Capítulo 48 (Últimos capítulos)
No capítulo anterior:
PÉROLA: Eu estive pensando, acho melhor definirmos de uma vez como vai ficar nossa situação. Eu já lhe dei várias chances, não posso viver a mercê dessa história. Até quando vamos continuar desse jeito? Nos escondendo? Isso não é saudável, eu estou cansada...
(No corredor, Ingrid e Garibaldi se aproximam e ouvem vozes, uma delas é a de Pérola).
INGRID: Vou te dar uma ajudinha a resolver seus problemas minha querida irmã.
(No quarto do Motel).
PÉROLA: E não adianta querer me convencer do contrário...
(A pessoa que está na cama do motel sinaliza para que Pérola deite ao seu lado e após muita resistência, ela sede).
(Do lado de fora, Ingrid abre um pouco da porta sem ser notada e começa a fotografar através do celular).
INGRID: Eu vou incrementar um pouco mais da sua exposição na "Casa Brega"...
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PÉROLA: (Grita) Tirem essas fotos, quem fez isso? Tirem, alguém tem que tirar essas imagens daí...
- Fique agora com o capítulo de hoje:
Cena 01 – Jardim Saúde (Casa Estilo) [Interna/Manhã]
PÉROLA: Alguém desliga isso, por favor... (Diz aos gritos).
MALU: Então esse é o amor misterioso da Pérola?
(As pessoas observam as fotos de Pérola no motel na companhia de Renata).
MARIA EDUARDA: Faz alguma coisa gente...
CAÍQUE: (Corre até o lado de trás do telão e desconecta a reprodução das imagens).
MARIA EDUARDA: Calma, Pérola! Não foi nada demais, isso não te diminui em nada. (Tenta consolar a irmã).
PÉROLA: Eu fui humilhada, exposta na frente de todo mundo. Eu não queria que seu evento de inauguração terminasse desse jeito...
(De longe, Ingrid observa a cena das pessoas comentando e ri escancaradamente).
IGOR: Eu não entendo porque as pessoas estão assustadas desse jeito, estamos quase 2020. É um relacionamento comum, como o de qualquer pessoa.
MALU: (Olha para Renata) Você não vai fazer nada?
RENATA: Eu vou acabar com isso de uma vez por todas... (Renata vai até o palco e toma posse do microfone). Senhoras e senhores... Peço licença a organização do evento, mas preciso dar uma palavrinha. A mulher que aparece na companhia da Pérola nessas imagens sou eu. Vivemos um relacionamento amoroso há algum tempo e a culpa de tudo isso aqui é minha. Eu, por muito tempo estive presa numa redoma de preconceito, não me aceitava como sou e por isso obriguei minha companheira a viver essa história em segredo, por medo. Tive medo do que diriam, que as pessoas reagissem com as mesmas expressões que boa parte fez aqui hoje, então estive presa no armário... Quer saber de uma coisa? Eu achei que fosse me sentir pior, mas eu me sinto leve...
PÉROLA: O que ela está fazendo? (Se pergunta).
MIGUEL: Eu acho que ela está fazendo o que deveria ter feito no início.
RENATA: (Continua seu discurso) Eu me sinto plena, leve... Isso aqui foi uma consequência dos meus atos, mas me trouxe um alívio, tirou esse fardo das minhas costas. Nós não precisamos esconder o nosso amor de ninguém, Pérola... Ele é digno, me perdoe pelas minhas inseguranças, pelos meus medos...
MARIA EDUARDA: E você está esperando o que par ir até lá? (Maria Eduarda empurra a irmã em direção ao palco).
RENATA: Pérola, agora na frente de todos, eu gostaria de te fazer uma pergunta.
PÉROLA: Você não precisa fazer...
RENATA: (Interrompe Pérola) Quer casar comigo?
PÉROLA: Casar? (Surpreende-se).
Cena 02 – Jardim Saúde (Casa Estilo) [Externa/Manhã]
(Peter e Betina chegam de viatura e conversam no interior do carro).
PETER: Quero só ver a cara do Miguel com essa notícia...
BETINA: Por isso fiz questão de trazer essa notícia pessoalmente, quero falar que a ordem de prisão contra Ingrid Germai está em minhas mãos, já podemos coloca-la atrás das grades.
PETER: Finalmente, essa mulher já causou muitos transtornos a vida dessa família, ela vai repensar em tudo nos anos que vai pegar de prisão.
BETINA: As presidiárias irão amar a presença de uma carne tão fina no sistema penitenciário. Vamos lá?
PETER: Só se for agora... (Os dois descem do carro e caminham em direção a entrada da Casa Estilo).
Cena 03 – Jardim Saúde (Casa Estilo) [Interna/Manhã]
(Todos observam Pérola atentamente, ansiosos pela resposta dela).
PÉROLA: Casar com você?
MARIA EDUARDA: (Sussurra) Aceita, aceita!
RENATA: E então? Você aceita ou não aceito?
Música da cena: Inspiração - Liah Soares
PÉROLA: Eu aceito... Sim, eu vou me casar com você! (Pérola e Renata se beijam publicamente e são aplaudidas).
MALU: Que cheiro é esse? (Malu se refere ao cheiro de queimado).
IGOR: É um cheiro de queimado, também estou sentindo...
CAÍQUE: (Olha para trás e percebe um alto volume de fumaça) Fogo!
MARIA EDUARDA: Santo Deus, fogo... (Constata que parte do local está em chamas).
(Todos correm em direção ao local do incêndio).
MIGUEL: Será que tem alguém aí dentro?
CAÍQUE: Você sentiu falta de alguém Maria Eduarda?
MARIA EDUARDA: (Pensa por alguns segundos e quando se dá conta, desespera-se) Marcela, a minha prima...
ANTÔNIO: A Marcela está aí dentro?
(Vivian grita por socorro em meio a fumaça).
JORGINHO: Tem alguém gritando aí dentro... Eu vou arrombar!
MALU: Alguém liga para os bombeiros, por favor!
(Antônio e Jorginho arrombam a porta).
VIVIAN: Ajudem a Marcela, ela está ali... (Tosse por conta da fumaça).
ANTÔNIO: Marcela! (Grita ao vê-la inconsciente em meio as chamas e a levanta em seu colo).
(Nesse momento uma viga em chamas cai em cima de Vivian).
ANTÔNIO: Vivian! (Seu grito ecoa entre as chamas e Vivian não responde).
Cena 04– Jardim Saúde (Casa Estilo) [Externa/Manhã]
(Marcela é atendida pelos paramédicos enquanto Antônio e os demais recebem uma notícia do corpo de bombeiros).
CAPITÃO DO CORPO DE BOMBEIROS: Conseguimos conter as chamas, o estrago não foi grandioso, foi somente em uma das salas do galpão.
ANTÔNIO: E a Vivian? Onde ela está?
CAPITÃO DO CORPO DE BOMBEIROS: Infelizmente não conseguimos reanima-la, ela inalou muita fumaça, eu sinto muito.
MALU: Misericórdia, senhor... Coloca a alma dessa moça num bom lugar, ela não merecia um final tão trágico desse jeito.
IGOR: Ninguém merece morrer dessa forma... É realmente uma pena.
(Com as chamas apagadas, Betina, Peter e Miguel observam a confecção).
BETINA: Eu quero uma varredura completa por cada centímetro dessa sala, quero confirmar uma coisa.
MIGUEL: Eu imagino que está suspeitando o mesmo que eu...
PETER: Então, acho que estou conseguindo acompanhar as suspeitas de vocês dois.
BETINA: Eu acredito que esse incêndio é criminoso e só uma pessoa teria motivos bem pessoais para atrapalhar essa inauguração.
MIGUEL: Ingrid Germai! (Conclui).
PETER: (Olha para o chão e encontra um objeto entre as cinzas) Vejam o que eu encontrei, é um isqueiro...
BETINA: Deixe-me ver! (Com as mãos cobertas por luvas, Betina avalia o objeto). Tem um “G” gravado, seria de Germai?
MIGUEL: Eu acho que a Ingrid não fuma, mas se bem me lembro, a Eduarda comentou que ela tem um cúmplice, só estou tentando lembrar o nome dele...
CAÍQUE: É Garibaldi, eu lembro muito bem do nome... (Fala ao entrar no local).
BETINA: E você quem é?
MIGUEL: Carlos Henrique, o irmão da minha noiva.
CAÍQUE: Nós não somos irmãos, você sabe muito bem disso.
MIGUEL: É assim que ela te considera, ao menos foi o que ela me disse em diversas ocasiões, nada mais que isso.
BETINA: Não estamos aqui para discutir parentescos. Estamos em busca de uma criminosa em potencial, ela poderia ter causado uma verdadeira tragédia hoje. Temos uma suspeita, mandado de prisão, só não temos o mais importante.
PETER: A criminosa!
(Do lado de fora, Marcela está deitada numa maca numa ambulância que está parada).
MARIA EDUARDA: Não sabe o susto que tive, eu pensei que fosse te perder como os meus pais naquele incêndio. Quando te vi desmaiada, imaginei que tivesse acontecido algo grave com você e o bebê...
MALU: Bebê? Você está grávida?
PÉROLA: Eu vou ser tia?
MARCELA: A Eduarda não sabe o que está dizendo, ela quis dizer...
MARIA EDUARDA: Eu me referi a ela, desde criança nos chamávamos de bebê. (Tenta disfarçar).
MALU: (Fica desconfiada) Sei...
PÉROLA: (Observa as pessoas no meio da multidão e nota uma mulher de feições familiares).
RENATA: O que foi amor? Viu alguém conhecido? (Fala ao notar o olhar de Pérola em direção a multidão).
PÉROLA: Não, não. Eu já volto!
(Pérola anda entre a multidão rumo a mulher desconhecida a fim de confirmar a sua suspeita).
PÉROLA: (Segura no braço de Ingrid disfarçada) Foi você não foi sua bandida? Assassina!
INGRID: Não gostou da surpresinha? Tirei você do armário a força! (Debocha).
PÉROLA: (Arranca a peruca de Ingrid e começa a gritar) Polícia, polícia... Prendam essa bandida!
(Ingrid e Garibaldi trocam olhares e ele entende que é hora de intervir).
GARIBALDI: (Tira uma arma da cintura e atira duas vezes para o alto, causando um verdadeiro alvoroço).
INGRID: (Empurra Pérola e foge em disparada com Garibaldi).
RENATA: (Corre até Pérola para ajuda-la) Porque você estava gritando? O que houve?
PÉROLA: A Ingrid, foi ela quem provocou tudo isso, ela e um comparsa... Os dois fugiram, por ali... (Aponta a direção).
RENATA: Eu vou chamar a Polícia lá dentro.. (Corre para o interior da Casa Estilo).
Cena 05 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Manhã]
(Com ajuda de uma enfermeira, Alfredo se alimenta com uma sopa de legumes, quando alguém bate na porta).
SÍLVIA: Eu posso entrar?
ALFREDO: Desculpe, eu conheço a senhora?
SÍLVIA: Não, mas pode me considerar uma amiga. Eu me chamo Sílvia Dumont Sant’Anna. Vim até aqui porque preciso da sua ajuda.
ALFREDO: Eu ainda não consigo entender como eu posso ajudar a senhora.
SÍLVIA: Simples, eu quero que tire a sua esposa da vida do meu marido.
ALFREDO: Seu marido? Do que a senhora está falando?
SÍLVIA: De Igor Sant’Anna, meu marido é o pai das suas duas enteadas e ex-noivo da sua esposa, na juventude eles quase se casaram. Reencontram-se há pouco tempo e estão juntos, resumindo, sua esposa está destruindo o meu casamento, preciso da sua ajuda...
ALFREDO: Como a senhora disse mesmo que se chama?
SÍLVIA: Sílvia!
ALFREDO: Então Sílvia, eu gostaria que você se retirasse. Não quero continuar tendo essa conversa com a senhora.
SÍLVIA: O senhor compreendeu o que eu disse? A sua esposa está lhe traindo com o meu marido...
ENFERMEIRA: Ele pediu para a senhora sair, por favor... (Aponta para a porta).
SÍLVIA: Está bem, depois não diga que eu não avisei. Eu vou salvar o meu casamento sozinha, passar bem! (Sílvia deixa o quarto de Alfredo).
Cena 06 – Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Tarde]
MARIA EDUARDA: Tchau! (Fala ao se despedir da família e ao fechar a porta).
MARCELA: Que dia! E pensar que a sua irmã quase conseguiu destruir com tudo.
MARIA EDUARDA: A minha irmã está prestes a se acertar com a justiça, agora eu quero falar com você. Porque não se despediu do Antônio? Você mal falou com ele. Sabia que foi ele que invadiu aquela sala em chamadas só para te salvar, não sabia?
MARCELA: Eu não quero falar sobre isso agora, eu estou muito confusa depois de tudo o que aconteceu, quero colocar minha cabeça no lugar. Preciso me recuperar!
MARIA EDUARDA: Pois que a sua recuperação seja bem rápida, porque daqui uns dias você não vai conseguir esconder a sua gravidez e vão começar a desconfiar que o meu irmão é o pai. Se me perguntarem, eu vou dizer a verdade. (Maria Eduarda deixa Marcela sozinha).
MARCELA: (Lembra da sua discussão com Vivian antes dela morrer).
Flashback:
MARCELA: Me solta sua louca, me solta! (Grita).
VIVIAN: Eu não vou te soltar, pode gritar, pode espernear... Vou te levar de volta pro Nordeste... Nem que pra isso eu tenha que armar mil planos, como o flagrante.
MARCELA: Flagrante? Que flagrante?
VIVIAN: O da mansão, quando você achou que eu e Antônio transamos... Ele sequer me tocou, pobre idiota... Foi tão fácil, você é muito burra!
MARCELA: (Marcela dá uma bofetada em Vivian e em seguida as duas se enfrentam, Vivian empurra Marcela que bate a cabeça em uma das máquinas de costura e cai desmaiada).
Fim do Flashback
MARCELA: E agora meu filho? O que eu faço? Já dei a minha palavra ao Jorginho, não posso voltar atrás... Vou ter que casar com ele. (Marcela fala com a barriga enquanto a acaricia).
Cena 07 – Baixada do Glicério (Barraco do Garibaldi) [Interna/Noite]
(Garibaldi está trancado em seu quarto na companhia de uma mulher, enquanto Ingrid está na sala assistindo as últimas notícias no jornal).
JORNALISTA: A top model Ingrid Germai, filha da empresária Malu Germai, está sendo acusada de diversos crimes, entre eles, falsidade ideológica, tentativa de homicídio, sonegação de imposto, desvio de dinheiro e homicídio doloso com requintes de crueldade. A justiça já emitiu um mandado de prisão e a polícia espera encontra-la em breve. Qualquer informações sobre o seu paradeiro, a polícia deve ser acionada imediatamente, sua identidade estará segura e as ligações são anônimas.
INGRID: Presa, eu? Vão sonhando queridos. Ingrid Germai não será pega nunca. Vou acabar com todos, um por um e depois vou me mandar dessa droga de cidade.
(Garibaldi sai do quarto acompanhado de Taís).
INGRID: Mas o que significa isso?
GARIBALDI: Um homem e uma mulher, nunca viu? Não vem bancar a santa agora.
INGRID: Eu sei muito bem o que vocês estavam fazendo naquele quarto sujo, estou me referindo a essa songamonga, porque ela está usando as minhas roupas?
TAÍS: Gostou? Serviu direitinho né? Temos o corpo bem parecido. Sabe como é, né? Na hora do vamo vê, o Gariba rasgou minha roupa inteira, não podia sair na comunidade sem nada.
INGRID: Sei como é. Você vai fazer o seguinte, vai tirar minha roupa e vai escaldar, não quero pegar carrapatos, sua cachorra e vai sair vestida num lençol. Olha que de moda eu entendo, vai ser uma sensação aqui na favela. Ou você faz isso, ou vai sair na comunidade sem dentes, porque eu vou arrancar um por um, entendeu?
GARIBALDI: O que é isso? Não esqueça que você está em minha casa.
INGRID: Esse barraco? Uma casa? Faz-me rir... Eu não sou obrigada a ver essa cadela usando a minha roupa, isso custou caro, não é para qualquer vagabunda usar.
GARIBALDI: Respeita a mina!
INGRID: Manda ela tirar meu vestido, se não ela só vai ter respeito diretamente do inferno...
Cena 08 – Paradise Models [Interna/Manhã]
(Betina, Miguel e Peter conversam com Maria Eduarda sobre Ingrid).
BETINA: É importante que saia sempre acompanhada, evite andar sozinha em determinados locais. Sua irmã é muito perigosa e enquanto está foragida ela pode tentar lhe fazer alguma coisa.
PETER: Mas fique tranquila, a polícia está rondando a empresa, o bairro onde você mora e os arredores da mansão Germai.
MARIA EDUARDA: Não tem como ficar tranquila com uma irmã desse jeito. A Ingrid é má e pode ressurgir a qualquer momento, só irei me sentir segura quando ela estiver presa.
MIGUEL: Eu estou aqui e não vou deixar nada de mal te acontecer, você está segura comigo.
MARIA EDUARDA: Eu me sinto segura contigo, mas a Ingrid por aí a solta me deixa transtornada. Tenho muito medo por nós, ela é capaz de tudo... Tentou me matar, tentou matar o seu tio Alfredo e muito provavelmente foi ela quem provocou o incêndio na confecção que matou a Vivian.
BETINA: Por falar em Vivian, o pai dela é muito rico e está empenhado em descobrir o que ocasionou a morte da filha, ele contratou o melhor criminalista do estado. Se a Ingrid tem culpa no cartório, vamos descobrir muito em breve, mais até do que se imagina.
Cena 09 – Motel [Interna/Manhã]
Música da cena: Inspiração - Liah Soares
(Pérola acorda ao lado de Renata após passar a noite com ela)
PÉROLA: Ah como é bom acordar ao seu lado depois de tudo o que aconteceu, estamos livres.
RENATA: Livres, sem ninguém para nos separar...
PÉROLA: Em breve casadas!
RENATA: E sem ninguém para interromper a nossa felicidade...
(Renata e Pérola se beijam).
Cena 10 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Manhã]
Música da cena: Mentiras - Adriana Calcanhotto
(Malu anda pelo hospital enquanto cumprimenta alguns funcionários até chegar no quarto de Alfredo).
MALU: Bom dia, vim assim que recebi a sua mensagem. Queria falar comigo?
ALFREDO: Sim, queria.
MALU: Nossa, tão sério... Aconteceu alguma coisa?
ALFREDO: Sim, faz tempo que você voltou com o Igor?
MALU: (Surpreende-se) Como você sabe? Quem te contou?
ALFREDO: Não importa, só quero saber a verdade da sua boca.
MALU: É... Já vi que precisamos conversar mesmo sobre isso. Aconteceu, não planejei nada... O Igor reapareceu num momento da vida que eu já havia dado como nula essa possibilidade, isso tudo enquanto você estava em coma e com possibilidades quase que impossíveis de acordar, pelo menos esse era o posicionamento da equipe médica. Bom, outro fato relevante foi que descobri que ele não me abandonou. Fomos vítimas de uma armação da minha mãe, ele achou que eu tinha abandonado ele e feito um aborto, enquanto eu achei que ele também tinha me abandonado.
ALFREDO: Não precisa explicar mais nada, eu já entendi tudo...
MALU: Mas eu preciso falar!
ALFREDO: Não, não precisa. Sempre foi muito claro Malu... Por mais que estivessemos juntos, não estávamos realmente. Você nunca deixou de amar esse homem, só mascarou o que sentia. Foi muito bonito o que vivemos, construímos uma família, tivemos filhos maravilhos, mas o amor que é o que realmente importa, esse amor entre homem e mulher, você sente realmente por ele, está estampado na sua cara, eu vejo isso no brilho dos seus olhos.
MALU: (Chora) Me perdoa!
ALFREDO: Mas perdoar porque? Eu te amo demais para te odiar. Eu quero que você seja feliz, mesmo que não seja comigo.
MALU: (Deita sobre o peito de Alfredo e ele faz cafuné em seu cabelo, os dois permanecem em silêncio).
Cena 11 – Loja de Noivas [Interna/Tarde]
(Marcela experimenta um vestido de noiva com auxílio de Nair e Maria Eduarda)
NAIR: Você está linda minha filha, parece uma princesa...
MARIA EDUARDA: Linda ela está, só não está feliz.
MARCELA: Eu preciso de apoio Eduarda, não de críticas.
MARIA EDUARDA: Eu não posso te apoiar nessa loucura, se você quer que eu seja conivente com essa loucura, sinto muito, mas não farei isso.
NAIR: Acho que não precisa fazer mais nenhum ajuste, vou deixar um pouquinho folgado na barriga, porque a partir de agora, ela tende a crescer...
MARCELA: (Marcela se olha refletida no espelho vestida de noiva e se encara fixamente).
ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...
Música da cena: Cravo e Canela - Anitta, Vitin
MARCELA: (Marcela está na mesma posição em frente ao espelho, só que agora está pronta para o casamento, pois chegou o dia).
MARIA EDUARDA: Ainda dá tempo de desistir, isso é uma...
MARCELA: Eu dei a minha palavra ao Jorginho, vou cumprir. Vou casar com ele!
Cena 12 – Mansão Germai [Interna/Tarde]
(Pérola sai do seu quarto pronta para o casamento de Marcela e anda pelo corredor, percebendo a presença de Antônio deprimido em seu quarto).
PÉROLA: Você vai ficar mesmo assim e aqui?
ANTÔNIO: É hoje! A Marcela vai casar com outro homem, eu vou perde-la para sempre.
PÉROLA: E vai ficar aí feito um fraco? Você não é o irmão que eu conheço, não vai lutar pela mulher que ama? Vai se entregar a depressão? Vamos, lute por ela... Repita que a ama quantas vezes for preciso, mas não desista dela. Acorde para a vida Antônio, não perca mais tempo, a vida está passando e você está perdendo a oportunidade de ficar com quem ama. Eu falo isso por mim, vivi isso na pele e sei o quanto dói, não quero que passe pelo o mesmo. (Pérola percebe que Antônio se emocionou com suas palavras, porém continua parado no mesmo local). Bom, eu vou para a igreja... Qualquer coisa, você pode me ligar... (Pérola deixa o quarto e Antônio fica pensativo enquanto se recorda de alguns momentos vividos com Marcela).
Cena 13 – Igreja da Catedral [Interna/Tarde]
Música da cena: Marcha Nupcial
MIGUEL: Pronta?
MARCELA: Sim, podemos ir.
(Marcela entra na igreja acompanhada de Miguel. Nesse momento a tela se divide, de um lado vemos Marcela caminhar em direção ao altar, enquanto Antônio sai do quarto correndo, desce a escada e entra em seu carro, partindo em disparada em seguida).
PADRE: Estamos aqui reunidos, para celebrar a união entre esse casal... Marcela e Jorge!
(A imagem foca em Marcela olhando para Jorginho, a cena congela e encerra ao som de uma câmera fotografando).
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