CAPÍTULO 13
Uma novela de Crisley
Personagens deste capítulo (ordem de aparição):
Chris
Caio
Sara
Mary
Maria
Danilo
CENA 1: CASA DE CAIO/ QUARTO/ INT./ NOITE
(Continuação do capítulo anterior)
Chris sai do banheiro e se deita no colhão novamente. Chris pega o celular e vê a figurinha de coração que Caio o mandou. Ele olha para Caio dormindo e sorri.
CHRIS — (sorrindo e falando baixinho) Tão fofo... (para de sorrir e fica um pouco nervoso) Como fofo? Quê que eu tô sentindo? Eu nunca senti isso por ninguém. Será que é isso mesmo que eu tô sentindo pelo... Caio? Será que eu gosto dele?
Chris se cobre todo.
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CENA 2: CASA DE CAIO/ QUARTO/ INT./ MANHÃ
Amanhece. Chris se descobre e se levanta. Ele vai até a janela e sorri. Chris vai até o banheiro. Caio acorda. Ele olha para o colchão e, em seguida, para a porta do banheiro fechada. Ele sorri e se levanta. Ele vai até a porta do banheiro.
CAIO — Já amanheceu, hein. Fica de olho na hora pra não perder aula.
Chris sai do banheiro.
CHRIS — Não precisa falar isso. O Sol nem apareceu direito.
Chris vai até o colchão e pega o celular.
CHRIS — Sabia. Eu vejo a hora pelo Sol.
CAIO — Ninguém vê a hora pelo Sol.
CHRIS — Ãn? Como assim “ninguém vê a hora pelo Sol”? Cê é tão inteligente e fala uma bosta dessa.
CAIO — Antigamente, as pessoas realmente tinham uma ideia de que horas eram, mas hoje, é mais difícil. Então atualmente ninguém olha a hora pelo Sol.
CHRIS — Ninguém é muito gente, Caio.
CAIO — Ok, ok. Você me venceu. Quer um prêmio?
CHRIS — Hum... Então cê me deve dois, né?
CAIO — Como dois?
CHRIS — Um agora que você ofereceu e o outro da partida que eu venci ontem.
CAIO — Tá, tá. Vou te dar dois prêmios.
CHRIS — Ok. Agora eu tenho que escolher.
CAIO — Mudei de ideia.
CHRIS — Ei!
CAIO — Calma. Vou te dar seus prêmios, mas eu que vou escolher.
CHRIS — Se não for coisa boa, eu te dou um tapão nessa sua cabeça.
CAIO — (coloca a mão na cabeça) Não precisa. Já tá dolorida o suficiente.
CHRIS — O quê? (vai até Caio e encosta em sua testa) Ih...
CAIO — Ih o quê?
CHRIS — A febre não foi totalmente embora.
CAIO — Depois passa.
CHRIS — Eu vou ficar aqui, então.
CAIO — Como assim, Chris? Cê não pode ficar matando aula. Eu sei que você fica zanzando pela escola.
CHRIS — Eu só pego o que eu preciso, não preciso tirar nota máxima em tudo.
CAIO — Tá, mas você tem que ir pra escola.
CHRIS — Hum... (sentando-se na cadeira) A resposta é não.
A campainha toca.
CHRIS — Sua casa é boa, hein. Uma hora dessas e já tem gente na porta.
CAIO — Talvez seja o Wendel.
CHRIS — Seu amigo da sua sala, né.
CAIO — Uhum. Ele sabe que eu não falto nunca e, muito provavelmente, veio ou vai vir.
CHRIS — É bom que alguém venha te ver.
CAIO — Por quê?
CHRIS — (fica nervoso) É... Pra eu não ter que ficar aqui cuidando de você.
CAIO — Tá cuidando de mim porque quer. Ninguém pediu. Ou tem alguma outra explicação pra isso?
A porta se abre e Sara entra no quarto.
SARA — Ei. (para Chris) Chris. Nem sabia que cê tava aqui.
CHRIS — É... Eu já tô saindo.
CAIO — Não precisa ir.
CHRIS — Eu vou pra escola, esqueceu?
Chris sai dali. Enquanto Chris vai embora, Caio vai mudando o semblante, visivelmente triste.
SARA — Ele é muito simpático. Ele te ajudou ontem, né?
CAIO — E hoje também.
SARA — Ele dormiu aqui?
CAIO — Sim.
SARA — Ah, que bom então. É bom ter amigos que cuidem da gente.
CAIO — Sim. Ele é um ótimo amigo. (sorri)
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CENA 3: CASA DE CAIO/ EXT./ MANHÃ
Chris pega sua bicicleta e caminha empurrando-a. Ele se vira para trás e olha a casa. Ele olha para baixo e olha novamente para a casa.
CHRIS — (para si mesmo) Não posso pensar... Eu não posso...
INICIA-SE UM FLASHBACK
CENA 1 DO CAPÍTULO 12: CASA DE CAIO/ QUARTO/ INT./ NOITE
Caio está deitado na cama e Chris sentado na cadeira próximo à cama. Chris está com um prato de comida na mão.
CHRIS — Caio, cê pode comer essa comida? Por mim.
Caio fica pensativo e olha para Chris.
CAIO — Ok... Só se...
CHRIS — Só se o quê?
CAIO — Só se você me der na boca.
CHRIS — Ah não!
CAIO — Por mim, Chris... (faz carinha de triste)
CHRIS — Essa cara aí não convence ninguém.
CAIO — Por favorzinho...
CHRIS — Hum... Tá bom, tá bom!
Chris dá a comida na boca de Caio.
FIM DO FLASHBACK
Chris continua caminhando e empurrando a bicicleta.
CHRIS — Para de pensar nisso, Chris! Cê não pode pensar nisso. (fica triste) Eu não posso pensar nisso...
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CENA 4: CASA DE CAIO/ QUARTO/ INT./ MANHÃ
Caio se deita e Sara senta-se na cama.
SARA — Você ainda tá com alguma coisa?
CAIO — Tipo o quê?
SARA — Alguma dor, sei lá.
CAIO — Não. Só uma dorzinha de cabeça. Tá no final já.
SARA — Então é melhor eu ficar, né?
CAIO — Não. Vai pra escola, Sara. Não tem a menor necessidade de você ficar aqui comigo.
SARA — Por quê?
CAIO — Eu já disse que só tô com uma dorzinha de cabeça. Amanhã mesmo eu volto pra escola.
SARA — Tem certeza?
CAIO — Tenho.
SARA — Então eu vou voltar pra casa pra me arrumar. Beijo.
CAIO — Tchau.
Sara dá um beijinho em Caio e sai dali.
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CASA 5: CASA DE CAIO/ SALA/ INT./ MANHÃ
Sara desce as escadas e vê Mary de mochila.
SARA — Bom dia, Mary. Já indo pra escola?
MARY — Sim.
SARA — Tá cedo, né?
MARY — Tá.
SARA — Como você tá?
Mary olha para Sara e depois sai de casa. Sara fica parada ali e não entende nada. Ela sai logo em seguida.
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CENA 6: ESCOLA MARA TÂNIA/ CORREDORES/ INT./ MANHÃ
Poucos alunos ainda estão ali. Maria vê Sara e a chama com a mão. Sara vai até ela.
MARIA — Como tá o seu namorado?
SARA — Ele disse que tá melhorando. Só tá com uma dorzinha de cabeça.
MARIA — Que bom, né. Ele é tão fofo pra você, assim como o Chris é fofo pra mim. Ele tem que ficar bom logo e voltar pra escola.
SARA — Eu ia ficar lá com ele, mas ele insistiu pra eu vir.
MARIA — Eu nunca iria deixar o Chris sozinho se ele estivesse passando mal...
SARA — Mas o Caio disse que vai voltar pra escola amanhã mesmo. E o Chris tava lá ajudando ele.
MARIA — O Chris? Vocês vieram juntos?
SARA — Não. Ele veio bem antes.
MARIA — Ah.
Chris chega ali também.
MARIA — Chris! (acena) Por que você chegou agora?
CHRIS — Porque eu tô chegando agora, ué.
MARIA — Sim, mas a Sara disse que...//
CHRIS — Eu vou ali no Danilo. Até depois. (Chris sai dali)
MARIA — Chris...
SARA — Deixa ele pra lá. Ele deve ter ficado acordado a noite inteira. Eu mesmo quando durmo na casa de alguém, durmo muito pouco.
MARIA — Ele dormiu lá na casa do Caio?
SARA — Eu já disse que sim.
MARIA — Ah... Eu não ouvi essa parte.
SARA — Mas eu falei. Eu acho... Enfim. O Chris ajudou muito o Caio, pelo visto.
MARIA — Imagino. Até dormiu lá. Viu como o meu namorado é fofinho?
SARA — Já entendi, Maria...
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CENA 7: SALA B/ INT./ MANHÃ
Chris entra na sala e senta-se ao lado de Danilo.
DANILO — Que cara é essa, Chris? Alguém te atropelou?
CHRIS — (dá um tapa na cabeça de Danilo) Eu que vou te atropelar daqui a pouco... Eu dormi menos que os outros dias.
DANILO — Não precisava me bater também, né?
CHRIS — Precisava sim. Cê só fala bosta.
DANILO — Eita. Fala aí o que houve.
CHRIS — Lembra que eu fui na casa do Caio?
DANILO — E o quê que tem?
CHRIS — Ele tava doente, né?
DANILO — E o quê que tem a ver a doença dele com sua cara de atropelado?
CHRIS — Eu dormi lá na casa dele.
DANILO — (se assusta) Você... Você dormiu na casa do Caio?
CHRIS — Dormi, ué. E daí?
DANILO — Cês dois...//
CHRIS — (dá mais um tapa na cabeça de Danilo) A próxima, eu vou esburacar sua cabeça.
DANILO — Cê fica muito nervoso quando a gente fala disso...
CHRIS — Também, né... (T) Eu vou lá de novo hoje.
DANILO — E eu vou ficar quieto... Cês dois ficaram muito amiguinhos pro meu gosto.
CHRIS — Danilo...
DANILO — Parei, parei. É só que...//
CHRIS — Fica quieto.
DANILO — Tá bom...
Danilo coloca um lápis na boca.
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CENA 8: CASA DE CAIO/ EXT./ TARDE
O sol avança. Chris chega na frente da casa de Caio empurrando sua bicicleta. Ele fica olhando para dentro do quintal. Sara também chega ali.
SARA — Chris?
CHRIS — Oi, Sara. (fica todo sem graça)
SARA — Cê veio ver o Caio de novo?
CHRIS — É... Eu só queria ver como ele tá agora. Ele tava com um pouco de febre de manhã...
SARA — Eu não sabia que cês dois eram tão amigos assim. Cês se aproximaram tanto assim tem quanto tempo?
Chris fica um pouco nervoso. Ele olha para a casa e olha para Sara novamente.
FIM DO CAPÍTULO
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