Alto Mar - Capítulo 12

ALTO MAR 

WEBSÉRIE DE GABRIEL PRETTO

REALIZAÇÃO RANABLE WEBS

CAPÍTULO 12 

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Cena 1: Casa de Paola/Puerto Limon/Anoitecer/

Paola e Keylor está conversando.

Keylor: Foi morto? Como assim morto? Tipo assassinado?

Paola: Eu não sei nem como te dizer isso...mas...tem esse...homem que vivia dando em cima de mim no navio. Ele tinha um pouco de ciúmes do seu pai.

Keylor fica com raiva no olhar.

Keylor: Tá, mas por que razão você acha que foi ele?

Paola: No dia do naufrágio, eles ficaram lá nos decks inferiores, e só ele saiu de lá. Ele me disse que ele caiu da escada por causa de uma ‘’inclinada’’ que o navio deu. Mas eu estava subindo e não senti o navio inclinando, não de forma brusca.

Keylor: Onde tá esse homem?

Paola: O quê?

Keylor (irritado): Onde tá esse homem!? Qual o nome dele?

Paola (nervosa): Eu não vou te dizer. Eu não quero que você faça nenhuma besteira. Vamos esquecer isso por agora.

Keylor: Como assim esquecer? Esse homem fica dando em cima de você e ainda mata o papai por ciúme!?

Paola: Keylor, por favor se acalma filho. 

Keylor: Olha, agora eu vou esquecer isso. Mas por sua causa. Eu não quero que você sofra por isso. Eu vou lá pra cima. Ninguém toca nesse assunto.

Keylor continua comendo e Paola fica com um olhar preocupado.

Cena 2: Casa de Gallego/Quarto/Madrugada/

Gallego está tentando dormir e está olhando para o teto. A câmera foca em seu rosto, que está assustado.

Flashback On

Gallego relembra o momento com Diego no naufrágio. Todos estão se preparando para subir.

Ludim: Peguem essas coisas! Todos! Levem o que puder! Não temos mais tempo!

Todos pegam os sacos que conseguirem e sobem as escadas.

Diego sobe a escada.

Gallego: Diego, espera!

Diego para.

Diego: O que foi?

Gallego: E o destilador?

Diego: Caralho! Ele ficou no armazém;

Gallego: Então vem aqui! Vamo achar isso logo!

Diego desce e ele e Gallego entram no armazém procurando pelo destilador. Eles não estão conseguindo achar. A câmera mostra eles revirando todas as caixas que conseguem e olhando por todos os cantos. Eles não conseguem achar.

Diego: Eu não tô achando! Meu deus! Me ajuda!
Gallego: Calma! Continue procurando!

Gallego finalmente acha o destilador.

Gallego: Achei! 

Diego: Achou? 

Gallego: Sim. Vem! Vamos sair daqui logo!

Diego e Gallego saem do Armazém. A câmera mostra caixas escorregando e caindo no chão devido a inclinação.

Os dois estão na escada prontos para subir.

Diego: Esquecemos alguma coisa?

Gallego: Não sei...peraí, eu esqueci sim. Se você me permite…

Gallego entra na frente de Diego, empurra ele, o que faz com que ele caia da escada, role por alguns degraus e bata a cabeça. Ele ainda está consciente.

Diego: Ai...o que…

Gallego desce as escadas.

Diego: Você tá louco. Tá querendo me matar?

Gallego: CALA A BOCA!

Gallego chuta Diego e começa, joga o destilador nele e começa a golpear a cabeça dele com chutes, socos e o destilador em si. Ele espanca Diego por mais ou menos meio minuto. Vemos ele batendo e chutando o homem com toda a sua força, o que deixa a sua cabeça sangrando e ele fica atordoado. 

Finalmente, após terminar o serviço, ele pega o destilador. Suas mãos estão cheias de sangue. Ele olha para Diego, que está agonizando no chão, e caminha pelo corredor com um rosto abalado. De repente ele ouve a voz de Ludim no corredor.

Ludim: Diego! Diego! Gallego! Onde vocês tão? 

Flashback off.

Cena 3: Casa de Ludim/Sala/Madrugada/

Ludim está sentado no sofá, abalado pelo o que aconteceu. Carlos desce as escadas e vê Ludim sentado.

Carlos (sentando no sofá): Tá acordado ainda filho?

Ludim: Eu não sei se quero dormir. Eu não sei o que pensar. Tem tantas coisas passando pela minha cabeça agora.

Carlos: Eu posso imaginar.

Os dois ficam em silêncio por um tempo.

Carlos: Não se sinta sozinho nesse estado. Depois que a sua mãe morreu e eu descobri que você tinha sumido...

Carlos suspira.

Carlos: Eu não sabia nem por onde começar. Eu só pensava em te encontrar. Eu já perdi a Elena, não ia te perder também. Eu te amo Ludim. Te amo muito. Por mais que você não perceba, eu te amo. Eu morreria pra te salvar. Quem sabe você não vai lá pra cima dormir e descansar.

Ludim: Eu não sei se vou conseguir.

Carlos: Mas tenta. Pelo menos tire um cochilo.

Ludim: Tá bom.

Os dois se levantam e sobem as escadas.

Cena 4: Quarto de Carlos/Madrugada/

Carlos está tentando dormir.

Flashback on

Ludim: ‘’É para NÓS cuidarmos da casa dela.’’ Ela não ia dizer isso. Por que ela provavelmente ia dizer pra mim tomar conta da casa dela. Por que você nunca fez absolutamente nada por sua esposa. Sempre ficava jogado na porra do sofá coçando o saco. Não se incomodou em ir procurar emprego de verdade pra ajudar a pagar o tratamento. 

Carlos: Eu não estou brincando.

Ludim: E eu muito menos! Você foi um esposo infiel!

Carlos dá um tapa em Ludim. Ele encara o pai com ódio.

Carlos (transtornado): Para e olha o que você está falando.

Ludim: E eu tô falando alguma mentira?

Carlos: Você perdeu completamente a linha, Ludim. Eu sei que você está revoltado com isso tudo. E você tem todo o direito de estar assim. Mas eu não admito que você se refira a mim dessa forma.

Ludim: Então de que forma você quer que eu me refira a você Carlos?. Já sei! Fracassado, pode ser?

Carlos: ME RESPEITE!

Carlos acerta outro tapa no filho, que cai no chão, encara com desgosto o seu pai e se levanta. Carlos fica antenado novamente e percebe o que fez.

Carlos: Ludim…

Ludim: Você falou as suas ‘’verdades’’...e agora eu vou falar as minhas. E você vai ouvir sem dar UM piu. Você tá me entendendo?
Carlos: Espera! Eu tenho mais coisas para dizer! Depois você me faz a sua sentença!

Ludim: ENTÃO FALA DE UMA VEZ! Fala de uma vez pra eu não ter que ouvir merda depois.

Carlos: Eu sei que provavelmente você vai me matar por isso, mas eu vou assumir o que fiz. Eu sei que eu deveria ter te ligado logo após eu receber a notícia, mas eu fui pro bar beber.

Ludim: Quê?

Carlos: Eu fui beber no bar.

Ludim: Não, não. Você só pode tá de brincadeira comigo. SÓ FALTAVA ESSA!

Carlos: Eu ainda não terminei!
Ludim: Então termina!

Carlos: O velório está agendado para quarta feira. Eu devia ter te ligado pra termos uma chance de mudar a data, mas agora já era.

Ludim: Não...você não fez isso.

Carlos: Eu fiz...e estou falando agora porque é melhor já diz-

Ludim: Eu não acredito QUE EU TO OUVINDO ISSO!

Ludim dá um soco no pai, que cai no chão. Carlos fica muito assustado

Carlos: V...vo...você...m...me

Ludim: Sim, eu te bati. BATIA DE NOVO! 

Flashback off.

Carlos (chorando): O Ludim me ama. Só foi momentâneo. Ele me ama...eu acho.

Cena 5: Casa de Paola/Manhã/

Paola está tomando banho depois de acordar. Ela está passando sabonete no corpo. Ao lavar as partes intimas, ela sente dor, e ao terminar, ela repara numa coloração rosa no sabonete.

Paola: O quê? O que é isso?

Flashback on

Gallego está escorando Paola na parede.

Paola: Me solta pelo amor de deus! Me solta!

Gallego: Hum...aqui não tem muita privacidade. Vamos...aqui nesse quartinho. Aqui é perfeito.

Gallego arrasta Paola até o quarto de faxina

Gallego: Não se preocupe Paola. A noite tá só começando. Se aquele seu marido é fraco na cama, eu vou resolver esse problema.

Paola: O que é que você quer fazer comigo garoto? Pelo amor de deus!

Gallego: Primeiro de tudo, pare de berrar e tira a roupa.

Paola: O que…

Gallego: Tira a roupa, eu falei!
Paola: Não…

Gallego: Me obedece, se não as coisas vão ser piores pra você, querida.

Paola, soluçando, tira todas as suas roupas.

Gallego (se aproximando): Agora fique calma.

Paola: Por favor Gallego. Eu sou uma mulher casada. Eu não posso transar com outro ho-

Gallego dá um tapa em Paola, vira e escora ela de costas pra parede, tampa a boca dela com sua mão e começa a penetrá-la.

Flashback off

Paola: Não...não, não, não! NÃO PODE SER!

Paola desliga o chuveiro, se enrola no toalha, vai pro quarto, senta na cama e começa a chorar em desespero. Keylor ouve o choro da mãe e entra no quarto

Keylor: Mãe? Tá tudo bem.

Paola (nervosa): Não. Eu não to.

Keylor: O que foi que houve

Paola: Eu acho que eu to grávida. Eu acho que eu to grávida do seu pai.

Keylor: Por quê?

Paola: Eu venho sentindo cólicas e...eu tava tomando banho e o meu corrimento ta rosa.

Keylor fica em silêncio.

Cena 6: Quarto 204/Hotel Caribe/Noite/

Laerte entra no quarto procurando por Lorenzo.

Laerte: Lorenzo?

Laerte não encontra Lorenzo no quarto.

Laerte: Ué? Ele saiu? Se ele saiu, ele teria me avisado...

Laerte fica em silencio por um tempo.

Laerte: Pensando bem...ele já está saindo demais para o meu gosto. Onde ele ta indo?

Laerte caminha pelo quarto e vai para o lado da cama. Ele percebe um papel debaixo da cama, se abaixa e pega.

Laerte: O que é isso?

Bar El hijo – Playa Bonita

Me encontra lá as 16:00

Seja discreto

Vinicio

Laerte: O quê? Não, ah não. Não pode ser. Só faltava essa!

Alina entra no quarto.

Alina: O que foi? Aconteceu alguma coisa? Você parece nervoso.

Laerte: Olha isso.

Alina pega o papel e lê.

Alina: E...o que exatamente é isso?

Laerte: Você sabe onde está o Lorenzo?

Alina: Não. E isso não responde a minha pergunta.

Laerte: Eu acho que o Lorenzo ta por trás do golpe que vazou o desaparecimento do Atena.

Alina: O quê?

Laerte: É. Isso mesmo. Tá escrito Vinicio aí.

Alina: Eu vi. E esse bar... ele é aqui pertinho.

Laerte:                 Ele deve ta lá. Deve estar com aquele Vinicio. Eu vou pra lá agora mesmo.

Alina: Como assim?

Laerte: Eu preciso ir.

Laerte sai do quarto apressado.

Cena 7: Casa de Ludim/Noite/

Carlos está saindo de casa. Ludim está sentado no sofá.

Ludim: Indo a algum lugar pai?

Carlos: Sim, vou visitar sua mãe. Quer ir junto?

Ludim: Acho que não. Só quero ficar em casa.

Carlos: Tá bom. Se sentir fome, pode comer as sobras do almoço.

Ludim: Ok, mas antes acho que vou tomar um banho.

Carlos: Tudo bem. Beijo.

Ludim: Outro.

Carlos sai de casa.

Cena 8: Transito/Puerto Limon/Manhã/

Laerte está correndo apressado em direção ao bar. Enquanto isso, Carlos está dirigindo naturalmente até a casa de sua mãe.

Laerte: Será que ele ta lá mesmo? Se ele estiver eu vou acabar com ele. Como ele têm a audácia de me enfrentar? Quem ele acha que eu sou?

Laerte atravessa a rua no escuro. Enquanto isso, o carro de Carlos se aproxima. Ele está com os faróis ligados. Laerte percebe o carro, mas Carlos sua percebe o homem quando ele já está perto. Laerte fica paralisado. Para evitar que Laerte seja atropelado e vista a proximidade com o carro e a velocidade do veiculo, Carlos virá de forma brusca com o volante. Ele consegue desviar de Laerte, mas ao tentar recuperar o controle do carro, o veículo derrapa e capota várias vezes.

Cena 9: Casa de Ludim/Noite/

Ludim está comendo o resto de arroz que sobrou do almoço. Alguém aperta a campainha da casa.

Ludim: Já vai! Caramba, o que querem a essa hora?

Ludim abre a porta. É Constância.

Ludim: Oi vó. Tudo bem?

Constância: Seu pai está?

Ludim: Não. Ele saiu. Disse que ia à sua casa.

Constância: Hum, droga. Mas não faz mal. É com você que eu quero falar.

Ludim: Pode entrar então, senta ali no sofá.

Constância entra e senta no sofá.

Constância: Tava jantando meu querido?

Ludim: Tava sim vó. Mas depois eu termino.

Constância: Como está se sentindo?

Ludim (sentando): Tô bem. E a senhora?

Constância: Eu to muito preocupada.

Ludim: Por quê?

Constância: O meu...você sabe...estabelecimento. Ele ta cheio de dividas e eu to sem dinheiro pra pagar elas. Logo ele vai fechar.

Ludim: Vó, você não precisa ter vergonha de chamar de ‘’bordel’’. Eu sou seu neto. Você é basicamente a minha segunda mãe. Sobre as dividas, sabe a Coimbra? Então, eles vão se encarregar de pagar fiança aos tripulantes do Atena pra reparar o prejuízo. Mas antes eles têm que achar o resto das vítimas. E com o dinheiro que eu receber, você pagar as suas dividas.

Constância: Sério mesmo?

Ludim: Sim.

Constância: Não senhor. Você vai ficar com o dinheiro porque ele é seu. Eu não quero te dar prejuízos.

Ludim: É prejuízo te ajudar com o seu trabalho? A família vem em primeiro.

Constância: Muito obrigado Ludim. Eu não sei como te agradecer.

Ludim: Não precisa agradecer.

Cena 10: Estrada/Puerto Limon/Noite/

A câmera foca em Laerte, que está em choque pelo o acidente. Ele corre até o acidente para prestar socorro.

Laerte (nervoso): Meu deus do céu! Meu deus do céu! Ei!

O carro está de ponta cabeça. Laerte se aproxima da porta do motorista e se abaixa para ver quem está ali.

Laerte: Senhor! Meu deus! Senh-

Laerte reconhece Carlos e fica em choque ao perceber que ele está desacordado.

Laerte: Meu deus...o que...o que...o que foi que eu fiz. Eu matei ele! Eu matei! Eu matei ele meu deus do céu.

Laerte entra em pânico, se levanta e sai dali.

Cena 11: Quarto 204/Hotel Caribe/Noite/

Lorenzo chega no seu quarto depois de dar uma saída. Alina está sentada na cama esperando por ele.

Lorenzo: Que isso? Que susto que você me deu Alina. O que foi?

Alina: Onde você tava?

Lorenzo: Ah...eu fui jantar ali no restaurante do lado.

Alina: Você acha que eu sou idiota?

Lorenzo: Como assim?

Alina mostra o bilhete.

Alina: Me explica isso.

Lorenzo: Onde você achou isso?

Alina: Não fui eu que achei não, Lorenzo. Foi o Laerte.

Lorenzo gela por dentro.

Alina: Vai! Me diz!
Lorenzo: Isso foi naquela vez que o Vinicio apareceu aqui. Ele me deu isso, mas eu não dei atenção.

Alina: Não me faz de idiota.

Laerte (no corredor com uma voz nervosa): Alina! Pelo amor de deus. Cadê você?

Cena 12: Corredores/Hotel Caribe/Noite/

Laerte: Alina!
Alina (saindo do quarto): Tô aqui. O que aconteceu?

Laerte: Eu não fiz de propósito. Eu não o vi.

Alina: Do que você ta falando?
Laerte: Eu provoquei um acidente Alina. Eu matei alguém.

Alina fica em silencio.

Alina: Hã...quem sabe a gente não vai aqui no seu quarto pra você se acalmar. Vem. Você precisa relaxar.

Alina leva Laerte para o quarto.

Cena 13: Casa de Carlos/Noite/

Ludim está assistindo televisão quando o telefone toca. Ele se levanta,  vai até o aparelho e atende.

Ludim: Alô?

Homem (na linha): Boa noite. Essa casa é de Carlos Muñoz?
Ludim: É sim. O que eu senhor deseja? É o filho dele que fala.

Homem: Hã...senhor...eu tenho uma noticia urgente para lhe dar. É do hospital de Puerto Limon. Seu pai acabou de dar entrada.

Ludim (confuso): O que aconteceu com ele?

Homem: Seu pai sofreu um acidente de transito, senhor. Eu preciso que alguém venha aqui imediatamente.

Ludim fica perplexo e fica em silêncio.

Homem: Alô? Você ainda está ai?

A câmera foca no rosto de Ludim, que está nervoso. A imagem congela em Ludim. O fundo fica desfocado e a imagem inteira fica azul.

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