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Julia - Capitulo 24











JÚLIA

Uma novela criada e escrita por 
RAMON FERNANDES

CAPÍTULO 24
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CENA 01. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA
MÚSICA: “Não Me Deixe Só – Vanessa da Mata”
TAKES DO RIO DE JANEIRO AMANHECENDO. TAKES DO CRISTO REDENTOR, RECEBENDO VÁRIOS TURISTAS. PÃO DE AÇÚCAR COM BASTANTE MOVIMENTAÇÃO TAMBÉM. AS PRAIAS ENCHENDO EM DIA DE DOMINGO. 
ÚLTIMO TAKE NA FACHADA DE UMA DELEGACIA DE POLÍCIA. VIATURA PARANDO NA PORTA.
CORTA PARA

CENA 02. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INTERIOR. DIA
AMBIENTE DE DELEGACIA. O DELEGADO RAJÃO EM SUA MESA. ESCRIVÃO NA MESA AO LADO. NA FRENTE DO DELEGADO, CÂM REVELA MARIA EDUARDA.
RAJÃO    — Desculpe mandar chamar a senhora na delegacia, em pleno Domingo, mas as atuais circunstâncias me obrigam a isso, dona Maria Eduarda.
M. EDUARDA    — Só Eduarda, delegado, por favor.
RAJÃO    — (Sorri) Eduarda, então. Melhor?
M. EDUARDA    — Melhor seria se não estivéssemos tendo essa conversa em uma delegacia, mas já que não tem outro jeito.
RAJÃO    — Pense pelo lado positivo, quanto antes escalrecermos esse crime contra o seu marido, o doutor Roberto Assunção, menos tempo a senhora terá que ficar aqui.
MARIA EDUARDA CONCORDA, VISIVELMENTE INCOMODADA. O DELEGADO SE ENTREOLHA COM O ESCRIVÃO.
RAJÃO    — Vamos começar? O que a senhora lembra do dia do crime, ou, do casamento de seu filho caçula, que seja.
CLOSES ALTERNADOS. EM MARIA EDUARDA, DESCONFORTÁVEL.
CORTA PARA

CENA 03. MANSÃO ASSUNÇÃO. SUÍTE VITÓRIA E DAVI. INTERIOR. DIA
VITÓRIA E INGRID SE ABRAÇAM.  
INGRID    — Que saudade, filhinha.
VITÓRIA    — Exagerada, hein, mamãe! Saí de casa não tem nem 24 horas.
INGRID    — E daí? Já sinto falta da minha princesinha. (Sorri) Mas então, me conta tudo. Como foi a noite de núpcias do casal?
VITÓRIA SENTA NA CAMA, BEM PARA BAIXO.
VITÓRIA    — Não foi, né, mamãe. O Davi dormiu no quarto de hóspedes. Acho que nem vamos compartilhar o mesmo quarto.
INGRID    — Mas isso era de se esperar. O Davi casou quase obrigado. Acho que se o Roberto tivesse empacotado antes, esse casamento nem saía.
VITÓRIA    — Mamãe!
INGRID    — Ué, verdade. Vamos trabalhar com a sinceridade, né, minha filha? Mas mamãe trouxe um presentinho que vai te ajudar e muito!
VITÓRIA    — (Animada) Presentinho?
INGRID TIRA DA BOLSA UMA EMBALAGEM E ENTREGA A FILHA. VITÓRIA LÊ A EMBALAGEM E NÃO ENTENDE.
VITÓRIA    — Mas isso aqui é?
INGRID    — Ora, Vitória. Uma barriga falsa! Você vai precisar em breve, pra poder enganar esse bando de trouxas!
VITÓRIA RI. INGRID SORRINDO. A PORTA SE ABRE, ENTRA PAULINA.
PAULINA    — Desculpa, Vitória. Achei que não tivesse ninguém no quarto.
VITÓRIA    — (Levanta nervosa) Empregadinha enxerida você, hein, sua velha? Não bate na porta antes de entrar não? Acha que tá no seu barraco?
PAULINA    — Eu preciso limpar o quarto, Vitória.
INGRID    — Não vê que a Vitória está ocupada agora, hein, empregada? Sai, xô!
PAULINA DÁ UMA OLHADA PARA A EMBALAGEM NA MÃO DE VITÓRIA, QUE ESCONDE EM SEU CORPO, DISFARÇANDO.
VITÓRIA    — Tá esperando o quê, Paulina? Sai, velha intrometida!
PAULINA    — Licença.
PAULINA SAI DESCONFIADA. VITÓRIA ENCARA A MÃE.
VITÓRIA    — Será que ela desconfiou de algo?
INGRID    — Nada. E empregado pensa?
AS DUAS RIEM. VITÓRIA OLHA PARA A EMBALAGEM COM A BARRIGA FALSA, COMEMORANDO.
CORTA PARA

CENA 04. MANSÃO ASSUNÇÃO. CORREDOR. INTERIOR. DIA
PAULINA VINDO POR ALI, PENSATIVA.
PAULINA    — O que será que era aquele pacote? O que essa vaca tava escondendo?
PAULINA CAMINHANDO PELO CORREDOR, MAQUINANDO.
CORTA PARA

CENA 05. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INTERIOR. DIA
Continuação imediata da cena 03.
ABRE NO ESCRIVÃO DIGITANDO O DEPOIMENTO DE MARIA EDUARDA. ELA, NERVOSA, EM FRENTE AO DELEGADO. 
M. EDUARDA    — E é isso tudo o que eu sei. Eu vi o Roberto entrando no escritório, tava bebendo muito. Enfim, depois que só vi o meu marido morto.
RAJÃO    — Certo. E bem, você sabe se seu marido tinha algum desafeto? Alguém que tivesse alguma razão concreta pra cometer o crime?
EDUARDA ENGOLE SECO. ENCARA O DELEGADO.
M. EDUARDA    — Bom, não é segredo pra ninguém isso. O meu marido tinha perdido a presidência pro sócio, Arthur Bacelar.
RAJÃO    — Então, a senhora acha que esse Arthur tenha algum envolvimento com a morte do seu marido? Acha que ele pode ter sido o autor do crime contra o doutor Roberto?
M. EDUARDA    — O Arthur estava chantageando o Roberto com um dossiê. Um dossiê que acho que seja forjado. Nunca soube de nenhuma irregularidade do Roberto na construtora durante esses anos todos. 
RAJÃO    — Sei. Bom, e esse dossiê? Onde está?
M. EDUARDA    — Com quem mais, seu delegado? Com o próprio Arthur Bacelar.
CLOSES ALTERNADOS. NO DELEGADO RAJÃO, PENSATIVO.
CORTA PARA

CENA 06. DELEGACIA. RECEPÇÃO. INTERIOR. DIA
JÁ ABRE EM ARTHUR CHEGANDO NA RECEPÇÃO DA DELEGACIA. ÓCULOS ESCUROS, CARA DE POUCOS AMIGOS. ELE SE APROXIMA DE UM POLICIAL.
ARTHUR    — Vim falar com o delegado. Ele está?
RAJÃO    — (OFF) Boa tarde, doutor Arthur. Delegado Rajão, prazer!
RAJÃO ESTICA O BRAÇO E CUMPRIMENTA ARTHUR, ELE SORRI AMARELO. NO DELEGADO.
CORTA RAPIDAMENTE PARA

CENA 07. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INTERIOR. DIA
ARTHUR SENTADO DIANTE DO DELEGADO. ESCRIVÃO EM SUA MESA.
ARTHUR    — (Ri) Dossiê contra o Roberto? É mentira, delegado. Eu nunca fiz qualquer dossiê contra alguém, ainda mais contra o Roberto, que era meu sócio na construtora.
RAJÃO    — Mas é fato que o senhor assumiu a presidência da Assunção Engenharia, desbancando o doutor Roberto Assunção. Correto?
ARTHUR    — Sim, correto. Mas eu apenas assumi temporariamente a presidência. E foi de comum acordo, o Roberto tinha contraído dívidas antigas com a minha financeira, a Bacelar, e nós conversamos. Resolvemos que eu assumiria os negócios da construtora, até que o doutor Roberto pudesse salvar a dívida que tinha com a financeira. Muitas pessoas fazem isso.
RAJÃO    — Muitas? Poucas! Quase ninguém que eu conheça, doutor Arthur.
ARTHUR RESPIRA FUNDO. ENCARA O DELEGADO. 
ARTHUR    — Isso ainda não me coloca na cena do crime, delegado. Nem faz de mim o principal suspeito. Se eu fosse o senhor, investigaria melhor na própria família Assunção. Os filhos, a esposa, talvez. Convivendo com o Roberto, que era um homem tão difícil, não seria nenhuma surpresa que fosse algum deles. 
O DELEGADO O ENCARA, CONCORDA. INSTANTES.
RAJÃO    — O senhor se importa se fizéssemos uma revista na sua casa, e nos escritórios, tanto da construtora quanto da financeira Bacelar?
BAQUE. ARTHUR ESTRANHA, FRANZE O ROSTO.
ARTHUR    — Como assim, uma revista?
RAJÃO    — Se o senhor diz não ter nenhum dossiê, acredito que não tenha nenhum problema de fazermos uma revista e comprovarmos. Entenda, doutor Arthur, é uma investigação. Espero que não tenha nenhum problema.
ARTHUR ENGOLE SECO. NELE, FURIOSO.
CORTA PARA

CENA 08. ASSUNÇÃO ENGENHARIA. SALA DA PRESIDÊNCIA. INTERIOR. DIA
SEM MOVIMENTAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS NO LOCAL. APENAS TRÊS POLICIAIS QUE VEM DE PONTOS DIVERSOS DO ESCRITÓRIO. ARTHUR ALI, SENTADO, EM SUA CADEIRA. O DELEGADO RAJÃO TAMBÉM VEM VINDO POR ALI. 
ARTHUR    — (Impaciente) Então, delegado Rajão? Encontrou algum dossiê?
RAJÃO NEGA COM A CABEÇA. SORRI AMARELO.
RAJÃO    — Não há nada aqui. Nem na financeira.
ARTHUR    — E muito menos na minha casa. (Levanta) Agora que já fuçaram em tudo, viram que não tem nenhum dossiê, até porque isso é um absurdo. Eu peço que por favor, tenho que fechar a construtora. Ainda quero ver se não perco completamente o meu Domingo.
ARTHUR VAI SE ENCAMINHANDO ATÉ A PORTA. O DELEGADO O ENCARANDO, FIRME.
RAJÃO    — Peço que fique atento, doutor Arthur. As investigações continuam, e caso ainda seja necessário um novo depoimento, nós pedimos que o senhor compareça a delegacia.
ARTHUR SORRI AMARELO. CONCORDA.
RAJÃO    — Ah, e não viaje! Não saia da cidade!
O DELEGADO SAI, SEGUIDO DOS POLICIAIS. ARTHUR FECHA A PORTA E ESPUMA DE RAIVA.
ARTHUR    — Onde será que foi parar esse maldito dossiê? Inferno!
NELE, FURIOSO.
CORTA PARA

CENA 09. MANSÃO ASSUNÇÃO. SUÍTE VITÓRIA E DAVI. INTERIOR. DIA
A PORTA SE ABRE LENTAMENTE. PAULINA ENTRA, ESPREITANDO POR ALI. 
PAULINA    — (Chama) Vitória? Com licença, vim fazer a faxina. Vitória?
INSTANTES. NINGUÉM APARECE. PAULINA SORRI. VAI ATÉ O ARMÁRIO, PROCURA EM GAVETAS, DENTRO DO ARMÁRIO. PROCURA EM OUTRAS GAVETAS, ATÉ QUE ENCONTRA A EMBALAGEM COM A BARRIGA FALSA. PAULINA ESPANTADA.
PAULINA    — Então quer dizer que a vaquinha enjoada não tá grávida de verdade? (Ri) Ah, Vitória, mas essa informação vai custas mais caro do que você imagina!
PAULINA BEIJA A EMBALAGEM, SACUDINDO ELA NO AR.
CORTA PARA

CENA 10. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE
MÚSICA: “Spending My Time – Roxxete”
O RIO DE JANEIRO VAI ANOITECENDO. TAKES DO BAIRRO DA LAPA, BARES E CASAS NOTURNAS ENCHENDO. ÚLTIMO TAKE NA FACHADA DA MANSÃO BACELAR. MÚSICA OFF.
CORTA PARA

CENA 11. MANSÃO BACELAR. SALA. INTERIOR. NOITE
INGRID ANDA DE UM LADO AO OUTRO DA SALA. O ADVOGADO SENTADO NO SOFÁ.
ADVOGADO    — Acalme-se, Ingrid! Nós temos que repassar o que você vai dizer amanhã na audiência.
INGRID    — Eu não tenho como ficar calma, doutor. Eu posso ser condenada por aquele/ (Se corrige) Por aquele rapaz.
ADVOGADO    — O importante é repassarmos o seu depoimento. Tudo o que dirá perante o juíz. O que a senhora falar, não pode ter brechas para o tal Bruno poder contestar, Ingrid.
INGRID    — E você acha que eu tenho alguma chance de ser condenada nessa audiência, doutor?
INGRID MUITO NERVOSA.
CORTA PARA

CENA 12. CASA DE BRUNO. SALA. INTERIOR. NOITE
JÁ ABRE EM HELENA RESPONDENDO NESTA CENA.
HELENA    — Todas, Bruno! Hoje, racismo, ou melhor, injúria racial, no Brasil é crime inafiançável! A Ingrid tem todas as chances de sair condenada naquele tribunal amanhã.
GABY CHATEADA. BRUNO PERCEBE, ABRAÇA A NAMORADA.
BRUNO    — Eu sei que você fica chateada com esse assunto, Gaby.
GABY    — Tudo bem, amor. A minha mãe precisa saber que os atos dela tem consequência.
HELENA    — Mesmo que seja o pagamento de algumas cestas básicas, Gaby.
BRUNO    — Cesta básica, Helena? Mas você não disse que a condenação da Ingrid é certa? Que é um crime inafiançável?
HELENA    — Sim, Bruno. E é, mas infelizmente, a Ingrid não foi pega em flagrante. Nós temos o vídeo no bistrô, temos os depoimentos, enfim, mas talvez isso não seja o suficiente para garantir a prisão da Ingrid nesse processo.
BRUNO NERVOSO, REVOLTADO, PASSA A MÃO PELA CABEÇA.
BRUNO    — Inacreditável que pessoas como a Ingrid façam essas coisas e nada aconteça com elas, Helena. É muita injustiça, muita impunidade!
GABY    — Calma, amor.
HELENA    — É isso mesmo, Bruno. Mantenha a calma e a fé. Hoje, casos de racismo não passam mais tão impunes assim, no Brasil. Claro que estamos bem longe de ter um respaldo legislativo que seja eficaz pra esses crimes, mas tenha fé! A Ingrid não vai sair impune dessa vez!
BRUNO RESPIRA FUNDO. GABY, AO SEU LADO. EM HELENA, CHEIA DE ESPERANÇA.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 13. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA
MÚSICA: “Rocket Man” – John Kip
AMANHECE NA CIDADE. O SOL SURGINDO POR ENTRE O MORRO DOIS IRMÃOS. UM DIA LINDO VEM MARCANDO AS SEQUÊNCIAS A SEGUIR. ÚLTIMO TAKE NA FACHADA DA ASSUNÇÃO ENGENHARIA. MOVIMENTAÇÃO NA AVENIDA EM FRENTE. MÚSICA OFF.
CORTA PARA

CENA 14. ASSUNÇÃO ENGENHARIA. SALA DE REUNIÕES. INTERIOR. DIA
REUNIÃO JÁ INICIADA. ARTHUR NA CABECEIRA DA MESA. ACIONISTAS E INVESTIDORES TAMBÉM PRESENTES.
ARTHUR    — Não é a morte do ex-presidente Roberto Assunção, que irá paralisar os nossos negócios, senhores. Não pensem por um momento que a construtora irá para o buraco. Eu, como presidente, farei o possível e o impossível para que a Assunção Engenharia não decline. Com o respaldo da minha financeira, a Bacelar, os nossos projetos estão mais que assegurados. Bom, a nossa próxima pauta/
FALATÓRIO NO EXTERIOR DA SALA. VOZES ALTERADAS. ARTHUR PARA A REUNIÃO. A PORTA SE ABRE, LEANDRO ENTRA MUITO ALTERADO NA SALA. ENCARA ARTHUR.
ARTHUR    — O que significa isso?
LEANDRO    — Quem vai ter que me explicar o que significa aqui, é você, seu verme! Os seguranças impediram a minha entrada hoje no prédio, falaram que foram ordens suas! O que tá acontecendo aqui?
ARTHUR LEVANTA E ENCARA LEANDRO DE FRENTE.
ARTHUR    — E foram ordens minhas! Você não faz mais parte do corpo de acionistas dessa empresa. Aliás, você está demitido, Leandro Assunção. 
LEANDRO    — (Ri não acreditando) Como é?
ARTHUR    — Não precisa nem se dar ao trabalho de pegar as suas tralhas, a secretária já encaixotou tudo e vai mandar pra sua casa.
LEANDRO    — (Berra) Seu desgraçado!
LEANDRO PARTE PARA CIMA DE ARTHUR, LHE DANDO UM SOCO CERTEIRO NO ROSTO. ARTHUR CAMBALEIA COM A FORÇA DO GOLPE E VAI AO CHÃO. OS SEGURANÇAS ENTRAM NA SALA E DETÉM LEANDRO.
LEANDRO    — (Agressivo) Me soltem! 
ARTHUR    — (Tom) Coloquem esse idiota na rua! E se mais uma vez, vocês deixarem esse cara entrar aqui, todo mundo vai pra rua!
LEANDRO    — (Berrando) Assassino! Você matou o meu pai pra ficar com a construtora dele! Seu assassino!
ARTHUR    — (Berrando) Você não sabe o que diz, seu moleque abusado! Seu pai era um fracassado! Assim como você e toda a sua família idiota!
LEANDRO    — Você ainda vai pagar caro, Arthur!
ARTHUR SORRI IRONICAMENTE.
ARTHUR    — Posso até pagar, mas eu pago porque eu sou podre de rico. Vocês são só um monte de bosta, que vão começar a feder muito em breve!
OS SEGURANÇAS VÃO LEVANDO LEANDRO NO BRAÇO. ELE SAI BERRANDO CONTRA ARTHUR. ARTHUR FURIOSO, OLHANDO PARA OS ACIONISTAS, ABISMADOS COM A SITUAÇÃO.
ARTHUR    — Tão olhando o que? Bando de figurantes!
ARTHUR SAI DA SALA, NERVOSO.
CORTA PARA

CENA 15. MANSÃO ASSUNÇÃO. SALA. INTERIOR. DIA
MARIA EDUARDA DESCENDO AS ESCADAS. A PORTA SE ABRE COM FÚRIA, LEANDRO ENTRA BEM ALTERADO.
M. EDUARDA    — (Surpresa) Leandro. O que aconteceu? Não era pra você estar na construtora?
LEANDRO    — Você não vai acreditar, mãe. O bandido do Arthur tomou posse da cadeira da presidência de vez, e me demitiu da construtora.
M. EDUARDA    — O quê?!
DAVI E VITÓRIA VINDO DE OUTRO CÔMODO.
VITÓRIA    — Eu escutei você falar do meu pai, Leandro. O que aconteceu?
LEANDRO    — (Ri) Ah, a filhinha do papai não sabe o que tá acontecedo? O bandido do seu pai roubou a construtora e me demitiu de lá!
DAVI    — Como é?
VITÓRIA    — (Alterada) Não fala assim do meu pai! Bandido é o seu pai. Ou melhor, era!
M. EDUARDA    — Cala a boca, garota! O seu pai deu um golpe na nossa família. Seu pai é um canalha, Vitória!
VITÓRIA E MARIA EDUARDA SE ENFRENTAM. VITÓRIA COM LÁGRIMAS NOS OLHOS, SOBE CORRENDO AS ESCADAS. MARIA EDUARDA NERVOSA, PASSA A MÃO PELO ROSTO.
M. EDUARDA    — Essa história só piora. Que pesadelo, meu Deus! Que pesadelo!
DAVI    — Mas o Arthur não pode fazer isso. Nós temos ações na construtora/
LEANDRO    — (Por cima) Infelizmente ele pode fazer isso sim, Davi. O nosso pai devia bilhões para o Arthur. Eles assinaram a venda das ações para o Arthur, caso o nosso pai não pagasse a dívida.
DAVI    — Eu não acredito. Então nós estamos falidos?
LEANDRO ENCARA O IRMÃO. MARIA EDUARDA MUITO ABALADA.
LEANDRO    — Teoricamente sim!
CLOSES ALTERNADOS. EM LEANDRO.
CORTA PARA

CENA 16. TRIBUNAL DE JUSTIÇA. FRENTE. EXTERIOR. DIA
MOVIMENTAÇÃO COMUM EM FRENTE AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. UM CARRO MAIS POPULAR VINDO POR ALI. DO CARRO, DESCEM BRUNO, GABY E HELENA. INSTANTES. DE OUTROCARRO, AGORA UM MODELO IMPORTADO, DESCE INGRID E O ADVOGADO. BRUNO VÊ INGRID, ENGOLE SECO, MAS PERMANECE FIRME. INGRID VEM SE APROXIMANDO DELES, PRÓXIMO DA ESCADARIA DO TRIBUNAL. ELA TIRA OS ÓCULOS ESCUROS.
INGRID    — Você vai mesmo seguir com o processo, Bruno?
HELENA    — O meu cliente vai seguir com o processo sim, dona Ingrid Bacelar.
BRUNO    — Tá com medo de parar na cadeia, Ingrid?
INGRID    — Isso é o que você acha. Veremos quem vai sair daqui com o rabinho entre as pernas.
EM INGRID, CONVICTA DO SUCESSO NA AUDIÊNCIA.
CORTA PARA

FIM DO CAPÍTULO 24



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