Capítulo
02
- No capítulo
anterior:
VERA: (Segura o
prêmio com uma das mãos, enquanto fala para todos) Esse prêmio
representa o esforço de muitas pessoas envolvidas em um projeto no
qual eu me sinto muito orgulhosa. Todos os dias eu fico muito feliz
como tudo tem se encaminhado, mas seria uma deselegância não
compartilhar essa conquista com a pessoa que tem sido meu verdadeiro
braço direito e tem tocado esse projeto com tanto amor quanto eu e
isso pode-se notar somente pelo seu jeito de escrever... Senhoras e
senhores, gostaria de pedir muitos aplausos para minha editora,
Beatriz Grimaldi!
GUILHERME:
Brilha sua linda, brilha! (Diz quando Beatriz passa por ele em meio
aos convidados.
(Sob uma forte chuva de
aplausos, Bia sobe até o palco para encontrar com Vera).
BEATRIZ: (Fala
ao microfone) É realmente uma honra fazer parte desse projeto e ser
reconhecida pela forma como temos dado voz há tantas outras
mulheres. Esse feedback me faz querer conquistar cada vez mais
leitoras em todo país e quem sabe o mundo. Devemos levar autoestima,
respeito e emponderamento feminino, as mulheres precisam se aceitar
como são, plurais. Muito obrigada!
(Vera fala baixinho,
próximo ao ouvido de Bia).
VERA: Se você
continuar desse jeito, a sua promoção virá muito mais rápido que
imagina!
BEATRIZ: Pode
apostar que ela virá.
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ORLANDO: Você
pode me explicar o que significa isso, Beatriz? (Questiona com uma
cartela de anticoncepcionais na mão).
BEATRIZ: Calma,
eu posso explicar!
ORLANDO: Pode
explicar? Então explica, explica como foi que você teve a coragem
de mentir para mim desse jeito. Nós estávamos conversando sobre
isso ontem... Como você pode?
BEATRIZ: Eu
tinha parado, eu ainda nem comecei a tomar esse daí... Tenta me
entender, Orlando... Eu estou muito focada na minha carreira, eu
estou prestes a ser promovida, um filho agora não se encaixa nos
meus planos...
ORLANDO: É o
meu sonho! (Grita).
BEATRIZ: Mas não
é o meu...
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BEATRIZ: Oi
Doutor, eu sou Beatriz Grimaldi Novaes, esposa de Orlando Novaes, eu
preciso saber como eu meu marido está... Eu posso vê-lo?
MÉDICO:
Infelizmente as notícias que eu trago não são boas...
BEATRIZ: Como
assim não são boas? É grave o estado do meu marido? Eu quero
saber, pode me dizer a verdade.
MÉDICO: Seu
marido foi baleado. Um dos tiros atingiu uma área importante no
cérebro dele e após realizarmos alguns testes e exames, constatamos
que ele teve morte cerebral...
BEATRIZ: O que?
Você disse que o meu marido está morto? (Surpreende-se).
- Fique agora com o
capítulo de hoje!
Cena 01 – Hospital
Geral do Recife [Interna/Tarde]
(Beatriz corre em
direção a recepção do hospital, Vera chega logo após).
BEATRIZ: O meu
marido morreu? É isso? (Pergunta incrédula).
VERA: Calma
Beatriz, você precisa ser forte agora...
MÉDICO: Nós
precisamos resolver alguns trâmites a partir de agora, identificamos
que entre os documentos do seu esposo que ele é doador de órgãos...
BEATRIZ: O meu
marido morreu... Não! (grita). Não pode ser verdade, ele não pode
estar morto, é um engano, o meu marido está vivo... Ele está vivo,
eu preciso vê-lo!
(Beatriz começa a
correr em direção aos leitos, mas é contida pelos seguranças do
hospital aos prantos).
VERA: (Agacha e
abraça Beatriz que está aos prantos no chão) Ele se foi, você não
está sozinha, eu estou aqui com você...
BEATRIZ: Ele
morreu sem me desculpar, a gente estava brigado... E eu não irei
mais ver o meu marido, Vera... O meu marido morreu sem me perdoar!
Cena 02 – Escola
Municipal Ruth Guimarães (Correntes/PE) [Interna/Tarde]
(Após finalizar a
aula, Clarissa se despediu dos alunos que logo partiram. Em seguida,
recolheu alguns livros e caminhou até a saída da escola. Já na
rua, ela cruza o caminho de quem menos espera).
TOBIAS: (Freia o
carro bruscamente ao perceber que Clarissa atravessara a rua sem
olhar para os lados) A senhorita não olha por onde anda, não?
Música da cena:
Não Olha Assim – OutroEu
CLARISSA: Tobias!
Me desculpe, eu realmente atravessei a rua distraída, nem vi o seu
carro. Confesso que estou um pouco surpresa em te ver por aqui, assim
na rua...
TOBIAS: Ora,
porque? Por acaso pensa que sou um vampiro que não sai durante o
dia? Também tenho os meus negócios e minhas pendências a resolver,
menina.
CLARISSA: Fico
feliz por isso. Apareça mais vezes, em breve teremos uma feira de
ciências aqui na escola, sua presença seria bastante enriquecedora
para o nosso evento...
TOBIAS: Bom, eu
vou pensar. Agora preciso que saia da frente do meu carro, estou um
pouco atrasado.
CLARISSA: Claro,
me desculpe! (Sai da frente do carro).
TOBIAS: Passar
bem, boa tarde! (Tobias segue em frente com seu carro, deixando
Clarissa para trás).
CLARISSA: Passar
bem? Eu estou nas nuvens... Nas nuvens! (Fala consigo mesma).
Cena 03 – Hospital
Geral do Recife [Interna/Noite]
(Luiza entra na
recepção completamente atordoada em busca de notícias da sobrinha,
após ficar sabendo da morte de Orlando, a quem considerava como um
verdadeiro genro).
VERA: Aqui
Luiza, ela está aqui... (Fala ao avistar a tia de Beatriz).
LUIZA: Minha
filha, eu sinto tanto... (Luiza e Beatriz se abraçam).
BEATRIZ: Ele se
foi e partiu sem me perdoar. Não pude realizar o sonho dele, não
dei o filho que ele tanto queria.
LUIZA: Não diga
isso, meu bem. Não pense mais nessas coisas, nesse momento
precisamos ser fortes. Eu posso ajudar resolvendo alguma coisa? Do
que precisamos agora?
VERA: Eles estão
retirando os órgãos agora, a Beatriz autorizou a doação. Acredito
que em poucas horas o corpo será liberado para o velório. Também
já ligamos para a família dele, eles já estão a caminho.
LUIZA: Então só
nos resta esperar, eu vou ficar aqui com você!
(Na sala de cirurgia, a
equipe médica está prestes a finalizar a retirada dos órgãos,
restando apenas o coração).
MÉDICO: Pronto,
agora vamos salvar várias vidas. Aqui está o coração, pode mandar
para o transplante. (Fala com o coração nas mãos, para logo em
seguida colocar num recipiente com gelo).
Cena 04 –
Cemitério Parque das Flores [Externa/Manhã]
(Começa o enterro de
Orlando. Os coveiros começam a descer o caixão enquanto amigos e
familiares jogam rosas brancas e terra em cima do caixão. Beatriz é
amparada pela tia).
VERA: Descanse
em paz, meu querido. Você foi um grande homem! (Diz para logo em
seguida jogar uma rosa sobre o caixão).
BEATRIZ: (Observa
a cena e percebe que sua visão começara a ficar turva).
LUIZA: O que
foi? Você está se sentindo mal? (Questiona ao perceber que Beatriz
estava ficando cada vez mais abatida).
BEATRIZ: Não
sei, de repente tudo começou a girar e... (Beatriz cai desmaiada).
Cena 05 – Hospital
Geral Recife [Interna/Tarde]
(Lentamente Beatriz
começa a abrir os olhos, logo sua cabeça continua pesada e sua
visão ainda está turva, em seguida percebe que ela não está
sozinha no quarto).
LUIZA: Minha
filha, finalmente você acordou. Eu estava tão preocupada, como você
está?
BEATRIZ: Não me
sinto muito bem, mas eu quero sair daqui. Não quero ficar nesse
hospital, eu não estou doente...
VERA: Como não
Beatriz? Você desmaiou, isso é um indício de que você não está
bem, você precisa ser avaliada por um especialista, afinal você
passou por um grande baque recentemente.
BEATRIZ: Eu não
vou melhorar aqui, esse lugar me deprime, me deixe ainda mais
abalada...
(A conversa logo é
interrompida por conta de batidas na porta, é a médica
plantonista).
MÉDICA: Eu fico
feliz que já esteja consciente, eu já estou com os resultados dos
seus exames.
LUIZA: E o que
ela tem, doutora?
BEATRIZ: Fala
para ela que eu estou bem doutora, eu quero ir embora...
MÉDICA: Realmente,
a senhora está bem. A senhora está bem porque o que tem não é uma
patologia.
BEATRIZ: Como
assim? O que a senhora quer dizer?
MÉDICA: A
senhora não está doente, o que aconteceu é perfeitamente natural
em seu estado. A senhora está grávida!
(Luiza e Vera ficam
boquiabertas com a notícia que a médica acabara de dar dentro
daquele quarto, porém quem ficou realmente chocada foi Beatriz).
BEATRIZ: Grávida?
Que brincadeira é essa? Isso é impossível, eu tomo remédio há
anos, não posso estar grávida.
MÉDICA: Nenhum
método contraceptivo é 100% eficaz, isso ocorre com um número
significativo de mulheres. Muitas vezes uma mulher costuma tomar um
único remédio durante toda sua vida, as vezes o organismo se
acostuma com aquela substância, que o remédio pode passar a não
fazer mais o mesmo efeito de sempre. O resultado do exame de sangue
não costuma ter laudo incorreto, a senhora está grávida.
BEATRIZ: Não
pode ser, eu não acredito que estou grávida. Eu não estou grávida!
(Na sala de exame, Vera
e Luiza observam a médica fazer uma ultrassonografia no abdômen de
Beatriz).
MÉDICA: Aqui
está, esse é o seu filho. Você está grávida de aproximadamente
cinco semanas. (Diz a médica, mostrando o saco gestacional na tela
do monitor).
BEATRIZ: Então
é verdade, eu estou grávida... (Conclui).
Cena 06 –
Correntes (Centro) [Externa/Tarde]
Música da Cena:
Amor de Que – Pabllo Vittar
(Os moradores de
Correntes observam Dona Cissa andar pelas ruas do centro na companhia
de Serena. As duas usam roupas espalhafatosas, coloridas e justas,
elas caminham em direção a mercearia de Laurinha).
DONA CISSA: Boa
tarde, Laurinha... Vim fazer umas comprinhas, tô precisando de uns
mantimentos lá pra minha casa.
LAURINHA: Eu
sei, minha filha vai atender vocês, peça o que precisar. Eulália,
minha filha... Atende essas duas moças, meu anjo.
EULÁLIA: Eu?
Atender essas duas raparigas? Deus me defenda, tá repreendido. O
ambiente encheu de pecado com esse cheiro de fornicação. Essa
cidade está cheia de quenga!
SERENA: Do que
você está falando, sua beata de quinta?
DONA CISSA: Eu
acho bom você me respeitar e me atender direitinho. Eu sou uma
empresária do ramo do prazer...
EULÁLIA: Pouca
vergonha, nunca vi cabaré ser empreendimento pra você ser
empresária. Vão tudo queimar no fogo do inferno, você e as
quengas...
LAURINHA: Minha
filha, não fale assim com as clientes. Ficou doida?
DONA CISSA: Essa
rebeldia de Eulália eu sei muito bem o que é, ou melhor, sei bem o
que está faltando.
EULÁLIA: A
senhora me respeite...
DONA CISSA: Isso
daí tem nome, é fogo reprimido, falta de uma boa pegada. Entendeu?
Sua vida precisa de prazer, dos braços de um homem que te deixe
louca!
EULÁLIA: (Começa
a se benzer) A senhora me respeite, eu sou uma mulher direita. Vou
rezar pela sua alma!
LAURINHA: Já
chega Eulália, vai lá pra dentro. Deixa que eu atendo elas duas,
vai embora.
SERENA: Eu acho
melhor mesmo, tchau rainha da fogueira. (Começa a rir).
(Em cima da mercearia,
Eulália mora com a sua mãe numa casa modesta. A moça vai até seu
quarto e de joelhos começa a rezar).
EULÁLIA: Perdoa,
senhor. Perdoa essas duas pecadoras que não sabem o que dizem. É
claro que eu não tenho fogo nenhum, eu não quero ter um homem. Eu
preciso só de ti, não quero saber de me casar nunca, nunquinha.
(Faz o sinal da cruz e começa a rezar o pai nosso repetidamente).
Cena 07 –
Apartamento de Beatriz [Interna/Noite]
(Beatriz abre o
chuveiro e permanece embaixo d'água por vários minutos, enquanto
toma banho, não consegue segurar o seu pranto e desaba em lágrimas.
Após algum tempo, ela troca de roupas e com os cabelos ainda
molhados, encontra com sua tia na sala).
LUIZA: E então?
Como você se sente? Está com fome? Se quiser eu preparo algo bem
rapidinho, nem vai...
BEATRIZ: Não
precisa, eu estou bem. Enquanto tomava banho, estive pensando.
LUIZA: E chegou
alguma conclusão?
BEATRIZ: Sim, eu
cheguei a conclusão de que eu não sei se devo levar essa gravidez
em frente.
LUIZA: Como é?
Eu acho que eu não entendi.
BEATRIZ: Eu
nunca quis ser mãe, tia. Esse filho aconteceu, ele era o sonho do
Orlando e agora eu não tenho mais ele. Como vou fazer sem ele aqui?
Eu estou pensando em interromper essa gravidez...
LUIZA: (Esbofeteia
a sobrinha) Nunca mais ouse repetir uma coisa dessas, Beatriz. Eu não
admito que você fale do seu filho como se ele fosse uma coisa, ele
existe e está bem ai, dentro de você. Você sabe quantas mulheres
gostariam de ter essa oportunidade e não conseguem? Eu não vou
deixar que você faça uma insanidade dessas... Eu não vou,
entendeu?
BEATRIZ: (Chora)
A senhora não entende, está sendo tão difícil sem ele aqui, eu
não sei se vou conseguir, eu tenho tanto medo.
LUIZA: Eu vou
ficar com você, como sempre foi. Você não está sozinha, eu serei
sua companheira nessa jornada, você é a filha que eu sempre quis
ter, mesmo quando diz essas bobagens, eu não consigo deixar de te
amar. Eu vou segurar a sua mão, milha filha... Sua mãe torta está
aqui e vai ficar sempre! (Luiza consola Beatriz num abraço, que
chora copiosamente).
Cena 08 – Cabaré
Da Cissa [Interna/Noite]
Música da cena:
Cremosa – Banda Uó
(Severino e Israel
chegam ao cabaré e logo procuram uma mesa para sentar)
SERENA: Boa
noite, eu posso ajudar os dois a encontrarem uma boa mesa?
ISRAEL: Uma
formosura dessa pode fazer o que quiser, até partir meu coração...
SERENA: (Dá
risada) Venham comigo!
(Severino e Israel se
acomodam na mesa sugerida por Serena)
SERENA: Bebem
alguma coisa?
SEVERINO: Eu
quero uma dose de montilla. E você?
ISRAEL: Eu vou
querer uma cervejinha mesmo.
SERENA: Trago
num minuto. (Serena vai até o bar pegar as bebidas).
ISRAEL: Bonita
ela, você não acha?
SEVERINO: Eu
acho sim, muito bonita.
(Serena volta com as
bebidas)
SERENA: Aqui
estão as bebidas... Espero que aproveitem a noite.
ISRAEL: Escuta,
qual vai ser a atração dessa noite?
SERENA: A
atração? Ela está bem diante dos seus olhos...
ISRAEL: Eu acho
que não entendi.
SERENA: Eu vou
te mostrar! (Serena vai até o palco do cabaré e começa a dançar
com outras moças de forma sensual).
(De longe, Cissa
observa as meninas dançarem e o sucesso perante o público
masculino).
DONA CISSA: Lindas!
Lindas! (aplaude).
Cena 09 –
Apartamento de Beatriz [Interna/Manhã]
Música da cena: A
Gente Nunca Conversou (Ei, Moça) - Lagum
TRÊS MESES DEPOIS...
(Beatriz observa seu
reflexo no espelho e percebe que sua barriga começara a crescer e
fica distraída por um breve instante, até que ouve a campainha
tocar).
BEATRIZ: Já
vai, já vai... (Fala enquanto atravessa a sala do apartamento até
abrir a porta).
VERA: Aí está
você... (Diz ao entrar no apartamento). Nossa, que escuridão! Esse
apartamento precisa de luz, nem parece que são dez da manhã. (Abre
as cortinas da porta que dá acesso a varanda).
BEATRIZ: Eu não
me sinto muito bem, é isso.
VERA: É isso?
Beatriz, já fazem três meses que o Orlando se foi. Você não vai
trabalhar, não sai, não vê a luz do sol. Eu e sua tia estamos
preocupadas com você. É preciso reagir, você tem que dar a volta
por cima, seguir em frente.
BEATRIZ: Eu não
sei se consigo, não estou sabendo lidar com tudo isso. Eu acho que
não vou conseguir seguir em frente!
VERA: Você vai
sim e eu tive uma ideia, na verdade um projeto... Você não vai
poder recusar.
BEATRIZ: Projeto?
De que projeto você está falando?
VERA: Trata-se
de um livro, nele você poderá abordar a maternidade, sua história,
esse período que está vivendo e acho que para isso, você precisa
se reconectar consigo mesma e que isso só acontecerá num único
lugar.
BEATRIZ: E eu
posso saber qual?
VERA: Claro, eu
estou falando de Correntes.
(Beatriz encara Vera
surpresa com tudo que acabara de ouvir).
Cena 10 – Rodovia
147 – KM 48 [Externa/Tarde]
(Beatriz dirigia seu
carro com um olhar fixo na estrada, não sabia se a decisão que
havia tomado era a mais correta e começava a pensar na possibilidade
de ter agido por impulso).
BEATRIZ: E
agora? Será que eu estou metendo os pés pelas mãos mais uma vez?
Deveria ter ficado em casa, não deveria ter aceitado essa ideia
maluca de me mudar. Eu preciso de um sinal, só um sinal de que estou
no caminho certo... Só um sinal!
(Um homem sai da mata
correndo sem rumo em meio a estrada. Beatriz se assusta e tenta
desviar, porém está muito perto e acaba acertando o homem em
cheio).
BEATRIZ: (Com a
cabeça apoiada no volante e com o veículo parado, percebe que sua
visão está turva em virtude do que acabara de acontecer) Meu Deus,
eu matei um homem... Eu matei! (Fala ao observa o corpo de um homem
estendido há alguns metros de seu carro. Decidida a saber se ele
estava vivo ou morto, retirou seu cinto de segurança e desceu do
carro).
(Beatriz caminha
lentamente enquanto observa o corpo do homem imóvel e caído de
bruços).
BEATRIZ: Será
que está morto? (Questiona a si mesma). Moço? (Fala ao se aproximar
do corpo e tentar verificar a pulsação do homem).
HOMEM: (Segura a
mão de Beatriz) Bia, é você? Beatriz... Sim, é você...
BEATRIZ: Você
me conhece? Quem é você?
A câmera foca no rosto
de Beatriz, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da
cor do céu.
Trilha Sonora
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