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Destinos Ligados - Capítulo 12

 Capítulo 12:

- No capítulo anterior:

CHEFE DE SEGURANÇA: Miguel, isso é muito difícil. São dados confidenciais!
MIGUEL: Eu sei disso, por isso estou recorrendo a você. É um caso pessoal, familiar. A moça que estou procurando é a filha da esposa do meu tio, desaparecida há mais de vinte e cinco anos. Preciso do máximo de informações que você consiga dela ou da prima dela.
CHEFE DE SEGURANÇA: Mas cara, eu posso ser demitido se esses dados vazarem.
MIGUEL: Não vão vazar, eu sei que você tem acesso a esse tipo de informação. Você pode ajudar a reconstruir uma família, pense nisso.
CHEFE DE SEGURANÇA: (Fica pensativo) Está bem, preciso de informações como data do vôo, pelo menos o primeiro nome e coisas desse tipo que me ajudem a localizar as pessoas que está procurando.
MIGUEL: Está bem, eu vou te passar as informações... (Miguel começa a relembrar de Maria Eduarda).
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GIGI: Esse nome, onde foi que ouvi mesmo nome? (Gigi então lembra do exato momento em que Maria Eduarda comentou com Mercedes o nome completo da sua suposta mãe).
(Ao perceber a coincidência de sobrenomes, Gigi joga as revistas em cima da cama e corre para pegar seu computador em cima da cômoda. Ao pesquisar o nome num site de buscas na internet, ela descobre que o nome de Malu é na verdade Maria Lúcia Germai).
GIGI: Não! Se o que eu estiver pensando for mesmo verdade... Eu encontrei a mãe da vizinha nova!

- Fique agora com o capítulo de hoje!

Cena 01 – Jardim Saúde (Casa de Mercedes, quarto de Gigi) [Interna/Noite]
(Gigi segue perplexa em achar que Malu pode ser a mãe biológica de Maria Eduarda).

GIGI: Quem poderia imaginar que seria eu a desvendar esse mistério? Quem? Se essa mulher for mesmo a mãe dela, a vida dessa moça vai mudar radicalmente. E agora? Vou lá e conto ou finjo que não descobri nada? Que situação meu Deus!
Cena 02 – Mansão Germai (Quarto de Ingrid) [Interna/Manhã]
Música da cena: Louca – Alice Caymmi
(Assim que acordou, Ingrid pegou seu celular no criado mudo e ligou para René para saber o andamento do plano).

INGRID: Eu nunca disse que foi fácil querido, eu quero açãoe quero agora! (Discute com René).
RENÉ: Eu estou aqui com o Garibaldi e ele disse que não é tão simples como você acredita, Ingrid. Primeiro que ele precisa encontrar uma mulher com características similares, lembre-se que a morta que você quer que apareça tem que aparentar ser sua irmã gêmea, se você quer realismo, tem que aceitar que não vamos conseguir da noite para o dia colocar em prática esse seu plano mórbido.
INGRID: Mórbido que vai lhe render muito dinheiro em breve e ações da agência. Eu não estou pedindo nenhum favor de graça querido, eu vou pagar por eles. Eu exijo que ele agilize, minha mãe contratou um novo investigador e eu não quero correr o risco...
RENÉ: Sua mãe já contratou pelo menos uns dez investigadores ao longo de vinte anos e nenhum conseguiu encontrar sua irmã, ela sumiu como efeito de mágica. Vai aparecer agora porque?
INGRID: Não sei, só não quero correr riscos. Só que dessa vez tem algo de diferente no ar, eu estou sentindo, só não sei dizer porque.
RENÉ: Isso é besteira da sua cabeça, se controle que vamos conseguir, ele só precisa de mais um pouco de tempo.
INGRID: Está bem, só não demore muito ou serei obrigada a recorrer outros métodos. Passar bem! (Encerra a ligação).

(Ingrid anda pelo quarto até parar em frente ao espelho para falar consigo mesma).

INGRID: Não quero uma cópia minha andando por aí me ofuscando. Você tem que continuar no inferno, Isabela e sem alternativa de volta. Você já roubou as atenções durante todos esses anos, não vai roubar meus direitos na empresa e no dinheiro da mamãe, não vai. Prefiro te ver morta a ter que dividir meus bens com você, morta!


Cena 03 – Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Manhã]
Música da cena: Café – Vitão
(Maria Eduarda se aproxima da mesa com uma garrafa de café e pães, Marcela a aguarda sentada).

MARIA EDUARDA: Vê se não demora uma eternidade comendo, que hoje nós iremos na Mães da Sé, vamos começar nossas investigações.
MARCELA: Eu sei, não esqueci. Calma, dá tempo da gente tomar café, saco vazio não para em pé.
MARIA EDUARDA: (Senta) Será que ela fez algum tipo de cadastramento lá alguma vez ou esteve lá?
MARCELA: Não sei, existem possibilidades. Talvez não, porque você não desapareceu aqui, mas eu não sei como funciona essa ONG, tudo é possível prima, tudo.
MARIA EDUARDA: No fundo eu tenho tanto medo de ser realmente essa menina que ela procura há mais de vinte e cinco anos e o que irá acontecer se isso for verdade.
MARCELA: E aí que ela vai encontrar uma filha maravilhosa, crescida, independente, uma mulher de dar orgulho. É isso que ela vai constatar, Maria Eduarda!
MARIA EDUARDA: (Suspira) É, que seja assim. As vezes fico pensando se realmente quero que essa história seja verdade, ter uma família, pai e mãe de novo, irmãos, quem sabe até sobrinhos, tios, avós... Eu adoraria por essa parte!
(Alguém bate na porta insistentemente).
MARCELA: Nossa, quanta agressividade. Quem será que está batendo desse jeito?
MARIA EDUARDA: Saber eu não sei, mas que está com pressa falar, essa pessoa está. Eu vou abrir! (Maria Eduarda levanta e abre a porta).
GIGI: Eu preciso falar com você! (Fala ao ver Maria Eduarda).
MARIA EDUARDA: Olha, é que estamos tomando café agora e daqui a pouco vamos sair.
MARCELA: Verdade, fora que você estava batendo de uma forma como se fosse o fim do mundo. Volte outra hora querida, estamos bem atarefadas.
GIGI: Mas é importante...
MARCELA: (Interrompe) Mas o que você pode ter de tão importante e que vai nos interessar?
GIGI: Eu acho que sei quem pode ser a mãe da Maria Eduarda!
MARIA EDUARDA: (Fica em choque com o que Gigi acabara de dizer).

** ABERTURA / VINHETA **


Cena 04 – Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Manhã]

MARIA EDUARDA: (Continua parada em frente a porta) O que você disse?
GIGI: Eu disse que tenho quase certeza de que encontrei a sua suposta mãe e sem querer.
MARIA EDUARDA: Entra, não fica aí parada.
(Gigi e Maria Eduarda sentam no sofá).
MARIA EDUARDA: Você disse que encontrou a minha mãe, como?
GIGI: (Estende a revista para Maria Eduarda) Leia!
MARIA EDUARDA: (Lê rapidamente a matéria mencionada) Não estou entendendo, isso aqui não quer dizer nada.
MARCELA: (Pega a revista) Deixe-me ver!
GIGI: Você não está se atentando aos detalhes dessa matéria...
MARCELA: Para mim também não quer dizer nada, só uma coincidência de sobrenomes.
GIGI: E depois eu que sou a burra... Vocês já pararam para pensar quais o possíveis apelidos para Maria Lúcia e que Malu poderia ser um deles?
MARIA EDUARDA: (Olha para Marcela).
GIGI: E para te mostrar só mais uma das coincidências... (Gigi mostra uma página da internet num site de buscas onde Malu é apresentada no Wikipedia como empresária e lá, aparece informações sobre ela, inclusive o nome completo).
MARCELA: (Surpreende-se) Olha, não colocaria minha mão no fogo pela sua inteligência, só que agora eu confesso: Estou surpresa!
MARIA EDUARDA: Será que são realmente a mesma pessoa?
GIGI: Isso você só vai descobrir encontrando com ela e perguntando se ela teve uma filha desaparecida.
MARCELA: Ela tem razão, não custa nada conversar com essa mulher, o máximo que pode acontecer é ela dizer que não, ou...
MARIA EDUARDA: Ou o que?
MARCELA: Ou ela pode ser de fato a mulher que estamos procurando e ela seria sua mãe biológica.
MARIA EDUARDA: Preciso descobrir onde encontrar essa mulher.
GIGI: Isso será mais fácil que tirar pirulito de uma criança.
MARIA EDUARDA: Como assim?
GIGI: Malu Germai é uma poderosa empresária do mundo da moda e ela com toda certeza desse mundo estará lá, na São Paulo Fashion Week que inicia na próxima semana.
MARIA EDUARDA: Então é para lá que eu irei. Vou tirar essa história a limpo custe o que custar!

Cena 05 – Delegacia [Interna/Tarde]
(Miguel faz buscas por Maria Eduarda com os dados que conseguiu no aeroporto).

MIGUEL: (Digita os dados de Maria Eduarda) Vamos lá, tem que haver alguma coisa, algum parente, telefone, qualquer coisa...
PETER: Falando sozinho parceiro?
MIGUEL: Eu preciso encontrar uma pessoa que conheci há pouco tempo...
PETER: Pessoa é? Hum, sei. (Peter debocha).
MIGUEL: Ela é uma mulher linda, de fato. Só que eu preciso encontrá-la por um motivo ainda mais importante .
PETER: Que motivo?
MIGUEL: Talvez ela seja a filha desaparecida da esposa do meu tio, filha essa que ela procura há mais de vinte e cinco anos.
PETER: Caramba, esse tipo de história é aquele que só vemos na TV.
MIGUEL: É a vida imitando a arte, agora eu vou voltar as minhas buscas.
Cena 06 – Espaço Arca, Vila Leopoldina [Interna/Manhã]
Dias depois...
(Imagens de São Paulo são apresentadas, conforme os dias amanhecem e anoitecem).

ORGANIZADORA: Vocês três aí, preciso de muita atenção a partir de agora!
(Chama atenção de três colaboradores que estão realizando os últimos ajustes).
ORGANIZADORA: Preciso desse lustre aqui preso nesse teto até o fim da manhã, pois a noite tem que está tudo perfeito para a primeira noite de desfiles.
COLABORADOR 1: É muito complicado dona, eu falei para o pessoal da manutenção, esse lustre é muito pesado e é muito arriscado colocar ele suspenso, ele pode desabar.
ORGANIZADORA: Eu não quero saber querido, contratamos os serviços da empresa de vocês para me trazerem soluções e não o contrário, então eu vou checar os outros acabamentos e quando voltar, quero esse lustre preso ao teto, entenderam?
COLABORADOR 1: É, fazer o que né? Vamos trabalhar rapaziada!
ORGANIZADORA: Eu quero ele centralizado na passarela, centralizado, com precisão!
(Os colaboradores instalam o lustre acima da passarela, mesmo alertando a organização de que não há sustentação suficiente e que pode ocorrer um acidente).

Cena 07 – Paradise Models (Sala de Malu) [Interna/Tarde]
(Malu e Renata acertam os últimos detalhes antes do desfile).

MALU: Figurinos?
RENATA: Estão prontos e já foram enviados para o Espaço Arca.
MALU: Transporte para as modelos e a nossa equipe?
RENATA: Estão a postos, só esperando a hora de levar todo mundo.
MALU: Você confirmou os nossos assentos na primeira fila?
RENATA: Claro.

(René entra na sala de Malu).
RENÉ: E como estão as mulheres mais lindas dessa agência, nervosas para hoje a noite?
RENATA: Não, por aqui estamos com tudo certo, hoje a noite será um verdadeiro sucesso como sempre.
MALU: E eu estou indo para casa, quero tomar um bom banho e relaxar por algumas horas antes do desfile, vou de casa mesmo, é melhor.
RENATA: Tudo bem, também vou dar uma passada em casa, mas irei chegar mais cedo para conferir todos os detalhes.
RENÉ: Já que todo mundo está de saída, eu também irei passar no meu flat para trocar de roupa e vou encontrar com vocês lá.

Cena 08 – Flat de René [Interna/Tarde]
(René entra em seu flat e se surpreende com uma visita inesperada).

RENÉ: Você? Mas como você entrou aqui? Quem te deixou entrar assim, como uma rata, uma ladra? (René fala ao se deparar com Ingrid).
INGRID: Você mandou uma mensagem dizendo que precisava falar comigo urgente, aqui estou, não aguentei esperar. Quando ao método que utilizei para entrar aqui, tenho meus meios. Posso fazer coisas que até Deus dúvida!
(A campainha toca).
RENÉ: O motivo da mensagem acabou de chegar.
INGRID: Quem é? Eu não quero ser vista aqui seu estúpido.
RENÉ: Calma, é alguém do seu interesse. Vou abrir a porta! (René vai até a porta e abre).
GARIBALDI: Poxa, demorou Renezinho.
RENÉ: É René pra você, tá esperando o que aí plantado? Entra!
(Garibaldi entra andando de jeito suspeito).
INGRID: Mas quem é esse sujeitinho mal vestido? Parece que saiu de um daqueles filmes medíocres de que retrata o universo de favelados como se fosse a sétima maravilha do mundo.
RENÉ: Esse é o Garibaldi, aquele que te falei, lembra?
INGRID: Sim, estou começando a me lembrar e vejo que não estive enganada nem por um minuto. É do jeitinho que me imaginei.
GARIBALDI: A moça ficou pensando em mim? Não é a primeira.
INGRID: Não me confunda querido, não sou uma das vagabundas da sua laia. René, vamos continuar perdendo tempo?
RENÉ: Ele encontrou o que você queria...
INGRID: Jura? Ele encontrou um corpo para fazermos passar pela minha irmã?
GARIBALDI: Sim, tenho um parceiro que trabalha num necrotério, molhei a mão dele e aí foi fácil...
INGRID: Poupe-me dos seus métodos e linguagem vulgar. A notícia é ótima René, agora só preciso esperar acabar o desfile e maquinar uma forma de como fazer a minha mãe descobrir essa notícia, que a Isabela está morta e parar de uma vez por todas de procurá-la.
RENÉ: Você finalmente vai conseguir se tornar a sucessora oficial da sua mãe, vai tirar sua irmã do caminho de vez.
INGRID: Vou desfilar maravilhosamente hoje no meu último desfile depois uma notícia dessas. Hoje eu começo a planejar a minha subida ao topo, ou melhor a cadeira da presidência da Paradise.
Cena 09 – Espaço Arca, Vila Leopoldina [Interna/Noite]
(Maria Eduarda, Marcela e Gigi se aproximam da recepção da São Paulo Fashion Week).

MARIA EDUARDA: E então, como eu estou?
MARCELA: Linda, relaxa Eduarda, você está ótima.
GIGI: Vamos logo, estou ansiosa para entrar e ver os desfiles.
MARIA EDUARDA: Vamos! (Maria Eduarda se aproxima da entrada).
SEGURANÇA: Boa noite, convites por favor!
MARIA EDUARDA: (Olha para Marcela e Gigi) Convites? Nós não temos.
SEGURANÇA: Nomes? Preciso dar uma olhada na lista para poder liberar a entrada.
MARIA EDUARDA: Nós também não temos nome na lista, mas é muito importante que eu entre, moço. Preciso encontrar uma pessoa e falar com ela...
SEGURANÇA: Eu sinto muito senhorita, mas sem convite ou nome na lista não poderei deixar vocês entrarem.
(A imagem foca em Maria Eduarda com a expressão de aflição, a cena congela e o capítulo encerra com o som de uma câmera fotografando).


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