Type Here to Get Search Results !

Débora - Capítulo 36 (Últimas Semanas)


Débora
CAPÍTULO 36
Últimas Semanas

uma novela de
FELIPE LIMA BORGES

escrita por
FELIPE LIMA BORGES

baseada nos capítulos 3 a 5 do livro de Juízes

 CENA 1: INT. CASA DE DÉBORA – QUARTO – NOITE
A tarde se encerra e cai a noite.
A porta do quarto fracamente iluminado se abre e Débora e Lapidote entram devagar e tranquilos. Eles estão bem juntos e sorridentes. Ele fecha a porta e os dois sentam na beira da cama e se olham com carinho.
LAPIDOTE
Você foi incrível... Com o seu amor por Deus, pelas coisas dos Céus, com o seu dom e o seu comprometimento em ajudar as pessoas, com todas as suas qualidades, não é surpresa que isso tenha acontecido. Estou tão orgulhoso de você...
Débora sorri.
DÉBORA
Obrigada, meu amor, pelo apoio... pela paciência... e pela força. Agora que Deus iluminou minha mente, não vou mais sair de perto de você. Vou ser a esposa que você merece.
Ele acaricia o rosto dela com a mão por um tempinho...
LAPIDOTE
Sua beleza é tão grande aos meus olhos como é a sua pessoa ao meu coração... Não canso de apreciá-la com o olhar. Meus olhos... se renovam... se fortificam... e se rejuvenescem... quando está diante de mim.
Débora ouve com carinho os elogios do marido. Ele passa os dedos pelo rosto dela.
LAPIDOTE
Seus traços... Cada detalhe... A curva que faz a mecha de cabelo, como um desenho pelas mãos do maior dos artistas...
Ela sorri e então passa suas mãos no rosto e no cabelo dele.
DÉBORA
Sabe, eu me lembrei de algo...
LAPIDOTE
Hum...
DÉBORA
Agora nós podemos continuar tentando. O nosso sonho... há de dar certo.
Lapidote sorri empolgado.
LAPIDOTE
Amém!
DÉBORA
Já posso ver o pequeno Lapidote.
LAPIDOTE
Pode ser a pequena Débora...
Débora ri.
DÉBORA
Você não faz questão que seja um varão?
Lapidote se ajeita e, com as mãos nela, olha-a com um olhar apaixonado.
LAPIDOTE
Tendo saído do seu ventre me basta.
Então eles se aproximam e se beijam, ao mesmo tempo que se cariciam.
Beijando-se e abraçando-se, os dois se deitam.



CENA 2: INT. PALÁCIO – SALA DO TRONO – DIA
A noite passa e o dia amanhece.
Sísera chega e para diante do trono de Jabim.
JABIM
Por que se apresentou mais cedo, Capitão? Não me diga que é outra péssima notícia. É hoje que o dia começa perfeito!
SÍSERA
Trata-se apenas de uma informação, meu rei.
JABIM
Hum. Pois diga.
SÍSERA
No dia de ontem Débora se tornou juíza em Israel.
Jabim franze a testa.
JABIM
E o que isso significa? O que é uma juíza?
SÍSERA
Isso significa que agora ela é a líder suprema de Israel. Tornando-se, oficialmente, inimiga do meu soberano.
JABIM
Então apenas oficializamos algo que já era certo. Rum, patético... São selvagens esses hebreus. Não têm sequer um rei. “Juiz”... Que vergonha. Juíza, rainha, líder!... Seja como for, Débora vai morrer no momento em que trazer Israel contra nós. E, tenho certeza, isso será logo.
Sísera faz que sim.

CENA 3: INT. CASA DE DÉBORA – QUARTO – DIA
Débora e Lapidote estão deitados embaixo das cobertas. Ele acorda primeiro e olha para ela... Aprecia-a por alguns instantes... até que ela também abre os olhos devagarinho e ele sorri.
LAPIDOTE
Shalom, minha juíza...
Sonolenta, ela sorri, leva a mão ao cabelo dele e o acaricia.

CENA 4: INT. CASA DE DÉBORA – SALA – DIA
Pouco depois, Débora, Lapidote e Sama desjejuam sentados à mesa.
SAMA
Esse pão está delicioso... e essas tâmaras... divinas! Muito obrigado por me hospedarem por esses dias... Sou muito grata a vocês.
DÉBORA
Nem precisa agradecer, minha prima.
Alguém bate à porta.
DÉBORA
Quem será logo cedo?
LAPIDOTE
Talvez alguém que já queira ser atendido por você...
Lapidote se levanta para abrir a porta e Débora passa a mão no cabelo e na roupa, ajeitando-os. Ele abre a porta; é o ancião Aliã.
LAPIDOTE
Senhor Aliã!
ALIÃ
Shalom.
LAPIDOTE
Shalom! Que boa surpresa, entre!
Aliã entra e Lapidote fecha a porta.
ALIÃ
Por favor, queiram me desculpar pela intromissão tão cedo e por incomodá-los na hora do desjejum--
DÉBORA
(levantando-se) De forma alguma incomoda, senhor. Essa casa é também sua casa. Vamos, sente.
ALIÃ
(recusando) Ahn, na verdade minha passagem é breve, Débora. Vim apenas lhe fazer uma sugestão, dar um conselho.
DÉBORA
Será uma honra recebê-lo, senhor.
ALIÃ
Não que eu seja alguém qualificado para aconselhar a escolhida do Criador, mas senti em meu coração, pois acompanhei o caso.
DÉBORA
Caso? Pode dizer, senhor. Estou aberta a qualquer conselho.
ALIÃ
Débora, antes de iniciar os trabalhos como juíza... limpe a sua vida por completo, e se reconcilie com o seu pai.
Débora não esperava por essa... e tenta absorver o que acabou de ouvir.

CENA 5: INT. CASA DO AMOR – DIA
O movimento das ruas de Harosete é tranquilo, e não parece afetado em nada pelas grandes coisas que aconteceram em Israel.
Da mesma forma está o salão da Casa do Amor. Nenhuma dançarina ainda a essa hora do dia, e pouquíssimos clientes nas mesas. Com apenas o som baixo de algum músico nos cantos escuros, Sísera, pensativo, bebe sentado ao balcão. Do outro lado, o servo limpa os copos.
Quando Sísera está virando mais uma taça de vinho, Hanna passa pela entrada e se aproxima por trás.
HANNA
Algo muito grave realmente deve estar acontecendo para Sísera largar os pães de mel com leite em companhia da mamãe Najara para vir desjejuar vinho.
Ela então chega ao seu lado e ele olha para ela.
SÍSERA
Algo muito grave realmente deve estar acontecendo para você estar logo cedo num lugar que não mais te pertence, e que já saiu da sua galeria de sonhos.
Hanna se senta ali ao lado e faz um sinal para o homem da Casa.
HANNA
Não vou negar, Sísera. Eu o segui.
Ele mexe as sobrancelhas e bebe mais.
SÍSERA
Está apaixonada?
Hanna ri.
HANNA
Não é hora para piadas. Eu o segui até aqui sim, mas é por uma boa causa.
SÍSERA
E o que seria?
Ela se ajeita e o olha bem.
HANNA
Sísera, eu quero entrar para o exército.
Sísera então coloca sua taça no balcão, olha para ela... e gargalha.

CENA 6: INT. CASA DE ADÉLIA – COZINHA – DIA
Laila entra na cozinha e vê Adélia mexendo massa em uma vasilha. A doceira está agoniada e apressada.
LAILA
Adélia, minha irmã! Ainda nisso?! Termine logo porque vou abrir a loja em instantes!
ADÉLIA
(mexendo a massa a toda velocidade) Estou quase lá, quase lá... Só mais um pouquinho...
Ela mexe mais um pouco...
ADÉLIA
Pronto! (cansada) Ai!... Pronto, acabei. Experimente, Laila.
Enquanto Adélia respira, Laila se aproxima, passa o dedo na massa e experimenta. Mas ela cospe num pano quase no mesmo instante.
ADÉLIA
(assustada) O quê, Laila?!
LAILA
Adélia! É com isso que você quer que os moços se apaixonem por nós?!
ADÉLIA
Laila, nem está pronto! Falta assar! Isso aí não corresponde ao resultado final...
LAILA
Então por que pediu para eu experimentar?
Adélia, não sabendo o que dizer, fica arrasada.
LAILA
Experimentando a massa dá pra se ter uma boa noção de como ficará quando pronto. E, com isso aqui, minha irmã, os moços vão é correr de nós! Falta tempero doce, tem trigo em demasia, está meio salgado... Nem parece coisa sua, Adélia!
Adélia, escorada, quase chora de frustração.
ADÉLIA
Eu estou me perdendo com essa receita, Laila! E, se não der certo, vou perder oportunidade com o Setur!
LAILA
Setur? Quem é esse?
ADÉLIA
Ah, é um moço simpático que sempre vem aqui... Eu não prestava muita atenção nele, mas ultimamente sim... (cara triste) Ele parece um bolinho de uvas.
LAILA
Então você já tem o alvo.
ADÉLIA
Nunca vi alvo que corre...
LAILA
Que corre?
ADÉLIA
O Setur... Ele... me evita.
LAILA
Oh, minha irmã...
ADÉLIA
É por isso que eu preciso fazer esse abençoado se apaixonar por minha pessoa através dessa receita! Mas... não sei mais o que fazer, Laila.
LAILA
Escuta, eu confio em você. Continue a misturar as coisas e a pensar... Você é inteligente, Adélia. Sei que vai conseguir.
Laila então vira e sai. Adélia olha para a massa e a encara como se fosse um estrago.

CENA 7: INT. CASA DO AMOR – DIA
Sísera se recupera da gargalhada enquanto Hanna o encara seriamente.
SÍSERA
Eu bebo para me sentir melhor, mas pelo jeito já estou ouvindo demais.
HANNA
Não foi a bebida. Você ouviu muito bem, Sísera. Quero ser parte do exército de Hazor.
SÍSERA
Você disse que não era hora para piadas.
HANNA
Não me enrole.
SÍSERA
(descontraído) Está bem... Então onde está a sua espada e o seu escudo?
HANNA
Minha arma é um pouco diferente, e muito mais eficiente, também.
Sísera finge estar impressionado.
SÍSERA
Uau... E o que você quer dizer com isso, ahn?
Hanna sorri.
SÍSERA
Espere... Espere um momento. Isso tem a ver... com aquelas suas histórias de bruxaria?
Ela sorri ainda mais e fica de pé.
HANNA
Acompanhe-me, Capitão.
Ele a encara, agora está sério. Então vira o resto de vinho, deixa algumas moedas no balcão e sai acompanhando-a.

CENA 8: EXT. BETEL – RUAS – DIA
Débora e Sama caminham pela rua. As poucas pessoas que já estão por ali olham admiradas para Débora e a cumprimentam ou lhe fazem acenos.
DÉBORA
Então você vai mesmo partir...
SAMA
Vou. Preciso buscar minha filha.
DÉBORA
(sorrindo) Não vejo a hora de conhecer minha priminha...
Sama sorri.
SAMA
Imagine como não estou sem minha Melissa...
DÉBORA
Sama, mas tem certeza de que quer ir? Podemos mandar homens, cavalos, carroças para que a busquem.
SAMA
Débora, eu quero que ela veja que sua mãe está atrás dela, preocupada... Já não basta o que nos fez Iru, nos separando...
DÉBORA
Eu sinto muito, minha prima. Talvez você ir até lá seja mesmo a melhor coisa a se fazer. Pode ter certeza de que daremos a você todo o apoio.
SAMA
Obrigada, prima. Deus te abençoe.
DÉBORA
Amém.
Elas param.
DÉBORA
Bem... Vou até a casa do meu pai. O senhor Aliã tem toda a razão.
SAMA
Vai dar tudo certo.
Sorriem.
DÉBORA
Até mais tarde, Shalom.
SAMA
Shalom, Débora.
Débora toma uma rua e Sama outra.

CENA 9: EXT. DESERTO – PLANÍCIE – DIA
No norte de Israel, em uma região plana com apenas algumas formações rochosas à sudeste, viaja a baixa velocidade uma carroça lotada. Nela está um casal, HÉBER (42 anos) e JAEL (35 anos).
Depois de muito andarem, Héber para o cavalo.
HÉBER
O que acha? A localização me parece excelente.
Jael então desce, se agacha e toca o solo com a mão.
JAEL
Está ótimo para as estacas.
HÉBER
Então chegamos.
Héber também desce e dá uma palmadinha no cavalo.
HÉBER
Parabéns. Você se mostrou um bom companheiro.
Eles pegam um odre e bebem água.
HÉBER
Monte tudo que eu vou dar uma olhada nas redondezas, ver o que tem pra lá daquelas rochas. E também apanhar lenha.
JAEL
Tudo bem.
HÉBER
Eu te amo.
JAEL
Também te amo.
Ele a beija, pega um odre, um saco de pano, prende-o no ombro e sai.
Jael então começa a descarregar as coisas da carroça. Pouco depois, ela finca várias estacas no chão, usando de um maço de madeira. Traz uma lona e, pouco a pouco, vai levantando a tenda.

CENA 10: INT. PALÁCIO – CASA – COZINHA – DIA
Darda, com Elisa segurando em seu ombro, entra um tanto apressada na cozinha. Fecha a porta e as duas descem a escadinha e se aproximam de Eloá e Danilo.
DARDA
E então?! Qual era a nova que vocês tinham pra contar?!
Eloá e Danilo se entreolham.
ELOÁ
Débora... Ela virou líder de Israel.
Darda levanta as sobrancelhas e Elisa fica impressionada.
DANILO
Na verdade ela virou juíza, mas é a mesma coisa no caso deles.
ELOÁ
Eu me lembro quando o tal juiz era outro, chamava-se Sangar, se não estou enganada. Mas já faz muito tempo.
ELISA
E o que fazem os juízes?
ELOÁ
Pelo que entendi eles julgam as causas do povo, tomam decisões... Alguns, ou todos, não sei ao certo, têm acesso direito ao Deus único, o Deus de Israel.
DARDA
Definitivamente não é pouca coisa.
ELISA
Não me canso de me surpreender com essa mulher...
Eloá faz que sim muito de leve.

CENA 10: EXT. HAROSETE – BECO – DIA
Hanna e Sísera vêm apressados pela rua. Ela então entra em um beco e ele, depois de conferir se ninguém está olhando, também entra.
SÍSERA
E então?
Hanna fica de costa para a rua e levanta sua mão na altura do peito. Então semicerra os olhos, franze a testa... Está se concentrando. Sísera observa com um olhar um tanto incrédulo, mas curioso.
É quando chamas irrompem em sua mão, um fogaréu capaz de queimar o membro por completo. Mas Hanna não esboça a menor a sensação de dor, pelo contrário, dá um sorriso ao ver que conseguiu.
Sísera, surpreso, pula para trás e leva a mão ao cabo da espada, mas não a desembainha.
SÍSERA
O que é isso?! Como... como fez isso?!
HANNA
Eu preciso mesmo responde-lo?
Então o fogo se intensifica, e Hanna mexe a mão como se desenhasse no ar. Sísera observa de boca aberta.
Tão rapidamente como começou, o fogo se apaga. E a mão de Hanna está intacta, talvez até mais limpa do que antes.
SÍSERA
Faça... Faça de novo!...
HANNA
Com prazer.
Com um movimento delicado da mão, Hanna convoca as chamas novamente. Sobre a palma da mão forma uma bola de fogo que brilha a ponto de incomodar os olhos. Quando Sísera vai levar a mão para tampar a visão, Hanna desaparece as chamas com um estalo de dedo.
Sísera, depois de alguns segundos, quebra sua própria imobilidade, aproxima-se e segura os dois braços de Hanna.
SÍSERA
Você vem comigo.
Ele agarra o braço dela na altura do pulso e sai puxando-a. No rosto dela, um sorriso satisfeito.

CENA 11: EXT. BETEL – RUA – DIA
Quando Sama paga o vendedor de uma barraca e vira, trompa em um homem que está de costa.
SAMA
Perdão...
O homem vira também se desculpando, mas paralisa ao vê-la: é Jaziel.
JAZIEL
Sa... Sama?
Sama se impressiona, abre a boca, mas nada sai... Constrangida e surpresa, ela se ajeita e engole em seco.
SAMA
Jaziel...
Jaziel sorri.
JAZIEL
Que boa surpresa... Nos encontramos em um esbarrão...
Ela sorri meio atrapalhada.
SAMA
Pois é, e não foi intencional, nem percebi que era você...
JAZIEL
(sorrindo) Tudo bem.
Eles então se afastam da rua, liberando o caminho, se ajeitam e ficam mais confortáveis.
JAZIEL
Desde ontem não tive a oportunidade de te cumprimentar... As crianças... O povo... A aclamação de Débora...
SAMA
Foi mesmo. E foi tudo muito bonito.
JAZIEL
É sim... (pigarreia) E você? Como está? Soube que foi levada à força para a Fortaleza.
SAMA
Sim... Foram dias difíceis.
JAZIEL
Quanta crueldade e covardia... Mexeram com crianças e com mulheres. Miseráveis...
SAMA
Mas agora acabou. E... eu vou partir. Vou voltar para Quedes.
Jaziel não esperava por essa.
JAZIEL
Voltar? De... De vez?
SAMA
Não sei... Vou para buscar minha filha. Posso voltar para morar aqui, perto dos meus parentes... Mas também posso ficar por lá mesmo, como nos últimos 20 anos.
JAZIEL
A sua filha... Com quem ela está?
SAMA
Com a vizinha.
JAZIEL
E o pai?...
Sama parece um tanto constrangida.
SAMA
O pai... está por lá...
JAZIEL
E por que a menina não está com ele?
SAMA
Ah, Jaziel, por alguns motivos... Problemas. Está sendo inviável no momento.
Jaziel parece suspeitar.
JAZIEL
Sama... Você ainda está casada?
Ela se atrapalha mais.
SAMA
Ora, mas... claro! Claro que sim...
E ri nervosa. Jaziel, num misto de tristeza e alívio, faz que sim.
JAZIZEL
Que bom pra você.
Sama faz que sim.
JAZIEL
Bom... Espero vê-la antes que parta.
SAMA
Claro. Bem, vou indo, Jaziel. Com licença.
Jaziel sorri e faz que sim. Sama passa por ele e sai. Ele vira e a observa se distanciar tranquilamente. Porém, ele não pode ver que uma lágrima brota de um olho dela e é seca pela mão antes que possa escorrer pelo rosto.

CENA 12: INT. PALÁCIO – PRISÃO – DIA
Sísera e Hanna, acompanhados de um guarda, caminham pelo corredor até certa cela. Ali o guarda pega a chave, abre a grade e Sísera e Hanna entram.
Hanna olha e vê 3 homens sentados ao pé da parede lateral e com os braços presos a correntes, essas, por sua vez, presas a peças de ferro fincadas na parede. Fracos, eles olham para ela e o Capitão.
HANNA
Quem são eles? Por que me trouxe aqui?
SÍSERA
Esses 3 fazem parte de um mesmo bando, e cada um é acusado de um crime. (apontando) Desacato à autoridade, roubo e assassinato.
HANNA
E?
SÍSERA
E eles apenas geram gastos ao reino. O que eu quero é que você os execute... usando o seu poder.
Hanna o olha.
SÍSERA
Que você me faça esse favor e, de quebra, já demonstre a eficácia do seu poder na prática.
Hanna parece um tanto indecisa.
HANNA
E o rei? É ele quem julga os prisioneiros.
Sísera olha para os homens e de volta para ela.
SÍSERA
Esqueça o rei.
Ela franze a testa de leve... e vira para os prisioneiros, encarando-os.

CENA 13: EXT. CASA DE TAMAR – FRENTE – DIA
Débora vem da rua e para diante da porta. Respira fundo... e bate.
TAMAR (O.S.)
Entre!
Débora abre a porta e entra.

CENA 14: INT. CASA DE TAMAR – SALA – DIA
Débora vê a mãe sovando massa na mesa e o pai consertando um móvel ao lado.
TAMAR
Débora!... Entre, filha.
Débora fecha a porta e se aproxima um pouco mais.
DÉBORA
Shalom.
TAMAR
Shalom...
Elian então larga suas coisas, se levanta e olha para ela. Pai e filha se encaram... Ele, com uma sutil revolta no olhar, quase um ressentimento. Ela, com leve apreensão. Em Débora, IMAGEM CONGELA
CONTINUA...
FADE OUT:


No próximo capítulo: Sísera toma uma decisão sobre a entrada de Hanna para o exército. E Débora e Elian têm uma conversa decisiva de filha e pai.



Tags

Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.