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EM SEU LUGAR - CAPÍTULO 48 (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)



 

Capítulo 48 (Últimos Capítulos)

 

 

Cena 01 – Cobertura Ferretti [Interna/Noite]

(Após Bárbara gritar aos quatro ventos sobre o passado de Cristina, um silêncio ensurdecedor havia se instaurado na sala da cobertura de Rodrigo).

 

RODRIGO: Que brincadeira é essa? Que sujeira é essa que você está inventando agora, Bárbara? Que mal eu te fiz além de amar a sua filha? Porque você me odeia tanto, porque? (Grita).

BÁRBARA: (Dá uma gargalhada) Nem tudo é sobre você, querido. Você acha mesmo que eu iria me dar ao trabalho de inventar tudo isso só para te fazer sofrer? Você não merece tanto! E você querida, não vai dizer nada? Já sei, ficou sem palavras porque já percebeu que é o fim da linha, não é? (Fala se referindo a Cristina).

RODRIGO: Chega, Bárbara! (Grita).

MARIA PAULA: Vamos embora, Bárbara... Você já conseguiu dar esse showzinho muito deprimente! (Diz tentando tirar Bárbara da sala).

BÁRBARA: (Se desvencilha da advogada) Não, eu não vou sair daqui enquanto ela não disser que está envolvida na morta da minha filha...

CAIO: Essa mulher matou a minha mãe? (Pergunta perplexo).

CRISTINA: Não, eu não matei ninguém... Eu fui vítima de uma armadilha, eu não sabia o que ele iria fazer e nem que ela era a sua mulher! (Tenta se explicar).

RODRIGO: Cristina... (Diz surpreso).

CRISTINA: Rodrigo, eu sei que parece uma história inventada, mas eu não sabia. Eu era noiva, estava apaixonado e ele me enganou. Eu não sabia o que ele pretendia, se eu soubesse, eu teria evitado, eu juro... Eu teria! (Diz aos prantos).

BÁRBARA: Mentira! Sua mentirosa, assassina... Sabe Deus que meios você utilizou para sair da cadeia, sua infeliz. Já você, Rodrigo... Que decepção! De todas as mulheres do mundo, você tinha que se envolver justo com a assassina da minha filha? Mas isso vai te custar muito caro, eu vou tirar a guarda dos meus dois netos de você, isso não é ambiente para os dois e você vai ver, eu vou provar tudo isso. Juiz nenhum vai permitir, essa causa será ganha por mim. (Grita de maneira afrontosa).

MARINA: Essa mulher está louca, fora de si!

TIAGO: O remédio pra uma louca, é o manicômio... Camisa de força nela! (Grita).

RODRIGO: Você não pode fazer isso, você não vai tirar a guarda dos meus filhos, não vai...

BÁRBARA: Isso é o que você pensa... (Diz em meio ao riso).

MARIA PAULA: Eu tentei te alertar, Rodrigo. Ela já estava planejando isso há muito tempo. Ela vai entrar na justiça para requerer a guarda dos meninos... (Responde sem jeito).

CRISTINA: Rodrigo, a gente precisa conversar...

RODRIGO: Eu quero ficar sozinho! (Diz ao sair da sala de estar).

 

Cena 02 – Apartamento de Ulisses [Interna/Noite]

Música da cena: Tudo de Novo – Negra Li

(Imagens aéreas percorrem os grandes edifícios iluminados da capital. Em seguida, surge a fachada do prédio onde Ulisses morava. Joaquim e o neto observavam da varada Janice conversar com Beto).

 

ULISSES: É, eu acho que o senhor tem razão. Os dois parecem se entender muito bem. (Fala olhando para os dois).

JOAQUIM: Foi a tarde toda assim, eu acho que a sua irmã não vai renovar os votos em Minas. Posso até apostar! (Responde).

ULISSES: Tomara! Assim teremos alguém feliz no amor nessa casa... (Entra, deixando Joaquim sozinho na varanda).

JOAQUIM: Feliz no amor? Será que isso é possível? (Pergunta a si mesmo e em seguida lembra de Marion).

 

 

Cena 03 – Delegacia [Interna/Noite]

(Um policial conduziu Vavo até a sala de visitas, em seguida ele retirou as algemas e os deixou a sós).

 

VAVO: (Beija e abraça Jacqueline) Que bom que você veio!

JACQUELINE: Ei, eu não vou te abandonar! Você esqueceu? Eu trouxe uma comidinha pra você... Come, vai te fazer bem! (Diz se referindo a sacola em cima da mesa).

VAVO: Você fez tudo isso pra mim? (Pergunta surpreso).

JACQUELINE: Fiz e vou fazer muito mais quando você estiver livre, acredite. Eu vou esperar você acertar suas contas com a justiça e não vou te abandonar. Eu prometo! (Responde olhando Vavo nos olhos e em seguida o beija).

 

Cena 04 – Cobertura Ferretti [Interna/Noite]

(Sozinho em seu escritório, Rodrigo tentava colocar sua cabeça no lugar quando ouviu a porta ser aberta).

 

RODRIGO: Eu quero ficar sozinho... (Responde sem erguer a cabeça).

CRISTINA: Eu vou embora, só vim te avisar. Eu vou te deixar em paz, a última coisa que eu gostaria era de destruir a sua família, que eu acho tão linda. Eu sei que você deve estar confuso agora com tudo o que ouviu naquela sala, mas eu insisto em dizer e repito: eu sou inocente e isso vai ser esclarecido. Não precisa falar nada agora, eu quero que você foque nos seus filhos. Essa mulher não vai tirar...

RODRIGO: Espera Cristina... (Diz ao interromper).

CRISTINA: Esperar? Eu já sabia desde o principio como essa história iria terminar, desde o princípio, talvez tenha sido por isso que eu resisti tanto em aceitar as suas investidas. Eu não sou a mulher que você esperava, Rodrigo. Eu tenho um passado e esse passado pode manchar o seu presente e muito pior, talvez o seu futuro. Nem você e nem os meninos tem nada a ver com isso, é melhor eu me afastar de uma vez de você. Então é isso...

Música da cena: In The Silence – Leroy Sanchez

CRISTINA: Eu estou indo embora, Rodrigo. Eu espero que tudo dê certo para você e que você seja feliz! (Chora e vai embora).

RODRIGO: (Chora ao ver Cristina ir embora e em seguida soca a mesa do escritório diversas vezes).

 

Cena 05 – Sobrado de Sofia [Externa/Noite]

Música da cena: Sem Ar – Gabi Luthai

(Com a transição de cenas, surgem as ruas do Bixiga. Após o fatídico jantar na casa de Rodrigo, Daniel e Tiago haviam voltando para casa e no meio do caminho pararam em uma sorveteria).

 

TIAGO: Acho que só um bom sorvete de chocolate pra curar essa noite desastrosa! (Fala enquanto toma o sorvete pela rua).

DANIEL: Nem me fale, além disso eu não poderia deixar o meu filho nascer com cara de sorvete! (Responde enquanto caminha ao lado de Tiago).

TIAGO: A Cris está arrasada, eu espero muito que ela e o Rodrigo se acertem, ele parece ser um cara legal. Agora eu preciso dormir umas dez horas pra esquecer dessa noite tensa!

DANIEL: Vai hibernar, meu amor? (Beija Daniel).

(Lentamente, Karen acompanhava os dois em seu carro).

KAREN: Vocês não vão ser felizes, não vão! (Responde com um olhar sombrio).

TIAGO: É, vou hibernar... Pra mim, essa é a melhor solução para esquecer os problemas, uma boa noite de sono e os hormônios estão me deixando ainda mais sonolento. Bem, agora eu vou indo! (Beija Daniel novamente).

DANIEL: Vai sim, eu vou pra casa, ver como está o clima e tentar ajudar de alguma forma. Eu fico te olhando entrar daqui, pode ir.

TIAGO: Está bem, me mantenha informado e qualquer coisa que a Cristina precisar, me avise. Boa noite, amor! (Despede-se em seguida desce da calçada).

DANIEL: (Observa Tiago se afastar).

(Do carro, Karen perdia cada vez mais o controle).

KAREN: Não vai ser feliz com essa aberração, não vai... Disso, eu mesma vou me encarregar! (Responde ao acender os faróis e acelerar o carro).

DANIEL: Tiago! (Grita ao ouvir o som dos pneus cantando no asfalto e o carro ir na direção de Tiago).

TIAGO: (Fica atônito com a claridade e o carro vindo em sua direção).

KAREN: Morre infeliz, morre! (Grita ao volante).

(Numa questão de segundos, Daniel corre e empurra Tiago, fazendo com que os dois caiam rolando no chão. Desgovernado, o carro bate violentamente em uma árvore).

DANIEL: Você está bem? (Pergunta preocupado com Tiago e o bebê).

TIAGO: Estou... O carro, ele ia me atropelar, você me salvou... (Responde atordoado).

DANIEL: Foi a Karen, eu vi. Ela queria te atropelar propositalmente, eu vi... Isso não vai ficar assim, não vai! (Diz furioso ao se levantar).

TIAGO: Espera Daniel, o que você vai fazer? Daniel? (Fala ao se levantar em seguida).

(Algumas pessoas começam a se aproximar do carro, tirar fotos e gravar vídeos, quando Daniel se aproxima).

DANIEL: Cadê, cadê essa desgraçada? (Grita ao se aproximar, é nesse momento que Daniel percebe que Karen não está consciente e resolve checar seu pulso).

TIAGO: Como ela está? Eu vou chamar uma ambulância! (Diz ao tirar o celular do bolso).

DANIEL: Não vai adiantar, ela está morta... Vou pedir uma viatura! (Conclui).

TIAGO: O que? (Pergunta surpreso).

 

Cena 06 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

(Na sala de casa, Marina e Letícia tentavam consolar Cristina que estava desolada).

 

LETÍCIA: Mas isso não pode ficar assim! Quem essa ricaça metida a besta pensa que é para falar esse monte de coisa com você? (Pergunta furiosa).

MARINA: Minha filha, o que você quer que a gente faça pra te ajudar? Me peça qualquer coisa, que eu farei... Eu só não quero te ver assim, me parte o coração! (Diz olhando para Cristina, que está sentada no sofá com o olhar distante).

CRISTINA: No momento nada que vocês façam ou digam vão remediar a dor que eu estou sentindo. Eu quero ficar sozinha, preciso pensar... Vou para o meu quarto! (Levanta-se e vai para o quarto).

(No corredor, Cristina observou as portas e em seguida resolveu em entrar outro quarto).

AMÁLIA: Menina, o que está fazendo aqui? Está tudo bem? (Questiona surpresa ao ver Cristina entrar).

CRISTINA: Eu sei que eu não sou a neta que a senhora desejou. Que a senhora quis se livrar de mim, mas eu sempre sonhei com uma família, nas noites em que tinha pesadelo, sonhava ter um colo de avó para me fazer esquecer, como eu queria agora... (Diz em lágrimas).

MARION: Na... Na-da mmme... Dei-xa-ria mais fe... Feliz! (Diz ao abrir os braços emocionada).

CRISTINA: (Abraça a avó aos prantos pela primeira vez).

AMÁLIA: (Sem entender o que está acontecendo, resolve sair do quarto e deixar as duas a sós).

 

 

Cena 07 – Casa de Bárbara [Interna/Manhã]

Música da cena: Amarelo, Azul e Branco – ANAVITÓRIA, Rita Lee

(O dia amanhece ensolarado e imagens externas mostram a movimentação das ruas na capital paulista. Em seguida, surge a fachada da casa de Bárbara. Em seu quarto, Bárbara conversava ao telefone).

 

BÁRBARA: Alô, Dr. Rios? Não me diga que já tem novidades? Ah, que maravilha. Quando acha que ele deve receber o meu presentinho? Jura? Que ótimo! (Responde ao se esparramar na cama empolgada).

 


Cena 08 – Cobertura Ferretti [Interna/Manhã]

(Rodrigo estava deitado em sua cama, visivelmente deprimido. Da porta do quarto, Caio a Cissa o observavam).

 

CISSA: O papai está tão triste, não gosto de ver ele assim... (Diz observando o pai deitado na cama).

CAIO: É verdade, eu não o via assim desde quando a mamãe morreu.

CISSA: A culpa disso é sua, a vovó é má, muito má! (Reclama ao voltar o olhar para o irmão).

(A campainha toca).

CAIO: Quieta, menina! Você não sabe o que está dizendo, um dia você vai me agradecer por isso. Nós não podemos deixar que outra mulher ocupe o lugar da nossa mãe. (Explica).

CISSA: O papai tem o direito de ser feliz e a Cristina é muito boa... (Grita).

VILMA: Parem de brigar e vão já para o quarto, eu preciso falar com o pai de vocês em particular! Vão, vão, vão... (Diz ao se aproximar).

(Caio e Cissa foram para seus respectivos quartos, quando Vilma se aproximou de Rodrigo).

VILMA: Rodrigo, tem visita lá na sala te esperando. É muito importante! (Responde ao chegar perto da cama).

RODRIGO: Eu não quero ver ninguém! (Fala virado para parede).

VILMA: O senhor tem que ir, é um oficial de justiça... (Responde sem jeito).

RODRIGO: (Estranha e se vira para olhar para Vilma).

(Alguns instantes depois, Rodrigo surge na sala e encontra o oficial de justiça).

RODRIGO: Bom dia, o senhor está me procurando?

OFICIAL DE JUSTIÇA: Rodrigo Ferretti? (Pergunta ao se aproximar).

RODRIGO: Sim, sou eu! Como posso ajudar?

OFICIAL DE JUSTIÇA: Eu trago um comunicado do processo pela guarda dos menores Caio Trajano Ferretti e a menina Maria Cecília Trajano Ferreti, quem deu entrada ao processo foi a senhora Bárbara Trajano Muniz. Assine aqui por favor! (Diz ao entregar o documento a Rodrigo e mostrar o local onde ele deve assinar no recibo).

 

Cena 09 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Manhã]

(Após passar algum tempo no quarto de Marion, Cristina foi até o quarto onde dormia e se deitou em sua cama. Ao perceber que a filha havia entrado, Marina resolveu ir até ela).

 

MARINA: Eu vi que você estava no quarto da Marion, por isso não te procurei antes. Está tudo bem? (Questiona ao se deitar ao lado da filha).

CRISTINA: Está sim, ela já está aqui há algum tempo e nós mal nos falamos, de repente me deu uma vontade de ir até lá e felizmente me fez muito bem, você deveria tentar também, mamãe.

MARINA: Quem sabe um dia desses, mas agora eu quero falar sobre você. O que você está pensando em fazer com relação ao Rodrigo? Eu não quero tomar partido, nem o defender, mas eu acho que vocês deveriam conversar. Aquela mulher vomitou esse monte de mentiras em cima de vocês e você precisa abrir os olhos dele, ele tem que acreditar em você...

CRISTINA: Eu sei, mas a senhora ouviu o que a ex-sogra dele gritou em alto e em bom som? Ela vai tirar os meninos dele se nós ficarmos juntos, como eu vou fazer isso com ele? Justo agora que a ideia de ganhar uma família estava deixando meu coração tão quentinho, é como um castelo de areia que caiu com o vento.

MARINA: Ela não tem esse direito, o Rodrigo é um excelente pai pelo o que você me contou e nunca faltou nada para esses meninos. Dentro de um mês, você estará livre dessa acusação e poderá ser feliz com o Rodrigo. Acredite nisso! (Responde fazendo cafuné em Cristina).

CRISTINA: É só nisso que eu estou pensando agora, nesse bendito julgamento. A senhora tem noção disso? Eu estou prestes a recuperar a minha dignidade, basta que o Vavo diga a verdade no tribunal. Basta que ele diga apenas a verdade! (Conclui).

 

Cena 10 – Ruas de São Paulo [Interna/Manhã]

Música da cena: Seu Lugar – Lucas Mennezes

(Imagens externas mostram a noite da cidade de São Paulo, em seguida o dia amanhece e as pessoas começam a sair às ruas).

 

- Cristina sofre por causa de Rodrigo;

- Rodrigo pensa em Cristina, porém não para de temer perder os filhos para Bárbara;

- Ulisses e Vavo se preparam para a audiência;

- Murilo Neto brinca com Théo e Letícia os observa de longe;

- Janice e Beto ficam cada vez mais amigos;

- Murilo acompanha Marina em mais exames pré-operatórios;

- Marion reage cada vez mais a fisioterapia;

- Amanda seduz André para conseguir cada vez mais poder;

- O investigador Garcia segue buscando mais informações sobre Kátia;

- Jacqueline visita Vavo na delegacia;

- Marina acende uma vela e reza para que tudo dê certo no julgamento de Vavo.

 

ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...

 

Cena 11 – Delegacia [Interna/Manhã]

Música da cena: Não Sai Da Minha Cabeça – Flávio Ferrari, Gabriel Nandes

(Imagens aéreas percorrem a cidade de São Paulo. Percorremos a Avenida Paulista e o MASP. Em seguida, surge a Rua 25 de Março com um fluxo intenso de consumidores. Em seguida surge a área lateral da delegacia, onde um carcereiro saiu pela saída de emergência e se aproximou de uma pessoa).

 

CARCEREIRO: Pronto, eu já estou aqui... Só espero não me meter em encrenca! (Diz ao se aproximar).

AMANDA: Não vai se meter, pode ter certeza. Aqui está! (Diz ao entregar uma sacola de feira ao funcionário). – Você também ganhará o seu adicional, aqui está, como prometido. Pode conferir! (Diz ao entregar o envelope ao carcereiro).

CARCEREIRO: Eu não vou nem conferir, pelo volume e peso do envelope, eu sei que está tudo aqui. Enquanto a isso aqui, o que tem dentro? (Questiona se referindo a sacola).

AMANDA: Nada demais, só um lanchinho especial e reforçado para esse velho amigo. (Responde sorridente).

(O carcereiro entrou na área das celas e se aproximou do local onde Vavo estava).

CARCEREIRO: Encomenda pra você! (Diz ao bater nas grades).

VAVO: Encomenda? Encomenda de quem? O que é? (Questiona curioso).

CARCEREIRO: Comidinha pra você! Disse que era uma amiga sua... Toma! (Diz passando a sacola entre as grades).

VAVO: Deve ser a Jacqueline, mas porque não nos encontramos na sala de visitas? (Diz ao segurar a sacola).

CARCEREIRO: E eu lá sei? Tenho cara de leva e traz? Se toca cara, fica na sua que é melhor. (Vai embora).

(Vavo abre a sacola e percebe que é um sanduíche e uma garrafa de suco de frutas).

VAVO: (Tira o sanduíche da sacola e abre a garrafa de suco) Ah Jacqueline, sempre pensando em mim... (Morde o sanduíche e em seguida bebe um gole do suco).

(Após alguns instantes, Vavo termina de comer e deita em sua cama para aguardar o julgamento).

 

Cena 12 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Manhã]

Música da cena: Because You Loved Me – Cláudia Rezende

(Imagens externas apresentavam as ruas do bairro do Bixiga. Em seguida, surge a fachada da casa de Marina e Antônio).

 

CRISTINA: Gente, precisamos ir agora ou vamos chegar atrasados! (Grita enquanto guarda seus documentos pessoais dentro da bolsa).

ANTÔNIO: Já estamos aqui, filha! (Diz ao entrar na sala de estar acompanhado de Marina).

MARINA: Fique tranquila, minha filha. Vai dar tudo certo, eu já acendi uma vela e fiz até promessa. Você vai sair de alma lavada, inocente dessa sujeira toda! (Diz ao se aproximar da filha para tranquilizá-la).

LETÍCIA: Cris, minha irmã! Eu só não vou, porque vai ser um clima tenso lá e terá muita gente, isso pode assustar o Théo. Mas estarei aqui, mandando energias positivas pra você. Vai dar tudo certo! (Diz olhando para a irmã).

CRISTINA: Obrigada, Letícia. Eu preciso muito dessas energias positivas, pois o dia de hoje pode mudar a minha vida e limpar a minha ficha dessa injustiça em que eu caí. (Conclui).

 

Cena 13 – Ruas de São Paulo [Externa/Manhã]

(Após comer o lanche entregue pelo carcereiro, Vavo aguardava a hora do julgamento em sua cela).

 

POLICIAL: Chegou sua hora, Vavo! O seu julgamento começa daqui a pouco. Vamos lá! (Diz ao abrir a cela).

(Alguns instantes depois, Vavo surge saindo da delegacia e olhando a luz do sol, que já não via há muito tempo. O policial então o conduziu algemado até o banco traseiro da viatura e em seguida sentou no banco do motorista).

VAVO: (Observou os dois policiais conversarem no banco da frente e em seguida começou a se sentir estranho. Abriu e fechou os olhos algumas vezes e reclinou-se no banco de trás).

 

Cena 14 – Cobertura Ferretti [Interna/Tarde]

Música da cena: In The Silence – Leroy Sanchez

(Imagens externas mostram as grandes avenidas da cidade, movimentadas com o fluxo intenso de veículos. Em seguida, surge a fachada do edifício onde Rodrigo morava).

 

RODRIGO: (Caminha de um lado para o outro em seu quarto. Volta e meia, ele observa o celular em cima da cama) Ligo ou não ligo? (Pergunta a si mesmo).

(Nesse momento, Maria Paula invade o quarto dele e Vilma chega logo após).

RODRIGO: Maria Paula? (Questiona surpreso com a presença da advogada).

VILMA: Desculpe, Rodrigo! Ela foi entrando, eu não consegui evitar...

MARIA PAULA: Eu vim te buscar, nós vamos sair! Daqui a pouco começa o julgamento do homem que matou a Vivian. Você precisa finalizar essa história na sua vida para seguir em frente. Troca de roupa que eu te espero, vamos! (Diz decidida).

 

Cena 15 – Tribunal de Justiça (Sala de Espera) [Interna/Tarde]

(Os expectadores do julgamento de Vavo estavam começando a chegar no local da audiência. Cristina estava sentada, acompanhada por Marina, Antônio, Tiago, Sofia e Murilo Neto quando Rodrigo chegou acompanhado de Maria Paula).

 

CRISTINA: (Encara Rodrigo).

MARINA: Minha filha, eu acho que você deveria conversar com ele... (Diz ao notar a troca de olhares entre os dois).

CRISTINA: É melhor não, mamãe. Eu não quero ser o responsável pela destruição da vida dele. Eu não posso carregar essa culpa!

MURILO NETO: Eu falei com o Ulisses agora há pouco, ele disse pra gente entrar, a audiência vai começar em alguns minutos. Ele já foi encontrar com o júri. Vamos? (Diz ao se aproximar).

 

Cena 16 – Tribunal de Justiça (Sala de Audiência) [Interna/Tarde]

(Todos estavam presentes na sala de audiência e ficaram de pé quando a juíza entrou).

 

JUÍZA: (Percorre parte da sala e se acomoda em sua cadeira. Antes de começar a falar ela organiza alguns papeis e em seguida se posiciona em frente ao microfone) Declaro aberto o julgamento do réu Gustavo Silveira Montalvão, brasileiro, solteiro e residente na cidade de São Paulo, capital. Acusado nos autos pelo crime de latrocínio, previsto no artigo, constituído no artigo 157 do código penal. Além desse crime, o réu também é indiciado pela cumplicidade do crime de estelionato, que ainda está sendo investigado. (Diz ao abrir a audiência).

(Ao lado de Vavo, Ulisses acompanhava a abertura da audiência).

ULISSES: Está tudo bem? (Sussurra ao notar que Vavo está transpirando e excesso).

VAVO: Estou... Estou sim! (Disse tentando afrouxar a gola da camisa para respirar melhor).

JUÍZA: Alego que o réu disparou com arma de fogo, dois projeteis que atigiram o tórax da vítima Vivian Trajano Ferretti em uma galeria na cidade de Campinas, por motivo torpe de furto de pertences pessoais, ocasionando a morte da mesma, sem qualquer chance de socorro. Também consta nos autos que o acusado fugiu da cena do crime, deixando para trás apenas a sua comparsa e companheira na época, a também acusada, Cristina da Silva. Afirmo que a mesma cumpriu sua pena e ganhou um indulto do ministério público por bom comportamento, tendo sua pena reduzida. (Diz olhando para Vavo).

(Entre os expectadores do julgamento, também estavam presentes Rodrigo, Maria Paula, Sofia, Tiago, Jacqueline, André e Bárbara).

CRISTINA: (Observa a expressão de Vavo) Ele está estranho, não está? Será que mudou de ideia e não vai mais falar a verdade? (Questiona a mãe).

MARINA: Eu espero que não, minha filha. Deus não há de permitir!

JUÍZA: Que o réu sente na cadeira destinada ao seu depoimento! (Ordena).

(Um policial acompanha Vavo até o banco dos réus e ele se acomoda para começar o depoimento).

JACQUELINE: Coragem meu preto, coragem! (Fala consigo mesma através do pensamento e se benze).

JUÍZA: Vamos começar do princípio, o dia do crime. Como tudo ocorreu? Você teve ajuda da sua cúmplice para arquitetar todo o roubo? O réu já conhecia a vítima? (Pergunta).

VAVO: Não, eu não conhecia a vítima e não tive ajuda de ninguém. Eu gostaria de dizer abertamente e pela primeira vez que a Cristina não teve nada a ver com a morte dessa mulher, ela é inocente. Eu planejei tudo sozinho, o único erro da Cristina foi me amar. Naquele dia, eu saí decidido a roubar essa empresária, pois eu já estava seguindo ela há algum tempo para acompanhar seus passos e identificar o melhor momento para roubá-la. Eu pedi para a Cristina me esperar no carro, quando ela me questionou o que estava acontecendo, eu menti pra ela. Foi então que eu entrei no estacionamento, na realidade eu não queria matar, eu só queria o dinheiro e as joia... (Fala transpirando cada vez mais).

RODRIGO: Assassino! Canalha, miserável... Eu vou acabar com você! (Grita ao se levantar).

MARIA PAULA: Rodrigo, por favor. Contenha-se! (Diz ao tentar fazer com que Rodrigo se sente novamente em seu lugar).

JUÍZA: (Bate no púlpito com um pequeno martelo e chama atenção dos expectadores presentes) Silêncio, ou eu terei que mandar que o retirem deste tribunal. O réu pode continuar!

VAVO: Eu puxei a bolsa dela e comecei a correr, mas aí ela veio pra cima de mim e começou a gritar, daí eu fiquei nervoso e acabei atirando. A Cristina é uma mulher boa, honesta... Ela jamais participaria de uma infâmia assim, diferente da que se dizia amiga dela, a Amanda. Aquela sim, não presta! (Diz apalpando o braço esquerdo e começando a ficar ofegante).

JUÍZA: Conte ao júri quem é essa Amanda e qual é a sua ligação com ela.

ANTÔNIO: É agora que ele vai desmascarar aquela cínica!

TIAGO: Vai, escancara pra todo mundo quem é ordinária da Amanda... (Sussurra).

SOFIA: Ele vai falar, ele tem que falar! (Diz olhando para Vavo).

VAVO: A Amanda... A... A-a-man... (Começa a sentir fortes dores no peito e a se contorcer na cadeira).

ULISSES: (Levanta-se ao perceber que tem algo errado).

CRISTINA: O que está acontecendo? Ele tá passando mal? (Questiona ao ficar de pé).

JACQUELINE: Ele está passando mal, um médico! (Grita).

BÁRBARA: Isso é teatro, deem pena máxima a esse assassino. (Esbraveja).

(Vavo se levanta do banco dos réus e abre a camisa como se estivesse sufocando, os policiais o cercam para evitar a sua fuga e Ulisses vai até ele).

ULISSES: Vavo, fala comigo... O que você está sentindo? (Questiona ao perceber que Vavo não está bem).

VAVO: (Tenta se apoiar em Ulisses, mas acaba perdendo o equilíbrio e caindo no chão).

ULISSES: Vavo, o que deu em você? Vavo, fala comigo! Chamem uma ambulância, ele está morrendo... (Grita ao perceber a gravidade da situação).

VAVO: (Começa a espumar pela boca) Eu vou morrer, Ulisses... Eu vou morrer, eu vou... (De repente Vavo perde a voz e fica inquieto).

(Todos se afastam dele e pudemos perceber que ele está com os olhos vidrados, sem esboçar mais nenhum tipo de reação).

 

CONTINUA!

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