Capítulo 25
- No capítulo anterior:
ISRAEL: Você está bem? Eu vi a hora do cavalo pisar em você. (Diz
enquanto ajuda Beto a se levantar).
BETO: Você viu? Foi de repente, como esse cavalo ficou desse
jeito? Ninguém fez nada com ele.
SÉRGIO: Animais são assim mesmo arredios, mas não é por maldade.
ISRAEL: Pra mim, ele deve ter visto uma alma penada passando e se
assustou. Eu já li uma vez num livro que os animais conseguem ver os espíritos.
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CAROLINA: Já chega, quanto você quer para continuar calada? 50 mil
reais? 60 mil reais? Qual o seu preço?
IARA: 50 mil reais? Você acha mesmo que eu sabendo do que eu
sei, podendo te jogar na cadeia e te fazer perder a pose, vou me contentar
apenas com 50 mil? Vamos fazer o seguinte, nem pra mim e nem pra você... 100
mil reais para começar!
CAROLINA: 100 mil? Para começar? (Questiona).
IARA: Claro e eu acho bom você conseguir esse dinheiro
rapidamente, pois a polícia está investigando a morte da minha mãe, por isso eu
tive que sair de Recife, pois logo eles chegariam até mim e iriam descobrir os
meus interesses, digamos assim, com o mundo do tráfico de drogas.
CAROLINA: Mas 100 mil reais é muito dinheiro, eu não sei como vou
conseguir levantar essa quantia...
IARA: Eu estou pouco me importando como você vai conseguir, te
dou 48 horas. Nada além disso e para começar, pode me passar essa pulseira que
tem no pulso, gostei dela e vai combinar mais comigo.
CAROLINA: (Com o olhar cheio de ódio, lágrimas escorrem dos seus
olhos enquanto retira a pulseira do pulso) Aqui está!
IARA: Assim que eu gosto... Agora eu vou embora, mas em breve
nós reencontraremos amiga.
CAROLINA: (Destrava as portas do carro) Pronto, já pode descer.
IARA: Eu vou descer sim, mas antes eu vou te deixar uma
lembrancinha.
CAROLINA: Que lembrancinha?
IARA: Essa! (Iara dá um tapa na cara de Carolina, deixando-a
completamente surpresa). Isso é para não te deixar esquecer do que eu sou
capaz, te vejo em 48 horas com o meu dinheiro. Tchau, Cacau! (Despede-se e em
seguida desce do carro, deixando Carolina furiosa).
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(De repente ouve-se batidas na porta).
BEATRIZ:
Ué, será que ele esqueceu a chave?
LUIZA:
Deve ter sido, ele saiu tão apressado
de manhã.
BEATRIZ:
Eu vou abrir então!
(Beatriz caminha pela sala e abre a porta e descobre que
não é Beto quem batia).
LUCIANA:
Oi, será que eu poderia entrar?
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Fique agora com o capítulo de hoje!
Cena 01 – Casa de
Luiza [Interna/Noite]
BEATRIZ: O que veio fazer aqui? Eu não disse que não queria mais
te ver?
LUCIANA: Nós precisamos conversar, filha!
BEATRIZ: Eu já disse e vou repetir, eu não sou a sua filha, você
só tem uma filha, a única que você criou. A outra morreu quando você a
abandonou por uma aventura, destroçando a sua própria família.
LUCIANA: Eu sei que eu errei, mas eu tenho tanto para te falar, eu
preciso do seu perdão, minha filha.
BEATRIZ: O que você pretende, Luciana? Você acha tudo isso a coisa
mais natural do mundo, não é? O que você espera, me diz? Que eu te abrace,
chore de alegria e te chame de mãe? Eu não vou fazer isso, porque eu não sinto
isso, a minha única mãe é a minha tia. Você por um acaso sabe como a sua
ausência me afetou? Tem dimensão disso? Claro que não, você estava ocupada
refazendo a sua vida em cima do nosso sofrimento.
refazendo a sua vida em cima do nosso sofrimento.
LUCIANA: (Chora) Não fale assim minha filha, por tudo que há de
mais sagrado, eu amo tanto você...
BEATRIZ: Mas eu não, tudo o que eu sinto por você é desprezo, é
ressentimento. Sabe quando eu vou te perdoar por tudo o que me causou? Nunca!
(Luiza estranha a demora de Beatriz e resolve ir ver o
que aconteceu).
LUIZA:
O que houve, Bia? Eu estava... Mas o
que essa mulher está fazendo na minha casa? (Dispara ao ver Luciana na porta de
sua casa).
Cena 02 – Casa de
Benedito [Interna/Noite]
(Beto e Benedito tomam um café enquanto conversam).
BENEDITO:
Eu não entendi aonde quer chegar...
(Bebe um gole de café).
BETO:
Da última vez em que estivesse aqui,
você me disse que o falecido marido da Beatriz está sempre me rondando.
BENEDITO:
A alma dele está ligada à sua, essa
ligação não é só espiritual... Bate dentro do seu peito e vem de outras
encarnações.
BETO:
Acontece que eu acho que ele está
provocando algumas coisas estranhas!
BENEDITO:
Estranhas?
BETO:
Eu acho que ele está tentando me
matar.
(Nesse momento, Orlando surge na sala).
ORLANDO:
Diga a ele que eu irei poupá-lo se
ele sair da vida da minha mulher e da minha filha.
BENEDITO:
(Encara Orlando) Saia daqui, eu não
vou dizer nada! (Esbraveja).
BETO:
Ele está aqui, não está? Eu posso
sentir a presença dele.
ORLANDO:
Se você não me ajudar, vai se sentir
responsável pelo o que vier acontecer, não esqueça disso.
BENEDITO:
(Olha para Beto) Sim, ele está aqui
e quer que fique longe da Beatriz, ele está disposto a tudo para conseguir.
BETO: Orlando, eu não estou conseguindo te ver de novo e nem te
ouvir, mas posso sentir sua presença. Sei o quanto é difícil para você não está
presente na vida dela agora, mas isso não anula o amor que a família sente por
você, eu não quero roubar o seu lugar. Eu gosto de verdade da Beatriz e quero
ficar ao lado dela, quero cuidar, amar e ajuda-la a cuidar da Alice.
ORLANDO: Não! Eu não quero você perto das duas, eu quero que você
desapareça. Ou você some da vida da minha mulher e da minha filha, ou eu irei
te destruir. Eu já perdi tudo mesmo, não tenho medo de fazer o que é
necessário.
BENEDITO: Não diga isso rapaz, você não pode carregar tanto ódio
ainda, você partiu desse mundo e deve caminhar rumo ao descanso eterno, aqui da
terra iremos cuidar da Beatriz e da sua filha. Você estará presente sempre no
coração daqueles que você ama e parte sua estará vivo na vida da filha que ela
carrega no ventre!
ORLANDO: Não defenda esse canalha! (Orlando grita, fazendo com que
a xícara que está na mão de Benedito seja arremessada contra a parede). Estão
avisados, quero que ele fique longe dela! (Desaparece em seguida).
BETO: Ele já foi? O que ele disse?
BENEDITO: Ele disse que se você não se afastar das duas ele irá te
destruir e que não irá sossegar enquanto não conseguir.
Cena 03 – Casa de
Luiza [Interna/Noite]
(Beatriz e Luiza encaram Luciana, que não desiste de
tentar se reaproximar das duas).
LUCIANA:
Eu vim ver a minha filha!
LUIZA: Você não é bem-vinda na minha casa, sua ordinária. Além
disso, você não tem o direito de chama-la de filha, você perdeu esse direito
quando a abandonou sem deixar rastros.
BEATRIZ: Não precisa se preocupar, tia. Ela já estava de saída,
não era?
LUCIANA: (Com lágrimas nos olhos, Luciana olha para Beatriz e
Luiza).
LUIZA: Eu vou ajudá-la a encontrar o caminho da rua! (Luiza
agarra Luciana pelo braço e a arrasta para fora da propriedade).
LUCIANA: Luiza, por favor me dê uma chance, eu preciso tanto
conversar com você minha irmã... (Diz enquanto é arrastada pela irmã).
LUIZA: Eu não quero mais te ver nem pintada de ouro, tenho
vergonha de ser sua irmã, você vai ficar no seu lugar agora, na rua sua
cachorra! (Empurra a irmã para fora de casa e fecha o portão).
Cena 04 –
Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
Música da cena: A Gente Samba – Gabriel Nandes
(Imagens de Recife são apresentadas até chegar à fachada
do prédio onde está situada a cobertura da família Montenegro. Carolina entra
em casa após o dia cheio que teve na rua e ao subir a escada, encontra com
Alberto).
ALBERTO: Onde você esteve? (Questiona do alto da escada).
CAROLINA: Por aí! (Carolina sobe a escada e tenta passar por
Alberto, porém é segurada).
ALBERTO: Eu não gosto que minta para mim, Carolina! Onde você
esteve? (Chacoalha Carolina pelos braços).
CAROLINA:
Eu não te devo satisfações da minha
vida, me solte. O que pretende? Vai me atirar escada abaixo?
ALBERTO:
Aqui a única assassina é você.
CAROLINA:
E você também ou já esqueceu do
jornalistazinho? (Questiona ao se soltar).
ALBERTO: Eu não matei ninguém, por um acaso você tem provas?
(Segura o queixo de Carolina). Pobre coitada, você se acha muito esperta, não
é? Mas você não tem provas contra mim, isso sim chama-se crime perfeito, o que
não é o seu caso. Eu tenho fotos suas com o corpo da cafetina exploradora,
aquela que criou o seu filho bastardinho e escondi muito bem escondida a arma
que você utilizou para matá-la.
CAROLINA: Eu posso acabar com você! (Se irrita).
ALBERTO: Pense bem antes de tentar, posso estar com tudo
esquematizado para desmoronar o seu reino. Acho bom você não está aprontando
nada Carolina, ou eu vou me irritar muito e você sabe como eu sou quando estou
irritado, não sabe?
CAROLINA: Eu não tenho medo de você. Sabe qual é o seu problema,
Alberto? Dor de cotovelo! Você pode ter um sobrenome, se vestir, mas não tem um
passado muito honroso. Reclamou do que eu fiz com o meu filho, mas no fundo
você sente doer no seu interior o peso de ter passado pelo o mesmo... Você foi
tirado de um orfanato nojento pelos pais do Cadu, que não conseguiam ter um
filho e no fim o que aconteceu? O destino os surpreendeu com um filho biológico
e você ficou de lado como um estorvo, não foi? Seu adotado!
ALBERTO: (Alberto dá um tapa na cara de Carolina) Quem é você para
falar de virtudes e defeitos? Você não passa de uma ex-prostituta, uma rameira
das mais vulgares... Você acha que eu nunca te investiguei? Além de ser uma
qualquer, abandonar o próprio filho ao léu, você deu um golpe num fazendeiro e
sumiu com o dinheiro dele... Sempre aplicando golpes baratos... Você não vale
nada! Não se esqueça que você está em minhas mãos, agora suma da minha frente!
(Carolina cruza por Alberto e anda pelo corredor sentido
ao seu quarto).
CAROLINA: (Para no meio do corredor e se olha num espelho) Vai
pagar caro por esse tapa que me deu, eu estou preparando uma coisa que você não
vai esquecer nunca. Você não perde por esperar!
Cena 05 – Casa de
Benedito [Externa/Noite]
Música da cena: Não Olha Assim Pra Mim – OutroEu
(O carro de Tobias estaciona na frente da casa de
Benedito).
CORUJA: Eu fiquei muito feliz, Clarissa!
TOBIAS: Que bom que se sente assim, Coruja.
CLARISSA: Eu também, meu amor. Gosto muito da sua companhia, espero
te ver em breve na escola.
CORUJA: Ela pode ir até a fazenda para tomarmos banho de piscina,
Tobias?
CLARISSA: (Olha para Tobias sem jeito) Melhor não, meu bem. Podemos
nos encontrar aqui na cidade, podemos ir tomar um sorvete... Por minha conta, o
que acha?
TOBIAS: (Constrangido pela forma como se comportou no passado,
Tobias tenta apaziguar a situação) Aceite o convite, professora. Peço que me
desculpe pelos meus atos do passado, podemos passar uma borracha?
CLARISSA: É melhor você ir, Coruja! Já está tarde e na hora de você
ir para cama, outro dia nos encontraremos. Boa noite! (Clarissa desce do carro
e entra em casa).
TOBIAS: (Observa Clarissa descer do carro e entrar em casa).
CORUJA: (Percebe o olhar de Tobias para Clarissa) Você acha ela
bonita, não acha?
TOBIAS: Melhor irmos para casa, já está tarde! (Muda de assunto,
liga o carro e vão embora).
Cena 06 – Casa de
Luiza [Interna/Noite]
(Na sala de casa e sentados no sofá, Beto consola Beatriz
após o reencontro com a mãe).
BETO:
Está mais calma?
BEATRIZ:
(Suspira) Eu não quero voltar a ver
aquela mulher. Eu não consigo esquecer o mal que ela me fez, mas enfim... Não
quero mais falar sobre ela, vamos mudar de assunto?
BETO:
Melhor mesmo, que tal falarmos do
nosso noivado?
BEATRIZ:
Você não desistiu mesmo dessa ideia
maluca?
BETO:
Eu não vou desistir de você nunca,
nem por ninguém! (Promete enquanto lembra das ameaças de Orlando na casa de
Benedito).
BEATRIZ: Meu Deus! (Surpreende-se). Você venceu, eu vou começar a
organizar tudo. Em breve eu serei a sua noiva, é só o tempo de resolvermos os
trâmites da sua documentação perante a justiça com o seu nome provisório.
Certo?
BETO: Certíssimo! (Beto e Beatriz se beijam apaixonadamente).
Cena 07 – Plano
Astral [Externa/Dia]
ADELAIDE: Eu te avisei para não voltar a fazer isso, não avisei?
ORLANDO: Do que está falando?
ADELAIDE: Sobre essa sua obsessão e rivalidade com o Cadu, você
sabe muito bem que ele e a Beatriz são almas gêmeas e que só não viveram a
plenitude desse amor na outra vida por irresponsabilidade sua. Pare de tentar
mudar os planos de Deus, nós não somos o criador para modificar a vida das
pessoas Orlando... Se continuar utilizando seus poderes para o mal, eles serão
revogados e você pode ser mandado para longe daqui.
ORLANDO: Eu já perdi muita coisa, não tenho mais medo! Eu vou
ficar ao lado da minha mulher e da minha filha. Se for preciso, eu o matarei de
novo, como a outra vida.
ADELAIDE: Você não sabe mesmo o que diz! Por sua culpa, muitas
vidas foram modificadas em outra encarnação, eu não permitirei que você torne a
fazer isso nessa vida por conta de sua imaturidade e irresponsabilidade,
entendeu?
ORLANDO: (Aplaude) Nossa, que defesa! Agora você que sabe de
tantas coisas... Porque não me conta o que aconteceu depois que supostamente eu
causei a morte do Cadu quando ele era meu irmão?
ADELAIDE: Quer mesmo saber? Então eu vou te contar.
Cena 08 – Casa da
Família Grimaldi [Interna/Dia]
Atenção leitor(a): A partir de agora
faremos uma viagem no tempo e regressaremos algumas décadas e vidas passadas,
as próximas cenas serão ambientadas na década de 50.
Correntes, 1953
Música da cena: E Daí? (Proibição
Inútil) – Gal Costa
(Beatriz, Luiza, Luciana e Carolina
chegam em casa após o sepultamento de Cadu).
CAROLINA:
Bom, eu vou para o meu quarto tomar
um banho e trocar de roupa, tenho que ir até a modista acertar um pagamento que
deixei pendente e não posso adiar, com licença. (Carolina sobe a escada e vai
para o seu quarto).
LUCIANA: Minha filha, eu acho melhor você ir descansar... Você não
dorme tem dois dias!
LUIZA: Sua mãe tem razão, querida sobrinha. Dormir há de lhe
fazer se sentir um pouco melhor.
BEATRIZ: Minha vida acabou, o amor da minha vida morreu e eu não
tenho mais vontade de viver...
LUCIANA: Não diga isso meu amor, você ainda é muito jovem e irá
refazer a sua vida, pode amar de novo, ser feliz!
BEATRIZ: Eu nunca mais voltarei a amar, nunca mais! (Beatriz cai
numa crise de choro e logo começa a perceber que tudo está girando a sua
volta).
LUIZA: (Percebe que a sobrinha não está bem) O que você tem?
Sente-se mal Beatriz?
BEATRIZ: (Cai desmaiada no chão da sala).
Cena 09 – Ruas de
Corrente [Externa/Dia]
Música da cena: You Are My Destiny – Paul Anka
(Carolina caminha apressadamente por um parque florestal
na cidade com um semblante desconfiado).
CAROLINA: Onde será que ele está? (Fala sozinha).
ALBERTO: Bem aqui! (Puxa Carolina pelo braço e a beija).
CAROLINA: (Afasta-se de Alberto) O que pensa que está fazendo?
Principalmente depois do que você fez.
ALBERTO: As coisas fugiram do esperado, eu perdi a cabeça, você
tem que me entender.
CAROLINA: E como você quer que eu lhe entenda se você não seguiu o
combinado? Era para você ter matado a minha prima e assim eu me casaria com o
Cadu, você matou o homem que eu amava e agora a polícia está te procurando,
logo mais você estará apodrecendo na cadeia!
ALBERTO: Não se você me ajudar.
CAROLINA: Eu ajudar um patife como você? Nem por mil vestidos de
seda.
ALBERTO: (Segura com violência o braço de Carolina) Você vai me
ajudar sim, eu preciso de dinheiro para fugir e eu sei que sua família tem
posses, jóias. Se você não me ajudar, eu contarei a todos que você estava
planejando matar a sua prima para ficar com o noivo dela!
Cena 10 –
Cobertura Montenegro [Interna/Dia]
Atualmente, 2020.
Música da Cena: Encantada – Rafael Cortez e Sabrina
Parlatore
(Imagens da noite de Recife são apresentadas e logo dão
lugar a cenas de um novo dia nascendo com à chegada do sol. Surge a fachada do
prédio onde Carolina mora. Ela está sentada a mesa tomando café da manhã).
RANGEL: Deseja mais alguma coisa, senhora? (Diz após servir o
suco de laranja num copo).
CAROLINA: (Tira fotos do seu prato para postar nas redes sociais) O
meu cunhado já tomou café? (Questiona enquanto olha se as fotos ficaram boas no
celular).
RANGEL: Ele não quis comer, saiu logo cedo e disse que foi para a
empresa.
CAROLINA: Está bem! (Diz para logo em seguida morder um pedaço da
torrada com geleia).
RANGEL: (Permanece em pé ao lado de Carolina e olhando para ela).
CAROLINA: O que foi estrupício? Não me diga que quer um pedaço da
minha torrada? Ou vai me dizer que está esperando que eu te convide para sentar
a mesa e tomar café comigo?
RANGEL: Não senhora, é que se não deseja mais nada, eu gostaria
de permissão para sair. Hoje é sábado, dia de feira e eu irei acompanhar a
Doralice.
CAROLINA: E você está esperando o que para sumir da minha frente,
otário? Chispa! Já cansei de ver essa sua cara de pobre esfomeado. E nada de
atacar os meus brioches na cozinha, na minha casa a comida de empregado é arroz
com sardinha. Agora desapareça da minha frente!
RANGEL: (Sai da sala de jantar revirando os olhos sem que
Carolina perceba).
(Na cozinha).
DORALICE:
(Faz bico enquanto faz uma selfie)
Preciso atualizar os dodômores, meus fãs.
RANGEL:
Eu espero que você já esteja pronta,
precisamos ir num pé e voltar no outro, megera está naqueles dias.
DORALICE:
Eu não sabia que cobras entravam
naqueles dias. Aqui pra surucucu influencer! (Doralice mostra a língua e faz
uma careta).
RANGEL: (Dá uma risada) Vamos embora, Dora! (Rangel conduz
Doralice até a saída pela porta de serviço e logo em seguida fecha a porta, ao
sair também).
(Carolina ainda está tomando café na sala de jantar
quando a campainha toca).
CAROLINA: Que inferno, quem será? Mas será possível que eu não
posso mais tomar café em paz? Se for a dupla de otários da classe “E”, eu vou
jogá-los pela janela! (Carolina levanta-se e vai até a porta, em seguida
destranca e por fim a abre).
IARA: Oi amiga, cheguei a tempo do café da manhã? (Diz ao ver
Carolina).
A câmera foca em Iara sorrindo
ironicamente para Carolina, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela
azul da cor do céu.
Trilha Sonora Oficial, clique aqui.
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