Débora
CAPÍTULO 02
uma novela de
FELIPE LIMA BORGES
escrita por
FELIPE LIMA BORGES
baseada nos capítulos 3 a 5 do livro
de Juízes
No
primeiro capítulo: Apreensiva, Débora é incentivada por Jaziel a subir
o morro, onde é aclamada juíza de Israel. Emocionada, ela relembra de sua vida
até aquele momento. 38 anos antes, sob uma grande palmeira, Tamar dá à luz uma
menina para a decepção de seu marido Elian, que esperava um menino a fim de que
sua família não fosse desonrada. Desprezada pelo pai, a bebê é batizada de
Débora pela mãe. Planejando dar sua filha como morta e ter uma nova chance de
adquirir um primogênito homem, Elian, em oculto, pega a filha e a coloca na
carroça de uma caravana de comerciantes. Tamar se desespera, desconfia e
consegue arrancar a verdade do marido. Após resgatar a filha, Tamar expulsa
Elian de casa. 12 anos se passam e Débora é repreendida pela mãe após mais uma
travessura com seu melhor amigo Jaziel. Na rua são surpreendidas pelos
filisteus, povo que os domina pela força e cobra abusivos impostos. Na
confusão, Tamar e Débora são separadas e uma figura misteriosa agarra a garota
e a esconde. O homem sabe seu nome, e revela ser Elian, seu pai. Débora fica
surpresa e confusa.
FADE
IN:
CENA 1:
EXT. BETEL – RUAS – DIA
Abaixada atrás da mesa caída,
Débora, confusa, encara o homem ao seu lado, ELIAN (37 anos). Quando ela vai
abrir a boca para dizer algo, ele abaixa a cabeça dela; um soldado filisteu
passa bem ao lado. Então os dois, escondidos, observam.
Os
filisteus mantém as pessoas, todas assustadas, reunidas próximas às paredes das
casas. Com a espada na bainha, o COMANDANTE dos soldados circula à pé pela rua;
está adorando a situação.
COMANDANTE
Atenção!!!
Ouçam todos!
As
pessoas olham para ele tensas.
COMANDANTE
(andando
para lá e para cá) Tenho uma ótima notícia para dar: os tributos
aumentarão.
Desânimo
e medo se juntam à extrema apreensão marcada nos rostos hebreus. O Comandante
pega uma fruta entre as caídas e começa a comê-la enquanto anda e fala.
COMANDANTE
Vocês estão
numa vida muito boa... Terras extremamente férteis, colheitas fartas! (mastigando)
Não podem continuar assim não.
HEBREU
É nosso
direito, Deus nos deu essa terra!
De
repente o Comandante para. Um sorrisinho aparece em seu rosto. Então ele joga
fora a fruta e vira para a direção de onde veio a voz. Vê um homem lhe lançando
um olhar revoltado e se aproxima.
COMANDANTE
Foi você
quem disse isso?
HEBREU
Sim...
O
Comandante para na frente do HEBREU (55 anos) e o encara com um olhar de
desdém.
COMANDANTE
E qual é o
seu nome, hebreu?
HEBREU
Sangar.
COMANDANTE
Sangar... O
que você faz, Sangar? Planta?
SANGAR
Não, apenas
cuido de meus animais.
COMANDANTE
Um pastor.
SANGAR
Exata--
Sangar
é interrompido por um rápido soco do Comandante, que em seguida o agarra e o
joga no chão. Caído, Sangar olha para o Comandante, que saca sua espada.
COMANDANTE
Eu poderia
mata-lo agora, aqui mesmo.
Sangar
olha da lâmina da espada para o rosto do homem.
COMANDANTE
Mas aí eu
perderia a chance de vê-lo me pagar os tributos todos os meses, moeda por moeda.
Não o livrarei disso, Sangar.
Sangar,
apesar de revoltado, engole em seco. O Comandante mantém uma postura mais
agressiva.
COMANDANTE
Portanto,
isso é para que você nunca mais se esqueça de quem é o superior aqui.
O
Comandante levanta a espada e, com um rápido movimento, corta o ar e a
superfície da face esquerda de Sangar. Assustado, o povo grita e tampa a boca e
o nariz com as mãos. Sangar geme e leva a mão ao seu rosto ensanguentado.
Escondida, Débora observa aquilo aflita.
COMANDANTE
(para os
soldados) Recolham os tributos.
Enquanto
Sangar permanece caído e ferido sem poder buscar ajuda, os soldados passam por
todas as casas recolhendo os impostos. Após, o Comandante faz uma rápida
conferência das moedas.
COMANDANTE
Até o
próximo mês, hebreus. (olha para Sangar) Aproveite a cicatriz. (rindo)
As mulheres adoram.
Então
o Comandante monta em seu cavalo e, liderando os outros homens, parte para fora
da cidade. Pouco a pouco o povo começa a se mexer, todos ainda abalados. Débora
e Elian finalmente se levantam e se encaram.
ELIAN
Filha...
Débora
ainda o olha confusa.
TAMAR
Débora!
Débora
olha e vê Tamar chegando ali. Imediatamente corre e abraça sua mãe.
TAMAR
Débora,
minha filha! Graças a Deus!
DÉBORA
Mãe, que
bom que a senhora está bem!
Elas
se soltam.
TAMAR
Eu perdi
você de vista!... Onde é que estava enquanto os filisteus cobravam os
impostos?!
DÉBORA
Eu... Eu
fui salva... por um homem.
Débora
olha para onde estava Elian, mas ele já está chegando ali, olhando para Tamar,
que o encara com extrema surpresa.
CENA
2: EXT. BETEL – RUAS – DIA
Tamar
encara o recém-chegado.
TAMAR
(de queixo
caído) Elian!...
ELIAN
Sou eu...
Voltei.
Ainda
um tanto transtornada, Tamar gesticula a esmo.
TAMAR
O... O que
você... está fazendo aqui?...
Elian
olha de Tamar para Débora, ainda confusa, e de volta para Tamar.
ELIAN
Eu...
voltei para vê-las. As duas.
DÉBORA
(para
Tamar) Ele disse... que é meu pai. É verdade? É ele mesmo o Elian de
quem ouvi a senhora falar a vida toda?!
Tamar
tem dificuldade em encontrar as palavras.
TAMAR
É... Sim...
É Elian... o seu pai.
Sorrindo
suavemente, Elian se aproxima mais de Débora e leva sua mão até próximo do
rosto da garota, mas não a toca.
ELIAN
Minha
filha...
Débora,
um tanto abalada, tenta absorver a situação. Mas Tamar toma um atitude: segura
o braço da filha e puxa-a para mais perto de si.
TAMAR
(para
Elian) Como ousa?
Elian
abaixa sua mão.
ELIAN
Eu... Eu
entendo, Tamar. Eu entendo a confusão, mas muito tempo já se passou.
Tamar
mantém Débora perto dela.
ELIAN
Antes de
tudo, eu quero que você esqueça aquele homem de 12 anos atrás. Eu sou outro
Elian.
DÉBORA
(levemente
rancorosa) Eu sei da história. Sei de como tentou se livrar de mim, me
colocando em uma carroça qualquer de comerciantes.
ELIAN
Não há um
só dia em que eu não me arrependa disso.
DÉBORA
(mais
firme) Eu poderia estar morta.
TAMAR
Ela tem razão.
Não há nada para você aqui, Elian.
ELIAN
Por favor,
escutem... Tudo que eu peço é uma chance. Um momento para podermos conversar.
Só isso, conversar...
Apesar
do olhar, Tamar parece ponderar o pedido.
DÉBORA
Não. Não é
necessário conversar com um assassino.
Elian
apenas encara Débora.
DÉBORA
Ainda que
não tenha tido sucesso.
TAMAR
Hoje à
noite.
Débora
olha para a mãe.
DÉBORA
O quê?!
TAMAR
(encarando
Elian) Apareça essa noite. Mas não espere nada de nós.
ELIAN
Obrigado,
eu--
Elian
se interrompe pois Tamar pega Débora pelo braço e vai embora. Caminhando, a
garota olha indignada para a mãe.
DÉBORA
Será que a
senhora pode me explicar o que foi isso, mãe?!
TAMAR
Sei o que
está pensando, mas precisamos ao menos ouvi-lo.
DÉBORA
Por acaso
está cogitando se casar de novo, senhora Tamar?! Voltar com o meu pai?!
Nesse
instante Tamar para e vira a filha.
TAMAR
Débora,
você tem noção de como é a vida de uma mulher sozinha? Os olhares, os
comentários, o tratamento desigual...
Débora
respira fundo, ajeita o cabelo e cruza os braços.
TAMAR
Não, você
não tem noção, pois mal saiu da infância.
Débora
apenas a encara.
TAMAR
Não se
trata de nada do que você disse, mas vou dar a Elian ao menos a chance de dizer
o que tanto quer dizer.
Débora
balança a cabeça em desaprovação.
TAMAR
Agora vamos
ver Sangar, ele está muito ferido. Venha.
As
duas caminham um pouco e se aproximam de Sangar, sentado em um banquinho e
sendo ajudado por outros hebreus, a maioria mulheres, que limpam e tratam seu
corte no rosto.
TAMAR
Sangar...
Shalom... Como está?...
Sangar
levanta os olhos para Tamar e Débora.
SANGAR
Tamar,
Débora (sorri)... Shalom. Estou bem, estou bem, não foi um corte muito
profundo.
DÉBORA
Esses
malditos filisteus...
Quase
todos ali olham para ela.
TAMAR
Ah, minha
filha não pensou para falar...
SANGAR
Nós
precisamos fazer alguma coisa... Mal o juiz anterior, Eúde, morreu e o povo já
voltou a pecar. É por isso que toda vez acontece a mesma coisa, que os povos ao
redor nos dominam.
Tamar
o ouve concordando.
SANGAR
Não
deveríamos precisar de um juiz para nos mantermos nos caminhos de Deus. Agora
sabe-se lá até quando ficaremos sob o julgo filisteu.
TAMAR
Até o povo
se arrepender.
SANGAR
Então haja
paciência.
Sangar
seca o rosto.
SANGAR
Obrigado!
Sou muito agradecido a todos vocês pela ajuda, pelo carinho, mas não posso
parar minha vida por causa desse arranhão. Vou voltar ao trabalho.
Ele
se levanta.
SANGAR
(sorrindo) Shalom a
todos.
TODOS
Shalom.
As
pessoas ali começam a sair.
TAMAR
Vamos para casa,
Débora.
DÉBORA
Pode ir,
mãe, eu vou procurar o Jaziel.
TAMAR
E não me
arranje mais problemas, ouviu?
Débora
faz que sim sorrindo e sai correndo. Tamar, com um leve sorriso sobre o
semblante de repreensão, observa a filha se distanciar.
CENA
3: EXT. BETEL – ARREDORES – DIA
Débora
e Jaziel caminham tranquilamente no lado de fora da cidade.
JAZIEL
Elian?
Aquele mesmo Elian que sua mãe expulsou de casa quando você era recém-nascida?
DÉBORA
(suspirando) Sim, esse
Elian... O meu pai.
JAZIEL
Será que
agora sua mãe e ele vão ficar juntos de novo?
DÉBORA
Minha mãe
não precisa de um homem.
JAZIEL
Todas as
mulheres precisam.
DÉBORA
Não a minha
mãe. Ela é uma mulher forte, batalhadora. Não precisa daquele espantalho que a
maltratou... que me maltratou quando eu era apenas uma bebê!
JAZIEL
Débora,
você não acha que sua mãe poderia se casar pelo menos com um outro homem?
DÉBORA
Eu já disse
que ela não precisa disso.
JAZIEL
Parece que
nem mesmo você quer saber de casar.
DÉBORA
Talvez eu
não me case mesmo. Se for para ter um marido igual o meu pai foi para minha mãe...
Nesse
instante eles ouvem um barulho e olham: uma carroça, com um homem e um garoto,
se aproxima tranquilamente da cidade.
DÉBORA (NAR.)
O momento a
seguir foi, por muitos anos, o mais revisitado da minha vida em minha mente.
JAZIEL
Quem
será?...
Débora presta atenção. Então, com o
aproximar dos estranhos, ela nota o rosto do garoto... Algo ali atrai o seu
olhar e fixa os olhos dela naqueles traços.
Débora
encara o garoto, o garoto encara Débora... Um clima diferente no ar, e Jaziel
percebe.
JAZIEL
Talvez você
mude de opinião ainda hoje...
Na
carroça, o garoto fala com o homem.
GAROTO
Pai, talvez
aqueles dois possam nos confirmar.
HOMEM
São apenas garotos.
GAROTO
Da minha
idade, e que moram aqui e devem saber.
Meio
a contragosto, o homem para a carroça bem ao lado de Jaziel e Débora, para leve
constrangimento dela.
GAROTO
Shalom...
Com licença, mas vocês são daqui?
Débora
funga e pigarreia...
DÉBORA
Sim, sim...
Claro.
Então
o garoto sorri, e Débora o olha quase hipnotizada.
GAROTO
E aqui é
Betel?
Apesar
de encará-lo nos olhos, Débora não responde, nem parece ter ouvido a pergunta.
Jaziel, percebendo, toma a frente, apesar de sorrir por causa dela.
JAZIEL
Exatamente,
meu amigo. Seja bem-vindo a Betel.
HOMEM
Ótimo.
JAZIEL
Desculpe,
mas quem são vocês? De onde são?
HOMEM
Claro, ahn,
bom... Meu nome é Misael, e esse é meu filho Lapidote.
JAZIEL
Jaziel. E
minha amiga Débora.
LAPIDOTE
(14 anos) sorri para Jaziel e Débora, essa de olhos esbugalhados.
MISAEL
Em meu
povoado a opressão filisteia estava impossível. Aproveitamos que conseguimos
fugir e viemos mais para o norte.
JAZIEL
Desculpe
desanimá-lo, senhor, mas acho que aqui está quase a mesma coisa. Ainda há pouco
aconteceu um ataque em nossa cidade.
MISAEL
(40 anos) respira fundo.
MISAEL
Não há
lugar de paz nessa terra. Mas tem mais: Betel foi a cidade onde nasci, e
pretendo me estabelecer por aqui. Ela mudou muito, mal a reconheço... Ah,
aliás, eu sou sapateiro, em breve abrirei minha loja, com a ajuda de Deus. Quando
precisarem, basta me procurarem. Avisem seus conhecidos.
JAZIEL
Sim, claro,
não há dúvidas... Débora também vai procura-los.
Ela
então sai de seu transe e olha constrangida para o amigo.
JAZIEL
Digo, ela
tem muitos sapatos...
MISAEL
(sorrindo) Bom,
crianças, vou chegar mais. Nós nos vemos por aí.
Misael
movimenta a carroça. Passando por eles, Lapidote deixa um olhar sorridente para
Débora, que os observa passar pelo portão e adentrar em Betel.
JAZIEL
(olhando
para ela) Parece que alguém se apaixonou...
DÉBORA
O quê?! Mas
o que é isso, Jaziel?! Está delirando, isso sim!
Ele
sorri como quem diz “Sei...”.
CENA
4: INT. CASA DE TAMAR – COZINHA – NOITE
A noite cai na região.
Débora
e Tamar estão cozinhando quando ouvem a porta bater.
TAMAR
Ai, ele deve
ter chegado.
DÉBORA
Que a
senhora não caia nas palavras desse homem.
TAMAR
Não precisa
se preocupar, eu sei como agir.
Tamar
vai até a porta, para um instante... e então a abre. Elian, parado ali, sorri.
ELIAN
Shalom.
TAMAR
Shalom...
Entre.
ELIAN
Com
licença.
Elian
entra e Tamar fecha a porta. Débora o olha de canto de olho.
ELIAN
Hummm, que
cheiro maravilhoso!
DÉBORA
É apenas
para nós duas.
Elian
se constrange e faz que sim.
ELIAN
Claro...
TAMAR
Sente-se,
Elian.
Educado,
Elian se aproxima da mesa e senta. Nesse instante, Débora larga tudo o que está
fazendo, vai até lá e se senta de frente para o pai. Coloca os braços sobre a
mesa e o encara fixamente. Tamar franze a testa.
DÉBORA
Não
percamos tempo. Ele é muito valioso. (para Tamar) Sente-se, mãe.
Tamar
estranha, mas senta ao lado da filha.
DÉBORA
Fale.
ELIAN
Bom, primeiramente
eu agradeço por terem aceitado me receber essa noite.
DÉBORA
Seja
direto.
TAMAR
(repreendendo) Débora...
Por favor.
Débora
revira os olhos e ajeita a postura.
ELIAN
Naquela
época... eu era outro homem. Um homem mesquinho que não conseguia enxergar nada
além da reputação que gostaria de ter. Era jovem...
DÉBORA
Faz apenas
12 anos.
ELIAN
Tempo
suficiente para uma vida de solidão mudar a mente de um homem. Nada do que eu
queria naquela época quero agora.
TAMAR
Onde esteve
durante todos esses anos?
ELIAN
A maior
parte do tempo viajando. Vivi um tempo em cada uma das tribos. Mas já faz anos
que tento retornar para cá, falar com vocês duas, e não consigo. Algumas vezes
já as observei de longe... Eram os momentos mais dolorosos.
Tamar,
um tanto incomodada, ajeita o cabelo atrás da orelha. Débora o olha com a mesma
expressão de antes.
ELIAN
Só quando
vi o ataque dos filisteus, em que senti que podia ser a última chance de ver as
mulheres da minha vida com vida, que eu tive coragem de me aproximar.
TAMAR
Você salvou
mesmo a vida de Débora?
Elian
não responde, mas olha para a filha, que arqueia as sobrancelhas.
DÉBORA
É, sim...
Tamar
deixa escapar um sorriso.
ELIAN
Não foi
mais que a minha obrigação como pai.
DÉBORA
Convenhamos
que estava devendo uma dessa.
TAMAR
O que você
quer?
ELIAN
Antes de
tudo, o perdão de vocês. E, depois... uma nova chance. Como marido, como pai.
Débora
revira os olhos querendo mostrar que aquilo é impossível.
TAMAR
Você está
mesmo arrependido?
ELIAN
Sim... Mas
ainda provarei isso. Mostrarei claramente.
Elas
o encaram.
ELIAN
Não houve
um só dia em que não pensei em vocês...
TAMAR
Então
você... nunca se casou?...
Elian
faz que não.
ELIAN
E nem
poderia.
Débora
olha para a mãe e desconfia de seu olhar.
DÉBORA
(sussurrando) A senhora
não pode estar pensando em aceitar... Está?
TAMAR
(sussurrando) Precisamos
ao menos ajudar o seu pai, recebe-lo...
Frustrada,
Débora se levanta subitamente, arrastando a cadeira, e sai da mesa.
ELIAN
(impulsivamente) Filha...
Débora
para, vira para ele e enche a boca para falar.
DÉBORA
Eu não sou
sua filha.
Então
ela vira novamente e sai pisando duro para fora de casa. Tamar encara Elian.
CENA
5: EXT. BETEL – RUA – NOITE
Perdida em pensamentos, Débora
caminha sem rumo pela rua quase vazia de Betel.
Em determinado instante, uma pessoa
sai subitamente de um beco e para na frente dela: é o garoto Lapidote. Ele a
reconhece, e ela paralisa. Ele sorri, e ela engole em seco. No nervosismo de
Débora, IMAGEM CONGELA
CONTINUA...
FADE OUT:
No
próximo capítulo: Débora e Lapidote tem uma conversa surpreendente, e
Tamar e Elian reaproximam.
Obrigado pelo seu comentário!