Capítulo
01 – Estreia
Cena 01 – São Paulo [Externa/Tarde]
Música da Cena: Sampa – Caetano
Veloso
(O dia amanhece e junto ao nascer do sol, podemos observar que São Paulo nunca adormece. O trânsito é caótico, grandes prédios são apresentados, pessoas andam pelas grandes avenidas. Ao observarmos o céu levemente acinzentado e alguns raios de sol começando a surgir, ouvimos o estrondoso som da hélice de um helicóptero que se aproxima da pista de pouso em um terraço).
Cena 02 – Na Boca Do Povo [Externa/Tarde]
ÂNGELO: (Ao constatar que o piloto desligou o motor do helicóptero, se aproxima
da aeronave e abre a porta do lado do passageiro) Até que enfim você apareceu,
onde você esteve? Te procuramos a manhã toda, tivemos que cancelar duas
reuniões importantes!
DEMÉTRIO: (Desce do helicóptero) Não precisa exagerar! Eu apenas quis me dar uma
folga, não faço isso há muitos anos, não é você que vive dizendo que eu devo
tirar um tempo para mim? Segui seus conselhos.
ÂNGELO: (Encara o amigo) Não sei, não. Você está agindo muito estranho
ultimamente, você está me escondendo alguma coisa e eu vou descobrir o que é.
DEMÉTRIO: Eu não estou escondendo nada, minha vida é um livro aberto, ou melhor,
uma revista aberta e com uma edição para ser fechada, vamos dar uma olhada em
que pés andam as coisas, ô Sherlock Holmes! (Demétrio caminha em direção ao
interior da empresa após deixar Ângelo falando sozinho).
ÂNGELO: (Observa Demétrio caminhar) Você pode até pensar que me engana, mas eu
sei que tem alguma coisa acontecendo e eu vou descobrir o que é, ah se vou. (Em
seguida, Ângelo segue o mesmo trajeto percorrido por Demétrio e adentra no
prédio).
(No interior da redação, percebemos uma grande movimentação
entre os funcionários. Demétrio caminha em direção ao escritório através de um extenso corredor, nas paredes podemos notar várias capas da revista "Na Boca do Povo" com diversas celebridades nacionais e internacionais. Demétrio segue distraído, só volta a si quando é
interrompido por sua secretária).
SUZANA: (Corre atrás do chefe) Senhor, eu tenho um recado.
DEMÉTRIO: (Continua andando enquanto responde) Imagino que deva ser importante,
pois se não fosse, a senhora não estaria correndo atrás de mim. O que houve?
SUZANA: O seu médico já ligou quatro vezes essa manhã, não quis deixar recado,
apenas disse que era muito importante.
DEMÉTRIO: (Vira-se e encara a secretária) Importante?
Cena 03 – Chesca’s – Comida Italiana
[Interna/Tarde]
Música da cena: Tarantella Napoletana
– Instrumental
(No interior da cozinha do restaurante, observamos
cozinheiros cortarem tomates e prepararem deliciosas massas ao estilo italiano).
FRANCESCA: (Prova com uma colher de pau o tempero do molho de tomate)
Mas tá horrível, falta sale... Sale, acha que vai servir macarronada para
enfermo?
ENRICO: Surto de italiana mal-humorada essa hora da tarde, mamma? (Diz Enrico ao
entrar na cozinha).
FRANCESCA: Ora, meu bambino! O orgulho da mamma, não me diga que
resolveu seguir os meus conselhos e quer aprender os segredos de uma boa
pizzeria?
ENRICO: Não senhora, nada contra mamma, mas gastronomia não é a minha praia...
Eu gosto mesmo é da moda, da alta costura, por isso estou fazendo design de
moda.
FRANCESCA: Então o que você veio fazer aqui essa hora?
ENRICO: Eu resolvi dar uma pausa no trabalho da faculdade e vim com alguns
colegas fazer uma boquinha, será que a senhora desenrola uma macarronada?
(Alguns minutos depois, Francesca serve uma bela porção de
macarronada na mesa oito, onde Enrico está com os amigos de faculdade).
FRANCESCA: Saindo uma buona e vera pasta italiana!
(Nesse momento que uma banda de forró
começa a tocar música bastante alta).
FRANCESCA: Mas que barulho é esse? (A italiana
vai até a porta do restaurante e percebe que a música vem do restaurante da
frente, o UMBU-CAJÁ).
(O restaurante Umbu-Cajá pertencia ao paraibano Zeca, que
fazia questão de manter suas origens e fazer com que cada cliente se sentisse
realmente no Nordeste, sempre que adentrasse em seu estabelecimento).
ZECA: (Do balcão, observa seus clientes se divertindo no ambiente alegre).
FRANCESCA: (Adentra no restaurante do concorrente furiosa com o
barulho) Que diabos de barulho é esse? Acaso quer afugentar toda minha
clientela, bode velho?
ZECA: Escuta aqui sua carcamana, saiba que mesmo sendo essa pessoa
extremamente desagradável, é muito bem-vinda em meu estabelecimento, mas nada
de labafêro, visse? Pegue ar não!
FRANCESCA: Pegar ar? Você só pode estar ficando louco. Se você não
baixar essa música agora, eu vou chamar la polizia, capito?
ZECA: Vai chamar, é? Pois então chame, que você vai ver o que é bom para
tosse. Vou topar esse som tão alto, mas tão alto, que eu vou te deixar é
môca...
FRANCESCA: Você que pediu! (Francesca sai do restaurante irritada e ao
se aproximar da banda que toca na parte externa do restaurante de Zeca, ela
puxa os cabos do som, desconectando o equipamento fazendo com que a música pare
imediatamente).
ZECA: (Vai até o lado de fora correndo e encontra Francesca com os cabos na
mão) Mas você ficou doida, carcamana amostrada? Fumou cigarro de molho de
tomate, foi? Com que direito parou a música? Apois agora quem vai chamar a
polícia sou eu.
(Francesca e Zeca começam a discutir
atraindo os olhares da vizinhança).
Cena 04 – Casa do Durant [Interna/Tarde]
(Rafael observa a discussão dos
vizinhos através da janela, enquanto o primo a quem considera como um tio,
segue pintando mais um de seus quadros).
RAFAEL: Esses dois ainda vão acabar se matando! (Diz enquanto observa a
discussão pela janela).
DURANT: Deixe-me adivinhar... Francesca e o
Zeca, acertei?
RAFAEL: Na mosca! Esses dois brigam como cão
e gato, nunca vi igual... Mas mudando de assunto, cadê a minha mãe?
DURANT: Ela saiu mais cedo, disse que ia ver
algumas vagas de emprego.
RAFAEL: (Se aproxima do tio e o observa pintar, notando que mais uma vez Durant
pinta a mesma coisa) Sabe que desde criança eu sempre me perguntei quem é essa
mulher que o senhor sempre pinta em seus quadros? Eu não reconheço esse rosto
de nenhum lugar. É alguém especial?
DURANT: (Nesse momento, Durant para de pintar e encara o quadro. Podemos notar
que é uma mulher de aparência humilde e jovial) Digamos que é alguém que faz
parte do meu passado e que eu nunca consegui esquecer.
RAFAEL: Mas por que o senhor quer esquecê-la? Ela é tão bonita!
DURANT: Porque ela está morta! (Responde friamente).
Cena 05 – Porto de Pedras, Alagoas
[Externa/Tarde]
Música da cena: Rock And Roll Lullaby
– Alexandre Poli
(Em meio as águas cristalinas do mar
que está com a maré baixa, podemos ver as mãos de uma mulher retirando camarões
da água).
MULHER 01: Boa tarde, Luiza Helena!
LUIZA
HELENA: (Levanta a
cabeça e em meio ao semblante sofrido, rosto avermelhado em virtude dos raios
solares, podemos ver a dimensão da profundidade dos olhos azuis de Luiza) Boa
tarde, Cicinha!
(Depois de passar a tarde buscando camarões para vender,
Luiza caminhava de volta para casa com um grande cesto de palha na cabeça).
BETINHA: Achei que não iria mais voltar para casa, até que enfim você chegou...
(Disparou ao notar a chegada da irmã em casa).
LUIZA HELENA: Não fale assim, Betinha. Você falando desse jeito, parece
que eu estava por aí dando um passeio, eu estava arrumando o nosso pão de cada
dia para colocar na mesa. Onde está o papai?
BETINHA: No quarto, cada vez pior... Eu tenho medo Luiza, eu tenho medo de que o
nosso pai não resista!
LUIZA HELENA: (Ao ouvir o que a irmã acabara de dizer, corre em direção ao
quarto onde o pai está acamado).
Cena 06 – Consultório Médico
[Interna/Tarde]
(Sozinho, Demétrio aguardava a
chegada do médico a sala onde ele estava).
DR. MONTEIRO: (Entra no consultório segurando um
envelope e com um semblante sombrio).
DEMÉTRIO: Até que enfim, quanta espera... E
então, quais são os resultados desses benditos exames? Por que passou o dia
ligando para a revista?
DR.
MONTEIRO:
(Acomoda-se na cadeira e encara o seu paciente) Infelizmente eu não trago boas
notícias, Demétrio!
DEMÉTRIO: Não faça rodeios, Monteiro. Fale de
uma vez, o que eu tenho? É grave?
DR. MONTEIRO: Como dizia, as minhas suspeitas se confirmaram... Você está
apresentando um quadro severo de leucemia e de acordo com a bateria de exames
que realizamos, eu acredito que você tenha apenas mais um trimestre de vida.
DEMÉTRIO: (Sem palavras, Demétrio fica visivelmente abalado com o resultado que
acabara de receber).
Cena 07 – Apartamento de Glória
[Interna/Tarde]
Música da cena: Gloriosa – Glória Groove
(Glória toma banho e devagar, desliza
o sabonete por todo o seu corpo).
GLÓRIA: (Massageia o cabelo molhado, já completamente coberto pela espuma do
shampoo) Agora vamos molhar para tirar o shampoo e finalizar esse cabelo
maravilhoso... (Glória abre o chuveiro e percebe que acabara de faltar água)
Ah, não... De novo não, eu preciso terminar de tomar banho... Judith! (Grita).
(Alguns minutos depois, notamos a presença de Judith em cima
de um banco e despejando água de um balde na cabeça de Glória).
GLÓRIA: (Treme-se) Que água fria, você colocou gelo, estrupício?
JUDITH: Sem reclamar Dona Glória, o que a senhora estava pensando? Que não ia
cortar a água pelo fato da senhora ser uma ex-rica? Os pobres tem que pagar os
boletos, sabia não?
GLÓRIA: E quem disse que eu sou pobre? Isso é só uma fase, logo, logo o pão duro
do meu irmão vai estar comendo em minha mãos de novo e eu vou te jogar no olho
da rua só para não olhar mais nessa sua cara de pobre que pegou um ônibus
lotado às 5 da manhã para chegar no serviço. Pode anotar, ou eu não me chamo
Glória Martins de Andrade e Britto, com dois “t”.
(Alguns minutos depois, na sala de
jantar...)
JUDITH: (Destampa a bandeja).
GLÓRIA: O que é isso? (Pergunta assustada ao ver a comida).
JUDITH: Come logo, Dona Glória... Era o que dava para fazer! Sopa de frango...
GLÓRIA: Sopa de frango? E cadê o frango?
JUDITH: Sabe o que é, Dona Glória? É que da última vez que a senhora quis comer
uma comida diferente, a senhora pediu para que eu trouxesse e disse que depois
acertava comigo, mas não pagou nem o meu salário e nem o dinheiro que eu
gastei, por isso não quis arriscar de novo, então eu fiz sopa de frango com o
que tinha do frango... os pés!
GLÓRIA: Que decadência! Em um dia você come caviar e foie gras e no outro sopa
com a carcaça do frango. Você me paga Demétrio, isso é culpa sua, mas a sua
hora vai chegar, você pode me negar as coisas agora, mas cedo ou tarde você vai
partir dessa para a melhor e tudo será meu e dos meus filhos...
JUDITH: É bom que assim a senhora paga meus salários atrasados, né Dona Glória?
GLÓRIA: Quieta estrupício, eu preciso me concentrar...
JUDITH: Concentrar para comer? Essa eu nunca vi!
GLÓRIA: Sim, me concentrar... Comerei de olhos fechados, fingindo que estou me
deliciando com um creme francês da Champs Élysées...
JUDITH: Champs o que? (Pergunta impressionada).
GLÓRIA: Calada, Judith ou a próxima sopa será com pés de jamanta, vou cortar os
seus pés e fazer um caldo. Entendeu?
Cena 08 – Porto de Pedras, Alagoas
[Interna/Noite]
(Luiza cuida do pai, que precisa falar sobre o passado).
LUIZA HELENA: (Dobra alguns lençóis) Pronto papai, agora é só descansar.
Tenho certeza que amanhã o senhor irá amanhecer melhor.
MANOEL: Infelizmente eu sei que vou morrer em breve, minha filha... A morte está
mais perto do que você imagina.
LUIZA HELENA: Credo papai, não diga isso. Eu não gosto quando o senhor
fala de morte.
MANOEL: Eu preciso te contar uma coisa, uma coisa que eu fiz no passado e me
arrependo muito, eu preciso te contar a verdade antes de morrer.
LUIZA HELENA: Chega de falar por hoje, as coisas do passado devem ficar no
passado. Não é bom ficar remoendo, afinal não temos mais como corrigir nada.
MANOEL: É importante, eu preciso falar...
LUIZA HELENA: (Interrompe o pai) Descanse papai, amanhã ou outro dia,
quando o senhor estiver mais disposto, está bem? Agora eu vou dormir, amanhã é
dia de turista na praia e eu preciso vender os camarões. Boa noite! (Luiza
beija a testa do pai e em seguida sai do quarto).
MANOEL: Ela tem que saber o que eu fiz, eu não quero morrer e levar isso comigo
para debaixo da terra, não quero. (Fala consigo mesmo).
Cena 09 – Mansão Martins Andrade
[Interna/Noite]
Música da cena: Um Pôr do Sol na Praia
– Silva e Ludmilla
(Imagens de Porto de Pedras são apresentadas e logo em seguida são substituídas pelos prédios da grande São Paulo até chegarmos ao bairro do Morumbi, onde fica a mansão de Demétrio).
DEMÉTRIO: (Entra em sua suíte e caminha pelo grandioso quarto, em seguida o
empresário para em frente ao espelho e encara seu reflexo) Morrer... Eu vou
morrer, tenho apenas alguns meses de vida! (Fala consigo mesmo).
Cena 10 – Porto de Pedras, Alagoas
[Externa/Tarde]
Música da cena: Me Leva – Alice Caymmi
(Luiza Helena caminha pela praia enquanto vende camarões e algumas bolsas de artesanato que ela mesma havia confeccionado).
LUIZA HELENA: E aí, vai querer quantos? (Pergunta ao turista).
MULHER 01: (Corre na direção de Luiza) Corre menina, você precisa ir
para casa urgente...
LUIZA HELENA: O que aconteceu? Foi alguma coisa com o meu pai?
(Ao entrar em casa, Luiza vai direto
para o quarto do pai).
BETINHA: Ele morreu, o nosso pai morreu, Luiza! (Diz aos prantos, debruçada junto
ao corpo de Manoel).
LUIZA HELENA: Não... Não pode ser, não, não, não... (Luiza se aproxima do
pai e constata que de fato ele acabara de falecer, caindo no choro em seguida).
Cena 11 – Mansão Martins Andrade
[Interna/Manhã]
DIAS DEPOIS...
(Um táxi se aproxima da entrada da mansão de Demétrio)
TAXISTA: (Encerra a corrida no taxímetro, no visor o valor é apresentado) Deu
R$37,65!
GLÓRIA: (Abre a carteira e revela várias cédulas de dinheiro amassadas e
enroladas. Em seguida, ela entrega uma soma de R$40,00).
TAXISTA: (Recolhe o dinheiro e coloca no bolso da camisa) Muito obrigado, tenha
um bom dia.
GLÓRIA: Como assim? Está me dispensando? Você acha que eu não sei contar? Tem
troco, meu filho. Cadê meu troco?
(No interior da mansão, Glória
caminha pela sala de estar contabilizando inúmeras moedas de 5 e 10 centavos).
EVA: Dona Glória, que milagre a sua
visita! (Diz ao se aproximar).
GLÓRIA: (Senta-se em um confortável sofá)
Pois é, por mais que o meu irmão insista em me negar as coisas, eu não esqueço
dele. A propósito, ele está?
EVA: Não senhora, ele viajou ontem à
noite.
GLÓRIA: Viajou? Como viajou? Para onde ele
foi?
EVA: Não sei, senhora. Ele não disse!
GLÓRIA: Viagem secreta, abandonando a
revista... Será que o meu irmão está ficando gagá? Porque se estiver, eu tenho
que interditá-lo. Alguém tem que cuidar dele, não é mesmo?
EVA: (Sorri ironicamente) Certamente,
senhora.
GLÓRIA: Então querida, já que estou aqui, não quero perder a viagem. Me sirva
champanhe e caviar!
(Alguns minutos depois, Eva surge servindo uma taça de
champanhe a Glória).
GLÓRIA: Geladinho, como eu gosto! Escuta querida, eu preciso que separe algumas
coisas da dispensa, eu vou levar para casa, não precisa se preocupar... Não
estou com pressa! (Glória tira um papel da bolsa e entrega a Eva).
EVA: (Desdobra o papel e se surpreende com a quantidade de coisa) Meu Deus,
mas isso é praticamente uma feira de supermercado para um mês inteiro, dona
Glória!
GLÓRIA: Caridade, querida... Caridade! Eu vou levar para a minha casa e lá
faremos doações para abrigos, ajudar os mais necessitados é a minha missão.
EVA: Ajudar os necessitados? Sei... Eu já volto! (A governanta se retira e vai
para a cozinha).
GLÓRIA: (Bebe mais um gole do champanhe e comemora o momento).
Cena 12 – Ruas de São Paulo [Externa/Manhã]
(Em uma banca de revistas, um homem misterioso compra uma
revista em que Demétrio é a capa principal).
VENDEDOR: Obrigado, tenha um bom dia! (Diz ao recolher o dinheiro e entregar a
revista ao cliente.
(O homem sai da banca e observa fixamente a revista).
HOMEM MISTERIOSO: Maldito! Tudo que você tem deveria ser meu, mas você não
perde por esperar... Quem ri por último, ri melhor... Algum dia eu estarei
estampando essas capas de revistas e você, o máximo que estampará será o
obituário! (Em seguida, o rosto do homem é revelado. Trata-se de Evandro, o
ex-marido de Glória).
Cena 13 – Porto de Pedras, Alagoas
[Externa/Tarde]
(Após poucos dias do sepultamento do
pai, Luiza Helena tinha a convicção que não podia seguir em casa prostrada,
pois precisava sustentar a ela e a sua irmã).
LUIZA
HELENA: (Pesca
camarões no mar, quando percebe a presença de um avião no céu) Será que algum
dia eu ainda hei de viajar num desses, meu Deus?
(No interior do avião, Demétrio
observa o mar pela janela).
DEMÉTRIO: (Está distante, perdido em seus pensamentos quando percebe que há algo
de errado) Aeromoça, está acontecendo alguma coisa? Por que o avião está
chacoalhando tanto? O que está acontecendo?
COMISSÁRIA DE BORDO: (A aeromoça está amedrontada temendo o que pode acontecer,
porém disfarça) Não se preocupe, senhor. Afivele o seu cinto de segurança,
estamos passando por uma leve turbulência.
(Da praia, Luiza continua observando
e percebe que algo de errado está acontecendo).
LUIZA
HELENA: Estranho, um
avião desse assim voando tão perto da água... Parece até que... Meu Deus, ele
vai cair! (Grita horrorizada).
(O avião continua chacoalhando cada
vez mais violentamente e perde altitude, em seguida o piloto não consegue mais
mantê-lo sobrevoando e aeronave cai no mar).
A imagem foca em Luiza impressionada
com o acidente que acabara de presenciar. A cena congela e vira uma capa de
revista.
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