Capítulo 47
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Cena 01 – Casa de
Marina e Antônio [Externa/Noite]
(Cristina e Rodrigo trocavam caricias
e não haviam percebido a presença de Ulisses).
ULISSES: (Permanece estático observando os dois e involuntariamente, lágrimas
começam a escorrer dos olhos dele. Em seguida, ao voltar a si, Ulisses volta a
caminhar, só que na direção oposta, retornando para o carro. Antes de entrar no
veículo, ele joga o buquê no lixo e aí sim, ele entra no automóvel).
(Ulisses arrancou
com o carro e acabou não sendo visto. Após se beijarem, Rodrigo e Cristina
voltaram a conversar sobre os dois).
RODRIGO: Eu ainda estou nas nuvens, isso é um sonho?
CRISTINA: Não é não, quer tirar a prova? Olha só... (Belisca Rodrigo).
RODRIGO: Ai, esse anjo tem a mão pesada! (Diz ao afastar o braço). – Sabe que eu
estava pensando numa coisa enquanto estávamos vindo pra cá?
CRISTINA: Ah, é? E o que seria? (Questiona).
RODRIGO: Você comentou sobre o fato de não nos conhecermos tanto, então porque
não somos a ponte? Vamos estreitar esses laços e vamos aproximar as nossas
famílias. Vou organizar um jantar lá em casa e vamos convidar todo mundo, eu
quero que todo mundo seja testemunha da nossa felicidade!
CRISTINA: Jantar? (Repete pensativa).
RODRIGO: Jantar, sim senhora. Já vou logo dizendo que não aceito não como
resposta. Vai ter jantar e está decidido, pode deixar que eu vou organizar tudo
lá em casa. (Conclui).
Cena 02 – Sobrado
de Sofia [Interna/Noite]
Música da cena: Sem
Ar – Gabi Luthai
(Imagens aéreas apresentavam a noite
de São Paulo. As ruas seguiam iluminadas, assim como a Ponte Octávio Frias de
Oliveira. Em seguida, surgem as ruas do bairro do Bixiga e a fachada do bar de
Sofia. Orientado pela mãe de Tiago, Daniel não demorou muito tempo no bar e
logo subiu ao segundo andar do prédio, onde Tiago morava).
DANIEL: Sua mãe disse que você estava aqui e queria falar comigo! (Diz ao
cruzar a porta que estava entreaberta).
TIAGO: E queria mesmo, aliás... Eu quero! (Diz ao se virar e encarar Daniel
com um olhar frio).
DANIEL: Você está sério, aconteceu alguma coisa?
TIAGO: Aconteceu, por isso eu queria falar com você. O que eu tenho para
falar, não é algo que se dê para esconder, principalmente de você. Vem, senta
aqui. (Disse conduzindo Daniel ao sofá, onde os dois sentaram).
DANIEL: (Estranha) Você está começando a me deixar assustado. O que é que está
acontecendo? É a sua mãe? Ela piorou? Não, já sei... Foi a Karen, aposto que
foi ela. É isso, não é?
TIAGO: Não! Felizmente depois da última briga a Karen não voltou aqui e sobre
a minha mãe, ela está disposta a operar. O assunto é outro, envolve nós dois...
Eu nem sei como começar!
DANIEL: Comece sem fazer tantos rodeios, o que está havendo?
TIAGO: Daniel, eu não sei como como te dizer isso, na realidade até agora eu
estou em choque e não entendo como isso pode acontecer. Eu pensei que isso não
aconteceria nunca comigo... (Buscando se encorajar, Tiago respira fundo e em
seguida continua). – Eu... Eu estou... Esperando um bebê! (Diz sem jeito).
DANIEL: Um bebê? (Repete atordoado).
TIAGO: É, um bebê! Eu sei que é assustador e que nós não planejamos, não quero
que você se sinta...
DANIEL: (Interrompe Tiago) Mas isso é maravilhoso, é a melhor notícia que você
podia me dar. Imagina como todos vão ficar felizes? Precisamos resolver isso,
vamos oficializar tudo, casar... Eu posso tirar minhas economias do banco e
conseguir um lugarzinho pra nós três.
TIAGO: Não! Será que você ainda não percebeu? (Grita).
DANIEL: (Nota a expressão estarrecida de Tiago) Você não está feliz com a
notícia?
TIAGO: Daniel, eu não sei se devo continuar com essa gravidez. Eu não sei se
vou ter esse filho!
Cena 03 –
Apartamento de Ulisses [Interna/Noite]
Música da cena: A Primera
Vista – Pedro Aznar
(Decepcionado e com o orgulho ferido,
Ulisses adentrou em casa e logo se enfiou dentro do quarto).
JOAQUIM: (Aproveita a porta entreaberta e entra no quarto) Eu posso saber o que
aconteceu? Você nem olhou pra mim e nem a sua irmã, parecíamos dois objetos na
sala quando você entrou feito um furacão!
ULISSES: Me desculpe, vovô! Eu realmente não vi vocês lá...
JOAQUIM: O que aconteceu? Você não é de ficar assim, enfurecido.
ULISSES: A Cristina, eu acho que ela está namorando outro cara... O professor da
universidade para ser mais exato.
JOAQUIM: (Senta-se na cama de Ulisses) É e me parece que você não está nada
feliz com isso, mas não foi você mesmo quem terminou com essa moça?
ULISSES: Foi, mas foi por culpa daquela bandida ordinária da Amanda. Ela armou
pra gente!
JOAQUIM: Se ela armou ou não, foi você quem não confiou na Cristina e nunca quis
esclarecer as coisas. Ela tinha realmente o direito de seguir em frente!
ULISSES: De que lado você está, vovô? Eu a amo!
JOAQUIM: Eu estou do lado da razão, apenas isso.
ULISSES: Eu não vou desistir dela, não vou! (Conclui).
Cena 04 – Casa de Marina
e Antônio [Interna/Noite]
Música da cena:
Quando a Chuva Passar – Renan Pitanga
(Quando surgiu a fachada do prédio
onde Rodrigo morava, percebemos as luzes acesas da cobertura. No interior do
apartamento, ele e Vilma conversavam sobre os preparativos do jantar).
RODRIGO: Pronto, aqui está... Você tem a lista, se encarregue de que tudo saia
como planejado!
VILMA: (Segura a folha dada por Rodrigo) Rodrigo, eu trabalho nessa casa há
muitos anos e me sinto no direito de fazer essa pergunta, mas se o senhor não
quiser responder, tudo bem.
RODRIGO: Claro, Vilma! Você é mais que uma governanta aqui, você é da família,
praticamente minha mãe. Pergunte o que quiser, eu responderei.
VILMA: Você está apaixonado, não está?
RODRIGO: Você me conhece muito, bem! A resposta é sim, eu estou apaixonado.
Completamente apaixonado e nesse jantar eu vou apresenta-la oficialmente. Você
já a conhece, é a Cristina!
VILMA: Aquela moça que veio aqui no outro dia? Ah, ela é um doce de menina. A
Cissa simpatizou muito com ela, tenho certeza que elas se darão muito bem, quem
me preocupa mesmo é o Caio, ele parece nunca ter superado a morte da mãe, que
Deus a tenha.
RODRIGO: Ele vai ceder, eu tenho certeza que o Caio vai passar por essa fase
tempestuosa e vai aceitar a Cristina.
(Observando as escondidas,
Caio não havia gostado nada do que tinha escutado).
CAIO: (Tira o celular do bolso e faz uma ligação) Alô, vovó? Eu preciso da
sua ajuda!
Cena 05 – Casa de
Bárbara [Interna/Manhã]
Música da cena:
Tudo de Novo – Negra Li
(Com a transição de cenas, o dia
amanhece. Imagens externas apresentam as ruas da cidade e em seguida surge a
fachada da casa de Bárbara. Maria Paula acessava seu e-mail do notebook na sala
de estar, quando se surpreendeu).
MARIA PAULA: (Lê os documentos que recebeu após conseguir os dados de Cristina) Cristina
da Silva, portadora do documento... Nascida em São Paulo, no ano de 1996. Ré no
processo movido pelo ministério público, acusada de participação no assassinato
da empresária Vivian Trajano Ferretti, em março de 2015. Santo Deus, não pode
ser! (Diz impressionada).
(Nesse momento,
Bárbara sai do seu corredor e se aproxima).
BÁRBARA: E então, alguma novidade? Você conseguiu alguma informação relevante
sobre a aproveitadora que está prestes a abocanhar o Rodrigo?
Cena 06 – Delegacia
[Interna/Manhã]
Música da cena:
Suit & Tie - JAMZ
(Imagens aéreas percorrem a cidade de
São Paulo. Em seguida, surge a fachada da Delegacia. Na sala de visitas,
Ulisses conversava com Vavo sobre Amanda).
ULISSES: Você precisa lembrar de mais coisas, está muito difícil conseguir pegar
a Amanda. Você disse da última vez sobre a mãe dela, você lembra do nome dela?
VAVO: Eu já tentei, mas o nome daquela mulher fugiu da minha mente... Se ao
menos eu conseguisse algum tipo de documento que tivesse esse nome...
ULISSES: (Fica em silêncio por um breve momento como se tivesse pensando) Você
disse documento?
VAVO: É, documento... Com um documento conseguiríamos o nome da mãe da Amanda
e assim localizaríamos. Localizando-a, conseguimos provar de alguma forma que
foi a Amanda que a matou. Isso é uma forte evidência e não tem como a Amanda
escapar...
ULISSES: Eu tenho esse documento! Meu Deus, como pude esquecer? O documento do
presídio! A diretora de lá me deu uma cópia, lá diz o nome da mãe biológica da
Amanda. Eu vou falar com o investigador, vamos ver o que eu consigo.
Cena 07 – Sobrado
de Sofia [Interna/Manhã]
Música da cena: Sem
Ar – Gabi Luthai
(Deprimido por ainda estar indeciso
sobre o rumo da gravidez, Tiago estava sentado no sofá, observando o movimento
da rua através da janela, quando Murilo adentrou sem ele perceber).
MURILO: Pensando no futuro? (Questiona ao se aproximar).
TIAGO: (Enxuga as lágrimas e olha para Murilo) Oi Murilo, eu nem te vi
chegar... Faz tempo que você está aí?
MURILO: Não, eu cheguei há pouco tempo. Como você se sente? A sua mãe me contou
o que aconteceu.
TIAGO: Eu tô zonzo ainda, eu não estou sabendo como lidar com isso tudo. Eu
estou confuso sobre a minha identidade e por isso não sei de devo manter essa
gravidez, entende?
MURILO: (Se aproxima e senta-se em uma poltrona) Sabe, eu cometi muitos erros a
minha vida inteira. A vida toda eu segui o que as pessoas achavam que eu devia
seguir, o pensamento alheio sempre conduziu a minha vida e assim eu cometi
muitos erros, mas pensando que estava acertando. Eu sei que as pessoas não tem
culpas dos meus erros, mas eu tive culpa por não ouvir o meu coração. Você está
ouvindo o que o seu coração quer dizer ou está pensando apenas no que os outros
vão pensar?
TIAGO: Eu tenho medo, Murilo!
MURILO: O novo dá medo, mas o arrependimento dá tristeza, dor e amargura. Não
se anule, um filho não vai mudar quem você é, pelo contrário, ele vai te
completar. Bom, agora eu vou descer para ajudar a sua mãe com algumas coisas.
Até depois! (Levanta-se e vai embora).
TIAGO: (Fica com um olhar reflexivo e ao observar o sofá, ele nota o celular
ao lado de uma almofada).
Cena 08 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Tarde]
Música da cena:
Jura Secreta – Lucinha Lins
(Imagens externas apresentavam
os principais pontos turísticos da cidade, em seguida surgem as ruas do bairro
do Bixiga e a fachada da casa de Marina e Antônio. No quarto onde estava com
Marion, Amália terminava de arrumá-la após o banho).
AMÁLIA: Todos estão muitos felizes com o jantar de hoje, acho que pelo o andar
da carruagem, sua neta não deve demorar a se casar. Ela é uma moça tão boa, não
é? (Questiona enquanto penteia o cabelo de Marion, ainda úmido).
MARION: (Permanece quieta e com um olhar distante).
AMÁLIA: (Olha para o espelho e percebe a expressão distraída de Marion pelo
reflexo) A senhora está tão distraída, eu notei que ficou assim desde que viu
aquele homem na praça. A senhora realmente o conhecia?
MARION: Sssim... (Responde pausadamente). – Ele foi o... Gran-de a... (Respira
para recuperar o folêgo). – Amor da minha vida...
AMÁLIA: (Surpresa, para de pentear o cabelo de Marion, gira sua cadeira de
rodas e olha Marion) Foi ou ainda é? (Questiona).
MARION: (Olha para Amália e fica pensativa).
Cena 09 – Mansão
Assumpção [Interna/Noite]
Música da cena:
Bandida - Cleo
(Os seguranças da mansão percorriam
toda a área externa da propriedade, vigiando-a. No interior da casa, Amanda
deixou o banheiro do quarto usando um hobby preto).
AMANDA: (Caminhava em direção à cama, quando olhou para uma cômoda no quarto e
seu olhar fixou-se em uma gaveta. Foi nesse momento que ela mudou a direção dos
seus passos, foi até lá, abriu a gaveta e retirou uma pequena garrafa de vidro)
Aqui está a chave do silêncio de quem trai! (Pensa sorridente em voz alta). –
Agora só me resta encontrar a oportunidade ideal para utilizar...
Cena 10 – Casa de
Bárbara [Interna/Noite]
(Maria Paula havia aproveitado que
Bárbara havia saído, para arrumar suas coisas e ir embora. Com uma única mala,
ela se aproximou da porta, porém foi surpreendida com a chegada de Bárbara).
BÁRBARA: (Olha para a mala e em seguida encara Bárbara) Eu sempre soube que o
ditado era certeiro, a noite os ratos fazem a festa. Onde pensa que está indo?
MARIA PAULA: Embora! Eu não quero mais passar uma noite sequer debaixo do mesmo teto
que você, eu não quero participar dessa sua tramoia suja... Eu amo o Rodrigo,
amo sim e é exatamente em nome desse amor que eu não vou cometer esse desatino
de tramar contra ele, arruinar a vida dele e tirar os filhos dele.
BÁRBARA: Você está com crise de consciência agora, doutora? Tarde demais,
principalmente depois dessa bomba que você descobriu...
MARIA PAULA: (Estranha) Do que você está falando? Você andou mexendo nas minhas
coisas?
BÁRBARA: Você não achou mesmo que iria esconder isso de mim, achou? Eu percebi
que você iria dar pra trás, por isso mexi no seu computador e descobrir que o
Rodrigo está se envolvendo com a assassina da minha filha.
MARIA PAULA: Suspeita de ser cúmplice, nada foi provado e por isso ela não é
assassina, pelo menos até que se prove o contrário.
BÁRBARA: Pois então vamos ver se o juiz pensa dessa forma quando eu requerer a
tutela integral dos meus dois netos.
MARIA PAULA: Não, Bárbara... Você não pode fazer isso, o Rodrigo ama demais aqueles
dois filhos, não faça isso.
BÁRBARA: Pensasse antes nisso, antes de se envolver com aquela bandida. Agora
desapareça da minha casa, não suporto gente fraca. Você merece sofrer por um
amor que nunca será seu, viver de migalhas como um rato. Saia! (Grita).
MARIA PAULA: (Encara Bárbara e vai embora em seguida).
Cena 11 – Delegacia
[Interna/Manhã]
(Ulisses observava aflito o
investigador ler os documentos fornecidos pela diretora do presídio, até que
não aguentou mais e resolveu interromper).
ULISSES: E então, o que você acha? (Questiona).
INVESTIGADOR GARCIA: É um documento importante, tem o nome da suposta vítima, mas isso em si
não prova nada até então. A princípio, a Dona Marion Assumpção não pode falar e
forneceu uma procuração para Amanda, enquanto ela não estiver em condições
capazes de depor, de modo que pareça sã e em suas plenas capacidades físicas e
intelectuais, juiz nenhum vai anular a procuração.
ULISSES: Eu sei, mas é uma pista importante. Se localizarmos essa Kátia, podemos
chegar à prova que está faltando.
INVESTIGADOR GARCIA: Está bem, eu vou conversar com alguns contatos que tenho em outros
distritos e vou tentar localizar o inquérito desse suposto assassinato, se é
que existe um assassinato. Assim que eu conseguir algo relevante, eu te dou notícias.
ULISSES: Ótimo! Você vai ver que eu tenho razão, vai ver. (Comemora).
Cena 12 – Casa de
Marina e Antônio [Interna/Manhã]
Música da cena:
Because You Loved Me – Cláudia Rezende
(Com a transição de cenas, surge a
fachada da casa de Marina e Antônio. Todos estavam radiantes com a noticia que
Daniel e Tiago haviam acabado de dar).
CRISTINA: Mas é uma notícia maravilhosa, meus parabéns! (Disse ao abraçar Tiago).
TIAGO: Obrigado, no começo eu pensei muita besteira, mas agora as coisas
clarearam e o Daniel me ajudou a refletir um pouco mais.
MARINA: Um neto, mais um neto! Isso sim é uma verdadeira benção, eu estou muito
feliz.
LETÍCIA: Viu só, Theozinho? Você vai ter um priminho ou uma priminha... (Fala
com o bebê que está em seu colo).
MURILO NETO: Eu já vou dizendo logo, quero ser o padrinho dessa criança e não aceito
desfeita. Deixe-me te dar um abraço de felicitações! (Diz ao abraçar Daniel).
TIAGO: E o senhor, o que está achando de tudo isso, Seu Antônio? A sua opinião
é muito importante para nós. Você acha que eu estou fazendo errado em levar
essa gestação adiante? (Pergunta ao notar Antônio em silêncio).
ANTÔNIO: O que eu acho? Eu acho que isso é uma besteira e que essa criança terá
a melhor família desse mundo. Aqui, amor não vai faltar... Se você pensou que
da minha boca sairiam falas preconceituosas, você se enganou. Aqui você só vai
encontrar afeto e se precisar de mais alguém para lutar pelos seus direitos no
mundo, conte comigo!
TIAGO: (Se emociona).
ANTÔNIO: Agora permita-me lhe dar um abraço!
(Antônio e Tiago se
abraçam e todos comemoram a novidade).
Cena 13 – Ruas de
São Paulo [Externa/Tarde]
(Na rua, Maria Paula tentava parar um
táxi enquanto discava o número de Rodrigo no celular).
MARIA PAULA: Atende, Rodrigo... Atende! (Fala consigo mesma enquanto acena para os
táxis que passam na rua). – Táxi, táxi! (Grita).
(Nesse momento, um
táxi estaciona próximo a calçada e ela entra no automóvel indicado o local para
onde ir).
Cena 14 –
Apartamento de Ulisses [Externa/Tarde]
Música da cena:
Diferença Mara - Juliette
(Beto desceu do ônibus e caminhou
pela rua do prédio onde morava. Ao abrir o portão da entrada principal, ele
logo se surpreendeu ao encontrar Janice no jardim).
BETO: Você aqui? Que surpresa! (Diz ao fechar o portão e se aproximar).
IRMÃ JANICE: É, eu estava te esperando. Será que podemos conversar? (Pergunta sem
jeito).
Cena 15 – Cobertura
Ferretti [Interna/Noite]
(Com o anoitecer, os convidados
começaram a chegar na casa de Rodrigo. Cristina e sua família haviam ido em
peso. Cissa corria pela casa brincando, enquanto Vilma ajudava a servir os
convidados).
RODRIGO: (Aperta a mão de Antônio) É um prazer imenso recebe-los em minha casa.
MARINA: Você tem uma casa muito bonita, Rodrigo. Ficamos muito lisonjeados com
o convite!
RODRIGO: Acredite Marina, nada nessa casa é tão lindo quanto a filha de vocês!
(Fala abraçando Cristina).
CRISTINA: Meu Deus, que galante! (Responde sorridente).
DANIEL: Que espirituoso esse meu cunhado, eu posso te chamar assim, não?
RODRIGO: É claro que pode, afinal eu já me considero parte da família, por isso
esse jantar.
(Murilo Neto e
Letícia conversavam sentados em um sofá, enquanto Théo dormia. Nesse momento,
Vilma se aproximou da porta de entrada ao notar a chegada de Maria Paula).
VILMA: Senhorita Maria Paula, pensei que não viesse!
MARIA PAULA: Eu não podia faltar, preciso falar urgentemente com o Rodrigo...
(Nesse momento,
Rodrigo notou a presença da amiga, afastou-se dos convidados e foi até ela).
RODRIGO: Até que enfim você chegou, estava sentindo sua falta...
MARIA PAULA: Rodrigo, eu preciso falar um momento com você em particular.
RODRIGO: Claro, depois do jantar nós...
MARIA PAULA: Não, Rodrigo. Depois do jantar não, tem que ser agora... (Fala com um
ar de aflição).
RODRIGO: Maria Paula, seja o que for pode esperar um pouco. Hoje é uma noite
muito especial e nada pode sair fora do planejado. Venha comigo, quero te
apresentar a Cristina... (Diz ao arrastar a advogada pela sala).
(Rodrigo e Maria
Paula foram até onde Cristina estava com os pais e amigos, apresentando-as.
Caio observava tudo de longe, procurando não interagir com ninguém).
RODRIGO: Cristina! (Disse ao chamar a namorada).
CRISTINA: (Vai até Rodrigo e fica ao lado dele).
RODRIGO: Bom, senhoras e senhores. Estou muito feliz com a presença de todos.
Vocês estão aqui hoje, para testemunharem a nossa felicidade. Foi difícil
conquistar e convencer o coração dela, mas finalmente eu consegui.
CRISTINA: Rodrigo! (Fala sem jeito).
RODRIGO: Eu quero firmar os meus sentimentos e um compromisso diante seus amigos
e sua família. Eu quero... (De repente Rodrigo perde a voz ao reconhecer um
rosto de aproximar entre os convidados).
BÁRBARA: Vamos, Rodrigo... Continue! O seu espetáculo está super emocionante e
eu cheguei para somar ainda mais...
MARIA PAULA: Bárbara, vamos embora. Na sua casa falaremos melhor! (Diz ao se
aproximar da avó das crianças, para evitar que ela fosse inoportuna).
RODRIGO: Eu concordo plenamente. Você não é bem-vinda nesta casa, saia!
CAIO: (Se aproxima de Bárbara) Você não pode expulsar a minha avó, essa casa
também é minha...
BÁRBARA: Acalmem-se todos! Eu vou embora, mas antes eu vou finalizar esse
showzinho de muito mau gosto. Vejo que vocês não conhecem a futura nova Senhora
Ferretti, essa que o Rodrigo enche a boca para apresentar como se fosse uma
cidadã digna de respeito...
ANTÔNIO: Mas o que essa mulher está dizendo? (Questiona furioso).
BÁRBARA: Essa mulher que tem essa carinha de ingênua e decente, não passa de uma
bandida. Com uma ficha mais suja do que pau de galinheiro. (Grita). – É isso
mesmo, senhoras e senhores... Rodrigo Ferretti está envolvido com a mulher que
ajudou a matar a própria esposa, mãe dos filhos dele e minha única filha.
RODRIGO: (Olha para Cristina surpreso com o comentário de Bárbara).
CRISTINA: (Encara Bárbara com os olhos marejados diante à acusação).
CONTINUA!
Trilha Sonora Oficial,
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