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Lar Doce Lar - Capitulo 07

*Lar doce Lar*
*Capítulo 07*
*Baseado no livro De Volta Para Casa de Karen White*
...
No funeral de Tom, quase todos de Walton estavam reunidos. Muitos foram cumprimentar Cassie.
Sam Parker aparece, usando um outro par de botas de cowboy, pretas agora, estava parado no último degrau que dava para o gazebo, olhando pra elacom uma expressão
curiosa. Ela virou o rosto.
Cassie: Gostaria de ficar sozinha, se você não se importar.
Ignorando suas palavras, ele se sentou no banco ao lado dela.
Cassie estava descalça na grama, porque na correria não teve nem tempo de se vestir direito.

Sam: Esses ferrões devem estar doendo muito pelo tanto que você está chorando. Seu pai nunca lhe disse para não andar descalça por aqui?
Ele estendeu o braço para pegar o pé dela e o colocou sobre o colo. Inicialmente, ela resistiu, mas relaxou quando ele se inclinou sobre o seu pé e começou a tirar os ferrões, um a um, com os dedos. Cassie deu uma fungada nada feminina.

Cassie: O que há com você, que sempre está por perto me vendo fazer humilhante?
Sem olhar para ela, ele respondeu:
Sam: Chorar não é humilhante, só permite que os outros saibam que você é humana.
Cassie enxugou uma gota de lágrima na ponta do nariz com as costas da mão.
Cassie: Você quer dizer que houve essa dúvida?
Ele largou um pé e se esticou para pegar o outro.
Sam: Ainda não.
Seus olhos se encontraram, e Cassie rapidamente desviou os seus.

Cassie olhou rapidamente para Sam outra vez, percebendo de que ele havia parado e agora estava com as mãos apoiadas sobre a perna dela de maneira despretensiosa e seus pés descansavam sobre o colo dele. Parecia tão normal e confortável e, definitivamente, constrangedor.
Naquele momento, ela pensou em André, algo que fez com pouquíssima frequência desde que chegou a Walton, e não conseguia se
lembrar da última vez que se sentaram juntos em silêncio, sem a interferência do alvoroço de suas vidas. Bem depressa, ela se sentou e colocou os pés no chão de novo.

Sam enfiou a mão no bolso de trás e tirou um belo lenço de linho e o entregou a ela.
Cassie ficou olhando para o lenço por um instante, mas não o tocou. Ele o balançou.
Sam: Seu nariz está escorrendo.
Cassie: Obrigada.
Ela o pegou, enxugou os olhos de leve, então assoou o nariz naquele pedaço de pano limpo.
Sam falou, baixinho:
Sam: Vou sentir saudades dele. Era um homem maravilhoso.
Cassie começou a soluçar de novo, e pareceu algo natural para Sam envolvê-la em seu braço e puxá-la para si. Ela segurava o lenço sobre o
rosto, esfregando-o entre o nariz e o peito dele. Sam acariciava o ombro dela enquanto falava.
Sam: A cidade inteira vai sentir saudades dele, Cassie. Mas uma coisa você nunca pode se esquecer: ele acreditava que você e Helena eram as suas maiores conquistas. Todo o resto que ele conquistou era menor em comparação a vocês duas, e ele nunca teve vergonha de admitir isso.
Cassie fungou no lenço, sentindo-se como uma fracassada pela primeira vez em muitos anos. Havia fracassado como filha por não ter permitido que o próprio pai participasse de sua vida por tanto tempo, e por ter fingido
que ligações mensais e encontros anuais em Atlanta eram suficientes. Sua voz saiu abafada na camisa dele.
Cassie: Ele deve ter sido também um homem muito generoso.
Ela percebeu Sam concordando com a cabeça.
Sam: Isso é verdade. Ele me contratava todo verão para aparar a grama mesmo quando podia contratar alguém melhor e que custasse menos porque sabia que eu estava economizando para pagar a faculdade. Ele até
escreveu minha carta de recomendação, e fez isso quando eu acidentalmente passei com o cortador de grama por cima das roseiras de
sua mãe.

Cassie ergueu a cabeça por um instante.
Cassie: Sempre achei que você trabalhasse aqui para paquerar a Helena.

Sam: Não. Essa não era a razão que me fazia vir aqui toda semana destruir o jardim do seu pai.
Algo no olhar dele a fez se mexer e retirar a cabeça de seu ombro. Se afastou de repente, constrangida por estar sentada tão perto de um homem que não era seu noivo, ou em nada parecido com ele, graças a Deus.
Cassie: Uma vez eu fugi, quando tinha 13 anos. Fui só até o pequeno conjunto de árvores que costumava ficar ali. Estava atrás de um arco-íris, mas ele desapareceu do céu enquanto eu atravessava o gramado. Me sentei numa
pedra e fiquei esperando até meu pai vir me buscar.
Ela deu uma pausa.
Cassie: Ele disse que tudo bem eu estar perseguindo o final do arco-íris desde que nunca me esquecesse onde ele começava.
Sam inclinou-se para trás no banco, os cotovelos apoiados no encosto.
Sam: Eu também fugi uma vez.
Cassie ergueu uma sobrancelha, tentando imaginar o eterno relaxado e despreocupado Sam se importando com alguma coisa a ponto de fugir.
Cassie: Você? Por quê?

Sam: Culpa. E amor não retribuído.

Cassie: Culpa, hein? Isso certamente é motivo de fuga para muitos. O que você fez? Destruiu o coração de alguma garota do interior?
Sam não sorriu e ficou olhando fixamente para a cabeça dela.

Sam: Não. Culpa porque meu irmão, Tom, morreu aos 12 anos tentando me salvar de um afogamento.
Cassie ficou com a fisionomia sombria, lembrando-se das histórias. Ela
tinha 4 ou 5 anos quando tudo aconteceu. Parece que Sam foi avisado de que não deveria nadar sozinho no córrego, mas fugiu e foi assim mesmo. Cassie olhou para os pés.
Cassie: Sinto muito.
Sam pegou uma pequena pedra do banco e arremessou.
Sam: Sim, eu também. Acho que se a culpa é capaz de controlar um homem, me controlou totalmente.  Foi o que me impulsionou durante todos os anos de escola, ensino médio, faculdade e, por fim, faculdade de medicina.
Ele suspirou.
Sam: Nunca me fez sentir melhor, mas pelo menos meus pais teriam um filho do qual se
orgulhar. Por minha culpa eu era filho único e estava determinado a não ser uma decepção para eles.
Cassie: Foi por isso que voltou para Walton? Você poderia estar fazendo tantas outras coisas em sua vida...
Ele se virou para encará-la, os olhos escuros.
Sam: É uma das razões.
Os olhares se encontraram por um longo momento até que Cassie virou o rosto e se recostou no banco. Ela ficou olhando fixamente o céu que escurecia, sentindo o forte cheiro de chuva no ar, se perguntando quais
teriam sido aquelas razões, ao mesmo tempo em que começava a se dar conta de que talvez soubesse a resposta.
Maddie e Lili estavam ali perto e Maddie os observava.
Maddie: Acho que a tia Cassie acha o doutor Parker lindo.
Lili: O Joey jogou meus sapatos pela descarga!
De repente, o céu se abriu e a chuva caiu de uma vez só.
Lili e Maddie saíram correndo em direção a tia Cassie.
Cassie e Sam prontamente seguraram as meninas no colo e ficaram debaixo do gazebo.
Lili: Dr. Parker... tia Cassie é sua namorada?
Tia Cassie colocou Lili no chão com um som de chape, como se ela fosse uma batata quente, e acariciou a cabeça da sobrinha, distraída.
Cassie: Claro que não Lili. Vou me casar com outra pessoa.

Lili: Maddie disse que você acha o Dr. Parker...
Maddie rapidamente tapou a boca da irmã com a mão. Com um leve sorriso, ela levantou Lili nos braços.
Maddie: Isso não importa. Viemos aqui para te dizer que as pessoas estão começando a ir embora e mamãe nos pediu para te chamar.
Depois de algum tempo esperando a chuva passar, todos voltam aonde as pessoas estão reunidas.
Cassie encontra a tia Lucinda bem triste, e Helena com ela.
Cassie: Calma, calma, tia Lu. Você vai ver, tudo vai dar certo.
Lucinda: Vai dar, não vai? As coisas sempre dão certo no final, não é verdade?
Ela segurou firme a mão de Cassie.
Lucinda: Tenho amigos maravilhosos, você
e Helena, Joe e as crianças. As coisas vão ficar bem. Mas vou sentir saudades dele. Já cuidava de seu pai há tantos anos que nem sei o que fazer da minha vida agora.
Cassie colocou o braço sobre os ombros de tia Lucinda.
Cassie: Há muitas coisas que pode fazer. Não se preocupe com nada. Farei questão de que esteja bem antes de eu voltar para Nova York.
Tia Lucinda arregalou os olhos.
Lucinda: Voltar? Você não pode voltar! E a casa? E sua família? Não pode simplesmente nos deixar. Precisamos de você.
Cassie continuou a consolar a tia.
Cassie: Vocês se viraram muito bem sem mim por um longo tempo. Acho que sobreviverão de novo. Mas prometo que virei visitá-los com mais frequência, tudo bem? Não serei mais uma estranha.
Lucinda:  Mas... e a casa?
Cassie fez que não com a cabeça.
Cassie: Não a quero. Na verdade,
estava pensando em te dar a casa. Você vive aqui há tanto tempo que pode também ser dona dela.
Cassie parou, assustada com a mudança da expressão da tia. Lucinda a encarava com os olhos semicerrados, marcas de rímel escorrendo pela face com blush.
Lucinda: Seu pai queria que esta casa fosse sua. Eu não serei a responsável por frustrar os planos dele. Além disso, o que faria um mulher velha como eu com uma casa grande como esta? Só de mantê-la sozinha já seria a
minha morte.

Cassie suspirou profundamente.

Cassie: Mas eu poderia arcar com as despesas. Você não teria de pagar nada.
A tia se virou para ela.
Lucinda: Seu pai queria que você fosse a proprietária desta casa, Cassie, e fim
de papo. Tenho certeza de que ele tinha suas razões, e há muito tempo aprendi que meu irmão costumava estar certo.
Ela tocou de leve o nariz com um papel amassado.
Lucinda: Além disso, talvez já seja hora de eu encontrar um lugar para mim. Seu pai me deixou um bom pé de meia, mais que o suficiente para comprar uma casa. Uma pequena, claro, mas minha. Já faz
muito tempo que não fico sozinha.
Cassie abriu a boca para argumentar, mas a fechou assim que Sam entrou na cozinha e se apoiou no balcão, cruzando uma bota sobre a outra.
Cassie desviou os olhos, fazendo com que Helena se perguntasse de novo
sobre o clima de paixão entre sua irmã e Sam.
Sam: Estou indo embora agora, mas queria dar uma sugestão antes de partir. Esta casa vai ficar bem solitária hoje à noite só com você e Lucinda. Por que vocês duas não vão dormir na casa da Helena?
Ela fez que não com a cabeça.
Cassie: Não. Quero ficar aqui. Me faz sentir mais perto do papai.
Tia Lucinda lhe deu um leve sorriso.
Lucinda: Eu também prefiro ficar, Sam. Ficar aqui me fará sentir que quase nada mudou.
Sam concordou antes de se dirigir a Cassie.
Sam: Então talvez você devesse pedir para Helena e sua família ficarem com vocês. Fará com que as duas se sintam melhor.
Helena concorda com a cabeça.
Um grito de Sarah os assustou e Sam se afastou ao ouvir o som de pés apressados. A menininha passou correndo por eles com um laço de
fita solto balançando no cabelo seguida de perto por Joey. Lucinda se pressionou contra a parede e Cassie voou de costas contra Sam quando notou com o que o menino estava perseguindo a irmã: uma cobrinha não venenosa com a língua pra fora.

Helena fez força para se levantar até ver Joe correndo atrás deles, gritando para deter Joey, mas sem conseguir fazer que ele parasse de rir. Cassie se soltou dos braços de Sam.
Cassie: É sim. Ótima ideia, Sam. Me sentirei bem melhor com eles na casa esta
noite.
Ela revirou os olhos.
Cassie: Além disso, é muito trabalho para que
todos tragam suas coisas para cá.

Helena: De jeito nenhum! Será um prazer.
Sam: Bem, então isto está resolvido.
Ele se despediu e piscou para Helena antes de sair pela porta vaivém.

Cassie gritou, quase sem esconder o sorriso.
Cassie: Cuidado para a porta não bater na sua bunda quando sair.
A única resposta dele foi a porta da frente batendo com força.
Tia Lucinda a encarou, perplexa.
Lucinda: Você deve estar assustada, querida. Está sendo cruel.
Cassie olhou na direção de Helena para discordar, para recriar o velho
time dos “nós versus eles”. Mas Helena só conseguia sorrir e concordar
com a cabeça, pois Lucinda estava repleta de razão.
A tia segurou Cassie pelo cotovelo.
Lucinda: Vamos deixar Helena descansar os pés um pouco mais enquanto eu e
você pegamos as comidas que estão na mesa da sala de jantar e as trazemos para a cozinha.
Cassie e Lucinda saem enquanto Helena observa, provavelmente se perguntando por que todos pareciam acreditar que havia algo deixando Cassie assustada.
Continua... (♡ω♡ ) ~♪


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