Vidas Cruzadas - Capitulo 03
No capítulo anterior...
(Ela mostra o documento para Marina que se espanta na mesma hora.)
Marina (Perplexa) - Como você achou isso? eu não lhe dei o direito em mexer nas minhas coisas!
Manuela - E o que importa isso agora? agora as coisas começaram a fazer sentido, VOCÊ NUNCA ME AMOU! NUNCA! esse seu ódio por mim é porquê sou adotada, e você nunca me aceitou nessa família.
Marina - Larga de ser idiota, eu sempre te amei. Independente sendo minha filha de sangue ou não, eu te amo!
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Marina (Nervosa) - Cala a sua boca! Eu tô mandando Manuela, larga de show. Porque se não eu juro pra mim mesma que te bato agora!
Manuela - Bate, Bate! Eu posso muito bem revidar, até porquê você não é MINHA MÃE!
(Marina dá um tapa na cara de Manuela.)
Melissa (Assustada) - MAMÃE!
(Melissa intervém no meio das duas.)
Manuela (Chorando) - Eu odeio você, EU ODEIO VOCÊ!
(Manuela pega sua bolsa que está no sofá e saí correndo para fora do apartamento.)
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Doutor - Quando seu filho chegou na Emergência, ele já estava em um estado grave. E como o impacto foi muito grande quando ele bateu a cabeça, o seu cérebro enchou. Tentamos reverter o caso dele mas...-
(Irene começa a chorar e se apoia em Edu.)
Irene - NÃO DOUTOR! não me fala que ele morreu, por favor. Meu filho ia ser médico como você!
Doutor - Eu sinto muito, mas ele teve o que nos chamamos de morte cerebral.
(Irene se ajoelha no chão.)
Irene (Chorando) - MEU FILHO NÃO! NÃO PODE SER VERDADE, O RODRIGO NÃO!
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(Manuela começa andar, tonteando pela rua. Não liga para o que tem no caminho. Começa a se lembrar da briga que teve com a mãe.)
Manuela (Bêbada) - VAI PRO INFERNO MÃE!
(O sinal está fechado, mas Manuela pouco se importa. Atravessa a avenida em plena passagem de carro. A mesma se descuida e acaba deixando sua bolsa cair, com isso acaba não notando a presença do carro vindo em sua direção.)
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Fique agora com o capítulo de hoje:
Cena 1 - Noite/Hospital/Sala de Espera.
Irene - As vezes eu acho que Deus é muito injusto. Ele tirou duas pessoas que eu mais amava nessa vida, meu marido e meu filho. Ele seria doutor, sabia? ele iria salvar vidas!
(Irene diz olhando para cima.)
Irene - Eu não acredito que ele se foi dessa maneira, antes de mim. Ele me prometeu que cuidaria da casa quando eu partisse, e agora? MEU FILHO ESTÁ MORTO!
(Irene começa a chorar desesperadamente.)
Irene - Eu tô cansada dessa vida, se for possível meu Deus me leve logo desse inferno.
(Edu vê a cena com os olhos cheio d'água, ele tentava segurar o choro.)
Abel - Cuide da sua mãe, eu irei avisar o pessoal do bairro sobre o falecimento do Rodrigo.
(Quando Abel ia sair Edu o segura pelo bravo.)
Edu - Por favor seu Abel, não conte para ninguém o que você viu.
Abel - Eu não posso prometer nada. Agora me solte.
Cena 2 - Noite/Rua.
(Um aglomerado de pessoas se junta para ver o que está acontecendo na pista. A câmera sobrevoa sobre as pessoas e mostra o corpo de Manuela caído no chão, ela está com graves ferimentos. )
Mulher 1 - Será que ela morreu?
Homem 1 - Não, mas se a gente não chamar a ambulância pode ser tarde demais.
(As pessoas vão pegando seus celulares para notificar a emergência.)
Yvone - Eu conheço essa menina...meu deus, é a filha da Marina Leitão! Eu tenho o número da empregada lá da casa dela.
(Yvone pega seu celular e liga para Zuleika.)
Cena 3 - Noite/Apartamento da Família Leitão/Quartinho da Empregada.
(Zuleika está dormindo quando ouve seu celular tocar. Ela meio zonza levanta e atende o celular.)
Zuleika - A-Alô, quem é?
Yvone (Voz) - Sou eu Zuleika, Yvone.
Zuleika (Surpresa) - Yvone! mas o que faz me ligando uma hora dessa?
Yvone (Voz) - Eu tô aqui na rua né? e vi que houve um acidente, vim correndo para ver e...-
Zuleika - Você me ligou para falar isso?
Yvone (Voz) - Zuleika...a pessoa que sofreu o acidente é a filha da sua patroa!
Zuleika (Assustada) - QUE?! Yvone não brinca comigo não porquê você sabe que tenho problema cardíaco.
Yvone (Voz) - E você acha que eu brincaria com uma coisa dessa?! Zuleika é a filha da tua patroa! vou te mandar o endereço.
Zuleika (Tremendo) - Me manda logo Yvone, eu tô me tremendo toda!
Cena 4 - Noite/Hospital/Sala de Espera.
Doutor - Eu sei que é um momento difícil, mas eu vim falar de um assunto importante.
Irene - Doutor, eu agradeço tudo que o senhor tenha feito. Mas agora eu quero que o corpo do meu filho seja liberado, e que eu faça um velório digno a ele.
Doutor - Eu entendo dona Irene, mas antes eu preciso te falar uma coisa. A senhora já ouviu falar em transplante de órgão?
Irene - Sim, mas o que isso tem a ver? meu filho tá morto!
Doutor - Eu sei, mas o seu filho teve uma morte cerebral. Nesse caso, dá para fazer com que ele doe seus órgãos.
Edu - Pera aí doutor, o senhor veio aqui falar com minha mãe sobre os órgãos do meu irmão? faça-me o favor.
Doutor - Eu sinto muito, eu sei que é um momento delicado. Mas o tipo sanguíneo do seu filho é muito raro, ele poderia salvar uma vida.
(Irene fica pensativa.)
Irene - Será que a gente pode falar disso depois? eu tô cansada, eu acabei de perder meu filho.
Doutor - Claro, mas eu preciso que a senhora pense com carinho, é muito importante você aceitar.
Edu - Quer dizer então que se minha mãe não dar uma resposta, o corpo não será liberado?
Doutor - Sim, eu só preciso da confirmação da sua mãe.
Irene (Triste) - Sabe doutor, meu filho tava cursando medicina. Ia ser como o senhor, mas infelizmente tudo se deu ao fim dessa maneira trágica. Meu filho sonhava em salvar vidas, por mais que ele esteja morto. Eu aceito que vocês façam o transplante de órgão, Rodrigo ficaria muito feliz. Ele pode ter morrido, mas com certeza vai salvar uma vida.
Doutor - Dona Irene...
(O médico abraça Irene.)
Edu - Eu não acredito que a senhora concorde com isso.
Irene - Edu, você realmente não conhecia o seu irmão.
Cena 5 - Noite/Apartamento da Família Leitão/Quarto de Marina.
(Marina está dormindo quando ouve batidas na porta seguidamentes, enquanto gritavam seu nome. Ela se levanta nervosa e abre a porta.)
Marina - Que inferno! será que não tenho paz nessa casa.
Zuleika (Ofegante) - Dona Marina, eu recebi uma ligação e...-
Marina - Mas o que deu em você criatura?
Zuleika - A SUA FILHA FOI ATROPELADA!
(Marina arregala os olhos.)
Marina (Assustada) - QUE?! PIROU ZULEIKA?
Zuleika (Chorando) - A Manuela dona Marina, ela foi atropelada. Eu recebi uma ligação de uma amiga que reconheceu ela.
Marina - Não...ela só brigou comigo hoje e...a Manuela não pode ter feito isso comigo.
(As lágrimas começam a escorrer no rosto de Marina.)
Marina - Criatura, me fala aonde foi isso. Eu vou pra lá agora! ANDA ZULEIKA!
Zuleika - Minha amiga disse que ela já foi levada pro hospital.
Marina - Então vamos já! acorde a Melissa, eu não posso perder mais uma pessoa que eu amo. NÃO POSSO!
Cena 6 - Noite/Hospital 2/Sala de Espera.
Recepcionista - Sua filha acabou de dar entrada no centro cirúrgico, senhora.
Marina (Angustiada) - Centro Cirúrgico? pera aí, o estado da minha filha é tão grave assim?
Recepcionista - Eu não sei senhora, somente os médicos podem falar com a senhora.
Marina (Nervosa) - E CADÊ OS MÉDICOS DESSE LUGAR?
(Melissa pega Marina pelo braço e leva para outro lugar.)
Melissa - A senhora precisa se acalmar, mamãe.
Marina - Eu acabo de descobrir que minha filha tá numa mesa de cirurgia e você me pede pra ficar calma?
Melissa - Gritar com alguém que está fazendo apenas seu trabalho não é legal.
Marina (Nervosa) - Chega Melissa, não me faça discutir com você na frente de todos. Zuleika me trás um colo d'água, parece que minha pressão abaixou.
Cena 7 - Rio de Janeiro.
(A câmera mostra a cidade do Rio de Janeiro amanhecendo.)
Cena 8 - Dia/Casa de Irene/Sala.
(As pessoas estão reunidas em volta de Irene na intenção de consolar.)
Genuvia (Triste) - Seu filho foi um grande homem, Irene. Ele está em um lugar melhor.
Moradora 1 - O bairro Pintanguinha perdeu um ilustre morador.
Abel - Rodrigo irá deixar um grande espaço nos nossos corações.
(Íris está afastada de todos enquanto observa a situação.)
Íris - Patético...
Edu - Patético por que?
Íris - Seu irmão acabou de morrer e as pessoas vem pra casa da sua mãe na intenção de ajudar, mas não, trazem salgadinhos e age como se isso fosse uma festa.
Edu - Meu irmão era muito querido aqui.
Íris (Rindo) - E você devia amar né? agora que ele bateu as botas né...
(Edu olha surpreso para ela.)
Edu - Você está insinuando o que?
Íris - Bobo você não é, Edu.
(Ela vai embora o deixando sozinho.)
Cena 9 - Dia/Hospital 2/Sala de Espera.
(Marina está dormindo em uma das cadeiras quando a doutura chega.)
Melissa - Mamãe acorda, a médica já chegou.
Marina - Já? nós passamos a noite em claro, Melissa.
Médica - Eu sinto muito senhora, mas o caso da sua filha é grave.
(Ela dá um pulo da cadeira.)
Marina (Assustada) - QUE?! COMO ASSIM?
Médica - Quando sua filha deu entrada no hospital, nos a levamos imediatamente para fazer exames e logo na sala de cirurgia recebemos o resultado que sua filha tem uma bactéria em uma das artérias do coração.
Zuleika - E isso quer dizer o que?
Médica - Essa bactéria causa palpitações, sua filha nunca reclamou de dor?
Marina - Ela quase não falava comigo...
Médica - É muito difícil de descobrir essa bactéria, mas se ela continuar com a bactéria ela poderá morrer.
Marina (Perplexa) - Então tirem!
Médica - Não é tão fácil como parece...a bactéria já ocupou parte do coração. E a única maneira de salvar sua filha é...-
Melissa - Um transplante...eu já ouvi falar sobre esse caso.
(Marina olha assustada para Melissa.)
Marina - Pera aí mas essas coisas de transplante é algo riscado.
Médica - Sim, em alguns caso o órgão é rejeitado no corpo do paciente. Mas a única salvação da sua filha é um transplante de coração.
(Marina se senta na cadeira e começa a chorar.)
Marina - Isso demora doutora?
Médica - Infelizmente sim, já colocamos sua filha na fila de espera. Mas o caso dela é bem delicado, o tipo sanguíneo da sua filha é raro.
Melissa - E quanto tempo de vida ela tem se não houver o transplante?
Médica - Como o acidente agravou a situação dela, no mínimo três dias.
Cena 10 - Dia/Praia.
(Edu está sentado na areia enquanto chora.)
FLASHBACK
Edu (Furioso) - Eu já falei pra sair daí moleque, se não eu mesmo te tiro!
(Edu começa a balançar a escada.)
Rodrigo (Furioso) - VOCÊ TÁ MALUCO EDU? PARA DE BALANÇAR ISSO! PARA EDU!
(Rodrigo que estava no último degrau da escada acaba se desequilibrando e caindo, fazendo com que caia e bata a cabeça no chão. )
Edu (Perplexo) - RODRIGO! NÃO! RODRIGOOOOO!
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Edu - O que você quer?
Abel - Eu vi você balançando a escada, eu vi você matando seu irmão!
Edu (Assustado) - VOCÊ TÁ MALUCO, SEU ABEL?!
Abel - Vocês dois estavam discutindo, eu vi Edu. Você balançou a escada e fez com que ele caísse.
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FIM DO FLASHBACK
Edu - Me perdoa Rodrigo...me perdoa meu irmão. Eu nunca quis te matar, ME PERDOA!
Cena 11 - Noite/Casa de Irene/Quarto de Edu e Rodrigo.
(Irene está sentada na cama de Rodrigo. Ela chora enquanto arruma a roupa do filho. Edu chega e vê a mãe.)
Edu (Triste) - Eu acabei de vim do hospital mamãe...
Irene - Então, já fizeram a doação?
Edu - Parece que sim, encontraram alguém que tem o mesmo tipo sanguíneo do Rodrigo.
Irene - Graças a Deus, seu irmão apesar de estar morto vai salvar a vida de uma pessoa.
(Edu vai até ela e dá um abraço.)
Cena 12 - Noite/Hospital 2/Sala de Espera.
(Marina está tomando água quando Olavo chega.)
Marina - O que você tá fazendo aqui?
Olavo - Eu fiquei preocupado com você. Eu sinto muito pela Manu.
Marina - Você só se preocupa com a construtora, para de teatro.
Olavo - Ao contrário, eu gosto muito da sua filha.
Marina - Se gosta dela, então doe seu coração.
Olavo (Surpreso) - O QUE?!
Marina - É, você realmente não gosta dela.
(Ela dá um sorriso irônico e senta na cadeira. Melissa chega ofegante.)
Marina - O que aconteceu?
Melissa - Mãe! a médica quer falar com a gente.
Marina - Meu Deus, então vamos!
Zuleika - Eu vou com vocês...-.
Marina - Você fica, aonde já se viu a empregada.
(Zuleika muda sua expressão facial rapidamente.)
Cena 13 - Noite/Hospital 2/Quarto de Hospital.
(A médica está mexendo no soro de Manuela quando Marina e Melissa chegam.)
Marina (Chorando) - Minha filha...
(Marina vai até a cama de Manuela, a filha está ligada a máquinas e com um tubo na boca. Marina segura a mão da filha.)
Marina (Triste) - Deus...ela está pavorosa.
Médica - Dona Marina, eu recebi uma ligação da central de órgãos.
Marina - E isso quer dizer o que?
Médica - Nos encontramos um coração pra sua filha.
Marina (Surpresa) - Você tá me dizendo que minha filha não vai morrer? que ela vai ter uma chance de viver?!
(A imagem congela em Marina olhando para Manuela. A imagem fica branca e o capítulo se encerra.)
Obrigado pelo seu comentário!