CAPÍTULO 25 (Últimas Semanas):
Cena 01 – Casa
Emília Bertolini - Sanatório [Interna/Dia]
(Malu está sentada
num banco do jardim do sanatório, com o olhar distraído e perdida em seus
pensamentos, não observa que se aproximam).
RENÉ: Bom dia meu amor!
MALU: O que faz aqui? Vá
embora, não quero ver você.
RENÉ: Não fale assim
comigo, estou com quase tudo pronto para tirar você daqui.
MALU: Não, eu não vou com
você a lugar algum. Prefiro apodrecer nesse sanatório a ter que me sujeitar ser
sua.
RENÉ: Porque você me
rejeita assim? Eu sou tão homem quanto qualquer outro que te deseja, não sou
como aquele moribundo do seu marido que está lá, mais morto do que vivo.
MALU: Lave a sua boca
antes de falar do Alfredo, ele é muito mais homem que você, até em coma. Se
você me permite, já me cansei de tomar banho de sol, não tenho mais porque
continuar te ouvindo, com licença! (Malu se levanta do banco e vai embora).
RENÉ: (Observa Malu andar
rumo ao interior do sanatório) Você vai me amar, você tem que me amar. Eu vou
te levar embora comigo e aí sim, você será minha, só minha.
Cena 02 – Casarão
Sant'Anna (Jardim) [Interna/Dia]
(Paula chega ao
casarão de carro, estaciona e caminha pelo jardim em direção a entrada
principal da casa quando avista Sílvia sozinha sentada em uma mesa próxima a
piscina).
SÍLVIA: Bom dia, Paula.
Toma um suco comigo?
PAULA: Claro! (Paula
senta-se a mesa).
(Claud serve um
pouco de suco de goiaba para Paula).
SÍLVIA: Como vão as coisas
no hospital? Trazendo muitas crianças ao mundo?
PAULA: Atibaia está
crescendo e acredito que a tendência seja aumentar bastante a população. E o
Caíque? Ele está em casa?
SÍLVIA: Está lá dentro com
o pai e a moça que vocês encontraram, a Isabela.
PAULA: (Desvia o olhar
para não demonstrar desconforto com a notícia).
SÍLVIA: Até quando você vai
viver assim, Paula?
PAULA: Assim como?
SÍLVIA: Eu estou falando da
sua relação com o meu filho. Você o ama, qualquer pessoa percebe há quilômetros
de distância. Você precisa se declarar, tirar isso do seu peito e gritar para o
mundo inteiro.
PAULA: Ele só me vê como
amiga, não adianta Sílvia. O Caíque jamais olharia para mim, principalmente com
a chegada da Isabela, ela sempre na companhia dele.
SÍLVIA: Se você realmente o
ama, não desista dele. De casamento infeliz, já basta o meu! (Sílvia coloca a
mão sobre a de Paula e a conforta).
Cena 03 – Boutique
do Frango [Interna/Tarde]
(Gigi caminha pelos
corredores da empresa com uma das secretárias).
SECRETÁRIA: Aqui está a moça,
senhor!
BETO: Sim, deixa ela
entrar... (Beto fica em pé para receber Gigi que está vestida extremamente
extravagante).
GIGI: E aí? Como é que
vai?
BETO: Beto Galvão, ao seu
dispor. Qual é a sua graça?
GIGI: Graça? Mas eu não
estou vendo graça nenhuma, o senhor está me achando com cara de palhaça? Porque
se tiver, eu vou embora daqui agora, não quero perder meu tempo, sou uma
influencer muito séria.
SECRETÁRIA: Ele quis dizer o
seu nome! (Sussurra no ouvido de Gigi).
GIGI: Ah... O meu nome é
Brígida, mas eu prefiro que me chamem de Gigi Almeida, é mais elegante, como
eu.
BETO: Sim, eu sei que é
muito elegante. Conheci seu trabalho nos jornais depois daquele incidente no
desfile. Acredito que você tem o perfil ideal para ser a garota propaganda da
minha marca. Eu quero que você seja a “Garota Galeto”.
Música da cena:
Toda Toda – Pikeno e Menor
GIGI: Sim, eu aceito!
(Responde histérica).
BETO: Que ótimo! A
secretária vai te passar todas as informações sobre o contrato, quanto será o
seu cachê e vai lhe fornecer o endereço da agência de publicidade que irá lhe
assessorar.
GIGI: Gigi Almeida vai
ser assessorada? Paizinho do céu, chegou o grande dia! (Se benze e levanta as
mãos para o céu).
BETO: Seja bem vinda ao
show business! (Beija a mão de Gigi).
GIGI: Sim, o senhor não
vai se arrepender dessa decisão. Eu serei a melhor garota galeto que você já
teve!
Cena 04 – Casa
Emilia Bertolini - Sanatório [Interna/Tarde]
(O enfermeiro
entrega os comprimidos para Malu acompanhados por um pequeno copo com água).
ENFERMEIRO: Estou gostando de
vê. Você está mais tranquila, nunca mais cismou com ninguém, não teve nenhum
surto. Vou comentar com o diretor que o seu tratamento está surtindo o efeito
adequado. Abre a boca!
MALU: (Abre a boca para
que o enfermeiro constate que o comprimido não está mais ali) Que bom, diga
mesmo ao diretor que eu estou melhor, eu quero sair daqui.
ENFERMEIRO: Sim, quanto a isso
eu não posso lhe garantir. O psiquiatra tem que estudar o seu caso e dizer se
já é tempo para alta, agora eu vou indo, tenho que aplicar medicações em outros
pacientes. Com licença! (O enfermeiro deixa o quarto).
MALU: (Retira o
comprimido debaixo da língua e levanta o colchão. A essa altura é revelado que
embaixo do colchão existem diversos comprimidos, mostrando que Malu já não toma
a medicação há bastante tempo) Eu preciso dar um jeito de fugir daqui, não
posso ficar presa aqui para sempre ou vou acabar enlouquecendo de verdade!
Cena 05 – Jardim
Saúde (Oficina de Jorginho) [Interna/Tarde]
(Jorginho está
embaixo de um carro sem camisa quando percebe que um outro carro acabara de
estacionar e alguém desce do carro, pelos sapatos, consegue-se perceber que é
uma mulher).
JORGINHO: Pois não, posso
ajudar? (Jorginho sai debaixo do carro e fica impressionado com quem vê).
BETINA: Meu carro está
fazendo um barulho estranho, já morreu duas vezes a caminho daqui. Você poderia
dar uma olhada?
JORGINHO: Com toda certeza,
olho o que você quiser...
BETINA: Como disse?
JORGINHO: Que vou consertar
tudo, tudo mesmo. O meu nome é Jorge, mas todo mundo me conhece com o Jorginho.
E você, como se chama?
BETINA: Eu me chamo Betina!
Você pode dar uma olhada agora, por favor?
JORGINHP: Sim, com certeza...
Trinta minutos
depois...
BETINA: (Dá partida no
carro e ele volta a pegar) Acho que funcionou!
JORGINHO: (Jorginho limpa as
mãos num pano para retirar a graxa) Eu nunca te vi pelas redondezas, você é
nova por aqui?
BETINA: Digamos que sim!
JORGINHO: E o que faz da
vida?
BETINA: (Coloca o dinheiro
na mão de Antônio e entra no carro) O que eu faço da vida? Quem sabe um dia
você não descobre... Obrigada! (Betina liga o carro e vai embora).
Cena 06 – Casarão
Sant'Anna [Interna/Tarde]
Música da cena: Volta
– Fábio Junior
(Igor mexe numa
gaveta da escrivaninha do seu escritório até retirar seu interior um envelope).
IGOR: (Abre o envelope e
olha uma foto de Malu na época da juventude) Porque você me abandonou? Nós
teríamos sido tão felizes. Só queria poder apagar essa parte da nossa história,
já que você não foi minha, não queria viver de lembranças. Enquanto você deve
está casada, com filhos, eu vivo uma vida vazia, remoendo passado numa história
que já teve fim.
(Sílvia que estava
observando através da porta entreaberta, invade o escritório e tira a foto das
mãos de Igor).
SÍLVIA: Ah, é ela, não é?
Sempre ela, essa é a mulher que nos perseguiu durante mais de vinte anos e é a
razão da nossa infelicidade.
IGOR: Você ficou doida,
Sílvia? Me devolve essa fotografia agora mesmo...
SÍLVIA: Você quer essa
foto? Olha aqui o que eu vou fazer com ela... (Sílvia rasga a foto de Malu em
vários pedaços e joga no chão em seguida).
IGOR: Você não percebe
que independente de rasgar essa foto ou outras, não vai mudar o que sinto,
Sílvia. Nós não somos mais felizes, venho te dizendo isso há anos. Eu quero me
separar, eu quero o divórcio...
SÍLVIA: Não, isso nunca!
(Sílvia abraça Igor). Você não pode me deixar, eu te amo Igor, eu te amo tanto
que é o suficiente por nós dois...
Música da cena:
Atrás da Porta – Ivete Sangalo
IGOR: (Se afasta de
Sílvia) Olha o que você está dizendo, Sílvia. Não faça isso conosco, não faça
isso com você... São anos de um casamento infeliz, de empurrar com a barriga
essa história, nós ainda podemos ser felizes, refazer as nossas vidas. Eu já
decidi, eu vou me separar de você, nem que para isso eu entre com o pedido de
litígio. (Igor deixa o escritório).
SÍLVIA: (Sílvia se senta na
cadeira de Igor aos prantos e se debruça sobre a mesa).
Cena 07 – Loja de
Noivas [Interna/Tarde]
(Marcela arrumava
alguns vestidos de noiva no estoque, quando foi interrompida por Nair).
NAIR: Meu anjo, você tem
visita!
MARCELA: Visita? Eu não
estou esperando ninguém... Deve ser o Antônio.
NAIR: Não, não é o seu
namorado... Ele eu conheço, é outro rapaz e ele está acompanhado.
MARCELA: Estranho! Eu vou
subir e ver quem é, não demoro!
(Marcela sobe a
escada do estoque que a leva rumo ao salão principal da loja de vestidos de
noiva para descobrir quem estava lhe procurando).
MARCELA: Estava me
procurando?
CAÍQUE: Eu não, mas ela
assim...
MARIA
EDUARDA: (Trajava
um casaco moletom com capuz e estava de costas, quando percebe a presença da
prima, retira o capuz e vira-se para ela) Sou eu, prima, a Maria Eduarda!
MARCELA: Eu sei que é você,
não estou entendendo o que faz aqui e com esse homem... Não podia ter falado
comigo de manhã?
MARIA
EDUARDA: Você
não entendeu, eu sou a verdadeira Maria Eduarda. A que você viu em casa pela
manhã é uma impostora, trata-se da Ingrid... Ela tentou me matar e assumiu
minha identidade.
MARCELA: Mas essa história é
monstruosa! (Responde abismada).
MARIA EDUARDA: Eu sei que essa
história parece loucura, coisa de filme... Mas é a verdade! A Ingrid tentou me
matar.
MARCELA: Aquela mulher é
louca, uma psicopata. Precisamos ir até a polícia, ela precisa ser presa e
pagar pelo o que fez...
MARIA
EDUARDA: Não,
ainda não é o momento!
MARCELA: Não...Essa mulher
tentou te matar, Eduarda... Precisamos fazer alguma coisa!
MARIA EDUARDA: Vamos fazer, só que
precisamos de provas, vamos encurralar a Ingrid. Ela é muito esperta,
precisamos ser mais ainda que ela, fora que ela tem cúmplice... Preciso falar
com a minha mãe, os meus irmãos... O Miguel! Como o Miguel está?
MARCELA: Sua mãe está viajando
há dois meses!
MARIA
EDUARDA: Viajando
e há tanto tempo? Que estranho.
MARCELA: Eu e sua irmã
também achamos a mesma coisa, após isso a sua irmã assumiu a presidência da
agência enquanto se passa por você. A minha vontade era de ir naquela empresa e
tirar ela da cadeira a bofetadas.
MARIA
EDUARDA: Vamos
precisar de cautela, muita cautela. E o Miguel? Você não me falou...
MARCELA: O Miguel vai se
casar em poucos dias com você, ou melhor, com aquela farsante.
MARIA
EDUARDA: Casar?
O meu sonho... Ela está vivendo o meu sonho!
Cena 08 – Paradise
Models (Sala da presidência) [Interna/Tarde]
(René chantageia
Ingrid).
MARIA EDUARDA
(INGRID): Você
ficou maluco? É muito dinheiro, não tenho como tirar isso tudo, vai afetar o
financeiro da agência.
RENÉ: Nada que você já
não tenha feito nos últimos tempos. Eu quero esse dinheiro para recomeçar,
estou pensando em parar de trabalhar, ir viver numa casa no campo, afastada...
MARIA EDUARDA
(INGRID): Vai
bancar o fazendeiro as minhas custas? Nem pensar.
RENÉ: Vai sim ou esqueceu
que eu posso te entregar pela polícia? Quantos anos será que você pegaria?
Desfalque financeiro, sonegação de impostos e homicídios. Considero que sejam
dois, já que o seu padrasto continua em coma há tempos. Ah... E já ia me
esquecendo, falsidade ideológica, já que você assumiu uma identidade que não é
sua.
MARIA EDUARDA
(INGRID): (Encara
René) Qual é a conta?
RENÉ: Boa garota, gosto
assim... Obediente! (René beija Ingrid, que se afasta logo em seguida).
(Na recepção).
SIMONE: (Percebe que Renata
caminha em direção a sala da presidência).
RENATA: Boa tarde, eu vou
entrar na sala da presidência, ok?
SIMONE: Melhor não, ela
está ocupada.
RENATA: Ocupada? Tem alguém
com ela?
SIMONE: Sim, ela está com o
René. Ele invadiu a sala dela, por alguns momentos eu ouvi gritos, mas agora já
está mais calmo.
RENATA: Estranho, muito
estranha proximidade entre o René e a Maria Eduarda.
Cena 09 – Delegacia
[Externa/Noite]
(O carro de caíque
estaciona em frente ao prédio onde fica situada a Delegacia, nele estão Caíque,
Maria Eduarda e Marcela).
CAÍQUE: Você tem certeza de
que quer fazer isso agora?
MARIA
EDUARDA: A
minha vontade é de arrancá-la daquela cadeira a tapas.
MARCELA: Olha lá, lá vem a
mentirosa! (Marcela aponta para Ingrid que está saindo do prédio para se
encontrar com Miguel que a espera).
CAÍQUE: É simplesmente
surreal o quanto vocês são parecidas!
(Ingrid e Miguel se
abraçam).
MARIA
EDUARDA: Ela
tentou me matar, roubou a minha vida, o meu noivo... Ela me tirou tudo, tudo!
MARCELA: Você vai recuperar
tudo, acredite.
MARIA
EDUARDA: Vou
sim, eu vou recuperar.
Cena 10 – Casarão
Sant'Anna (Atibaia) [Interna/Noite]
(Caíque chega
acompanhado de Maria Eduarda e são recebidos por Igor, Sílvia e Paula).
PAULA: Até que enfim vocês
chegaram, eu estava preocupada. Te liguei diversas vezes, aconteceu alguma
coisa?
CAÍQUE: Estamos bem, não
aconteceu nada. Passamos a tarde em São Paulo, mas já estamos aqui.
SÍLVIA: O que houve,
Isabela? Você está com uma cara...
MARIA
EDUARDA: Não
precisa mais me chamar de Isabela, o meu nome é Maria Eduarda.
SÍLVIA: Mas como? (Sílvia
fica sem entender).
IGOR: Filho acho melhor
levar ela até o meu escritório, eu já encontro vocês lá...
(No escritório)
MARIA
EDUARDA: (Chora).
CAÍQUE: Eu daria tudo para
não te ver chorar, não fique assim...
IGOR: Vocês descobriram
alguma coisa?
CAÍQUE: A irmã gêmea dela
continua usando a identidade dela, assumiu a presidência da empresa da mãe e
está de casamento marcado com o noivo dela para os próximos dias.
IGOR: Mas isso não pode
ficar assim, essa mulher é muito perigosa para estar à solta!
MARIA
EDUARDA: E o
pior que minha mãe passou a presidência para ela e nem deve imaginar a verdade.
IGOR: E você não
conseguiu vê-la?
MARIA
EDUARDA: Não,
soube que ela fez uma viagem bem longa a trabalho, mas não sei se realmente
devo acreditar nisso, depois do que aconteceu, temo que a Ingrid também tenha
dado seu jeitinho para sumir com ela e ficar com a posse de tudo.
IGOR: Mas isso é fácil de
descobrir, posso contratar um detetive e juntos descobriremos o que houve com
ela. Como sua mãe se chama?
MARIA EDUARDA: (Seca as lágrimas
do rosto) Malu... Na realidade é Maria Lúcia Germai!
IGOR: (Estava sentado
numa poltrona, fica de pé surpreso com o nome da mãe de Maria Eduarda e
arregala os olhos) Disse que sua mãe se chama Maria Lúcia Germai?
MARIA
EDUARDA: Sim,
esse é o nome dela.
IGOR: Quantos anos você
tem?
MARIA
EDUARDA: Vinte
e seis anos, senhor. Porque?
IGOR: (Leva as duas mãos
a boca, completamente surpreso e fala consigo em pensamento) Será coincidência?
Se o que eu estou pensando for verdade, essa moça pode ser minha filha, minha
filha com a Malu.
Cena 11 –
Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Noite]
(Miguel coloca
Maria Eduarda (Ingrid) contra a parede)
MARIA EDUARDA
(INGRID): Você
não deu uma palavra o caminho inteiro, aconteceu alguma coisa?
MIGUEL: Se aconteceu? Está
acontecendo, você já está agindo de maneira estranha há muito tempo, eu não sei
mais o que fazer... Pensei em te dar um tempo, respeitei essa fase, mas quanto
tempo isso vai durar? Você mal me toca, não dorme mais comigo e nós iremos nos
casar em poucos dias. Já não sei se isso vai para frente!
MARIA EDUARDA
(INGRID): Não
diga isso, nem brincando. Vamos nos casar sim, você me ama, eu te amo e
queremos ficar juntos! Sou eu, a sua Maria Eduarda!
MIGUEL: As vezes parece que
não é a mesma Maria Eduarda que eu conheci, você está estranha, desconfiada,
quase não me olha. Está acontecendo alguma coisa? Eu te fiz algo? Você precisa
se abrir comigo, ou eu nunca vou saber o que está havendo.
MARIA EDUARDA
(INGRID): Você
precisa relaxar amor, está muito tenso. Não está acontecendo nada, seja mais
compreensivo comigo. São muitas coisas acontecendo, a presidência da agência,
minha mãe viajando... Tudo recai sobre mim, tudo.
MIGUEL: Eu espero que as
coisas realmente melhorem, porque se continuar desse jeito, acho melhor
adiarmos o casamento.
MARIA EDUARDA
(INGRID: Não
vamos precisar adiar nada, porque está tudo bem? Vamos nos casar e ponto.
(O celular de
Ingrid toca e ela o ignora).
MIGUEL: E então, não vai
atender?
MARIA EDUARDA (INGRID): Não é ninguém
importante, deixa para lá.
Cena 12 – Jardim
Saúde [Externa/Noite]
(Marcela e Antônio
caminham pelas ruas do bairro enquanto tomam sorvete, quando ela é surpreendida
por ele).
MARCELA: Morar junto? Você
está me pedindo em casamento ou é impressão minha?
ANTÔNIO: E porque não? Somos
dois adultos, podemos muito bem tentar.
MARCELA: E você não acha que
estamos indo muito depressa com isso?
ANTÔNIO: Eu acho que a vida
passa rápido demais para a gente desperdiçar. Eu gosto de você, gostaria de
tentar também... É um passo importante, mas que eu acho que vale a pena.
MARCELA: É... Eu também
acho! (Marcela e Antônio se beijam na rua).
Cena 13 – Casarão
Sant'Anna [Interna/Noite]
(Igor se olha no
espelho do banheiro de sua suíte enquanto tem alguns flashbacks)
IGOR: (Se lembra da
juventude, quando se relacionava com Malu, como tudo terminou e da carta em que
ela dizia que faria um aborto do filho que esperavam) E agora? O que eu faço?
Devo contar sobre a minha suspeita?
SÍLVIA: Falando sozinho?
IGOR: Pensando em voz alta,
só isso!
(Igor sai do
banheiro e vai para a cama, onde se deita logo em seguida).
SÍLVIA: Boa noite!
(Estranha o comportamento do marido, que em seguida apaga a luz do abajur e se
cobre com um edredom).
Cena 14 – Paradise
Models [Interna/Manhã]
Música da cena:
Hoje Lembrei Do Teu Amor – Tiago Iorc
(O dia amanhece,
imagens da cidade são mostradas, até chegar a fachada da agência de modelos).
MARIA EDUARDA
(INGRID): (Percebe
que o celular está tocando e se irrita, pois sabe de quem se trata) Que droga,
não vão me deixar em paz? Alô? Sim eu sei que ainda não realizei o pagamento.
Eu vou acertar tudo logo, já lhe dei muito dinheiro para isso, mantenha a calma
que tudo vai se resolver. Tá... (Desliga). Inferno, só era o que me faltava...
Já pensou se o infeliz solta a minha mãe? Ela tem que continuar presa naquele
manicômio. Ela vai apodrecer lá!
Cena 15 – Le
Vielmont (Restaurante) [Interna/Tarde]
(Pérola chega
apressada ao restaurante para encontrar Marcela)
PÉROLA: Cheguei! O trânsito
estava um inferno, não demorei muito, né?
MARCELA: Não, mas precisamos
conversar...
PÉROLA: Nossa, tão séria
desse jeito... Até me assusta, o que aconteceu?
MARCELA: Precisamos te
contar uma coisa.
PÉROLA: Precisamos?
Precisamos quem?
MARIA
EDUARDA: Eu
preciso falar com você! (Diz ao se aproximar da mesa onde as duas estão
sentadas).
PÉROLA: Eduarda?
MARIA
EDUARDA: Sim,
a verdadeira Maria Eduarda!
(A imagem foca em
Pérola, a cena congela e o capítulo encerra com o som de uma câmera
fotografando).
Obrigado pelo seu comentário!