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Força de Um Sonho - Capítulo 13

 



Cena 1/ Hospital / Interior / Noite /

Jadson ( Com a mão no abdômen ) - Eu já levei muitos tiros, mas nenhum ... Me deterá.
Médico - Procure descansar, pois depois irá para um presidio.
Jadson ( Alterado ) - Que mané presídio o que, rapá? Eu não vou preso coisa nenhuma.
Medico ( Saindo do quarto ) - Estou saindo para completar o prontuário, em breve estarei de volta para continuar os exames.
Jadson - Babaca.

Algum tempo depois...

Nesse momento, um helicóptero surge ao lado da janela do hospital. Bruno faz sinal para Jadson entrar. Jadson retira o acesso intravenoso e caminha em direção a janela, em seguida a abre e se prepara para embarcar no helicóptero. Nesse momento o medico retorna.
Medico - Ei! Você não pode sair!

Jadson "dá uma banana " para o médico e entra no helicóptero, em seguida começa a rir.

Jadson ( Maquiavélico ) - Hahaha! Idiotas! Otários!


Cena 2/ Ipanema / Casa de Paula / Interior /Quarto de Paula / Manhã/


Paula está em seu quarto, assistindo TV, quando a empregada , Telma, bate à porta.

Telma ( Entrando no quarto ) - Paula, trouxe suas roupas, todas elas estão bem limpas.
Paula ( Mal - Humorada ) - Tá, deixa eu ver se está tudo direito. ( Conferindo a roupa ). Aqui! Aqui! Tem uma mancha no minha calça! Você não sabe lavar uma roupa, é?
Telma - Desculpe, eu não vi que tinha manchado... Deve ter sido a agua sanitária. Vou lavar de novo.
Paula ( Irritada ) - Não viu? Por isso não gosto dessa gente pobre, sempre dando uma de idiota. Você vai lavar e vai deixar do jeito que estava,ouviu bem?
Telma ( Incomodada com a atitude de Paula ) - Olha... Saiba que todos são passiveis de erros, e estou dizendo que isso foi um acidente. ( T ) A Dona Carmen sempre foi educada e gentil, principalmente em relação ao meu trabalho, mas voce estou vendo que é diferente.
Paula ( Arrogante ) - A minha mãe está lá no hospital, desenganada lá no hospital e nem sei se vai voltar. Enquanto isso sou eu que dou as regras aqui, e você tem que me obedecer, ouviu bem, empregada? ( Estalando os dedos ). Vai, sai e dá um jeito de consertar o que você fez.
Telma - Estou indo consertar, com licença.

Telma sai do quarto, e em seguida o celular de Paula toca.

Paula - Hospital, o que será dessa vez?

Ligação on

Recepcionista - Alô, é da casa da Paula Castro?
Paula - Sim, sou eu, o que quer?
Recepcionista - É do departamento de Oncologia, o Doutor mandou avisar que houve uma piora na saúde de sua mãe.
Paula - Ela piorou?
Recepcionista - Infelizmente sim, e é necessário que você venha para cá.
Paula - Estou indo.

Ligação off

Paula - Mais essa agora...

Cena 3/ Casa de Marcelo e Wanda / Quarto de André / Manhã

André e Janaina estão juntos assistindo um filme. Eles estao sentados na cama de André e comem pipoca.

André - Muito interessante esse filme, Vista a Minha Pele, nunca tinha assistido.
Janaina - Eu já assisti algumas vezes, e o mais interessante é que mostra uma inversão de papeis, negros no lugar de brancos, e brancos no lugar de negros, tudo bem abordado.
André - Outro dia eu estava lendo uma reportagem sobre Cotas, e até acho bom, assim todos podem ter chances.
Janaina ( Taxativa ) - Cota Não é Esmola, negros e brancos têm capacidades iguais e podem conquistar seu espaço na sociedade sem nenhum empurrão.
André ( Pensativo ) - Eu não tinha pensado por esse lado... Para mim as cotas eram como uma ajuda, mas não como uma esmola, fiquei surpreso.
Janaina - Já ouviu Bia Ferreira? Fala sobre a classe negra. Muitas vezes um simples fato faz um negro ser massacrado e um branco ser inocentado. Se um negro rouba uma caixa de leite, é cadeia. Se um politico branco rouba, está solto. Mas agora tudo está mudando, os negros estão vindo para revolucionar.
André - Por exemplo, eu acho você uma negra linda, acha que é um elogio ou una forma de preconceito?
Janaina - É redundância. Ninguém chega para uma branca e fala que é uma branca bonita, já quando vêem uma negra, enfatizam a raça como algo ruim, e isso não é bom. Humor negro, mercado negro... Tudo isso coloca a palavra " negro " para adjetivar algo ruim .
André ( Batendo palmas ) - Olha... Eu sei que você é inteligente, mas voce sabe coisas que nem ensinam na escola. ( T). Eu estudei num colégio de ponta daqui, voce sabe, e nada disso eu aprendi, fico até surpreso. Tenho muito a aprender ainda.
Janaina - Todos ainda podem aprender muito na vida, com toda certeza. Muitas coisas u aprendi com a vida, e me sinto bem em ensinar.
André ( Sorrindo ) - Com todo esse ensinamento seu, ate esqueci do filme, vamos continuar assistindo.
Janaina ( Sorrindo ) - Vamos terminar de assistir então.



Cena 4/ INCA / UTI / Tarde

Carmen está fragilizada no hospital, com aparelhos e com aparência pálida. Ela respira com dificuldade, mas se alegra ao ver a chegada de sua filha Paula.

Carmen ( Fraca ) - Filha... Você veio me ver... Você veio...
Paula ( Desinteressada ) - É, eu vim. Me ligaram dizendo que você estava aqui morrendo e eu decidi vir, para dar o ultimo adeus.
Carmen - Eu ... não queria morrer... Queria ver o seu futuro... ( Emocionada ) . Você se tornou uma linda mulher, a sua... beleza deveria ser aliada sua, e não uma arma...
Paula ( Cínica ) - O que você quis dizer com isso? A beleza é minha , e uso quando quiser.
Carmen ( Com lágrimas nos olhos ) - Filha... Você cometeu ... muitos erros nesse tempo, muitos erros... e eu sei desses, seja uma pessoa boa, siga o caminho do bem... ( Perdendo forças ) Por favor... Mude...
Paula ( Arrogante) - Por que eu vou mudar? Eu vou fazer o que quero, e não é porque voce tá morrendo que vou fazer o que quer. ( T). Sou bonita , loira, e ninguém irá tirar isso, eu não irei deixar.. ( T ) Já você... Até divida pagou, só por estar doente... Eu posso parar na cadeia, mas nunca deixarei de falar o que quero, tenho o meu direito e não LIGO para ninguém.
Carmen ( Com lagrimas nos olhos ) - Filha... Me escuta... Pela última vez... Mude, recapacite e sua vida será melhor... Se você... Se você não mudar, não ficará bem... Por favor...
Paula (  Cínica ) - Tá, vou ver o que faço.
Carmen ( Perdendo forças ) - Faça... E verá os frutos... Eu ... te a...mo
Carmen fecha os olhos e a maquina apita. Os médicos tentam reanimá-la, mas sem sucesso.
Medico - Lamento, mas a paciente faleceu.
Paula ( Enxugando uma lágrima ) - Pronto. Agora sigo minha vida.

Em seguida Paula deixa o quarto.

Cena 5/ UERJ / Sala de Marcelo / Tarde/

Julio sai apos mais um dia de aula, Marcelo o aborda.


Marcelo - Aí, Julio, o que está achando das aulas do semestre?
Julio - Eu estou gostando bastante. As matérias estão cada vez mais interessantes, e isso tem me atraído bastante.
Marcelo - E você tem estado bem feliz também... Isso tem uma motivação?
Julio - O meu namorado, Leandro, tenho estado bem feliz com ele,  é um ótimo rapaz... ( T). E isso tem me feito refletir sobre a Homossexualidade em outros tempos .
Marcelo - A homossexualidade tem grande história, caso queira posso até te trazer um artigo... Mas também o preconceito era muito grande.
Julio ( Refletindo ) - Infelizmente o preconceito está presente, a própria História diz isso. Eu li uma web novela, Marcas da Vida, que falava sobre um casal gay na Ditadura Militar e eles precisavam se esconder... Tudo isso já está enraizado na própria História.
Marcelo - Com certeza , e ainda temos muito o que aprender e a ensinar, e estarei disposto a isso.
Julio - E o Gael, como esta?
Marcelo - Eu nem sei... ( Pensativo ). Nao sei o que deu naquele garoto, mas espero que um dia ele recapacite.
Julio - Também espero que vocês fiquem bem... ( Olhando o relógio ) . Olha a hora, preciso ir...
Marcelo - Até a próxima aula.

Julio sai da sala e vai embora.

Dia seguinte...

Cena 6/ Copacabana / Casa de Juliano / Interior / Sala / Manhã


Juliano e Paula se beijam na sala de casa, enquanto tomam café. Mesmo com a morte da mãe, Paula aparenta estar feliz.

Juliano ( Sendo solidário ) - Fiquei sabendo que a sua mãe faleceu...
Paula - Ela já estava doente, não tinha mais cura, agora ela está sendo enterrada.
Juliano - E por que você não quis ir no enterro dela? Sabe... para se despedir dela.
Paula ( Fria )  Ah... Eu não tava a fim de ir não... Ela já estava muito chata, querendo me dar lixção de moral, dizendo como eu tinha que viver... Até pagou a divida que a nojenta tinha com o Jadson .
Juliano ( Fingindo não conhecer ) - Jadson traficante?
Paula- Sim, a Janaina e a Leonor tinham uma divida e a minha mãe pagou, fiquei irada com isso. ( T)  Só porque estava doente queria me dar lição de moral dizer o que fazer e pensar... Eu até senti no momento, mas agora me sinto livre, e vou fazer o que eu quiser, sem ninguém interferir en nada.
Juliano ( Sorrindo ) - Voce é bem... soberba... Gosto disso em você. Não é a toa que estamos 1 ano juntos. ( dá um beijo em Paula ). Não deixarei ninguém cruzar seu caminho, pode deixar.

Enquanto Juliano e Paula conversam, o celular toca. Juliano olha e descobre ser Jadson.

Ligação on

Juliano - Alô, Jadson? Tu tá solto?
Jadson - Claro que tô solto, essa poliçada não me pega. ( T). A proposito, tem mais bagulho para você, vem pra cá.
Juliano - Mas a barra tá limpa pro seu lado? Eu não quero problemas para nós.
Jadson - Tá tudo certo, já consegui escapar, agora só continuar com os negócios, fechou?
Juliano - Fechou. Daqui a pouco tô aí.

Ligação off

Paula ( Curiosa ) - Era o Jadson?
Juliano - Era sim, disse que preciso ver umas coisas, mas vou mais tarde.
Paula - Não tem medo de ser preso?
Juliano - Eu não, a lei aqui é fraca.
Paula ( Debochada ) - Ainda bem , né?
Juliano ( Também debochado ) - Sim. Por isso ninguém para a gente.
Paula ( Acariciando Juliano ) - Por isso gosto de você, maior e melhor que o Andre ..


Cena 7/ Batalhão / Interior / Manhã/

Otavio trabalhava no batalhão, quando um policial percebe seu comportamento e o aborda.

Policial - O que foi Otavio? Parece preocupado.
Otavio ( Encostado na mesa ) - Nada, estava apenas pensando no meu filho Leandro, que saiu de casa.
Policial - É o que é homossexual?
Otavio - Sim, e só tenho ele. Desde quando eu e a Mara conhecemos o namorado dele, ele saiu de casa. Segundo o Leandro, a gente tem que apoiar o relacionamento e a opção sexual dele , mas não é bem assim. Ainda mais eu que sou policial.
Policial ( Aconselhando ) - Eu tenho filhos, e sei que pode ser um choque, mas você precisa ver o ponto de vista do seu filho. De repente ele esteja precisando de um apoio, conselhos... Muitas vezes é nessa época que posem ir para outro caminho, e tenho certeza que vocês não querem isso.
Otavio ( Refletindo ) - Eu e a Mara queremos que o Leandro fique bem e que nada aconteça. Como eu disse, como policial, não quero ser visto como pai de um filho gay.
Policial - Mas ele não é um criminoso... Então voce não pode recriminá-lo, tem que apóia-lo.
Otavio ( Pensativo ) - Vou ver o que faço...

Em seguida Otávio se encaminha para outra área do batalhão.

Otavio( Pensando ) - Mais um ... Será que estou errado?


Cena 8/ Praia de Ipanema / Tarde/

Wesley está em mais um dia de trabalho vendendo picolés. Ele caminha pela areia e percebe uma movimentação. Um cliente o chama e Wesley se direciona para o mesmo.

Wesley - Qual picolé vai querer?
Cliente - Vou querer um de abacaxi e outro de uva. ( T). Quanto fica?
Wesley - Fica em R$10,00, vou pegar para você.
Cliente - Tem uns baderneiros que ficam criando confusão nas praias, isso é bem complicado.
Wesley - Esse pessoal deve ser"filhinho de papai " , aí vem para zonear. Enquanto isso eu trabalho, vou para a faculdade e subo o Vidigal.
Cliente - Aí que a gente vê como são as coisas...

Wesley dá o troco para o cliente e vai embora. Mais à frente, Wesley encontra um grupo de jovens junto com Gael e Douglas. Percebendo Wesley com a caixa dos picolés, os rapazes o seguem e o alcança.
Wesley ( Tentando escapar ) - Me soltem!
Douglas ( Debochado ) - Hahahaha!

Os rapazes agridem Wesley e o deixam caido no chão.
Wesley ( Com dores ) - Filhos da... Ainda roubaram minha mercadoria, e o dinheiro, agora vou ter que ir no Atacadão comprar tudo de novo...

Wesley se levanta e decide ir embora para casa, mesmo sem os picolés e o dinheiro das vendas.

Cena 9/ Ipanema / Empresa / Interior / Departamento de Recursos Humanos / Tarde


Andre está em uma reunião da empresa, tendo seu currículo analisado por um Diretor de Recursos Humanos.

Diretor ( Com uma caneta em mãos ) - Bem, estou analisando seu currículo... E vejo que tem uma grande bagagem... Graduação na PUC, Especialização nos Estados Unidos, Idiomas... Ótimo para alguem tão jovem.
André - Assim que terminei o Ensino Médio eu entrei logo na faculdade e fui em busca de trabalhos, aprendizados... O meu desejo é me tornar um empresário de uma ótima empresa.
Diretor - Aqui na Empresa temos grande fluxo de empresários, os cargos crescem de acordo com a produtividade, tem as áreas de atuação...
André ( Interessado ) - É justamente sobre isspo que quero aprender, a minha maior ambição é trabalhar na área financeira.
Diretor ( Assinando um documento ) - Então voce está contratado .
André ( Cumprimentando o Diretor ) - Muito obrigado.

Cena 10/ Vidigal / Casa de Leonor / Interior / Tarde/

Janaina e Leonor assistiam nos noticiários pela TV. Atentas, elas comentam sobre varias noticias.

Janaina - Parece que quanto mais assistimos TV, mais violencia presenciamos...
Leonor - Verdade filha, e parece que o governo não está nem aí para nós, só se preocupam com o bolso deles. ( T) Outro dia teve tiroteio aqui, gente morrendo... E a gente lutando para ficar vivo.
Janaina - Mas não é só violencia, toda a infraestrutura  está comprometida, ruas esburacadas, enchentes... Às vezes sinto pena do Caio, mas sempre procuro ajudar quando estou com ele.

Nesse momento Wesley chega com expressão de descontentamento, alem de estar sem a mercadoria.

Leonor ( Preocupada ) - Filho! O que aconteceu com você?
Wesley ( Irritado ) - Uns baderneiros me roubaram, foram em cima de mim, me agrediram e roubaram tudo meu, inclusive o dinheiro.
Janaina ( Assustada ) - Mas não aconteceu nada com você certo? Esses casos que as pessoas avançam assim são perigosos. Se é que pode se chamar de pessoas.
Leonor - São desordeiros, isso sim.
Wesley ( Indignado ) - Eu amo minha cor, mas estou cansado de ver os negros apanharem dos brancos. E foi porque me pegaram desprevenido, senão eu iria bater em um deles, nem que me embolasse na areia, para aprenderem a lição.
Leonor ( Aconselhando ) - Eu entendo sua indignação, mas reagir à um arrastão é muito perigoso, vai que um deles está armado? Às vezes é preferível ficar até sem a roupa do corpo, mas com vida.
Janaina ( Apoiando Wesley ) - E eu vou com você no Atacadão para comprar mais mercadorias, pode deixar que não ficará assim. ( T). À proposito, você não viu quem era?
Wesley - Pior que não, na hora eu quis me proteger, só vi que um era loiro, mas eles saíram correndo e fugiram. Nem presos vão ser. E eu... Até com a roupa rasgada fiquei. Mas deixa... Sou forte, vou me reerguer.
Leonor - Vou preparar alguma coisa, enquanto isso procure descansar...
Wesley ( Pensativo ) - Nascem dez mil depois que um dos nossos cai... Vou dar a volta por cima.



Cena 11 / Subúrbio /Casa de Julio / Interior / Sala / Tarde

Leandro e Julio estão juntos assistindo o filme Orações para Bobby, e em um dado momento do filme, eles iniciam um debate.


Leandro - Esse filme é bem forte... O Bobby morreu pela não aceitação da mãe por causa da sexualidade dele... Adoro assistir, sempre me emociono.
Julio -  Infelizmente muitos pais não aceitam a sexualidade dos filhos, muitas vezes por preconceito , homofobia, religião ou às vezes até o choque da notícia, e em muitos casos, ocorre como o Bobby, que chegou ao suicídio.
Leandro ( Pensativo ) - Eu às vezes até penso nos meus pais, o que eles estão sentindo... Com certeza devem estar sentindo minha falta, mas eu não ia fazer a egípcia.
Julio ( Apoiando  Leandro ) - Eu estou com você, lembro quando fui apresentado, a reação que tiveram... Mas também desejo que um dia recapacitem e aceitem. ( T)Mas por outro lado, vejo que pode ser difícil para eles também, tem os dois lados.
Leandro - Eu também penso às vezes, creio que seja difícil, por isso quero dar um tempo à tudo, mesmo que tenham se passado um ano.
Julio ( Mudando de assunto ) - Sabe, assim que terminar o filme, podemos sair juntos, ir numa boate. Estou sentindo falta.
Leandro ( Empolgado ) - Amo! Ai... Quero tanto beber, dançar, me esbaldar... Vai ser babado!
Júlio - Então vamos terminar de assistir o filme, está muito legal.
Leandro ( Sorrindo ) - Vamos sim.


Cena 12/  UFF / Pavilhão de Direito / Noite/

Apos uma longa viagem, Elaine volta à faculdade e é recebida por Janaina.

Janaina - Elaine, quanto tempo! Que bom que está de volta!
Elaine - Essa longa viagem que fiz me serviu de grande aprendizado, principalmente para minha formação.Mas não deixei de acompanhar os acontecimentos aqui do Brasil, embora muitos não tenham sido bons.
Janaina ( Em tom triste ) - Como a morte da Marielle Franco, uma mulher batalhadora que foi morta... Os negros sempre sendo vitimas.
Elaine ( Refletindo) - Infelizmente... Como o musico Evaldo, 80 tiros, uma brutalidade, os negros vivem em opressão desde os tempos da escravidão. Acabou a Escravidão, continuou a opressão. Casos de racismo presentes , como o que defendi, negros sendo presos no lugar de brancos...
Janaina - O meu irmão Wesley mesmo ,  foi roubado num arrastão, e ainda agredido, por brancos. Tenho certeza que, se ele fosse negro, estaria na cadeia Isso tudo causa revolta nas pessoas.
Elaine - Dandara Dos Palmares foi uma heroína, escravizada, quase não aparece. Não há muito interesse pela Historia dos Negros, maior parte é sobre os brancos. Mas felizmente os negros estão conquistando devido espaço na sociedade. Por isso sou à favor da representatividade e da militância, ninguém deve se calar.
Janaina - Com toda certeza,quem milita tem o meu respeito. ( Olhando o relógio ) . Olha a hora, estamos conversando e está quase na hora da aula.
Elaine - Com certeza... A aula será muito importante.

Elas se encaminham para a sala.

Cena 13/ UFF / Pavilhão de Ciências Sociais / Noite/ 

Wesley e Daniela estão na faculdade. Como Wesley está usando uma camiseta, Daniela percebe alguns hematomas.

Daniela - Esta com umas manchas Wesley, aconteceu alguma coisa?
Wesley - Ah... Eu estava trabalhando na praia e apareceram alguns baderneiros fazendo arrastão e me roubaram, me agrediram e roubaram tudo.
Daniela ( Preocupada ) - Nossa... Ainda bem que não foi nada grave.
Wesley - Por sorte sim, mas cheguei em casa todo ferrado, sem mercadoria, fui no Atacadão para poder voltar a trabalhar. Queria que um dia fôssemos mais respeitados, e olha que estava na Zona Sul.
Daniela - Mas na Zona Sul têm muitos desocupados, gente que não trabalha e só quer saber de farra. ( T). Eu também já fui assaltada, e o meu medo foi de ter acontecido algo comigo, por sorte só levaram meu celular.
Wesley ( Indignado ) - Às vezes eu canso de estar nessa situação de ficar na defensiva... Gente que desrespeita os outros... Mas isso só aumenta minha vontade de lutar.
Daniela ( Apoiando - o ) - Tem coisas que nos dão mais vigor, e tenho certeza que quando voce se formar, será um ótimo profissional.
Wesley ( Sorrindo ) - Obrigado pelo apoio.

Cena 14/ UFF / Frente / Noite/

Janaina está saindo da faculdade, pronta para ir para casa, quando encontra André.

Janaina ( Surpresa ) - Oi André, que bom te ver.
André ( Sorrindo )- Sabe que não perco a oportunidade de vir ate aqui te ver... Aqui onde você estuda. ( T). Principalmente porque aconteceu algo muito bom no meu emprego.
Janaina ( Curiosa ) - O que aconteceu?
André - Fui promovido à Gestor de Finanças, simplesmente eu vou trabalhar com a parte financeira, área que eu sempre quis, estou muito feliz.
Janaina - Você merece essa promoção, se esforçou muito para conseguir, assim como eu também estou me esforçando para me tornar una ótima advogada. Um dia seremos muito felizes trabalhando nas nossas áreas..
André - Sabe que sua motivação serve de exemplo para mim..
André e Janaina se aproximam e acabam se beijando. Nesse momento , Paula os observa e decide ir até eles.

Paula ( Cínica ) -  Que bonito, não... Vocês aqui aos beijos...


GANCHO

Marielle Presente




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