CAPÍTULO 23
ATENÇÃO!
A trama apresenta apenas adolescentes cheios de espinhas, aparelho nos dentes, óculos, pele oleosa etc. Não siga o que é dito. É tudo ficção.
Uma novela de Crisley
Personagens deste capítulo (ordem de aparição):
Caio
Mary
Chris
Bruno
CENA 1: CASA DE CAIO/ SALA/ INT./ NOITE
Caio desce as escadas rapidamente. Mary logo se levanta do sofá.
MARY — Ué? Pra que tanta pressa assim?
CAIO — Eu vou ali rapidinho.
MARY — Mas a essa hora?
CAIO — É. Eu vou só ali ver uma pessoa.
MARY — Aposto que é a Sara...
CAIO — Mary, eu queria te contar uma coisa.
MARY — Conta.
CAIO — Não sei como te falar...
MARY — Só fala, Caio.
CAIO — É que...//
MARY — (ficando surpresa) Não! Não pode ser! Cê tá traindo a Sara? Por isso tá saindo agora? Você não vai encontrar ela, você vai encontrar outra menina!
CAIO — Calma, Mary. Deixa eu falar.
MARY — Ah... É o que então?
CAIO — Eu não tô traindo ninguém.
MARY — Ah, que pena... Pensei que essa chata não ia mais vir aqui.
CAIO — Talvez isso aconteça.
MARY — Cê quer dizer que vai se separar? É isso?
CAIO — Acho que sim.
MARY — Por quê? É por minha causa? Se for, eu não quero que você fique triste por causa das coisas que eu falo dela. Eu juro que nunca mais falo mal dessa coisa... da Sara.
CAIO — Não... É que...
MARY — Pode falar.
CAIO — Sabe, eu disse que eu não tô traindo ela.
MARY — Mas e o quê que tem? Não entendi.
CAIO — É que eu... gosto de outra pessoa.
MARY — (surpresa) Ah... Mas e quem é? Eu quero saber. Eu conheço?
CAIO — Conhece sim.
MARY — É da escola? É da sua sala?
CAIO — Quando chegar o momento, eu digo. Mas agora não. Eu tô indo lá.
MARY — Vai encontrar sua nova namorada, né?
CAIO — Não. É claro que não. Eu já disse que não tô traindo a Sara.
MARY — E eu acredito em você. Cê nunca faria isso.
CAIO — Claro que não. Eu vou indo, Mary. Por favor, não comenta nada disso com ninguém, certo?
MARY — Certo.
CAIO — Até depois.
MARY — Tchau!
Caio sai de casa.
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CENA 2: PRAÇA/ EXT./ NOITE
Chris está sentado num banco na calçada. Ele olha o celular várias vezes. Ele olha para os lados e volta a olhar para o celular. Ele fica muito ansioso. Se levanta e se senta. Caio chega caminhando devagar e olhando para Chris. Os dois ficam um pouco sem jeito. Caio se senta no banco, bem ao lado de Chris.
CAIO — Ei...
CHRIS — Oi... Se for sobre aquela bobeira no restaurante, já passou.
CAIO — Não. É sobre outra coisa.
CHRIS — O que é, então?
CAIO — Será que a gente pode ir na minha casa?
CHRIS — Fala aqui mesmo o que cê tem pra falar.
CAIO — Eu falo lá em casa. Vamos?
CHRIS — Caio, fala logo o que cê quer falar. Me chamou aqui pra me chamar pra ir na tua casa?
CAIO — Não. Eu quero falar com você.
CHRIS — SÓ falar, ué.
CAIO — Vamos? É rapidinho.
CHRIS — Ok. Dez minutos. Aí cê fala e eu vou embora.
CAIO — Ok.
Eles se levantam e começam a caminhar.
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CENA 3: CASA DE CAIO/ SALA/ INT./ NOITE
Mary está sentada no sofá. Ela fica trocando de canal. Sua feição de tédio não é escondida. Ela, então, desliga a televisão e se levanta. Caio e Chris entram na casa.
MARY — Ei, Chris.
CHRIS — Ei.
MARY — Você voltou rápido, Caio. Já encontrou quem você queria?
CAIO — Sim. Era o Chris. A gente vai subir.
MARY — Ah. Ok.
Eles começam a subir as escadas, mas param quando Mary começa a falar.
MARY — Ah, Chris, sabia que o Caio não gosta mais da chata?
CHRIS — Chata? Que chata?
MARY — Chata só tem uma, né. É a Sara. Ele não gosta mais dela. Ele gosta de outra pessoa.
CAIO — Mary! Poxa, eu pedi pra não comentar com ninguém.
MARY — Mas eu pensei que seus amigos...//
CAIO — Deixa pra lá. (para Chris) Vamos.
CHRIS — Até depois, Mary.
MARY — Até, né.
Chris e Caio sobem.
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CENA 4: CASA DE CAIO/ QUARTO/ INT./ NOITE
Chris e Caio entram no quarto. Chris se senta na cama e Caio fica em pé.
CHRIS — De quem cê gosta agora, Caio?
CAIO — Então, eu queria te falar uma coisa.
CHRIS — (fica nervoso) Vai falar de quem gosta?
CAIO — Vou falar mais do que isso. (T) Chris, cê sabe que a gente é amigo há pouco tempo. E que a gente virou muito amigo agora.
CHRIS — Uhum.
CAIO — E eu tô aqui pra te dizer uma coisa.
CHRIS — Pera aí.
Chris se levanta e sai do quarto.
CAIO — Chris?
Caio começa a caminhar pelo quarto.
CAIO — (para si mesmo) Ué... Ele desceu. Acho que foi pegar alguma coisa.
Ele escuta o barulho do portão. Ele olha pela janela e vê Chris indo embora.
CAIO — Ah... Fujão. Mas você não vai escapar sempre.
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CENA 5: ESCOLA MARA TÂNIA/ EXT./ MANHÃ
Amanhece. Os alunos chegam.
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CENA 6: SALA B/ INT./ MANHÃ
Chris chega ali na sala e senta-se. Ele está sozinho. Ele pega o celular e abre as mensagens de Caio. Ele bloqueia o celular e o guarda.
CHRIS — (para si mesmo) Que será que ele queria falar, hein? Espero que não seja o que eu tô pensando...
Bruno entra ali e se senta ao lado de Chris.
BRUNO — Oi, Chris.
CHRIS — E aí, Bruno. Quê que aconteceu pra você vir aqui tão cedo?
BRUNO — Ué, cê tá na sala, eu tô na sala. Não tem problema nenhum em ficar só a gente aqui na sala. Sozinhos.
CHRIS — É. Eu vim pra cá porque...
BRUNO — Porque o quê?
CHRIS — Nada não. Deixa pra lá. É bobeira minha. Só queria ficar um pouco quietinho.
BRUNO — Eu tô atrapalhando?
CHRIS — Não. É claro que não.
BRUNO — Ah, então alguém tá atrapalhando e não sou eu. E você tá sozinho aqui. Então tá fugindo de alguém, né?
CHRIS — Não. Eu só tô aqui mesmo. O que cê manda?
BRUNO — Eu queria te contar uma coisa.
CHRIS — Contar mais uma coisa, né? Porque direto cê quer falar alguma coisa comigo.
BRUNO — Dessa vez é sério mesmo.
CHRIS — Então fala.
BRUNO — Cê lembra que eu disse que gostava de alguém?
CHRIS — Lembro. (sorri) Não, pera, cê vai me contar?
BRUNO — Vou.
CHRIS — Conta, conta. Quem é?
BRUNO — É... É até complicado falar, sabe...
CHRIS — É alguma menina daqui, né?
BRUNO — Vou dar uma dica.
CHRIS — Qualquer dica e eu mato na hora. Pode mandar.
BRUNO — Não é uma menina.
CHRIS — (engolindo saliva) É... O quê?
BRUNO — É isso mesmo.
CHRIS — Então eu não sei.
BRUNO — Pensa um pouco.
CHRIS — Quem é?
BRUNO — Pra quem eu dei presentes?
CHRIS — Pera... Não sou eu, né?
BRUNO — É você, Chris. Eu gosto de você. E eu gosto muito mesmo. Eu gosto de verdade.
Chris fica nervoso e engole seco.
FIM DO CAPÍTULO
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