*Capítulo 03*
*Baseado no livro De Volta Para Casa de Karen White*
...
Helena abraçou a irmã, mas Cassie ficou imóvel. Helena recuou, enquanto seu sorriso enfraquecia um pouco.
Helena: Bom te ver. Você está linda.
Ela passou os dedos nas pontas do
cabelo castanho com corte chanel de Cassie, fazendo ele balançar.
cabelo castanho com corte chanel de Cassie, fazendo ele balançar.
Helena: Você está tão... sofisticada. Fica bem em você.
Ela deixou cair o braço se sentindo tímida.
Helena ficou encarando a irmã, apenas 15 meses mais velha que ela, mas, ainda assim, mais alta. A força e a confiança de Cassie sempre fizeram Helena se sentir protegida, mesmo antes da morte da mãe, que aconteceu
quando Cassie tinha oito anos e Helena sete. Desde então, Helena havia obrigado Cassie a desempenhar esse papel para sempre.
Elas sempre foram as melhores amigas.
Cassie falou devagar:
quando Cassie tinha oito anos e Helena sete. Desde então, Helena havia obrigado Cassie a desempenhar esse papel para sempre.
Elas sempre foram as melhores amigas.
Cassie falou devagar:
Cassie: Você está com boa aparência... bem, está igual.
A criança se agarrou nas pernas de Cassie e começou a pular para cima e
para baixo, com os bracinhos estendidos para que ela a pegasse. Helena se
agachou para pegar a filha enquanto suas palavras saíam apressadas.
A criança se agarrou nas pernas de Cassie e começou a pular para cima e
para baixo, com os bracinhos estendidos para que ela a pegasse. Helena se
agachou para pegar a filha enquanto suas palavras saíam apressadas.
Helena: Deixamos as crianças ficarem acordadas esta noite na casa do vovô
porque estavam muito ansiosas para te ver. Aquele é o Joey.
Ela apontou para o filho sendo chacoalhado para cima e para baixo nas
costas de Sam.
porque estavam muito ansiosas para te ver. Aquele é o Joey.
Ela apontou para o filho sendo chacoalhado para cima e para baixo nas
costas de Sam.
Helena: E essa é a Lili, de quatro anos. Demos esse nome em homenagem à vovó Linda.
Cassie interrompeu.
Cassie: Como está o papai?
Helena fechou a boca, se sentindo castigada e se perguntando por que não parava de falar. Ela entregou Lili a Cassie e então foi tirar Joey de
Sam.
Sam.
Helena: Ele estava reclamando que não conseguia dormir, então eu chamei o
médico. Você se lembra de Sam Parker, né?
Ele estudou com a gente nos primeiros anos de faculdade. Então, acho que foi depois que você partiu, ele foi estudar fora e estamos muito
felizes por tê-lo de volta.
Sam largou o menino agarrado em suas costas e se dirigiu à escada.
médico. Você se lembra de Sam Parker, né?
Ele estudou com a gente nos primeiros anos de faculdade. Então, acho que foi depois que você partiu, ele foi estudar fora e estamos muito
felizes por tê-lo de volta.
Sam largou o menino agarrado em suas costas e se dirigiu à escada.
Sam: Sem dúvida alguma eu me lembro de Cassie. Mas não a reconheci de
início, só depois que vi a parte de trás de sua cabeça.
início, só depois que vi a parte de trás de sua cabeça.
O rosto de Cassie corou. Com um tenso sorriso, ela disse:
Cassie: Engraçado, eu não me lembro muito de Sam.
Ela se virou para Helena.
Cassie: Posso ver papai agora?
Helena fez que sim com a cabeça e pegou Lili.
Helena: Ele... ele não está nem um pouco igual a quando o viu da última vez, então, não se assuste.
Cassie: Pode deixar.
Helena colocou as duas crianças em frente à televisão para assistir ao Disney Channel, e ordenou que não mudassem de canal. Em seguida, ela subiu para tentar interpretar a
silenciosa atração entre Cassie e Sam e se perguntava por que todos os pedidos de desculpa que havia ensaiado dizer quando visse a irmã permaneceram não ditos.
Cassie: Pode deixar.
Helena colocou as duas crianças em frente à televisão para assistir ao Disney Channel, e ordenou que não mudassem de canal. Em seguida, ela subiu para tentar interpretar a
silenciosa atração entre Cassie e Sam e se perguntava por que todos os pedidos de desculpa que havia ensaiado dizer quando visse a irmã permaneceram não ditos.
Ela os alcançou quando Sam e Cassie estavam chegando à porta escura, ao final do longo corredor da escadaria. As duas filhas mais velhas de Helena, Madison e Sarah, estavam sentadas de pernas cruzadas no chão, do lado de fora da porta.
Antes de abrir a porta, Cassie deu um longo suspiro ofegante. Sam apertou a mão dela, como um sinal de apoio. Cassie lentamente foi abrindo a porta...
Ela caminhou até a cama e viu seu pai, já velho e pálido, deitado.
Cassie: Oi pai, estou aqui.
Tom: Já era a hora...
Ele fechou os olhos.
Cassie se virou para Sam em pânico.
Cassie: Ele está bem?
Sam deu um passo à frente, tirando um estetoscópio de sua maleta.
Sam deu um passo à frente, tirando um estetoscópio de sua maleta.
Sam: Tenho certeza que sim. Ele estava acordado apenas esperando você chegar em casa para que pudesse dormir. Mais ou menos como quando você era uma adolescente.
Cassie acariciou a face do pai antes de se afastar da cama para que Sam o examinasse.
Cassie: Não era eu quem tinha um encontro diferente a cada noite da semana.
Ela lançou um olhar na direção de Helena.
Sam a lançou um olhar incrédulo antes de se inclinar para examinar o velho com o estetoscópio.
Sam a lançou um olhar incrédulo antes de se inclinar para examinar o velho com o estetoscópio.
Sam: Não é essa a lembrança que tenho.
Helena: Nem eu.
Helena disse baixinho, embora não estivesse segura de quanta verdade havia naquelas palavras.
Cassie: Ele está bem?
Sam: Ele está apenas dormindo. E
quando ele acordar, podemos conversar sobre o que aconteceu no nosso último ano de ensino médio, quando alguém pintou a varanda do
diretor Purdy de rosa-choque enquanto ele dormia.
Helena segurou o riso enquanto observava a orelha de Cassie ficar vermelha, se lembrando de como havia mentido para o pai pela primeira e única vez na vida, para que Cassie não ficasse em apuros, e de como a
lembrança da varanda rosa ainda a fazia rir.
Cassie apertou o braço dele.
Cassie: Ele está bem?
Sam: Ele está apenas dormindo. E
quando ele acordar, podemos conversar sobre o que aconteceu no nosso último ano de ensino médio, quando alguém pintou a varanda do
diretor Purdy de rosa-choque enquanto ele dormia.
Helena segurou o riso enquanto observava a orelha de Cassie ficar vermelha, se lembrando de como havia mentido para o pai pela primeira e única vez na vida, para que Cassie não ficasse em apuros, e de como a
lembrança da varanda rosa ainda a fazia rir.
Cassie apertou o braço dele.
Cassie: Pelo amor de Deus, Sam. Você não vai contar a ninguém, né?
Os ombros dele chacoalhavam de tanto rir enquanto guardava o estetoscópio na maleta.
Sam: Cassie, isso foi há mais de 15 anos. Você acha que alguém ainda se importa?
Cassie: Ele se importaria... Ele vai ficar bem?
Sam conduziu Cassie até a porta pra conversar com ela.
Sam: Vou ser direto e franco com você porque Helena me pediu e também porque sei que você quer saber a verdade. Não, não vai. É provável que você não saiba, mas este não é o primeiro infarto e seu coração está muito
enfraquecido para que ele consiga se recuperar completamente. Creio que seja apenas uma questão de tempo. Eu sinto muito.
enfraquecido para que ele consiga se recuperar completamente. Creio que seja apenas uma questão de tempo. Eu sinto muito.
Cassie: Você pensou em alguma alternativa? Cirurgia? Transplante?
Sam fez que não com a cabeça.
Sam: Já esgotei todas as opções viáveis, Cassie. Ele não sobreviveria a uma cirurgia, e um transplante está fora de questão na idade dele. Sinto muito, mas não há nada que possamos fazer.
Os olhos dela brilharam com lágrimas não derramadas.
Cassie: Se você não se importar, eu gostaria de uma segunda opinião. Não quero ser grosseira, mas onde foi mesmo que você obteve seu diploma de médico?
Helena fechou os olhos rapidamente, esperando a resposta de Sam. Os olhos de Sam piscaram, irritados.
Sam: Harvard. Talvez já tenha ouvido falar.
Cassie: Nossa.
Os ombros de Cassie afundaram e ela sentiu seu espírito de briga a abandonando.
Cassie: Posso ficar com ele por um tempo? Prometo não acordá-lo.
Sam: Claro. Helena sabe o que fazer caso ele acorde, e voltarei de manhã pra saber como estão as coisas. Tenta descansar.
Sam: Claro. Helena sabe o que fazer caso ele acorde, e voltarei de manhã pra saber como estão as coisas. Tenta descansar.
Antes de sair, ele diz:
Sam: E eu aposto que o juiz sempre soube da varanda rosa.
Ele sai.
Helena: Você quer que eu fique?
Cassie olhou para ela ciente de sua presença pela primeira vez. As palavras de desculpas não ditas de Helena estavam na ponta da língua,
mas ela ainda não as conseguia dizer, pois sabia que jamais seriam as exatas palavras que Cassie gostaria de ouvir.
mas ela ainda não as conseguia dizer, pois sabia que jamais seriam as exatas palavras que Cassie gostaria de ouvir.
Cassie: Tanto faz.
Tom acorda.
Tom: Você cortou seu cabelo mais curto desde a última vez que a vi. Ficou ainda mais parecida com sua mãe. Eu queria tanto que ela estivesse aqui. Então ela poderia dar uma surra em
você, já que eu não tenho forças agora.
Tom: Você cortou seu cabelo mais curto desde a última vez que a vi. Ficou ainda mais parecida com sua mãe. Eu queria tanto que ela estivesse aqui. Então ela poderia dar uma surra em
você, já que eu não tenho forças agora.
Cassie: Obrigada, papai. É bom te ver também.
Cassie o beijou no rosto e segurou sua mão com força.
Cassie: Sinto falta de mamãe. Queria saber... Queria saber se as coisas teriam sido diferentes se ela estivesse aqui.
Helena ficou paralisada, se perguntando se seu pai sabia que ela estava no quarto, e esperou calada pela resposta dele.
O juiz falou com os olhos fechados.
Tom: Se você se refere a ela saber sobre Joe e Helena e ter impedido, acho que não. Até mesmo você pode ver agora que foram feitos um para o outro.
Cassie virou o rosto.
Cassie: Ele era meu.
Ela pareceu infantil, como se estivessem conversando sobre uma boneca favorita. Sua voz não combinava com a imagem de uma
mulher sofisticada vestindo roupas caras e com os cabelos brilhando.
Ela pareceu infantil, como se estivessem conversando sobre uma boneca favorita. Sua voz não combinava com a imagem de uma
mulher sofisticada vestindo roupas caras e com os cabelos brilhando.
Tom: Sim, Cassie. Ele era seu. Mas isso foi há muito tempo. Agora, ele e Helena têm um casamento maravilhoso e cinco filhos.
Tom fez uma pausa, respirando fundo e com dificuldade.
Tom: Me dói ver que durante todos esses anos você nem tentou fazer as pazes com sua irmã. Helena tentou tantas vezes se aproximar. E você não fez nenhum esforço para conhecer
seus sobrinhos. São crianças lindas, Cassie. Ficaria orgulhosa deles.
seus sobrinhos. São crianças lindas, Cassie. Ficaria orgulhosa deles.
Ela não conseguiu esconder um soluço.
Cassie: Eu sei e sinto muito. Guardei todas as fotos deles em meu álbum e penso neles o tempo todo. Mas ainda dói, papai. Ainda dói. Algumas vezes nem sei se algum dia vou superar tudo.
As lágrimas corriam nos olhos de Helena. Tudo o que desejava era sair do quarto, mas teve a sensação de que Cassie se esqueceu de que ela estava ali.
Tom: O que ainda dói, Cassie? O fato de que você perdeu Joe ou de que alguém saiu ganhando?
Ela arregalou os olhos, só então se dando conta da possível veracidade daquelas palavras.
Cassie: Não sei mais. Honestamente, não sei. Talvez seja apenas um hábito antigo que não sei como mudar. Ou talvez eu não consiga aceitar o fato de que você ficou do lado dela. Você não fez nada para trazê-los de volta.
Helena fez que não com a cabeça, se lembrando das palavras cruéis que o pai havia dito a ela quando ela e Joe retornaram a Walton, já
casados.
casados.
Tom: Não era uma questão de tomar partido. Não gostei da maneira como revelaram seus sentimentos, mas lá no fundo eu sabia que foram feitos um para o outro. E que, com o tempo, você os perdoaria e encontraria alguém que fosse realmente seu. Já faz 15 anos, Cassie. Já é hora de superar isso. Siga com sua vida.
Cassie se levantou da cama e foi até a janela.
Cassie: Você sempre ficou do lado dela. Acho que isso nunca vai mudar. Mas eu já me recuperei. Estou com 35 anos, papai. Já
superei tudo isso. Tenho uma vida nova, e nada disso mais tem importância. Esta cidade, estas pessoas, ficaram todas no passado. E quanto mais eu ficava longe, menos eu sentia vontade de voltar.
Tom: Você pode ir à Lua, Cassandra Lee Madison, mas este lugar, estas
pessoas, sempre correrão em seu sangue. Você não pode se livrar disso, então é bom que volte para casa.
Cassie: Esta não é mais a minha casa.
Tom: É claro que é! E não há nada que possa fazer para mudar isso. Se é que eu mando em alguma coisa aqui, você vai voltar para ficar.
superei tudo isso. Tenho uma vida nova, e nada disso mais tem importância. Esta cidade, estas pessoas, ficaram todas no passado. E quanto mais eu ficava longe, menos eu sentia vontade de voltar.
Tom: Você pode ir à Lua, Cassandra Lee Madison, mas este lugar, estas
pessoas, sempre correrão em seu sangue. Você não pode se livrar disso, então é bom que volte para casa.
Cassie: Esta não é mais a minha casa.
Tom: É claro que é! E não há nada que possa fazer para mudar isso. Se é que eu mando em alguma coisa aqui, você vai voltar para ficar.
Cassie surpreendeu Helena ao se inclinar para frente e dar um beijo na testa dele. Gentilmente, ela disse:
Cassie: Você não manda nada. Vou ficar aqui até você melhorar, mas depois vou voltar para minha casa, para Nova York.
O pai começou a dormir.
Helena falou baixinho para a irmã:
Helena falou baixinho para a irmã:
Helena: Me deixa preparar alguma coisa para você comer e te levar para o seu quarto. Deve estar cansada da longa viagem.
Cassie: Não
Cassie respondeu, ríspida.
Cassie respondeu, ríspida.
Cassie: Quero ficar aqui com ele
Ela se
deitou ao lado do pai, a mão sobre a dele, e fechou os olhos.
Helena estava prestes a lhe perguntar de novo se ela queria algo para
comer, mas viu a mão do pai apertando a de Cassie. Com os olhos ainda fechados ele disse:
deitou ao lado do pai, a mão sobre a dele, e fechou os olhos.
Helena estava prestes a lhe perguntar de novo se ela queria algo para
comer, mas viu a mão do pai apertando a de Cassie. Com os olhos ainda fechados ele disse:
Tom: Acho que pintar a varanda do diretor Purdy demonstrou muita coragem, sabe. Só espero que agora tenhamos aprendido que há outros meios de se fazer entender.
Cassie arregalou os olhos, surpresa.
Cassie: Então você sabia mesmo. Por que não me contou?
Tom: Porque eu teria de puni-la, e você não merecia isso.
Tom: Porque eu teria de puni-la, e você não merecia isso.
Cassie levou o queixo para frente, e isso trouxe lembranças tão profundas da velha Cassie a Helena que ela quase sorriu.
Cassie: Você está repleto de razão. Ele queria cancelar a formatura por causa de uma briga boba sobre comidas na lanchonete, e nem todo mundo estava envolvido. Não era justo.
O juiz soltou um leve suspiro.
Tom: Foi uma bela façanha. E vou te dizer que fiquei rindo por quase uma hora depois que vi aquilo.
Tom: Foi uma bela façanha. E vou te dizer que fiquei rindo por quase uma hora depois que vi aquilo.
Eles riram baixinho juntos por um instante. Por fim, Cassie disse:
Cassie: Obrigada, papai, por não ter me colocado em apuros.
Tom: De nada.
A voz dele parecia cansada.
Tom: Estou feliz que esteja de
volta.
volta.
Ele olhou para Helena e lhe estendeu a outra mão.
Tom: Nós dois estamos.
Cassie não respondeu, mas apertou a mão dele. Sabendo que ela não sairia dali, Helena se inclinou para beijar a testa do pai antes de sair para pegar uma coberta pra irmã.
Ao voltar, notou que Cassie havia encontrado um canto no chão, um travesseiro da cama estava na sua cabeça e ela dormia profundamente.
Helena gentilmente estendeu a coberta sobre a irmã, apagou a luz e saiu devagar fechando a porta.
Continua... ¯\(◉‿◉)/¯
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