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Destinos Ligados (Reprise) - Capítulo 29

 


CAPÍTULO 29 (Últimos Capítulos):

 

Cena 01 – Casarão Sant'Anna [Interna/Noite]

(Igor, Caíque e Sílvia chegam em casa).

 

SÍLVIA: Eu vou para o meu quarto.

CAÍQUE: A senhora não vai a lugar nenhum, vai ficar aí mesmo, parada onde está. Vamos ter uma conversa sobre o que me disse no hospital.

IGOR: Meu filho...

CAÍQUE: Exatamente isso que quero saber. O senhor é pai da Eduarda e a minha mãe no hospital disse que não éramos irmãos. Afinal, no que eu devo acreditar?

SÍLVIA: Acho que chegou a hora de contar a verdade a você meu filho.

IGOR: Não estaríamos passando por isso se não fosse por sua culpa, você tinha mesmo que falar aquilo no hospital?

CAÍQUE: Já chega, eu quero a verdade e quero agora!

SÍLVIA: Está bem, você é meu filho, mas não é filho do Igor.

CAÍQUE: Como é?

IGOR: Para mim isso não muda em nada, filho. O fato de não termos o mesmo sangue não muda o amor que eu sinto por você, você é meu filho, entendeu? Meu filho.

SÍLVIA: Quando eu me casei com seu pai, eu já estava grávida. Ele sempre soube, ele sempre foi um exemplo de homem bom, quis me ajudar da desonra, meu pai havia me expulsado de casa naquela época em que tinha descoberto a gravidez, graças ao Igor, você teve a chance de ter um pai.

CAÍQUE: E o meu pai biológico? O que aconteceu com ele?

SÍLVIA: Ele morreu, fiquei sabendo alguns anos depois. Seu pai fumava muito, teve câncer de pulmão e já descobriu em estágio avançado, não conseguiu sobreviver.

CAÍQUE: Essa história... Eu vou para o meu quarto!

IGOR: Lembre-se do que eu te disse, eu sou o seu pai e nada disso vai mudar e nem influenciar nas nossas vidas, entendeu?

 

(Caíque sobe para o quarto).

 

Cena 02 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Noite]

(Malu recebe a visita dos filhos e dos amigos íntimos).

 

PÉROLA: Eu vou tomar um café na lanchonete, vem comigo Renata? Acho que essas duas querem conversar. Aliás, precisam!

RENATA: Eu vou, mas eu volto logo. (Abraça Malu e vai com Pérola até a lanchonete).

ANTÔNIO: Bem, eu vou acompanhar alguns pacientes no segundo andar.

MARCELA: E eu vou aproveitar que as meninas foram até a lanchonete e vou comer alguma coisa. Quer que eu traga algo, Eduarda?

MARIA EDUARDA: Não, obrigada... Vou ficar mais um pouco!

MIGUEL: Eu espero lá fora amor, qualquer coisa você pode me chamar.

 

(Miguel, Antônio e Marcela também deixam Malu e Maria Eduarda a sós).

 

MARIA EDUARDA: Bom, eu acho que a senhora já deve imaginar sobre o que quero conversar, não é?

MALU: Eu sei sim e por isso, resolvi que não farei rodeios. Você já é uma mulher adulta, que está construindo uma família, uma carreira sólida... Então vou falar com você francamente. Sim, o Igor é o pai de você e da Ingrid.

 

Cena 03 – Casarão Sant'Anna [Interna/Manhã]

(Ao acordar, Sílvia veste um roupão de seda na cor verde e vai até o quarto de Caíque, pois sente a necessidade de continuar a conversa com o filho).

 

SÍLVIA: Filho, precisamos... (Sílvia entra no quarto do Caíque e percebe que o filho não dormiu em casa).

CLAUD: (Sai do banheiro nesse momento, pois estava arrumando umas toalhas nos armários) O Caíque não está, senhora. Saiu logo cedo, nem tomou café.

SÍLVIA: E ele disse para onde ia?

CLAUD: Não senhora!

SÍLVIA: Eu já imagino para onde ele deve ter ido...

 

(No Hospital Paulo Toledo, Caíque revela a Pérola sobre o que acabara de descobrir e ela o consola).

 

MARIA EDUARDA: Eu sei como você está se sentindo, eu também me senti assim quando descobri que os meus pais não eram quem pensava. (Fala enquanto abraça Caíque).

CAÍQUE: Você não sabe o quanto seu abraço me conforta!

 

(Miguel chega na recepção para encontrar com Maria Eduarda e se depara com ela abraçada com Caíque).

 

MIGUEL:(Enciumado) Eu atrapalho alguma coisa?

 

(Maria Eduarda e Caíque se soltam do abraço e olham para Miguel surpresos).

 

Cena 04 – Hospital Paulo Toledo (Quarto de Malu) [Interna/Manhã]

(Malu se arruma para sair do hospital depois de receber alta).

 

MALU: Pode entrar! (Responde após ouvir batidas na porta).

IGOR: Você já está bem melhor, pelo o que vejo. (Diz ao entrar no quarto).

MALU: Não está satisfeito com o que aconteceu? Eu já disse que você não tem o direito de me procurar.

IGOR: Eu tenho sim. Não sei porque você tem tanto rancor, tanta raiva... Foi você quem me abandonou e me disse tantas barbaridades.

MALU: Eu te abandonei? Foi você quem me deixou, bastou saber da minha gravidez que você desapareceu e casou com outra, eu não vou te perdoar nunca.

IGOR: Você não vai mudar o assunto da nossa conversa. Foi você que me abandonou, eu tenho aqui comigo a carta que você deixou, dizendo que ia casar com outro e fazer um aborto. Tudo não passou de uma mentira para você casar com um homem rico.

MALU: Carta? Eu não escrevi carta nenhuma. Você só pode está ficando maluco...

IGOR: Você escreveu uma carta de despedida, aqui está! (Fala ao retirar a carta de um dos bolsos da carta).

MALU: (Olha para a mão de Igor com um velho envelope amarelado e amassado, direcionado a ele) Que carta é essa?

CAÍQUE: É a carta que a sua mãe me deu quando fui até a sua casa, eu ia pedir a sua mão em casamento. Eu nunca te abandonei!

MALU: (Pega a carta da mão de Igor e começa a ler) Você foi embora depois que recebeu essa carta?

IGOR: Sim, você disse aí que tinha feito um aborto e que tinha se mudado para cá para casar com um cara rico, depois disso eu não tinha mais porque continuar em Cunha.

MALU: (Começa a chorar).

IGOR: O que foi? Porque está chorando?

MALU: Não fui eu quem escreveu essa carta, é a letra da minha mãe. Agora tudo faz sentido, ela nos separou. Foi a minha mãe!

 

Cena 05 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Manhã]

(Maria Eduarda e Miguel caminham por um corredor em direção ao quarto de Malu, enquanto discutem).

 

MARIA EDUARDA: Você poderia ser mais compreensivo. O Caíque é um grande amigo, um irmão, por mais que não seja de sangue. Ele quem me ajudou no momento em que eu mais precisei dele.

MIGUEL: Você pode vê-lo desse jeito, mas ele não. Eu já vi como ele te olha, ele te olha com interesse, como homem. Eu não nasci ontem!

MARIA EDUARDA: Não diga isso, eu não tenho olhos para outro homem. Não sou desse tipo de mulher... Depois conversamos sobre isso, agora tenho que levar a minha mãe para casa!

ANTÔNIO: (Sai do quarto de Malu) Você viu a mamãe?

MARIA EDUARDA: Não, ela não está aí dentro?

ANTÔNIO: Não, como ela já tinha tido alta... Fui levar os papeis na recepção e deixei ela se trocando, quando cheguei, ela já não estava mais.

MARIA EDUARDA: Que estranho, será que aconteceu algo?

ANTÔNIO: Eu espero que não.

 

Cena 06 – Motel [Interna/Manhã]

Música da Cena: Volta – Fábio Junior

(Malu e Igor fazem amor após mais de vinte e seis anos separados).

 

IGOR: (Tira a blusa de Malu e beija sua nuca, descendo por suas costas) Eu nunca te esqueci, nem por um só dia de todos esses anos.

MALU: Eu também não! (Malu tira a camisa de Igor e os dois caem na cama e se beijam).

 

Alguns momentos depois...

 

MALU: E agora? O que nós vamos fazer com toda essa história?

IGOR: Eu já pedi o divórcio a Sílvia, antes mesmo de pensar em te reencontrar. Não vamos bem há bastante tempo, ela que não aceita a separação, mas agora ela não terá outra saída, nem que eu peça o litigio. E você? Soube que seu marido está em coma.

MALU: Eu não sei se devemos fazer isso, não acho certo. Mesmo em coma, ele continua sendo meu esposo. Os médicos nunca me deram um parecer otimista sobre o caso dele, mas não quero construí nada em cima dessa possibilidade.

IGOR: Eu não vou perder você de novo, fique sabendo disso. Foram muitos e muitos anos de mentiras, eu não vou deixar mais você ir embora! (Igor abraça Malu).

MALU: Tentei ignorar o que sinto por tanto tempo, quis converter meu amor e ódio, eu quis te odiar como ninguém jamais te odiou, como um inimigo mortal, mas não consigo, eu não consigo não gostar de você... (Malu e Igor se beijam).

 

Cena 07 – Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Tarde]

Música da Cena: Cravo e Canela – Anitta e Vitin

(Maria Eduarda chega em casa após ter saído do hospital e encontra Marcela).

 

MARCELA: Eu tô passada que a sua mãe fugiu do hospital. Para onde será que ela foi?

MARIA EDUARDA: Não faço a menor ideia, o reaparecimento do meu pai e o Caíque que foi meu irmão por algumas horas me deixou bem transtornada. O Miguel ainda achou pouco e teve uma crise de ciumes, acredita? O Caíque é um amigo querido, mas ele não entende isso.

MARCELA: Veja pelo lado bom, pelo menos ele não tem uma ex estranha que o persegue.

MARIA EDUARDA: Ela te procurou de novo? Você me disse que ela foi até a loja de noivas quando eu estava desaparecida, ela não foi lá de novo, foi?

MARCELA: Não e espero que não volte, porque sou capaz de pular no pescoço dela dessa vez. Vou passar um café, você quer?

MARIA EDUARDA: Quero sim, vou tomar um banho e já volto para tomar.

MARCELA: (Marcela levanta para fazer o café, quando de repente sua visão fica embaçada e ela desmaia).

MARIA EDUARDA: Marcela, Marcela! (Eduarda corre para socorrer a prima).

 



Cena 08 – Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Tarde]

(Maria Eduarda coloca Marcela sentada no sofá após o desmaio).

 

MARIA EDUARDA: Que susto você me deu! Como se sente agora?

MARCELA: Estou bem, não sei o que me deu. Estava tão bem, de repente fiquei tonta...

MARIA EDUARDA: Mas está sentindo mais alguma coisa ou já passou?

MARCELA: Estou sentindo um pouco de enjoo, será que foi alguma coisa que comi?

MARIA EDUARDA: Enjoada é? (Estranha). Você e o meu irmão andaram aprontando?

MARCELA: Ai, só porque uma mulher fica enjoada quer dizer que ela está grávida? Que pensamento, hein?

MARIA EDUARDA: Ah não, você já ficou menstruada esse mês?

MARCELA: (Tenta fazer um rápido cálculo na cabeça e percebe que sua menstruação ainda não veio) Não, ainda não veio... Mas eu não sou um relógio, pode ser que atrase, é normal...Toda mulher já passou por isso uma vez na vida!

MARIA EDUARDA: Então agora são três sintomas de uma possível... (Maria Eduarda faz o gesto com as mãos aumentando a barriga, simulando uma gravidez).

MARCELA: Grávida? Eu?

MARIA EDUARDA: Só vamos saber fazendo o teste. Vou até a farmácia comprar, você quer?

MARCELA: Sim, se não estiver... Pelo menos tiramos a dúvida!

MARIA EDUARDA: Eu já volto! (Maria Eduarda pega a bolsa e vai até a farmácia).

 

Cena 09 – Delegacia [Interna/Tarde]

(Após ser chamado na sala da chefe, Miguel vai ao encontro de Betina).

 

MIGUEL: Mandou me chamar?

BETINA: Sim, é sobre a ordem de prisão que você me solicitou. Ainda não conseguimos, o juiz informa que precisa de provas mais concretas sobre o caso. Ingrid Germai já contratou um advogado e ele está alegando que as acusações são baseadas em mentiras infundadas, despeito e inveja. Ou seja, o juiz deve estar achando que tudo não passa de uma briguinha de irmãs.

MIGUEL: Mas a Ingrid usurpou a identidade da própria irmã após tentar matá-la, ela é uma criminosa em potencial, não pode ficar solta. Estamos falando de uma mulher com instinto assassino, capaz de tudo por dinheiro.

BETINA: Eu sei, investigador. Não estou desacreditando no que está me dizendo, mas para a justiça precisamos de provas concretas para colocar uma pessoa em detenção, principalmente num caso como esse, onde provavelmente será mais um que cairá na mídia devido o nome de peso da envolvida.

MIGUEL: Eu não quero que desista, continue insistindo na ordem de prisão. Essa mulher é perigosa e em breve ela certamente voltará a aprontar, temo pela vida da minha noiva.

 

Cena 10 – Apartamento de Maria Eduarda [Interna/Tarde]

(Maria Eduarda aguarda do lado do fora do banheiro o resultado do teste que Marcela acabara de fazer).

 

MARIA EDUARDA: E então? Sim ou não? (Questiona ao ver Marcela sair do banheiro).

MARCELA: Eu estou grávida! (Responde sem reação).

MARIA EDUARDA: Eu vou ser tia, você vai me dar um sobrinho. Que notícia maravilhosa, o Antônio vai ficar tão feliz. 

MARCELA: Tenho que contar para ele. Eu estou apavorada, nunca me imaginei grávida e aconteceu assim de repente, sem planejar. Será que o seu irmão vai ficar mesmo feliz?

MARIA EDUARDA: Eu aposto que sim, o Antônio é um cara maravilhoso e não estou dizendo porque ele é meu irmão, digo isso porque ele realmente é um homem íntegro, com princípios e ambições na vida, isso será ótimo para vocês. Eu estou tão empolgada por vocês! (Maria Eduarda abraça Marcela).

MARCELA: Eu vou ser mãe... Eu vou ter um filho! (Fala ainda sem deixar a ficha cair).

 

Cena 11 – Barraco do Garibaldi [Interna/Tarde]

(Ingrid recebe René).



INGRID: Essas suas visitas recorrentes estão me surpreendendo. Nunca imaginei que você tivesse tanto interesse em favelas. O que você quer agora?

RENÉ: Tenho uma notícia que você vai adorar... Fui até a agência pegar algumas coisas e foi então que eu descobri.

INGRID: Descobriu o que? Quanto suspense. Fale de uma vez, o que você descobriu?

RENÉ: Você não imagina quem reapareceu depois de mais de vinte anos.

INGRID: Quem?

RENÉ: Ninguém mais, ninguém menos que o seu pai biológico.

INGRID: Meu pai? E ele é rico? Bem de vida? Porque só isso para me interessar nele, porque a essa altura do campeonato, pai pobretão eu não faço questão.

RENÉ: Pelo o que sondei, ele é proprietário de uma rede de padarias por todo o país, com algumas unidades em Portugal. Tem diversas propriedades e reside num casarão em Atibaia e foi assim que ele conheceu a sua irmã...

INGRID: Aquela sonsa o conheceu primeiro? Mas que azar, ela quer abocanhar tudo... Preciso estudar uma forma de tirar dinheiro do meu papaizinho querido, de alguma coisa ele deve me servir. Vou usufruir isso de maneira proveitosa!

RENÉ: Ele está casado com uma socialite chamada Sílvia Dumont e eles tem um filho.

INGRID: Espera, outro irmão? Mas gente, eu só queria ser filha única... Tá parecendo a santa ceia, quando mais eu abro os olhos, mais irmãos para dividir o pão, devo dizer... O dinheiro nesse caso. Me conta o que mais você sabe...



(René continua conversando com Ingrid sobre Igor e sua família)

 

 

Cena 12 – Mansão Germai [Interna/Noite]

(Betânia ouve a campainha tocar e se surpreende ao abrir a porta).



BETÂNIA: Você aqui? O Antônio não está e já havia dito que não era pra deixar você entrar, faça o favor de se retirar.

VIVIAN: Ora, não seja insolente. Eu vou entrar e vou esperar pelo Antônio no quarto dele... (Vivian invade a casa e sobe em direção ao quarto de Antônio).

BETÂNIA: Você não pode subir, volte aqui... Vivian!

 

(Vivian entra no quarto de Antônio e se tranca no interior do mesmo).

 

Cena 13 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Noite]

(Uma enfermeira monitora os sinais cardíacos de Alfredo quando de repente surpreende-se).



ENFERMEIRA: (Anota as informações no prontuário).

ALFREDO: (Abre os olhos e respira fortemente pela boca).

ENFERMEIRA: Santo Deus, o senhor acordou... O senhor reagiu!

ALFREDO: (Alfredo olha para a enfermeira e tenta pronunciar algumas palavras) Foi... Foi... Ela... Me matar... Ela tentou me matar!

ENFERMEIRA: Calma, eu vou chamar um médico. Fique tranquilo, não se esforce muito... O chefe da Neuro precisa ver isso, ele não vai acreditar. Que Alegria, Doutor Alfredo! (A Enfermeira sai do quarto e corre pelo corredor do hospital em direção a sala dos médicos onde está o neurologista).

 

(A imagem foca em Alfredo com os olhos abertos, a cena congela e o capítulo encerra com o som de uma câmera fotografando).



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