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Uma Estrela Caiu do Céu - Capítulo 02 (Reprise)


CAPÍTULO 02


uma produção Web Mundi


novela criada e escrita por 

FELIPE ROCHA 


CENA 01: TRIBO - INTERIOR - NOITE
O medo é visível no rosto de Lucas, que está na mira dos arcos e flechas dos índios.
LUCAS — Por favor, tenham piedade! Eu sou apenas um arqueólogo que veio investigar os fósseis desse local!
SERENA — (ordena) Abaixem as armas já! Tenham piedade do homem branco, por favor!
Os índios abaixam as armas.
(Falatório) Todos discutem sobre o assunto. 
Lucas está deitado no chão. 
RAFAEL — Posso saber por que está presente aqui, seu invasor de terras?
LUCAS — Não é nada disso que vocês estão pensando. Eu vim em paz, não sou nenhum invasor.
RAFAEL — Ah, você acha que eu vou cair na sua conversa?
LUCAS — Acredite em mim, não sou mentiroso.
Rafael tenta atacar Lucas e Serena se aproxima.
SERENA — Calma, Rafael. (impede que Rafael ataque Lucas). Acho que ele está dizendo a verdade, não o ataque.
Ainda assim, Rafael dá um soco em Lucas, que fica com o olho roxo. Os dois brigam e Serena fica aflita, impedindo:
SERENA — (grita, agressiva) Chega! Deixe o moço em paz! Não vou permitir que os dois briguem!
ANAHÍ — Cuidado, Serena, talvez este homem desconhecido está querendo nos enganar.
OPHÉLIO — Concordo com sua mãe, Serena, você não conhece esse homem.
SERENA — Eu sei o que estou fazendo, Rafael. Confie em mim, a tribo pode voltar à festa.
Serena se aproxima de Lucas:
SERENA— Está tudo bem com você?
LUCAS — Sim. Melhor agora, obrigado por ter me defendido. Não tenho más intenções.
SERENA — Eu sei. Mas por que está aqui?
LUCAS — Eu sou um arqueólogo, vim estudar a antiguidade, as rochas antigas, trabalho em uma empresa envolvendo isso, por isso que estou aqui a Macchu Picchu.
SERENA — Nossa, que trabalho chique! Quem dera se eu pudesse estudar... Então, vem aqui, o Mestre Cuca precisa fazer curativos em você.
Serena leva Lucas até o Mestre Cuca.
SERENA — Mestre Cuca, veja como está a aparência deste homem, faça curativos nele. Ele precisa se recuperar.
MESTRE CUCA — Seu pedido é uma ordem, Serena. Venha cá, meu filho.
Lucas vai atrás do Mestre Cuca.
CORTA PARA:
CENA 02: TRIBO - NOITE 
Serena se aproxima da família.
SERENA — Pronto! Não temos com o que se preocupar.
RAFAEL — Se não fosse por você, eu teria agredido mais esse canalha. As aparências enganam, está bem Serena?
ENCARNAÇÃO — Acalme-se, Rafael, pare com esse jeito duro.
CADORE — Foi muito corajosa, Serena.
ANAHÍ — Digo o mesmo, Cadore. Ele poderia ter te matado, Serena. Cuidado, minha filha, não envolva com quem você não conhece.
ANHENDÍ — Mas vejam pelo lado bom, agora tudo está em paz. Era um simples homem. Por que será que ele está aqui?
SERENA — Ele é um arqueólogo.
ANHENDÍ — Arque o quê?!
SERENA — Arqueólogo, Anhandí. É um profissional que estuda as rochas antigas, a vida na antiguidade.
ANAHÍ — Está sabendo muito, hein, minha filha? Parabéns.
SERENA — Obrigada, mãe.
ANHENDÍ — E por quanto tempo esse homem ficará aqui? Aquele machucado deve durar uns dias para se recuperar, não é, Rafael? (olha para Rafael)
RAFAEL — Não olhe para mim, Anhendí, só quis proteger a Serena.
SERENA — Por tempo indeterminado, meus amigos. Deixe o rapaz se recuperar. Talvez ele possa fazer vários amigos aqui, não quero que hajam com o preconceito novamente, tratem-no bem. Quem sabe ele pode publicar nossa tribo na internet?
ANAHÍ — Ah não. Aí eu discordo, ninguém pode saber que estamos em Macchu Picchu.
SERENA — Calma, mãe, hoje tudo se evoluiu. As pessoas mudaram seu comportamento, algumas, não é? Acredite, ninguém irá invadir nossas terras, o tempo hoje mudou e não é como a antiguidade.
CADORE — Concordo com a Serena. Agora vamos nos divertir, que falta pouco para acabar a festa.
SERENA — Tem razão, pai, vamos lá.
Todos se divertem. Rafael dança com Serena. Anahí dança com Cadore e Anhendí se diverte sozinha, ao som de muita música de quadrilha, um clima bastante divertido.
CORTA PARA:

CENA03: TRIBO - CABANA MESTRE CUCA - INTERIOR - NOITE
Na cabana do Mestre Cuca, o homem faz curativos em Lucas.
LUCAS — Você acha que eu vou ficar bem, senhor?
MESTRE CUCA — Não me chame de senhor, eu sou o mestre Cuca, o cacique da ilha. Confia em mim rapaz?
LUCAS — Confio, é porque...
MESTRE CUCA — (corta) Então fique tranquilo, já estou terminando os curativos.
Mestre Cuca termina de fazer os curativos em Lucas.
LUCAS — É difícil dizer que dói por demais.
MESTRE CUCA — Pronto, agora pode se levantar.
LUCAS — Obrigado, mas só uma pergunta: por que me trataram com tanta agressividade?
MESTRE CUCA — É porque sempre que alguém vem aqui nós ficamos com medo que seja algum invasor de terras, por isso gera uma guerra.
LUCAS — A minha sorte é que tinha aquela moça bonita para me defender. Já tenho uma amiga. Mas por que pensam isso?
MESTRE CUCA — Eu vou te contar: 500 anos atrás, aproximadamente, fomos dominados pelos portugueses que chegaram aqui nesta terra e nos fizeram de prisioneiros. Não tivemos muita liberdade. Por isso até hoje temos este medo, mas nossa sorte é que você teve consciência e não quis invadir nossas terras e ninguém pode saber que vivemos aqui, principalmente os indivíduos lá na cidade em que você mora. Promete guardar segredo?
LUCAS — Prometo, senhor. Digo, Mestre Cuca. Mas por que hão de temer se estamos no século XXI? As pessoas evoluíram, não são como antigamente. Óbvio que alguns tem preconceito, mas devemos pensar diferente. Entende?
MESTRE CUCA — Depois nós conversamos. Você deverá voltar para a festa, que aliás já está quase acabando. Vamos lá, força, meu rapaz.
CORTA PARA:
CENA 04: TRIBO - INTERIOR - DIA
Na tribo, conhecida como área da mata, todos se divertem no local, dançando, cantando, pulando, com muita alegria e música. Lucas se aproxima de Serena.
LUCAS — Ei, qual é o seu nome?
SERENA — O meu nome é Serena. E o seu?
LUCAS — Obrigado por ter me defendido, sei que teve uma boa impressão de mim. Acredite, eu não sou nenhum invasor, não tenho más intenções.
SERENA — Pode ficar tranquilo. Desde quando você chegou aqui eu vi nos seus olhos que você era uma pessoa boa. Ninguém poderá lhe fazer mal, eu vou te proteger.
Mestre Cuca anuncia o levantamento da bandeira de São João.
MESTRE CUCA — Agora chegou o grande momento: vamos comemorar pelo dia do nosso querido padroeiro, São João.
Todos comemoram.
MESTRE CUCA — E que venha os fogos de artifício!
Eles levantam a bandeira e soltam fogos de artifícios.
Acendem a fogueira.
Todos comemoram e aplaudem São João.
CORTA PARA:

CENA 05: MANSÃO MEDEIROS - SALA DE REFEIÇÕES - INTERIOR - DIA
Pablo e sua família almoçam juntos. Helô serve o almoço para Pablo, que após colocar os pratos na mesa, diz para a empregada.
PABLO — Obrigado, Helô. Como sempre o almoço bastante caprichado!
Cristina come, reclamando para a empregada:
CRISTINA — Nem tanto, papai.
PABLO — Se está insatisfeita, vá comer em um restaurante, Cristina.
CRISTINA — Como sempre a carne está dura, malpassada.
PABLO — Nada que seja um grande problemão, não é? Vamos comer em paz?
RALF — Pai, nesses dias eu estava pensando: já que as vendas da fábrica caíram muito, por que não acrescentamos uma promoção em nossos produtos?
CRISTINA — Está doido, Ralf. Aí deixaremos de lucrar.
PABLO — Boa ideia, Ralf. Com a crise de hoje, ninguém mais quer comprar nossos perfumes, já que são importados e tem um preço altíssimo no mercado de trabalho. Acho que 20% está bom.
CRISTINA — Com certeza.
Helô observa a família Medeiros comer. Pablo questiona Cristina:
PABLO — Esta semana está chegando o aniversário de alguém. Vai convidar suas amigas, filha? Pode ser aqui na mansão mesmo.
CRISTINA — Claro, papai. Hoje mesmo irei à confeitaria.
PABLO — Perfeito! Vou com você.
Neste momento, Ariovaldo interrompe o almoço da família e avisa a Pablo:
ARIOVALDO — Seu Pablo, tem uma mulher lá fora que exige entrar.
PABLO — Pode mandar entrar.
CRISTINA — Claro que não. E se ela quer assaltar a mansão?
PABLO — Não pense nisso, minha filha, é bobagem. Por favor, Ariovaldo, mande-a entrar, pode ser a representante da fábrica da Inglaterra, que quer apresentar os produtos para vender para a nossa fábrica.
ARIOVALDO — Licença.
Ariovaldo se retira.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 06: FRENTE DA MANSÃO MEDEIROS - INTERIOR - DIA
Ariovaldo sai da mansão Medeiros e fecha o portão. Ele se aproxima do carro de Mág, que está disfarçada de óculos escuro, com seu mordomo. Peruca azul, batom rosa, além de outros apetrechos. Ariovaldo bate no vidro do carro, que abre.
ARIOVALDO — A senhora está autorizada a entrar.
Mág desce do carro, coloca o pé primeiro e Ariovaldo observa o salto dela, que está vestida como uma madame brega.
MÁG — Obrigada, Baby. Tiuco.
Mág beija Ariovaldo no rosto, que fica como que apaixonado.
MÁG ENTRA E FECHA O PORTÃO.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 07: MANSÃO - SALA DE REFEIÇÕES - INTERIOR - DIA
A FAMÍLIA TERMINA DE ALMOÇAR. MÁG ENTRA NA CASA. Cristina ao perceber o visual dela, ri, mas disfarça. Ralf também. Pablo encara Mág, que tira o óculos, a peruca e diz:
MÁG — Olá, família querida! Como vão vocês?
Pablo, Ralf e Cristina ficam perplexos ao ver Mág.
TODOS — Mág?
Mág sorri.
Todos ficam perplexos ao vê-la, acreditavam que ela estava morta!
PABLO — Meu Deus. Ou eu comi alguma coisa que me fez mal, ou tô vendo coisas.
CRISTINA — Não é só você, pai, é todos nós.
PABLO — Como pode? Você foi enterrada e estava morta. Lembro-me perfeitamente.
MÁG — Há muita coisa que eu preciso esclarecer para vocês.
PABLO — Ah, eu acho que vou ter um ataque do coração!...
Pablo adormece, desmaia na cadeira. Cristina e Ralf fazem um escândalo.
CRISTINA — Pai! Pai! O Senhor está bem?
RALF — Helô, faça alguma coisa, ajude nós!
(Falatório)
Cristina e Ralf ficam preocupados com Pablo. Mág observa.
MÁG — Deixem. É drama dele, daqui a pouco passa.
Mág ri da situação.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 08: FRENTE DA MANSÃO MEDEIROS - INTERIOR - DIA
Ariovaldo pede ajuda por estar do lado de fora da mansão; o portão está trancado.
ARIOVALDO — Alguém me ajude, eu estou trancado aqui!
Duende percebe e se aproxima do mordomo, questionando-o.
DUENDE — Ariovaldo? O que aconteceu? Está matando o trabalho? Olha que o nosso lema é competência.
ARIOVALDO — Não é nada disso, Duende, é que estou trancado aqui. Uma mulher de preto entrou aqui e fechou o portão, só isso.
DUENDE — E que mulher é essa?
ARIOVALDO — Não sei. Você tem a chave?
DUENDE — Claro.
Duende pega a chave que está em seu bolso, e abre o portão. Ariovaldo diz:
ARIOVALDO — Obrigado, Duende. Só você para me salvar mesmo, se não a Cristina iria discutir comigo. Agora eu vou correr para o trabalho, tchau.
Duende ri da situação e fecha o portão da mansão.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 09: MANSÃO MEDEIROS - SALA - INTERIOR - DIA
Pablo está no sofá, adormecido. Mág joga um copo de água nele, que acorda e se assusta.
MÁG — Eu não disse? Só basta um copo d’água que esse molenga acorda.
PABLO — Você é meu maior pesadelo, Mág. Eu achei que estava sonhando, não queria que isso fosse realidade.
CRISTINA — Eu também estou sem entender essa história, será que é uma armadilha? Será que estamos ficando loucos?
MÁG — Parem de drama, minha família, eu vou contar tudo como aconteceu, detalhe por detalhe.
RALF — Nós exigimos uma explicação concreta.
MÁG — Fiquem tranquilos. A história é de se arrepiar. Bom... Tudo começou quando....
Entram flashbacks do CEMITÉRIO. Enquanto MÁG, conta a história para a família, o flash-back mostra tudo que acontece no local...
MÁG — Como combinado, após o enterro, o Heitor apareceu de surpresa no cemitério, e foi visitar meu túmulo, levando uma flor. Fingiu que estava chorando, orando, para que os empregados não percebessem. E, após ver que os funcionários afastavam-se, tirou a tampa do túmulo e abriu o caixão. Eu estava lá, mas desacordada, queria dar um susto nele. Ele pensou que eu tivesse morrido e chorou, mas logo depois, eu levantei do caixão e ele ficou assustado. Assim ele me ajudou a fugir do cemitério...
RALF — Se compara a uma história de terror, mamãe.
PABLO — Mág, nós não lhe daremos o perdão. Eu não entendo até agora por você ter feito isso. O que queria? Dar um susto na sua família, fazer a gente de bobo quando pensamos que você havia morrido?!
CRISTINA — Concordo com você, papai. Você nos deve uma explicação, mamãe.
MÁG — Eu fiz isso para vigiar seus passos, Pablo. Achei que depois que eu havia morrido você iria ter um caso com outra moça e arrumar um filho. Fiquei observando essa casa o tempo inteiro, mas ninguém notou a minha presença, foi tudo com a ajuda do meu amigo Heitor. O plano saiu perfeito! Tenho que confessar que sei esconder muito bem.
PABLO — Eu ainda pego esse desgraçado. Vocês dois enganaram a nós. Como você é patética, MÁG! Confesso até que queria separar de você por essa razão, não posso nem mais ter liberdade na sua ausência?!
MÁG — Pablo, para com isso. Saiba que eu me arrependi de ter casado com você, mas só não quero divorciar por causa dos nossos filhos, eles precisam de um pai e também porque é triste e duro a vida de quem passa com o pai o final de semana. Não sou tão má a chegar a esse ponto! Mas você é um homem galinha, que ficam com saliência quando vê uma moça bonita. É isso que você é! Tomara que o filho não vire igual ao pai.
Cristina encara Ralf.
RALF — Claro que não, mamãe. Como pode pensar isso de mim?
CRISTINA — Vocês estão muito alterados. Conversem outra hora, quem sabe vocês se entendem? Vai ser bom para esfriar a cabeça.
MÁG — Para mim já está bom, minha filha. Vocês terão que me aguentar até que chegue o dia da minha morte verdadeira.
PABLO — E que não nos engane mais uma vez!
MÁG — Vou para o quarto. Quero descansar um pouco.
Cristina e Ralf olham um para o outro. Cristina ajuda Pablo, que sente uma dor forte. MÁG pega suas malas, sobe às escadas e vai para o quarto.
Pablo levanta-se do sofá.
CRISTINA — Onde vai, papai?
PABLO — Depois digo a vocês. Tenho uma coisa muito importante a resolver.
Pablo pega o chapéu, abre a porta da mansão e sai.
CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 10: HOSPITAL DR. ALBERT EINSTEIN - QUARTO 520 A - INTERIOR - NOITE
Apolo chega ao hospital segurando um buquê de flores. Ele vai até o quarto onde está Mariana. Por enquanto, a menina está inconsciente. Quando chega no quarto, derrama lágrimas e aperta a mão da namorada. Apolo deixa o buquê de flores perto da cama. Logo, Elisinha chega e se surpreende:
ELISINHA— Apolo, o que você faz aqui? 
CONTINUA...

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