Julia ( Capitulo 02)

Júlia

Capítulo 02

Novela criada e escrita por Ramon Fernandes

CENA 01. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE

Continuação imediata do capítulo anterior.

JÚLIA SE AFASTA DE DAVI, O OLHA COM CERTO CONSTRANGIMENTO. DAVI, AINDA MUITO BÊBADO, TENTA FIXÁ-LA COM OS OLHOS, MAS ACABA CAINDO AO LADO DA PISCINA.

JÚLIA — (Tentando acordar) Davi! Davi, fala comigo! Ai, meu Deus!

JÚLIA CORRE DALI.

CORTA PARA

CENA 02. MANSÃO ASSUNÇÃO. SUÍTE DE DAVI. INTERIOR. NOITE

AMBIENTE ACONCHEGANTE, MODERNO. DAVI DEITADO NA CAMA, DORMINDO. JÚLIA ALI DE PÉ, AO LADO ESTÃO ROBERTO, MARIA EDUARDA E LEANDRO.

LEANDRO — É um irresponsável mesmo. Aí, podre de bêbado, quase entra em coma alcoólico. Aliás, quase se afoga!

M. EDUARDA — Obrigada, Júlia. Você salvou o meu filho!

JÚLIA — Imagina. Eu nunca ia deixar acontecer alguma coisa com o Davi.

ROBERTO — Obrigado, Júlia. Você e o seu pai são de confiança da nossa família. Agradeço em ter vocês aqui nessa casa.

JÚLIA — (Tímida) Obrigada, doutor Roberto.

LEANDRO — Você passa muito a mão na cabeça do Davi, Júlia. Ele é um irresponsável, isso sim. Uma criança que não quis crescer!

M. EDUARDA — Bom, agora já chega né? Tudo acabou bem. Vamos deixar o seu irmão descansar.

ROBERTO — Você não tinha que estar com os argentinos, Leandro?

LEANDRO — Já estive, pai! Aliás, vamos conversar lá fora sobre isso. Temos boas notícias.

ROBERTO — Pelo menos nos negócios!

LEANDRO E ROBERTO SAEM. EDUARDA SE APROXIMA DE JÚLIA.

M. EDUARDA — Obrigada mais uma vez, Júlia.

JÚLIA — Imagina, dona Eduarda.

M. EDUARDA — Eduarda, por favor.

JÚLIA — (Sorri amarelo) Tenho certeza que o Davi faria o mesmo se me visse naquela piscina, me afogando. Não fiz mais do que a minha obrigação.

EDUARDA SORRI. JÚLIA OLHA DAVI ADORMECIDO. SUSPIRA.

FADE OUT.

FADE IN.

CENA 03. MANSÃO BACELAR. SALA DE JANTAR. INTERIOR. DIA

MESA POSTA. ARTHUR NA CABECEIRA DA MESA. INGRID AO LADO, GABY DO OUTRO.

ARTHUR — Cadê a Vitória? Ainda não se levantou?

GABY — Ih, pai, aquela lá deve estar na bad.

INGRID — Na bad? Porque na bad, Gabriela?

GABY — Acho melhor ela mesmo contar. Mas tem a ver com o Davi.

INGRID — Esse menino sempre arrumando problemas. Francamente, eu não sei por que vocês ainda insistem nesse namoro desse rapaz com a Vitória, Arthur.

ARTHUR — Tenho meus motivos, Ingrid.

INGRID — Dinheiro, dinheiro, dinheiro!

ARTHUR — É mais do que isso. (Encara) É mais do que dinheiro. É bom saber que temos nas mãos um homem poderoso como o Roberto Assunção.

INGRID NÃO ENTENDE. VITÓRIA ENTRA COM CARA DE RESSACA, OLHOS INCHADOS. SENTA-SE EM SILÊNCIO NA MESA. TODOS A ENCARANDO.

VITÓRIA — Que foi? O circo chegou na cidade e eu sou a atração principal?

ARTHUR — O que houve ontem? Você nem apareceu na festa.

INGRID — Minha filha, o Davi/

VICTÓRIA — (Corta/ Com raiva) Eu não quero ouvir o nome desse moleque!

GABY — Eu não falei?!

GABY SORRI. VITÓRIA A FUZILA COM OS OLHOS.

INGRID — (Sem entender) Mas o que aconteceu?

VITÓRIA — Nós terminamos! Simples assim!

ARTHUR — (Exulta) Terminaram? Como terminaram?

VITÓRIA — Terminamos como todo mundo termina. Eu não aguentava mais as cachorradas do Davi e terminei.

GABY — Cansou com o peso da cabeça.

VITÓRIA DÁ UM BELISCÃO EM GABY, QUE GRITA.

INGRID — Parem vocês duas. (Respira fundo) Vitória, explica essa história direito. Até ontem na hora da festa, você amava esse menino. E hoje...

ARTHUR — Vitória, ele quase morreu ontem a noite!

VITÓRIA DÁ UM PULO DA CADEIRA E LEVANTA ENCARANDO O PAI.

VITÓRIA — Como assim quase morreu?

INGRID — Ele caiu na piscina ontem. Estava bêbado, para variar, e quase se afogou. A filha do motorista, uma empregadinha que acabou tirando ele da água. Mas sim, ele quase morreu.

VITÓRIA DESESPERADA. GABY VIRA OS OLHOS.

VITÓRIA — Ai, meu Deus! Foi tudo culpa minha! O Davi se afogou porque eu terminei com ele! Ai, eu tenho que ver como ele tá!

INGRID — Mas você não disse que/

VITÓRIA SAI CORRENDO. GABY ACHA GRAÇA.

GABY — E você acreditou mesmo que a Vitória ia desistir fácil assim? Nunca!

ARTHUR — Espero que não desista mesmo! A Vitória tem que casar com o Davi!

INGRID O ENCARA, SEM ENTENDER.

GABY — (Resmunga) Coitado do Davi!

EM ARTHUR ENIGMÁTICO. MÚSICA OFF.

CORTA PARA

CENA 04. MANSÃO ASSUNÇÃO. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA

ROBERTO SENTADO DE FRENTE PARA LEANDRO. AMBOS SÉRIOS.

LEANDRO — O senhor tá querendo me dizer que/

ROBERTO — Isso mesmo. Nós estamos quase falindo a construtora.

LEANDRO — Mas como isso é possível? Nós nunca ficamos sem trabalho. A construtora fecha contratos milionários, pai!

ROBERTO — Não, Leandro! Nós estamos em crise, e nós perdemos boa fatia do mercado pras concorrentes. A Assunção Engenharia já não tem mais o prestígio que tinha antes. Nós estamos enfrentando uma situação muito grave.

LEANDRO — Mas então... Não seria melhor nós fecharmos as portas de uma vez?

ROBERTO — (Exulta) Nunca! Eu nunca vou me dar por vencido! Eu afundo, mas eu afundo com dignidade, lutando até o final.

LEANDRO — Pai, isso é loucura!

ROBERTO — Nós temos uma boia de salvação... Acho.

LEANDRO — (Curioso) Que boia seria essa?

ROBERTO — Arthur Bacelar!

LEANDRO SENTA-SE NA FRENTE DO PAI.

LEANDRO — Me conta direito essa história, pai. Onde o Arthur entra nessa história?

ROBERTO — Na verdade, o Arthur e eu selamos um pacto.

LEANDRO — Agora que eu não tô entendendo nada mesmo.

ROBERTO — O Arthur vai me ajudar nessa crise. Ele tem uma financeira, e a Bacelar hoje é uma das maiores financiadoras do país.

LEANDRO — Mas em troca?

ROBERTO — Em troca, vou ter que convencer o cabeça dura do seu irmão a casar com a filha dele.

LEANDRO — Sabia que tava fácil demais. Do jeito que o Davi é, sabe quando esse casamento vai acontecer, pai? Acho que o senhor também sabe a resposta.

ROBERTO — É por isso que eu resolvi abrir o jogo com você, meu filho. E pedir uma ajuda.

LEANDRO — A tentar convencer o Davi? Ele nunca me escutou. Aliás, ele nunca escuta ninguém. É perda de tempo!

ROBERTO — Pelo amor de Deus, Leandro, eu conto com você. O Davi e essa menina, eles têm que casar. E nada pode mudar isso. Eu preciso que isso aconteça.

LEANDRO — (Pensativo) Tudo bem. Eu vou tentar ajudar, pai. Mas o senhor sabe, isso é uma missão quase impossível.

ROBERTO — Quase!

LEANDRO CONCORDA. OS DOIS TROCAM OLHARES CÚMPLICES.

CORTA PARA

CENA 05. MANSÃO ASSUNÇÃO. SUÍTE DE DAVI. INTERIOR. DIA

DAVI SENTADO NA CAMA, TOMA UM SUCO. JÚLIA AO SEU LADO, SORRI, TERNA.

JÚLIA — Que bom que você melhorou de ontem.

DAVI — A minha cabeça parece um apito de trem.

JÚLIA E DAVI RIEM.

DAVI — Obrigado por ter me salvado ontem. E desculpa pelo transtorno.

JÚLIA — Tudo bem. Eu já tô acostumada com a bagunça que você faz nesse mundo.

DAVI — Ah, é?

JÚLIA RI. DAVI SEGURA A SUA MÃO. MÚSICA: “Velha Infância” – Melim

DAVI — Júlia, obrigado de verdade. Por tudo. Por esse tempo todo do meu lado.

JÚLIA — Davi, eu... Eu acho melhor eu ir/

DAVI — (Corta) Não. Fica! Eu gosto de te ter por perto. Me faz bem.

OS DOIS SORRIEM UM PARA O OUTRO. A PORTA É ABERTA RAPIDAMENTE. JÚLIA TIRA A MÃO DA DE DAVI NA HORA. VITÓRIA ENTRA ACOMPANHADA DE PAULINA. MÚSICA OFF.

VITÓRIA — Amor, como você tá?!

DAVI — (Surpreso) Vitória? O que cê tá fazendo aqui?

VITÓRIA — Ora, Davi. Vim ver o meu namorado. (Olha Júlia) E você?

JÚLIA — Eu?

DAVI — Foi a Júlia que me tirou da piscina e me impediu que me afogasse, Vitória!

VITÓRIA — E agora virou enfermeira pra acompanhar a recuperação, querida?

JÚLIA — Eu já tava de saída.

DAVI — Júlia!

JÚLIA JÁ SAIU. PAULINA OLHA COM DESDÉM PARA ELA. SORRI PARA VITÓRIA.

PAULINA — Pois eu fiquei muito feliz que você veio visitar o nosso menino, Vitória. Vocês fazem um belo casal.

VITÓRIA — (Desdém) Nosso menino? Não sabia que tinha mais uma mãe, Davi.

PAULINA — (Constrangida) Com licença. Se precisarem de mim, só chamar.

PAULINA SAI FECHANDO A PORTA. VITÓRIA SENTA AO LADO DE DAVI, TODA MELOSA.

VITÓRIA — Eu quase morri quando soube que você tinha se afogado, amor.

DAVI — Vitória, que história é essa de amor? Eu posso ter bebido, mas eu lembro muito bem que você terminou o nosso relacionamento!

VITÓRIA — Davi... Eu quando soube o que aconteceu, vi que não posso viver sem você. Se ficar longe, eu que vou morrer. (Sorri) Não vou te abandonar nunca, meu príncipe.

VITÓRIA BEIJA DAVI, QUE FICA COM CARA DE POUCOS AMIGOS PARA ELA, QUE SORRI PARA ELE.

CORTA PARA

CENA 06. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE

CORTA PARA

CENA 07. MANSÃO BACELAR. SUÍTE DE ARTHUR E INGRID. INTERIOR. NOITE

ARTHUR SENTADO NA CAMA, MEXE NO NOTEBOOK. INGRID VEM DO BANHEIRO DA SUÍTE, PASSANDO UM CREME NAS MÃOS. PENSATIVA, OLHANDO PARA O MARIDO. ELE PERCEBE.

ARTHUR — Enviando alguns e-mails e já te dou toda a atenção, meu amor.

INGRID — Eu tô pensando em uma coisa, Arthur... Aliás, eu estou pensando nisso já tem um tempo.

ARTHUR — (Concentrado/ Sem tirar os olhos do computador) E o que é?

INGRID SENTA NA CAMA, FICA A ENCARAR ARTHUR.

INGRID — O que você esconde sobre o Roberto Assunção, hein, Arthur?

ELE A ENCARA. ENGOLE SECO E LEVANTA NERVOSO.

ARTHUR — Que bobagem, Ingrid! O que eu teria escondido sobre o Roberto?

INGRID — Você disse que é sempre bom ter nas mãos um homem poderoso como o Roberto/

ARTHUR — E isso não quer dizer que eu tenha algo escondido sobre ele. Você é muito imaginativa! Já pensou em escrever romances? (Saindo) Eu vou beber água. Essa conversa me deu sede! (Sai)

INGRID — (Desconfiada) Ah, Arthur, você pode enganar qualquer um, mas a mim, você não engana! Aí tem!

NELA, AINDA MUITO DESCONFIADA.

CORTA PARA

CENA 08. PARQUE DE DIVERSÕES. EXTERIOR. NOITE

MÚSICA: “A Rua” – Jão

PLANO ABERTO DE UM PARQUE DE DIVERSÕES. MUITAS PESSOAS NOS BRINQUEDOS E EM FILAS AGUARDANDO SUA VEZ.

BRINQUEDOS DOS MAIS VARIADOS, RODA GIGANTE, MONTANHA RUSSA, CARROSSEL, CARRINHO DE BATE-BATE, TREM FANTASMA, ENTRE OUTRAS BARRACAS COM TIRO AO ALVO E ARGOLA.

BARRACA DE URSOS DE PELÚCIA, NESTA EM ESPECÍFICO, DAVI ACERTA UM ALVO E GANHA UM URSINHO. ELE ENTREGA PARA ALGUÉM, E A CÂM REVELA SER JÚLIA. ELA SORRI, ABRAÇANDO O BRINQUEDO.

CORTES DESCONTÍNUOS DOS DOIS PASSEANDO PELO LOCAL, PARAM EM UMA BARRACA E COMPRAM ALGODÃO DOCE. COMEM, ENQUANTO PASSEIAM.

CORTA PARA OS DOIS EM UM CARROSSEL, ESTÃO SE DIVERTINDO, RINDO MUITO.

CORTA PARA O CASAL ENTRANDO DENTRO DO TÚNEL DO TREM FANTASMA. INSTANTES. QUANDO O CARRINHO SAI DE LÁ, JÚLIA ESTÁ AGARRADA, COM A CABEÇA ESCONDIDA NO PEITO DE DAVI, QUE RI DA SITUAÇÃO. ELA BATE NO OMBRO DELE, RINDO TAMBÉM.

CORTA PARA

CENA 09. PARQUE DE DIVERSÕES. RODA GIGANTE. EXTERIOR. NOITE

MÚSICA OFF. DAVI E JÚLIA EM UM DOS LUGARES DA RODA GIGANTE. O BRINQUEDO ACABA PARANDO LÁ EM CIMA, BEM NO ALTO.

AS LUZES EM TORNO DO BRINQUEDO SE APAGAM.

DAVI — Ih, acho que pifou.

JÚLIA — (Nervosa) Nem brinca com isso, Davi. Eu morro de medo de altura!

DAVI — Que bobagem. Do chão não passa!

JÚLIA BATE NO OMBRO DELE. ELE RI. FICA OLHANDO PARA ELA.

MÚSICA: “Here Without You” – Boyce Avenue

DAVI — Você fica linda quando tá com medo.

JÚLIA — (Sem graça) Para com isso.

DAVI — E quando tá com vergonha também.

OS DOIS RIEM. CLIMA ENTRE ELES.

DAVI — Júlia, eu lembro do que aconteceu ontem. Na piscina...

JÚLIA — (Nervosa) Do afogamento/

DAVI — (Por cima) Do beijo!

JÚLIA SE CALA, ESTÁ TRÊMULA. DAVI SEGURA A SUA MÃO.

DAVI — Eu lembro do beijo, da nossa promessa de casar quando crescesse, dos nossos olhares...

JÚLIA — Davi/

ELE COBRE OS LÁBIOS DE JÚLIA COM O DEDO INDICADOR.

DAVI — Eu posso não ser um príncipe encantado e estar muito, muito, mas muito longe disso.

RIEM. JÚLIA O ENCARA.

DAVI — Mas eu acho que também gosto muito de você. Muito mais do que já gostei de qualquer mulher que eu tenha me envolvido.

JÚLIA — Davi, eu...

ELA DEIXA UMA LÁGRIMA ROLAR PELO ROSTO. O ENCARA NO FUNDO DOS OLHOS.

JÚLIA — Eu te amo. Eu sempre te amei. Sempre!

DAVI SORRI E SE APROXIMA DE SEU ROSTO. A TOCA NOS CABELOS. CLOSES NOS SEUS OLHOS E LÁBIOS. OS DOIS VÃO SE APROXIMANDO E TERMINAM SE BEIJANDO NOVAMENTE. UM BEIJO DOCE, CHEIO DE CARINHO E SENTIMENTO. MÚSICA AO FUNDO. A RODA GIGANTE VOLTA A FUNCIONAR, ILUMINANDO TODAS AS LUZES EM TORNO DELA.

JÚLIA E DAVI OLHAM E SORRIEM. OS DOIS VOLTAM AO BEIJO. APAIXONADOS. ENTREGUES.

CORTA PARA

CENA 10. MANSÃO ASSUNÇÃO. SUÍTE DE DAVI. INTERIOR. NOITE

DAVI E JÚLIA NO QUARTO, À MEIA-LUZ, SE BEIJANDO. ELE A DEITA NA CAMA COM LEVEZA. CORTES DESCONTÍNUOS DOS DOIS, COMPLETAMENTE ENTREGUES AO MOMENTO. ELE TIRA A CAMISA, OS DOIS SE BEIJANDO. MUITO CARINHO EM CENA. CÂM SAINDO POR CIMA.

FADE OUT.

FADE IN.

CENA 11. ASSUNÇÃO ENGENHARIA. FRENTE. EXTERIOR. DIA

FACHADA DA CONSTRUTORA ASSUNÇÃO, PARA PONTUAR. MÚSICA OFF.

CORTA PARA

CENA 12. ASSUNÇÃO ENGENHARIA. PRESIDÊNCIA. INTERIOR. DIA

ROBERTO TRABALHANDO EM SUA MESA, MEXENDO NO NOTEBOOK. O TELEFONE TOCA. ROBERTO ATENDE.

ROBERTO — (Cel.) Oi. Quem? (Respira fundo) Manda entrar.

DESLIGA. INSTANTES. A PORTA SE ABRE E A SECRETÁRIA CONDUZ A VISITA: ARTHUR.

ROBERTO — (Levantando) Arthur, que prazer em lhe receber. Veio pra um café?

ARTHUR — Bom dia, Roberto. Não foi bem pra um café que eu vim conversar com você. É um assunto mais sério.

ROBERTO FAZ UM GESTO E DISPENSA A SECRETÁRIA, QUE SAI. ARTHUR SENTA-SE NA FRENTE DE ROBERTO.