Capítulo 17 (Semana Especial) –
Beto vê Orlando pela primeira vez.
- No capítulo anterior:
ORLANDO: Nunca, eu não vou sossegar enquanto não tirá-lo da vida
dela. Esse homem não vai ficar com tudo o que é meu, eu não irei aceitar isso
jamais.
ADELAIDE: Você não deve odiá-lo, você e ele possuem uma ligação
fortíssima e tudo isso está se acertando agora, não tente impedir o destino.
ORLANDO: Eu não tenho ligação alguma com aquele canalha!
ADELAIDE: Você tem e se continuar assim, não terei outra
alternativa a não ser lhe contar.
ORLANDO: Eu já sei, pensa que sou idiota? É o coração, ele recebeu
o meu coração no transplante após a minha morte, preferia ter sido baleado no
coração, só pra não salvar a vida desse miserável.
ADELAIDE: Você realmente não sabe o que diz, Orlando! (Conclui).
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BETO: Te julgar? É impossível com tantas qualidades.
BEATRIZ: Você acha isso mesmo?
BETO: Se eu fosse falar tudo o que eu acho sobre você seria
tempo suficiente de você tomar todo o estoque de sorvete desse lugar.
BEATRIZ: Você gosta de mim, Beto?
BETO: Como eu posso dizer que não? Até as formigas dessa cidade
saberiam que eu não estou dizendo a verdade. Respondendo a sua pergunta, sim,
eu gosto de você. E você gosta de mim?
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VERA: Ah, amiga da faculdade! Bom senhorita, eu sinto muito, a
Beatriz está trabalhando em um projeto especial fora da cidade, mas se quiser
eu posso te passar o número do celular dela, tenho certeza de que ela também
gostará de falar com você.
CAROLINA: Claro, seria ótimo. Ah próposito, em que cidade ela está
mesmo?
VERA: Na cidade de Correntes, fica pertinho de carro... Foi lá
que ela cresceu!
CAROLINA: (Fala consigo em pensamento) Te achei!
- Fique agora com o capítulo de
hoje!
Cena 01 – Divina [Interna/Manhã]
VERA: Então senhorita, conseguiu anotar tudo?
CAROLINA: Perfeitamente, fico muito agradecida pela informação.
Certamente a Beatriz ficará muito feliz quando souber que você serviu como
ponte para o nosso reencontro.
VERA: Assim eu espero!
CAROLINA: Até logo! (Diz ao desligar). Bom, agora eu vou até você e
me livro do meu marido de uma vez por todas, já que o imbecil do Alberto não conseguiu,
eu conseguirei... Ou eu não me chamo Carolina Torres Montenegro.
Cena 02 – Sorveteria [Interna/Manhã]
BETO: Gosta ou não gosta? (Questiona).
ORLANDO: (Senta ao lado de Beatriz) Não, ela não gosta. Não tem
porque gostar, ela só ama um homem e esse homem sou eu.
BEATRIZ: Se eu gosto de você? Eu não sei, estou confusa... Mas eu
acho que sim, eu achou confusa, não sei se devo!
ORLANDO: Não, você não pode gostar dele, você me ama...
Música da cena: Pecado É Lhe Deixar De Molho - Silva
BETO: Eu entendo você e sei que precisa de tempo para
reorganizar as coisas consigo mesma, eu vou esperar! (Coloca a mão sobre a mão
de Beatriz).
BEATRIZ: Obrigada, você é um homem muito especial. Sinto que já
conheço você há bastante tempo e isso me traz muita confiança e segurança.
BETO: Eu irei ficar ao seu lado e te protegerei de tudo, nunca
duvide disso.
Cena 03 – Hospital de Correntes
[Interna/Manhã]
(Guilherme encontra o médico
responsável pelo caso de Beto quando ele chegou a cidade).
GUILHERME: Eu me chamo Guilherme Vieira, sou jornalista
investigativo e estou tentando descobrir novidades sobre o caso de um paciente
que o senhor atendeu aqui há algum tempo atrás. (Estende a mão para o médico).
MÉDICO: Marcos Coutinho, clinico geral. (Aperta a mão de
Guilherme). E que paciente seria esse? Preciso de mais detalhes, é que passam
tantos casos aqui diariamente, não é tão simples de decorar.
GUILHERME: Ele deu entrada aqui após um atropelamento e foi
diagnosticado com amnésia, foi a minha amiga que o trouxe, Beatriz Grimaldi.
MÉDICO: Beatriz Grimaldi? É acho que eu me lembro dela, ela
também é jornalista, não é?
GUILHERME: Exatamente, precisamos encontrar a família desse homem,
queremos muito ajudá-lo a colocar a cabeça no lugar, entende?
MÉDICO: Eu me lembro dele, caso díficil. Amnésia não dura um
tempo estimado, nunca temos como prevê quanto tempo ela irá persistir, mas tem
uma coisa nele que me chamou muita atenção.
GUILHERME: O que? Qualquer detalhe pode ser útil e pode ligar a
outros fatos, pode falar.
MÉDICO: Ele tinha uma cicatriz considerável no peito.
GUILHERME: Cicatriz? O senhor poderia lembrar qual o tipo de
ferimento? Bala, arma branca?
MÉDICO: Eu não diria ferimento, pelo tipo de cicatriz, eu diria
que foi uma incisão cirurgica.
GUILHERME: Incisão? Estranho... Do que será que ele teria sido
operado?
MÉDICO: Existem algumas possibilidades, eu sugiro algum tipo de
problema do coração, transplante...
GUILHERME: Transplante?
MÉDICO: Se for transplante mesmo, é fácil... Só existe um local
onde é realizado esse tipo de procedimento, o Hospital Arlindo Dutra, em
Recife. Depois é só tentar localizar a ficha, geralmente tem fotos e todo um
dossiê, só que tem um porém, é sigiloso e provavelmente não irão te fornecer.
GUILHERME: Isso o senhor pode deixar comigo, eu dou um jeito de
descobrir.
Cena 04 – Casa de Luiza
[Externa/Tarde]
(Beto e Beatriz caminham até chegar
a casa de Luiza, antes de entrar permanecem por mais alguns instantes
conversando do lado de fora).
BEATRIZ: Foi divertido, não foi? Também com esse calor, um sorvete
fez muito bem.
BETO: Um só? Você tomou três que eu vi.
BEATRIZ: Você estava contando quantos sorvetes eu tomei? Tá me
achando gorda, é?
BETO: Estou brincando, você está ótima, mais linda cada dia
mais.
BEATRIZ: Você me elogia tanto, vou acabar ficando acostumada e
isso não é bom.
Música da cena: Pecado É Lhe Deixar de Molho - Silva
BETO: (Se aproxima de Beatriz) Estar com você não tem como não
ser bom! (Beatriz e Beto se beijam novamente).
ORLANDO: (Observa a cena com expressão de ódio).
Cena 05 – Casa de Luiza
[Interna/Tarde]
(Beto e Beatriz são recebidos por
Luiza assim que entram em casa).
LUIZA: Até que enfim vocês chegaram, achei que iriam levar a sorveteria
a falencia com essa demora toda!
BETO: Eu vou para o meu quarto, depois nos falamos. (Beto sai
da sala).
BEATRIZ: Ah tia, foram só alguns sorvetes...
LUIZA: E aconteceu mais alguma coisa ou é impressão minha? Vocês
dois estão com uma carinha feliz.
BEATRIZ: Você hein, tia? Que coisa! (Sorri e tenta disfarçar).
LUIZA: Você tem visita, tá lá na cozinha, vai ver quem é...
(Beatriz caminha apressada até chegar a cozinha da casa
da tia).
BEATRIZ: Guilherme, que surpresa boa!
GUILHERME: Vim matar a saudade. (Os dois se abraçam).
Cena 06 – Ruas de Correntes
[Externa/Tarde]
(Serena e Dona Cissa caminham pelas
ruas da cidade).
DONA DA CISSA: Eu não sei, não... Estou achando que você está arreada
pelo peão do haras, ele só quer saber de você... Sabe Deus o que fazem naquele
quarto, só se escutam os gritos dele...
SERENA: O Israel é um fofo e o que nós fazemos naquele quarto é
um segredo nosso e que eu irei levar para o túmulo, enquanto isso não acontece,
eu levo para o meu quarto. (As duas riem).
DONA CISSA: (Fica com o olhar distraído de repente).
SERENA: O que foi Cissa? Ficou calada de repente.
DONA CISSA: Nada não, eu só tive a impressão de ver alguém conhecido,
mas foi muito rápido. Enfim, deixa pra lá e vamos para casa!
SERENA: Melhor mesmo, vamos!
DONA CISSA: Vamos! Sobre o que estávamos falando mesmo?
(Cissa e Serena seguem para casa enquanto conversam).
Cena 07 – Casa de Luiza
[Interna/Tarde]
(Beatriz, Luiza e Guilherme
conversam enquanto tomam café).
GUILHERME: Apaixonada?
LUIZA: Vou ter que dizer com todas as letras? Ela está
completamente apaixonada, só não se decide.
BEATRIZ: Gente, alô! Eu estou aqui, sabiam? E depois quem foi que
disse que eu não me decidi?
LUIZA: O que? Não me digam que...
GUILHERME: Está estampado na cara dela, está rolando não é?
BEATRIZ: Está, está sim... Acho que agora vai, eu me sinto tão bem
na presença dele e ele me faz tão bem, mas é meio estranho as vezes.
GUILHERME: Estranho? Não entendi o que tem de estranho nisso.
BEATRIZ: As vezes parece que ele e o Orlando são a mesma pessoa.
Gostos parecidos, hábitos parecidos, tanta coisa me leva a pensar isso, fora
que as vezes eu meio que sinto a presença dele, mas deixa para lá, isso é
bobagem da minha cabeça.
LUIZA: Realmente, essa história não tem nem pé, nem cabeça.
GUILHERME: (Fica pensativo com o que Beatriz acabara de dizer).
(Enquanto isso, no quarto de Beto).
BETO: (Está parado de frente para o espelho se olhando,
enquanto relembra do beijo com Beatriz, quando de repente sente uma forte dor
de cabeça, seguido por um flashback desconexo).
Flashback:
(É noite, Beto está próximo da beirada de um precipício
enquanto ouve a voz de um homem gritar com ele, em seguida, ele é empurrado
rumo ao fundo do precipício e grita).
Fim do Flashback:
BETO: Não! (Assusta-se e nesse momento se olha novamente no
espelho, vendo um homem logo atrás dele, é Orlando) Quem é você? Quem é você?
(Repete insistentemente, porém Orlando não responde).
Cena 08 – Haras Ferraz [Interna/Tarde]
(Clarissa entra sorrateiramente no
estábulo com uma cesta em uma das mãos, enquanto na outra carrega uma bolsa com
alguns livros).
CORUJA: Você veio! (Fica alegre em revê Clarissa).
CLARISSA: Não achou que eu não fosse voltar, achou? Eu trouxe sua
comida e como prometido, uns livros para começarmos as nossas aulas, agora come
logo pra gente poder começar.
CORUJA: Está bem! (Abre a cesta e começa a comer enquanto é
observado por Clarissa).
SEVERINO: Então são vocês dois que estão fazendo bagunça no
alojamento dos cavalos? (Diz ao abrir a porta e surpreender os dois).
Cena 09 – Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
(Rangel entra na cozinha e observa
Doralice)
Música da cena: Cremosa – Banda Uó
DORALICE: (Com um celular na mão, Dora imita Carolina) Oi
Dodômores, como vocês estão? Aqui é a Doralice, Dora ou Dorinha para os
intimos, a doméstica influencer, hoje eu vou fazer um tutorial de como lavar
louça rapidamente enquanto prepara o jantar...
RANGEL: (Tosse para que Doralice perceba sua presença) O senhor
Alberto está na sala, você deve servir o jantar imediatamente, vai criatura!
(Na sala de jantar).
ALBERTO:
(Observa Doralice colocar os pratos
na mesa e estranha que ela só arruma o seu lugar) Ué, eu vou jantar sozinho?
Porque não colocou o lugar da Carolina?
RANGEL: A senhora Carolina saiu no ínicio da tarde e até agora
não voltou, senhor. Ela disse que iria demorar e que não era para ninguém
esperá-la.
ALBERTO: Ah foi? Está bem, pode servir o jantar... (Alberto
disfarça, porém estranha e pensa no que Carolina poderia estar aprontando).
Cena 10 – Casa de Benedito [Interna/Noite]
(Benedito fuma seu cachimbo na
varanda quando é surpreendido por uma visita inesperada).
BENEDITO: Ah, enfim você chegou... Eu sabia que você viria! (Diz
enquanto está sentado na cadeira de balanço, de costas).
BETO: Eu o vi, ele estava logo atrás de mim no espelho... Quem
é esse homem? O que ele quer de mim e o que eu fiz para que ele me persiga?
(Questiona ao se aproximar).
BENEDITO: Senta, precisamos conversar! (Diz ao se virar, ficando de
frente para Beto).
A câmera foca em Beto de pé
encarando Benedito, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da
cor do céu.
Trilha Sonora Oficial, clique aqui.
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