeno nas passarelas do exterior, Pérola faz jus ao nome, uma joia preciosa, olha que talento para fotografar, vou acabar contratando. Antônio é um menino de ouro, super esforçado na faculdade de medicina, vai seguir os passos do pai e o Alfredo, esse é um verdadeiro companheiro. Minha felicidade só estaria completa se a Isabela aparecesse!
RENATA: Nunca mais você teve notícias da sua filha desaparecida, Malu?
MALU: Durante esse longo período de mais de vinte anos apareceram várias pistas falsas, impostoras, menos a Isabela de verdade, eu daria tudo o que tenho para encontrar a minha filha.
PÉROLA: (Pérola percebe que a mãe está ficando triste ao tocar no assunto da irmã desaparecida e tenta animá-la) Ih mãe... Sem deprê! Vai até ali, que agora eu vou fazer umas fotos suas com as modelos.
MALU: Minhas? Mas que ideia estapafúrdia é essa menina?
PÉROLA: Não discute, Dona Maria Lúcia. A senhora pode ser dona e presidente dessa agência, mas no estúdio quem manda é o fotografo e adivinha quem está com a câmera?
RENATA: (Sorri) Se eu fosse você, já estaria lá com as modelos...
MALU: (Revira os olhos, mas cede e se junta as modelos para ser fotografada).

(Pérola fotografa a mãe e as modelos, enquanto os outros funcionários da agência observam a sessão de fotos dos bastidores).

Cena 08 – Semana de Moda em Barcelona [Interna/Tarde]

(Modelos desfilam uma nova coleção de um conceituado estilista, enquanto Ingrid é escolhida para finalizar o desfile)

INGRID: (Desfila e é ovacionada pela plateia e fotógrafos que disputam quem mais a fotografa)

(Ingrid encerra o desfile ao lado do estilista sob fortes aplausos e vai para seu camarim)

PRODUTORA: Ingrid, tem um senhor lá fora querendo falar com você.
INGRID: Diga a ele que estou cansada e que não irei receber ninguém.
PRODUTORA: Ele é um dos ministros da Espanha, aquele que lhe manda flores!
INGRID: E daí, fofa? Primeiro que, eu odeio flores, não existe presente pior e mais brega, flor murcha numa facilidade, é tipo cara de bóia-fria no sol. Quem sabe eu não o receberia se ele não me disse algumas joias valiosas. Segundo, nem de política eu gosto, ou seja, nem que ele fosse o presidente. Ficou interessada? Diz pra ele que te ofereço como brinde, agora não cansa a minha beleza.
PRODUTORA: (Fica imóvel sem reação com a resposta de Ingrid).
INGRID: (Visivelmente irritada) Querida, já deu pra perceber que inteligência não é o seu foco, porque isso é como beleza, uns nascem providos, outros são como você, não tem nem um, nem outro. Tá esperando o que urubu sem asa pra desparecer? Agora! (estala os dedos, enquanto a produtora corre assustada).

(Ingrid olha-se no espelho e começa a rir da produtora. Do lado de fora do camarim, a produtora comunica ao ministro que Ingrid não irá recebê-lo)

MINISTRO: Como disse? Ela não vai o quê?
PRODUTORA: Ela disse que não pode receber o senhor, pois está muito cansada.
MINISTRO: Eu não estou perguntando se ela está cansada, volte lá e diga a ela para me receber agora. Vocês sabem com quem estão falando, não sabem? Vamos!
PRODUTORA: Ela foi bem clara senhor, não irá recebê-lo.

(Ingrid sai do camarim toda produzida para aproveitar a noite na frente do ministro e da produtora)

MINISTRO: (Agarra Ingrid pelo braço) O que pensa que está fazendo? Acha que eu sou um moleque com quem você vai brincar? Você vai sair comigo agora e isso não é um pedido.
INGRID: Carlo querido! Não acho que você seja um moleque, aliás, ninguém acha. Você está velho demais para ser um, só quis me divertir, usei até onde deu, agora eu sinto ânsia só de olhar na sua cara. Nosso “acidente” acaba aqui queridinho e antes que eu me esqueça, se eu fosse você eu largava o meu bracinho agora, porque se ficar marcado, eu divulgo as nossas conversas. Eles vão adorar saber que o ministro Carlo Martínez é sadomasoquista e ama apanhar!
MINISTRO: Você não sabe com quem se meteu!
INGRID: Não querido, você que não sabe quem conheceu. Vai soltar ou prefere que eu também divulgue... (Ingrid se aproxima do ouvido do ministro). Aquela sua foto algemado, tudo e todo marcado de chicote. Já pensou que escândalo?
MINISTRO: (Encara Ingrid e solta seu braço).
INGRID: Ótimo, eu gosto assim. Homens inteligentes, mas que sabem que as mulheres são as que comandam!
MINISTRO: Você vai me pagar!
INGRID: Já paguei querido, eu te aturei por todos esses meses e sem cobrar hora extra, trate de voltar para sua vidinha medíocre a partir de agora. “Nunca más, bebé'! (Vai embora).

(Ingrid vai para uma boate sozinha, onde toma alguns drinks, dança e flerta com vários homens diferentes).

Cena 09 – Avenida Food-Park/Maceió - Alagoas (Quiosque de Francisco e Rosana) [Interna/Noite]

Música da cena: Nada Será Mais Como Era Antes – Silva

(Maria Eduarda caminha pela praia mostrando seus artesanatos como bolsas, pulseiras e colares antes de encontrar com os pais)

PORTEIRO: E aí Maria, como vão as vendas?
MARIA EDUARDA: Hoje o movimento está fraco, vendi só algumas bolsas. Meus pais estão aí?
PORTEIRO: Estão sim, hoje o movimento na praça de alimentação está cheio, acho que seus pais nunca venderam tanta tapioca como hoje.
MARIA EDUARDA: Então deixa eu ir até lá, ajudar um pouco. Boa noite Seu José, fica bem!

(Maria Eduarda enrola o cabelo num cóc, enquanto caminha apressada em direção ao quiosque dos pais guardando sua mercadoria numa grande sacola)

ROSANA: Filha, que bom que você chegou. Veio ajudar a gente?
MARIA EDUARDA: Vim sim, mãe. Oi pai! (Cumprimenta o pai, que está no preparo das tapiocas).
ROSANA: Conseguiu vender todas as suas coisinhas?
MARIA EDUARDA: Pior que não, a praia nem estava tão movimentada hoje. Mas um cliente me chamou atenção hoje.
FRANCISCO: Por que?
ROSANA: Coisas de garota, Francisco. E ele era bonito, filha?
MARIA EDUARDA: Não, não foi isso mãe. Ele me falou algo que achei estranho, mas devia estpa bêbado, sabe como são os turistas...
ROSANA: Então que raios esse bendito te falou, minha filha?
MARIA EDUARDA: Ele disse que eu parecia com alguém que ele conhecida, ficou insistindo que já tinha me visto em algum lugar e toda hora ficava perguntando se eu não tinha uma irmã gêmea, vê se pode? Uma irmã gêmea, até parece... (Cai na gargalhada).
FRANCISCO: Gêmea? (Questiona Francisco, olhando para Rosana que já está visivelmente assustada com a história contada pela filha).

(Rosana deixa um copo cair, a imagem congela no rosto de Maria Eduarda e o capítulo encerra ao som de uma câmera fotografando).

Trilha Sonora Oficial – Destinos Ligados (Spotify): http://twixar.me/Jk21


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