CAPÍTULO 42
ATENÇÃO!
A trama apresenta apenas adolescentes cheios de
espinhas, aparelho nos dentes, óculos, pele oleosa etc. Não siga o que é dito.
É tudo ficção.
Uma novela de Crisley
Personagens deste capítulo (ordem de aparição):
Chris
Caio
Karen
Rita
Janaina
Jamile
Renato
Gustavo
André
Danilo
CENA
1: ESCOLA MARA TÂNIA/ SALA DE LÍDERES/ INT./ MANHÃ
(Continuação
do capítulo anterior)
Caio
e Chris conversam, em pé, frente a frente.
CHRIS
— Sim, mas como seu pai ficou quando você contou que a gente tá junto?
CAIO
— Então... Eu não contei.
CHRIS
— O quê?
CAIO
— Eu não consegui contar depois de tudo.
Chris
fica um pouco triste. Caio vai até ele e o abraça.
CAIO
— Que é, hein? Ah, vamos. Qual é, meu bebê? Não precisa ficar assim, tá? Eu
juro que eu vou contar. Juro, juro, juro.
CHRIS
— Mas quando? Porque eu contei pra minha mãe. Cê tinha que ter contado pro teu
pai também.
CAIO
— Eu disse que vou contar, não disse? Então, eu vou contar. Agora dá um
beijinho aqui.
CHRIS
— Só um.
CAIO
— Só um. (se beijam) Mais um.
CHRIS
— Não.
CAIO
— Só mais unzinho. Por favorzinho...
CHRIS
— Tá...
Eles
dão uns beijinhos e sorriem.
CAIO
— Não precisa ficar triste. Vai dar tudo certo. Você vai ver.
Eles
se abraçam novamente.
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CENA
2: REFEITÓRIO/ INT./ MANHÃ
Rita,
Jamile e Janaina estão sentadas à mesa. Karen chega ali com uma vasilha com
algumas frutas e se senta.
KAREN
— Ei...
RITA
— Não tem “ei”.
KAREN
— Mas é que...//
RITA
— Karen, não vem com essa. Tudo que cê fez não vai ser apagado assim.
JANAINA
— Pois é. Tu merece ficar aí sozinha.
JAMILE
— Desculpa, Karen. Mas eu concordo com a Jana.
RITA
— Vamo, gente.
Elas
se levantam e saem dali. Karen fica cabisbaixa. Laís passa ali e Karen a chama
fazendo gestos. Laís vai até ela, mas não se senta.
KAREN
— Ei, Laís.
LAÍS
— Oi, Karen. Quê que cê quer?
KAREN
— Senta aí. Vamo conversar.
LAÍS
— Não. E não me chama mais. Aliás, finge que não me conhece.
KAREN
— O quê? Por quê?
LAÍS
— Porque não quero me associar com você.
KAREN
— Mas e tudo que a gente fez?
LAÍS
— Por isso mesmo.
KAREN
— Então cê não vai ficar comigo aqui?
LAÍS
— Não. Nem agora e nem nunca.
KAREN
— Pensei que a gente era amiga.
LAÍS
— Eu não tenho amigos. Tchau!
Laís
sai dali. Karen vê Renato saindo do refeitório e vai atrás dele.
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CENA
3: CORREDOR/ INT./ MANHÃ
Renato
caminha pelo corredor e Karen o segura pelo braço.
RENATO
— Que foi?
KAREN
— Tá fugindo de mim, Renato?
RENATO
— Não, por quê?
KAREN
— Eu fico dando sinais pra você e você nem aí. Aconteceu alguma coisa?
RENATO
— Comigo? Nada. E com você?
KAREN
— Também não. Será que a gente pode ficar junto hoje?
RENATO
— Por quê? A gente nem é casal.
KAREN
— Sei lá, pra transar, talvez.
Gustavo
chega ali e fica atrás da parede escutando tudo.
RENATO
— Mas por que eu faria isso?
KAREN
— Porque a gente ficou junto uma vez. A gente pode ficar outra vez. A gente
pode até namorar, se você quiser.
RENATO
— Tá, mas eu não quero.
KAREN
— Por que cê tá falando assim?
RENATO
— Karen, eu só dei umazinha com você. Queria tirar tua virgindade. Você foi
muito fácil e eu fui lá e fiz o serviço. Olha, não me procura mais, tá legal? Eu
já cansei de fazer tanta caridade por aí. Você só foi mais uma, resta aceitar e
me deixar em paz.
Renato
sai dali. Karen fica abismada. Gustavo vai até ela, que chora.
GUSTAVO
— Não fica assim, Karen. Dá cá um abraço. (eles se abraçam) Tem muito cara
babaca por aí.
KAREN
— Cê ouviu tudo?
GUSTAVO
— Ouvi. E também vi. Eu sei que cê ficou com ele. E sabe? Não me importo.
KAREN
— O que cê quer dizer com isso?
GUSTAVO
— Eu quero dizer que eu não me importo mais com essas coisas. Eu já passei por
muita coisa na minha vida. Você também deve ter passado.
KAREN
— Cê tá dizendo que quer voltar pra mim?
GUSTAVO
— Não. Eu quero dizer que eu tô com você nessa. Eu sei que fez muita coisa
errada, mas eu tô junto com você. Mas a gente não pode ficar junto. Só isso.
KAREN
— Eu entendo que fiz muita merda mesmo. Eu nunca mais vou fazer nada.
GUSTAVO
— Deveria ter começado isso há um tempo. Mas sempre é hora de mudar.
KAREN
— Assim como eu mudei uma vez, eu posso mudar de novo.
GUSTAVO
— Exatamente.
Karen
beija Gustavo no rosto e sai dali.
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CENA
4: BANHEIRO FEMININO/ INT./ MANHÃ
Karen
entra no banheiro e olha para ver se não tem ninguém. Ela abre a mochila,
guarda suas lentas de contato, coloca os seus óculos no rosto, coloca seu
aparelho novamente e prende o cabelo. Ela sorri para o espelho.
KAREN
— (para si mesmo) Eu deveria ter ficado assim pra sempre.
Ela
sai do banheiro.
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5: BIBLIOTECA/ INT./ MANHÃ
André
está sozinho, sentado. Danilo entra, olha para todos os lados e se senta ao
lado de André.
DANILO
— Que bom que não tem ninguém aqui.
ANDRÉ
— Por quê?
DANILO
— Porque cê me deixou com uma interrogação na cabeça.
ANDRÉ
— Mas por quê? Não foi claro?
DANILO
— Não. A gente se gosta, mas, só porque eu não quero assumir pra todo mundo que
a gente se gosta, você vai me rejeitar?
ANDRÉ
— Mas eu não te rejeitando. Só acho que a gente não deve ficar junto. Pelo
menos não agora.
DANILO
— Mas e se a gente começar a namorar agora?
ANDRÉ
— Mesmo assim.
DANILO
— Sério isso, André? Então, se por acaso, eu te pedir em namoro agora, cê não
vai querer ficar comigo?
ANDRÉ
— Talvez. Vai me exibir com você?
DANILO
— Hum... Primeiro você tem que aceitar?
ANDRÉ
— Aceitar o quê?
DANILO
— Meu pedido de namoro, pô! Cê aceita namorar comigo?
ANDRÉ
— E você tem que aceitar a minha condição. E é essa mesmo que eu disse. A gente
tem que se assumir pra todo mundo como namorados.
DANILO
— Mas... eu não sei se consigo.
ANDRÉ
— Eu fico muito triste com isso.
DANILO
— Mas, então, é só a gente ficar junto. Só isso. Vamo?
ANDRÉ
— Não dá, Danilo. É melhor a gente ser só amigo.
DANILO
— Quê?
ANDRÉ
— É isso.
Danilo
fica triste.
FIM DO CAPÍTULO
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