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Força de Um Sonho - Capitulo 03 (Reprise)

 


Cena 1/ Rocinha / Casa de Leonor e Augusto / Sala / Manhã

Leonor ( com medo ) - Não sei se vou suportar isso... Esse homem matou o meu marido e estamos à mercê dele...
Janaina ( apoiando a mae ) - Pode ter certeza que cuidaremos de tudo e para que esse dia seja esquecido.
Wesley ( informando ) - Quero que nosso pai tenha um enterro digno, como o homem que sempre foi.
Leonor ( lembrando as palavras de Jadson ) - 1 mês... 1 mês para conseguirmos quitar essa divida...
Janaina ( decidida ) - Pode deixar que da minha parte terá ajuda. ( T ) . Irei procurar emprego para poder pagar essa dívida e vou conseguir, não foi desistir. Como diz a música da Bia Ferreira : Nascem milhares quando um dos nossos caem.
Leonor ( emocionada ) - Filha... A sua força me inspira...Tenho tanto orgulho de você...
Wesley ( decidido ) - Eu não vou deixar vocês sozinhas.  Também irei procurar emprego e nem irei me preocupar em qual emprego irei trabalhar.
Leonor - E... Eu não quero mais morar aqui... ( T )  . Eu não conseguirei ficar sossegada com esse homem por aqui.
Janaina ( apoiando a mãe ) - A gente pode encontrar outro lugar para morar. Aqui nem é próprio, é alugado. E temos que pagar o aluguel também.
Leonor - Temos varias coisas para pensar , e desistir jamais...

Cena 2/ Casa de Paula / Manhã

Carmen, mãe de Paula , estava realizando os afazeres domésticos em casa , e decide conversar com a filha.

Carmen ( limpando a mesa ) - Ai... Desde que a última empregada foi embora, tenho estado bem sobrecarregada.
Paula ( mexendo no celular ) - Oi mãe. Falou alguma coisa?
Carmen - Eu isse que desde que a ultima empregada foi demitida, estou fazendo tudo sozinha, por isso acho que precisamos de uma nova empregada .
Paula - Ai mãe desculpa... ( T ) . Eu até queria ajudar, mas como vou esfregar um chão ou lavar uma roupa se vou toda semana para a manicure? Minhas unhas são sempre perfeitas.
Carmen ( explicando ) - Filha... ( T ) . Sabe que eu já tive problemas, por isso uma Empregada é mais que primordial. Acho que vou começar a procurar urgente uma, para que voltemos à nossa rotina.
Paula ( sendo preconceituosa ) - Espero que não seja uma pé rapada como a anterior, tem que contratar una melhorzinha pelo menos.
Carmen - Não podemos escolher, queremos alguem que trabalhe e satisfaça as nossas vontades, esse é o importante. ( T ) . E voce pelo menos podia fazer sua parte. Nem a cama você arruma.
Paula ( incomodada ) - Ai mãe... Isso está ficando chato. Contrata logo uma empregada.
Carmen - Vou dar uma olhada na agenda para ver se encontro alguma coisa.
Paula ( voltando ao celular ) - Ta bem...
Carmen vai em direção ao quarto.

Dia seguinte...

Cena 3/ Cemitério / Manhã

Augusto esta sendo velado. Tristes, Leonor, Janaina e Wesley estavam vestidos de preto, reunido com amigos.

Leonor ( com lagrimas nos olhos ) - Augusto, quem diria que esse seria o seu fim... Brutalmente assassinado. Um homem de bem, trabalhador... ( lágrimas rolavam pelo rosto ). Não sei se vou suportar ficar sem você.
Janaina ( consolando a mãe ) - O papai sempre fez tudo pela gente. ( T ) . Agora é a nossa vez de ajudarmos. ( T ). ( triste ) .Uma pena o caixão estar fechado pois queria olhar para ele uma ultima vez.
Wesley ( melancólico ) - Lembro quando o papai me levava ao campo de futebol, nos levava para passear... ( T ). E mesmo cansado, dava um jeito de estar com a gente, mesmo que fosse por pouco tempo.
Leonor - O Augusto nos ajudou até mesmo quando não tínhamos nada para comer... ( T ) . Ele ia ao restaurante e comprava o que precisasse, mesmo que fosse pouco.
Janaina ( decidida ) - Agora temos que lutar por nós mesmos. ( T). Essa dívida nos coloca em risco, então temos que pagar.
Wesley - Não sei se conseguirei olhar na cara do Jadson depois da morte do papai, a minha vontade era de fazer o mesmo com ele.
Leonor ( tentando acalma-lo ) - Tenho certeza que o seu pai não gostaria de ver voce tendo essa atitude. ( T ). Por mais revoltante que seja, violencia nao se combate com violência.
Wesley - Ta certo, mãe. Agora é hora de nos deapedirmos.

Janaina ( com um punhado de terra nas maos ) - Adeus pai... Esteja onde estiver, nunca esquecerei de você.

Todos se despedem de Augusto e ele é sepultado.


Dias depois...

Cena 4/ Vidigal / Interior / Sala /Manhã

Leonor, Janaina e Wesley haviam se mudado para uma nova casa, agora no Vidigal.

Leonor ( tomando café ) - Me sinto aliviada de ter vindo para cá.
Janaina - Ai sabe... Eu também... Depois da morte do papai, eu não me sentia bem vivendo lá. ( T ). Eu sei que eu praticamente cresci na Rocinha, mas o Jadson me dá medo...
Wesley - Principalmente a forma que morreu, esquartejado... ( T ). Eu não desejaria isso nem para o pior dos meus inimigos, coisa que eu não tenho.
Leonor - Todas as vezes que eu andava pela casa e abria a porta, eu lembrava aquela cena, quero esquecer. ( T) . Agora só quero pensar em trabalhar para sustentar vocês.
Janaina ( decidida ) - A faculdade de Direito está assegurada, agora só falta um emprego. Nós negros temos muita dificuldade, principalmente nenhum de nós tendo nivel superior. Mas estou decidida a trabalhar no que for.
Leonor ( apoiando a filha ) - O importante é trabalhar. ( T ). E isso eu e o Augusto sempre ensinamos. Se existe alguma coisa que a comunidade ensina é nunca desistir dos nossos objetivos.
Wesley ( lembrando ). - E também tem o vestibular, estou torcendo para que eu consiga uma ótima nota e consiga entrar para a faculdade. ( unindo as mãos ). Preciso conseguir passar no ENEM para entrar para a faculdade.
Leonor ( orgulhosa ) - Me orgulho muito de vocês, dois filhos esforçados e engajados com o futuro... ( T )  Vejo vocês com um olhar cheio de força e decisões.
Janaina ( militando ) - O negro esta conseguindo cada vez mais espaço, e não podemos desistir.

Cena 5/ Rocinha / Tarde

Caio lancha junto de sua mãe Regina e juntos, conversavam sobre a vida.

Caio ( com um sanduíche em maos ) - Sabe, eu tenho me sentido tão feliz ultimamente... ( T ) . Principalmente com os treinos de futebol... Tenho o sonho de ter uma carreira.
Regina ( com um copo em mãos ) - Fico feliz por ver você assim, cheio de sonhos e projetos... Principalmente nós que vivemos aqui na Rocinha, a mercê dos bandidos e de toda a criminalidade. ( T ). O meu maior medo era ter um filho criminoso...
Caio - Falando em criminalidade, a morte do pai do Wesley foi tão brutal. ( T ). Lembro de ouvir aqui de casa a familia chorar a morte do Augusto e nós até mesmos estivemos no enterro.
Regina ( lembrando ) - É igual eu tinha falado, a criminalidade está cada vez maior, e infelizmente os governantes não fazem nada para nos ajudar. Chega a ser revoltante.
Caio ( incisivo ) - Tinha que vir uma lei para todos, que viesse desde a elite até o povo, para evitar esses sofrimentos.
Regina - A gente a até espera, mas é difícil ter mudança, o jeito é orarmos por nossa vida , cada vez mais.
Caio ( mudando de assunto ) - Eu estava pensando em ir ao Baile da Gaiola e levar o Wesley e a Janaina, até para eles terem um tempo de distração, ainda mais que lá é bem legal.
Regina ( sorrindo ) - Vocês estão sempre cheios de vida.

Cena 6/Casa de Paula / Interior / Sala / Tarde

Leonor e Janaina estavam na casa de Carmen , prontas para serem entrevistadas.

Carmen ( observando -as ) - Vejo que vieram juntas... ( T) Alguma de vocês tem experiência como domésticas.
Leonor - Eu tenho sim, já trabalhei em casas de familia por algum tempo, mas acabei parando, e agora que fiquei viuva estou precisando voltar.
Carmen ( questionando ) - Foi há muito tempo?
Leonor ( disfarçando ) - Prefiro não dizer...
Carmen ( entrevistando Janaina ) - E você, tem alguma experiência?
Janaina - Eu não tenho, estou cursando Direito , e preciso do dinheiro para complementar na renda , mas só posso ficar meio expediente.
Carmen - Vejo que as duas parecem bem comprometidas, eu posso colocar cada uma em um horário, assim todas podem trabalhar.
Leonor ( agradecida ) - Muito obrigada pela contratação. ( T ). Pode ter certeza que faremos tudo que precisar.
Janaina - Esse salario vai nos ajudar bastante, muito obrigada. ( T ). O trabalho é mais do que essencial.
Carmen ( sorrindo ) - Vocês podem começar amanhã.

Paula as observava de longe.

Paula ( pensando ) - Afff... Contratou logo duas pretas?

Cena 7/Rocinha / Casa de Caio / Noite

Já era noite, e Caio já estava pronto para ir ao Baile da Gaiola. Inclusive, estava vestido à caráter.

Caio ( com as maos no bolso ) - Tchau mãe, estou pronto para ir ao Baile da Gaiola.
Regina ( levantando - se do sofá ) - Está bem filho. Divirta-se lá com os seus amigos, e tome cuidado também.
Caio - Esta certo mãe, nem estou muito arrumado... ( T) Afinal das contas, lá sempre enche.
Regina - Que Deus te proteja filho.
Caio ( sorrindo ) - Obrigado.

Caio sai de casa.

Cena 8/  Baile da Gaiola / Noite

Janaina, Wesley e Caio estavam no Baile da Gaiola. O local estava lotado de pessoas de diversos lugares. Nesse momento, tocava um funk do MC Livinho.

🎶
Hoje, no baile da Penha, o que vai rolar?
Só putaria pra essas menina dançar
Os amigo já tão cada um com a sua missão
Traz o lança, que eu já tô com o meu copão na mão

Hoje, eu vou parar na Gaiola
Ficar de marola
Senta pro chefinho do jeitinho que ele gosta
Vai ficar chapada e vai voltar depois das hora🎶

Janaina ( Dançando ) - Adoro o Baile da Gaiola!
Wesley - Aqui até esqueço dos meus problemas, principalmente estar aqui com os manos que eu gosto.
Caio ( com um copo na mão ) - Foi a melhor parada que fizeram aqui. Ouvir as músicas do funk com todos os parças me faz bem feliz.
Janaina -E com todo o nosso trabalho e os problemas que tivemos, uma diversão seria perfeita. Principalmente conciliando trabalho e facul.
Wesley - E eu estou vendendo picolés. Ter que andar no Sol quente, quase todo dia não é brincadeira não. ( T). E eu que gosto de funk não posso ficar de fora.

De repente, alguem começa a atirar, dispersando uma multidão. Todos começam a correr.

Caio ( apressado ) - Gente, tá começando o tiroteio!
Wesley - Vamo correr pessoal, bora sair daqui!

O tiroteio fica mais forte, e um deles acerta Caio.
Caio ( colocando a mao nas costas ) - Ahhh!
Em seguida ele cai no chão.

Janaina ( desesperada ) - Alguem ajuda aqui!
Wesley - Vou ligar para a ambulância e para a mãe dele.

Cena 9/ Rocinha  Casa de Regina / Interior / Sala / Noite

Regina estava à espera de Caio.

Regina ( preocupada ) - Que estranho ... O Caio nem ligou, e nem postou fotos. ( T) . Daqui a pouco ele deve estar chegando.

O telefone toca. É Wesley.

Ligação on

Wesley ( com voz preocupada )- Alô, Dona Regina?
Regina - Oi Wesley, como esta aí?
Wesley - Estava tudo bem, mas aconteceu uma coisa não muito legal.
Regina ( preocupada ) - O que... O que aconteceu?
Wesley - É... O Caio... Ele levou um tiro aqui no Baile.
Regina ( desesperada ) - Um tiro? Como assim?
Wesley - Foi tudo rápido, começou uma confusão, corremos e ele foi baleado, estamos indo para o Hospital Miguel Couto.
Regina ( desesperada ) - Eu vou para aí também.

Ligação off

Regina ( orando ) - Meu Deus que não aconteça nada com meu filho...


Algum tempo depois...

Cena 10/ Hospital / Noite

Regina havia chegado ao hospital e vai ao quarto ver o filho. Caio está numa cama usando um protetor na coluna e suas funções vitais estão normais.

Regina ( com lagrimas nos olhos ) - Como esta meu filho?
Medico - O paciente está bem, mas o tiro acabou atingindo a vertebra T5 da coluna lombar.
Regina ( preocupada ) - E .. o que isso quer dizer?
Médico - Precisamos avaliar quando o paciente acordar, mas tem grandes chances de ficar paraplégico.
Regina ( desesperada ) - Não... Meu filho não merece isso!

Caio acorda.

Caio ( com efeito da anestesia ) - Ahhh... Uhhh. O que aconteceu?
Médico - Voce foi baleado e trazido ferido para cá . Além disso precisou de uma cirurgia de emergência.
Caio ( tentando se mover ) - Eu... Eu não sinto as pernas.

Regina olha aflita para o filho .

GANCHO



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