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Destinos Ligados - Capítulo 25


Capítulo 25:

- No capítulo anterior:
MARIA EDUARDA: Essa daqui é a minha irmã gêmea, a Ingrid.
MERCEDES: (Olha fixamente para Ingrid).
INGRID: O que foi? Porque está me olhando assim?
MERCEDES: Seus olhos, eu vejo sombras no seu olhar. Fiquei arrepiada!
INGRID: Que bobagem é essa?
MERCEDES: Os astros não mentem, eu vejo a sombra em você. Você precisa deixar esse rancor de lado, precisa ir para a luz. A sombra da maldade está te cercando e cresce cada vez mais.
- Fique agora com o capítulo de hoje!
Cena 01 – Jardim Saúde [Externa/Noite]
(Ingrid se irrita com os comentários de Mercedes)

INGRID: O que a senhora está dizendo? Ficou doida?
MARIA EDUARDA: Calma Ingrid, a Mercedes é cartomante, por isso fala desse jeito...
INGRID: Era só o que me faltava, uma charlatã fajuta de quinta categoria.
MERCEDES: Eu não sou uma charlatã, minha jovem. Apenas digo o que sinto e o que vejo, eu vejo algo obscuro em você...
MARIA EDUARDA: Já chega Mercedes, nós temos que ir. Toma as suas sacolas, vamos Ingrid... (Maria Eduarda vai embora e leva Ingrid).
(Mercedes entra em casa rapidamente, coloca as sacolas em cima da mesa de jantar, vai até o apoiador e retira uma vela da gaveta. Em seguida acende e começa a falar consigo mesma).

MERCEDES: Aqueles olhos, eu vi o ódio, a mágoa e o ressentimento. Essa moça não é uma boa pessoa, não é; É um anjo mau, quer fazer mal a própria irmã, sangue do seu sangue.

Cena 02 – Mansão Germai [Interna/Noite]
(Malu e Pérola assistem um filme na sala de estar quando Alfredo chega em casa).

MALU: Amor, nós te esperamos para jantar... Achei que fosse passar a noite no hospital, te liguei e deu na caixa postal.
ALFREDO: Eu esqueci o celular no carro e ele descarregou.
PÉROLA: Está tudo bem, pai? Estou te achando tão abatido.
MALU: Agora que você comentou, é... Eu também estou te achando bem abatido. Você comeu alguma coisa hoje?
ALFREDO: Eu estou bem, fiz um lanche no hospital.
MALU: Lanche? Eu juro que não entendo vocês médicos. Desde quando fazer um lanche é suficiente, Alfredo?
ALFREDO: Sermão agora?
MALU: Suba e tome um banho, vou pedir para a Betânia esquentar o jantar, em seguida eu subo com comida de verdade. Desse jeito você não para em pé, vai acabar doente.
PÉROLA: Tem que se cuidar pai, não pode esmorecer. Olha lá, hein?

Cena 03 – Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Noite]
(Ingrid está sentada no sofá quando Maria Eduarda chega na sala com uma xícara de café para a irmã).

MARIA EDUARDA: Ora Ingrid, também não é para tanto. Ela é só uma esotérica, não tem nada demais e nem tem que acreditar no que ela disse.
INGRID: (Segura a xícara com nojo, mas disfarça para que a irmã não perceba e a coloca em cima da mesinha da sala) Mulherzinha estranha, hein? Aliás, tudo aqui é muito modesto, não é? Não pensa em se mudar desse cortiço agora que está trabalhando e ganha um salário razoável?
MARIA EDUARDA: Eu não penso em me mudar agora, pelo menos não por enquanto. Eu adoro esse lugar, tem pessoas maravilhosas, é aconchegante, tão familiar... Me sinto numa grande família e os vizinhos me ajudaram muito quando me mudei.
INGRID: (Sussurra) Além de hippie, adora uma favela...
MARIA EDUARDA: (Não entende com precisão o que a irmã disse) O que disse?
INGRID: Disse que parece casa de novela...
MARIA EDUARDA: Sério? Mas é tudo tão modesto...

(Marcela e Antônio entram em casa conversando e distraídos).

MARIA EDUARDA: Temos uma noite especial hoje, olha quanta visita!

(Marcela e Ingrid se encaram por um longo momento e o clima fica pesado).



Cena 04 – Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Noite]
MARCELA: Como vai Ingrid?
INGRID: Vou muito bem, obrigada. Você não sabe o quanto estou feliz em vê-la! (Ironiza).
MARCELA: Entra Antônio, não fica aí plantado.
MARIA EDUARDA: Antônio, que prazer vê-lo aqui, entra. Senta ali no sofá, quer um café?
ANTÔNIO: Aceito, um pequeno.
MARIA EDUARDA: Já volto! (Maria Eduarda vai até a cozinha pegar o café).
INGRID: Não sabia que eram amigos.
ANTÔNIO: Eu encontrei a Marcela quando estava saindo do hospital, então ofereci uma carona.
INGRID: Que conveniente, não?
MARCELA: Eu não entendi o que você quis dizer com conveniente, Ingrid. Seja clara!

(Maria Eduarda entra na sala com outra xícara de café).

MARIA EDUARDA: Aqui está, Antônio. Faço muito gosto na sua amizade com a minha prima.
MARCELA: Eu vou descer um pouco, tomar a fresca. O ar está um pouco intragável aqui... (Marcela sai do apartamento).
ANTÔNIO: (Bebe um gole de café e se levanta bruscamente) Eu vou com você... (Antônio segue Marcela).
INGRID: É, eu acho que a sua prima não gosta muito de mim. Eu não sei porque, desde o começo eu tento me aproximar e ser simpática, mas ela é tão fechada, arredia...
MARIA EDUARDA: Deve ser ciúmes, a Marcela é como se fosse minha irmã. Somos muito próximas desde criança, acho que por isso ela implica com você.
INGRID: Eu não gostaria de te criar problemas, minha irmã. Quero muito que sejamos boas amigas!
MARIA EDUARDA: E assim será Ingrid, assim será!

Cena 05 – Delegacia [Interna/Noite]
(Peter e Miguel se preparam para encerrar mais um plantão, depois de um dia bem corrido).

PETER: Essa vida agita de polícia as vezes me cansa, por mais que nunca caia na mesmice, sinto falta da calmaria. E você?
MIGUEL: Eu também sinto, acho que quando me acertar com a Eduarda eu vou mudar de emprego, algo mais calmo e mais maleável, quero me dedicar a família que iremos construir.
PETER: Se acertar? Família? Não me diga que está pensando em se casar com ela?
MIGUEL: E se eu disser que sim, meu amigo?
PETER: Essa mulher merece os parabéns, está provocando uma verdadeira transformação em você.
MIGUEL: Eu sei. Nós estamos indo com calma, mas ninguém inicia um relacionamento pensando que ele não vai dar certo. Ela é a mulher que eu quero para ser minha companheira, mãe dos meus filhos, pra minha mãe chamar de nora. O casamento não é pra agora, mas ele virá em breve, escuta o que estou te dizendo.

Cena 06 – Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Noite]

MARIA EDUARDA: Tchau! (Maria Eduarda se despede de Ingrid e Antônio para em seguida fechar a porta).
(Marcela está sentada no sofá assistindo televisão).

MARIA EDUARDA: Olha Marcela, foi muito feio o modo como você agiu com a Ingrid hoje. Precisava daquela grosseria de sair de casa e ficar lá fora? O que você tem contra ela? É ciúme?
MARCELA: Ciúme? Eduarda, eu sei muito bem o papel que tenho na sua vida, nada pode mudar. São anos, agora uma coisa eu te digo, essa sua irmã não é flor que se cheire. Ela é má, ambiciosa, fria. Eu não confio nela, você deveria tomar cuidado com ela.
MARIA EDUARDA: Ela é minha irmã, Marcela. Só está tentando se aproximar, como toda a família. Que mal tem nisso? Eu gostaria tanto que vocês se dessem bem, fossem amigas.
MARCELA: Amiga? Daquela cobra? Nem brincando.
MARIA EDUARDA: Agora já chega, Marcela! Você não pode falar assim dela. Eu entendo que você ache ela metida, ela tem realmente esse ar de ser exibida, mas é o jeito dela. Ela tem dinheiro, foi criada assim, não vamos mudá-la da noite para o dia.
MARCELA: Se você quer se enganar, o problema é seu. A Ingrid não é o que aparenta e você vai descobrir isso, cedo ou tarde. Agora se você me permite, eu vou dormir... O filme ficou chato! (Marcela desliga a TV e vai para ao quarto).

(Alguém começa a bater na porta).

MARIA EDUARDA: E agora? Quem será? Já vai! (Maria Eduarda abre a porta).
GIGI: Eu preciso falar com você, é caso de vida ou morte... Ou melhor, de emprego! (Fala ao entrar).
MARIA EDUARDA: Emprego?

Cena 07 – Paradise Models [Interna/Manhã]
Música da cena: Hoje Lembrei Do Teu Amor – Tiago Iorc
(Imagens de São Paulos são retratadas conforme o dia amanhece, dando lugar a fachada da agência de Malu).
INGRID: Bom dia, querido! (Ingrid cumprimenta ao entrar na sala de René).
RENÉ: Eu já disse que você não pode entrar na minha sala desse jeito. O que você pretende? Que toda agência descubra a nossa relação?
INGRID: Eu quero mais dinheiro, preciso comprar algumas coisas...
RENÉ: Mais dinheiro? Você ficou maluca? Sua mãe já está começando a desconfiar dos nossos desfalques, já transferi há pouco tempo para sua conta no banco da Suíça uma grande quantia em dinheiro, onde tudo aquilo foi parar?
INGRID: Como assim onde foi parar? Eu sou uma mulher cara, você sabe muito bem disso. Aquele dinheiro já está acabando, eu preciso de mais. Entendeu ou preciso desenhar?
RENÉ: Então me explica uma coisa. Como você quer assumir essa agência se você está acabando com a saúde financeira dela? Quando você assumir, a empresa vai está se ruindo na falência.
INGRID: Eu acho que você não entendeu, eu não fui clara. (Ingrid senta numa cadeira de frente para René). Eu quero mais dinheiro, estou preocupada em viver o hoje, o amanhã eu penso em outro momento. Entendeu?
RENÉ: Eu já entendi e continuo batendo na mesma tecla, sua mãe não está tão idiota como pensa por conta da sua irmã, ela conhece essa agência como ninguém, ela vai perceber que a quantidade de dinheiro que está faltando está cada vez maior.
INGRID: Ai René, chega... Chega de enrolar, eu quero esse dinheiro na minha conta até amanhã. A agência vai muito bem das pernas, com o tanto de dinheiro que tem entrado pela porta principal, a minha mãe não vai descobrir que está saindo pela janela.
RENÉ: Eu desisto, você não tem juízo...
INGRID: E por falar na minha irmã, eu já estou me cansando de bancar a boa irmã. Não nasci pra isso, eu brilho sozinha, não preciso de coadjuvante.
RENÉ: E agora, o que quer dizer com isso?
INGRID: O que eu quero dizer é que o Garibaldi já recebeu muto bem por um serviço que ele não executou. Já está na hora dele dar continuidade em nossos planos.
RENÉ: Matar a sua irmã?
INGRID: Matar? Quem foi que disse a palavra matar aqui? Eu não quero o mal da minha querida irmã, mas você sabe como é, né? São Paulo é uma cidade tão violenta, vai que ela sofre um assalto e é baleada. (Ingrid sorri).
RENÉ: Assalto? (Sorri de volta). Já entendi!

Cena 08 – Jardim Saúde (Casa de Mercedes) [Interna/Manhã]
(Mercedes ainda está deitada em sua cama adormecida, quando começa a se mexer bruscamente ao aparentar está tendo um pesadelo).

MERCEDES: (Mercedes sonha novamente com a noiva. Dessa vez, a noiva caminha em direção ao altar. Não se pode notar quem é a mulher que caminha em direção ao noivo, pois ela está de costas. Todos estão de pé admirando aquele momento tão feliz, quando de repente ouve-se um disparo. A noiva deixa o buquê cair, Mercedes então observa aquele ramalhete de rosas brancas caído no chão, gotas de sangue começam a molhar pétala por pétala). Não, não! (Mercedes acorda gritando).
JORGINHO: (Entra no quarto de Mercedes rapidamente) O que foi mãe, teve um pesadelo?
MERCEDES: Não foi nada filho, só um sonho ruim...
JORGINHO: De novo aquele sonho com a noiva na igreja?
MERCEDES: De novo, esse pesadelo se repete há vários meses. É como uma premonição, não queria ver isso. Esse destino ruim, eu não quero ver!
(Jorginho abraça a mãe para tentar acalmá-la).

Cena 09 – Paradise Models (Sala de Malu) [Interna/Manhã]
(Ingrid e Malu estão sentadas aguardando a chegada de Maria Eduarda, pois Malu quer falar com as duas filhas).

MARIA EDUARDA: Mandou me chamar?
MALU: Mandei sim...
INGRID: E o que a senhora tem de tão urgente para nos falar? Não podia ser em particular?
MALU: Não, não podia. Entra Eduarda, senta... Tenho uma coisa para mostrar a vocês duas.

(Maria Eduarda senta ao lado de Ingrid, enquanto Malu procura algo na gaveta de sua mesa, até retirar uma caixa lá de dentro).

MALU: Quero mostrar uma coisa a vocês duas... (Malu abre a caixa e em seu interior, existem duas correntes de ouro com um pingente em cada um deles. São duas meninas, que quando se encaixam ao serem unidos).
MARIA EDUARDA: Que lindo! (Fala ao tocar nos colares).
INGRID: (Fala consigo mesma em pensamento) Que coisa mais brega, fora de moda!
MALU: Bem, como eu já tinha dito antes, eu nunca perdi a esperança de te encontrar minha filha. Então mandei fazer essas correntes, eu imaginava que te encontraria logo e veria vocês duas, juntas e com roupinhas parecidas usando essas correntes...
INGRID: Uma pena que o destino não quis assim!
MARIA EDUARDA: (Percebe tristeza em sua mãe ao tocar no assunto de não poder tê-la criado) Não seja por isso Malu, eu vou usar essa corrente a partir de agora. Faço questão!
MALU: Não precisa minha filha, esse é um presente tão antigo.
MARIA EDUARDA: Por isso mesmo, faço questão de usá-lo com muito carinho.

(Sala de René).

INGRID: Liga para o Garibaldi agora, eu tenho a oportunidade perfeita! (Diz ao invadir a sala de René).
RENÉ: Oportunidade? Eu já disse pra você não invadir a minha sala desse jeito.
INGRID: Vamos, ligue agora para ele. Ele vai roubar a minha irmã e ela vai entrar para as estatísticas, mais uma vítima de latrocínio... Roubo seguido de morte!
(A imagem foca no celular de Ingrid comemorando seu plano, a cena congela e o capítulo encerra com o som de uma câmera fotografando).


Trilha Sonora Oficial – Destinos Ligados (Spotify): http://twixar.me/Jk21

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