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A Razão de Amar - Capítulo 37 (Reprise)

  

Capítulo 37

A RAZÃO DE AMAR

Novela de João Marinho

Escrita por:

João Marinho

Personagens deste capítulo

 

    Otavio Duarte                                                                                  Atendente               

Celso Correia                                          Lola

Jorge Correia.                                        

Madalena Correia.                                                            

Marta Correia                                        

Olímpio Vasconcelos.                           

Radialista.                                               

Letícia Fernandes

Cecília Valadares

José Jacinto – Carcará

Débora Valadares

CENA 01/ PALMEIRÃO DO BREJO/ PRAÇA/ INT./ MANHÃ

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Jorge é atingido em cheio pela facada, que lhe acerta o abdômen. O homem encapuzado puxa a faca e o sangue espirra. Ele tira o capuz e se revela que é Raul.

RAUL (P/Jorge) – Fiz isso pela minha filha. Você a iludiu!

Em seguida, ele sai correndo. Algumas pessoas o segue, mas ninguém consegue alcança-lo. Jorge cai, no chão. Lola tenta reanimar o filho de Celso, mas ele está sem fôlego para falar. Ele mexe a boca, mas nada. A sua vista está turva e começa a escurecer.

Corta para:

CENA 02/ MANSÃO DA FAMÍLIA FERNANDES/ SALA DE ESTAR/ INT. / MANHÃ

Raul entra em casa atordoado. Neste instante, Letícia vem da cozinha e vê que o pai está com uma faca ensanguentada em suas mãos. Ela estranha e não hesita em questionar.

LETÍCIA – O que significa essa faca ensanguentada?

RAUL – Fui te defender, minha filha. 

LETÍCIA (Enraivada) – O senhor parece que não aprendeu nada nos vinte anos que ficou preso, nos oitos que ficou naquele manicômio. Que tipo de ser humano o senhor é? Que age com perversidade.

RAUL – O meu papel é defender você, minha filha. Aquele rapaz te enganou.

LETÍCIA – Isso são águas passadas, meu pai.... Eu sei muito bem me defender e sem o que é bom para mim. Eu quero que Jorge siga a vida dele como ele bem quiser. O senhor não tinha direito de fazer o que fez.

Neste instante, com a porta entreaberta, o delegado Guilherme entra. Se aproxima de Raul com a algema.

GUILHERME – O senhor está preso, pela tentativa de homicídio de Jorge Alves Correia.

RAUL fica apreensivo.

Corta para:

CENA 03/ HOSPITAL JOAQUIM VALADARES/ CORREDOR / INT./ MANHÃ

Os enfermeiros carregam Jorge numa maca. Celso está um pouco, enquanto Marta e Lola estão nervosas e desesperadas. O médico vai para sala de cirurgia sem falar com Celso, Marta e Lola. Diante daquele momento de tensão e apreensão.

CELSO – Raul que fez isso. Com certeza ele se aliou a Afonso para armar isso. Eles devem ter agido em conluio e usado o namoro de Letícia com ele como ponte.

LOLA (Sarcástica) – Está vendo que eu não sou uma ameaça como você está vendo. Eu amo o Jorge. Quem quer destruir ele é o pai da outra lá.

CELSO – O meu filho não tem sorte com mulher. Se apaixonou por uma prostituta e pela filha de um louco.

Lola vai até Marta e tenta consolá-la, enquanto Celso fica pensativo. Em seguida, ele sai.

Corta para:

CENA 04/ DELEGACIA/ CELA 2 / INT./ MANHÃ

Raul entra na cela. Ele está muito nervoso, as está consciente de que cometeu um crime. Ele vê que na cela da frente está Carcará. Os dois se entreolham e continuam em silêncio, que é interrompido por uma voz escutada só por Raul.

VENÂNCIO (off) – Eu vou acabar com você, Raul! Você vai morrer nessa prisão. Você escolheu isso e vai morrer preso nos seus remorsos. Eu não te deixar em paz, enquanto te ver destruído.

Raul leva as mãos aos ouvidos.

RAUL – Cala boca, seu infeliz! Cala boca! Você tinha me deixado em paz.

VENÂNCIO (off0 – Sou a sua consciência, Raul...

Raul se senta no colchão e tenta se acalmar. Ele leva as mãos à cabeça e respira fundo.

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CENA 05/ DELEGACIA/ SALA DO DELEGADO/ INT./ MANHÃ

O delegado abre uma pasta, enquanto toma um pouco de café. Ele acabara de receber os laudos periciais da morte de Olga.

 GUILHERME (Pensativo) – Olga já estava morta quando foi jogada da varanda do hotel. A morta foi causada por estrangulamento. E o corpo foi jogado lá de cima para forjar um suicídio, mas o assassino não saiu a tempo. Teria sido um plano perfeito.

Neste instante, Cecília entra.

CECÍLIA – Eu quero falar com Carcará.

O delegado se levanta e cumprimenta a filha de Afonso em sinal de respeito.

Corta para:

CENA 06/ HOSPITAL JOAQUIM VALADARES/ RECEPÇÃO/ INT./ MANHÃ

Letícia entra nervosa e desesperada e cruza com Lola e Marta, que a olham com desprezo. Letícia, com os olhos cheios de lágrimas, não hesita em questionar Marta sobre o estado de Jorge.

LETÍCIA – Como Jorge está?

Neste instante, Lola Interrompe.

LOLA (P/Letícia) – Está feliz com o que o seu pai fez?

LETÍCIA (P/Lola) – Não, eu não concordo com o que ele fez.

MARTA (P/Letícia) – O meu filho está entre a vida e morte por sua causa. Você não é bem vinda aqui, não é bem vinda na minha família. (Grita). Sai daqui!

Letícia, em silêncio, sai, após ser humilhada por Marta.

Corta para:

CENA 07/ DELEGACIA/ CELA 1/ EXT. INT / MANHÃ

Carcará vê que Cecília de aproxima. Inicialmente, estranha, mas não consegue segurar a emoção de está revendo a sua namorada após algumas semanas.

CARCARÁ – Eu sou inocente, Cecília! 

CECÍLIA – Me responde só uma coisa. Você tinha alguma coisa com Olga?

CARCARÁ – Não, eu nunca tive nada com ela.

CECÍLIA – Então, por que você foi se encontrar com ela naquele dia?

CARCARÁ – Eu não ia me encontrar com ela, mas com você.

CECÍLIA – Eu não marquei nenhum encontro com você naquele dia. Como é que você ia se encontrar comigo?

CARCARÁ – Eu recebi um bilhete em seu nome.

CECÍLIA – Eu não enviei nada a você. Que desculpa mais esfarrapada!

CARCARÁ – Eu não fiz nada.

CECÍLIA – Você foi a última pessoa vista com ela.

CARCARÁ – Eu não sei o que aconteceu com ela. Quando cheguei lã, ela já estava morta.

CECÍLIA – Eu já disse o que tinha para dizer.

Cecília sai.

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CENA 08/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE ESTAR/ INT. / TARDE

Afonso aparece na sala. Neste mesmo instante, Celso entra. O patriarca da família Valadares Eldfica surpreso com a presença de Celso.

AFONSO – A que devo a honra, Celso?

CELSO – O meu filho acabou de sofrer um atentado e eu desconfio que tem dedo seu nessa história.

AFONSO – Eu não sei do que você está falando!

CELSO – Você é capaz de tudo para conseguir se manter no poder, manter as regalias de sua família.

AFONSO – E você não está errado, mas não fui eu que armei esse atentado contra o seu filho. Nem estou com tempo para fazer isso!

CELSO – Você usou um desequilibrado mental para por em prática o crime.

AFONSO – Se você veio em minha casa para fazer essas acusações infundadas, exijo que você se retire. 

CELSO – Eu já disse o que tinha para dizer.

Celso sai, em seguida.

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CENA 09/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE / QUARTO DE OLGA/ INT./ TARDE

Eduardo sente o perfume de Olga. Ele anda pelo quarto, pensativo. Ele mexe nas roupas dela. Olha para o retrato dela.

EDUARDO – Ah, Olga, como você faz falta! Como nós éramos felizes. O que fizeram com você, minha amada?

Ele abraça o retrato. Neste instante, Vilma entra. Eles se abraçam.

VILMA – O tempo passa muito rápido. Sonhei com Olga na noite passada.

EDUARDO – Tenho que encontrar forças de viver, porque não vai ser fácil superar.

Ele vai à janela e fica pensativo.

Corta para:

CENA 10/ HOSPITAL JOAQUIM VALADARES/ ESCRITÓRIO / INT. / TARDE

Otávio está pensativo. Neste instante, Horácio entra.

HORÁCIO – Ah, meu filho, eu acho que você deveria conversar com Cecília. Acho que ela não está com raiva de você.

OTÁVIO – Eu vou falar com ela, mas antes eu tenho que resolver alguns problemas.

O pai confirma com a cabeça e sai. Em seguida Otávio pega um papel e começa a redigir uma carta.

OTÁVIO – Ah, Celso, a sua queda não está muito longe de acontecer. O seu dia vai chegar.

Ele dá um gargalhada. Em seguida, ele pega o telefone e liga para a fazenda da família Valadares.

Corta para;

CENA 11/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE

Cecília está lendo um pouco e escrevendo um pouco no caderno, no instante em que que Otávio liga.

OTÁVIO (off) – Meu amor!

CECÍLIA – O que foi, Otávio? Algum problema?

OTÁVIO (off) – Queria te convidar para sair hoje à noite. Aceita?

CECÍLIA – Eu nem deveria aceitar...Mas vou, porque estou precisando mesmo sair um pouco. Os meus dias não tem sido bons ultimamente. Decepção atrás de decepção..

OTÁVIO (off) – Te pego às 8 horas da noite.

CECÍLIA – Estarei esperando!

Desliga o telefone. Neste instante, Afonso entra na sala fumando um charuto e questiona.

AFONSO – Era Otávio?

CECÍLIA – Era ele sim. Estava me convidando para sair. Eu aceitei. Quero ver o que ele quer comigo desta vez... Estou cada vez mais desiludida com os homens. Eles brincam com os nossos sentimentos de uma forma muito cruel.

Em seguida, sobe para o quarto. Afonso se senta no sofá e liga o rádio..

RADIALISTA (off) – Plantão extraordinário! O Coronel Celso Correia nós concede uma entrevista exclusiva.

CELSO (off) – Estamos próximos de um golpe. O Coronel Afonso Valadares vai fazer de tudo para manter a sua família no poder. Isso é muito preocupante.

Afonso desliga o rádio e fica pensativo. Neste momento, Branca entra e se senta ao lado dele, que pega um jogo de dama par os dois jogarem.

CENA 12/ HOTEL CASSINO/ RESTAURANTE/ INT./ NOITE

Otávio e Cecília entram de mãos dadas no restaurante do hotel. Eles se semtam em uma mesa. O garçom se aproxima deles.

GARÇOM – O que desejam, senhores?

CECÍLIA (P/Garçom) – Eu vou querer estrogonofe e uma taça de vinho.

OTÁVIO (P/Garçom) – Eu vou querer a mesma coisa.

CECÍLIA (P/Otávio) – Estava precisando sair um pouco mesmo.

OTÁVIO (P/Cecília) – Aceita os meus pedidos de desculpas e queria tratar com você. Aceita?

Focar na expressão de surpresa de Cecília.

Corta para:



CENA 13/ HOTEL CASSINO/ RESTAURANTE/ INT. / NOITE

Continuação imediata da última cena do bloco anterior. Tocar a música “Valsinha”, de Chico  Cecília fica surpresa, mas abre um sorriso.

CECÍLIA – Aceito.

Eles se beijam.

OTÁVIO – Sabia que você ia aceitar.

Eles se abraçam.

Corta para:

CENA 14/ PALMEIRÃO DO BREJO/ EXT. / NOITE

Letreiro mostra: 2 meses depois.

Tocar a música “Maracatu Atômico”, de Nação Zumbi. Planos da cidade. Pessoas conversando na praça. Pessoas sentadas em frente às suas casas. Pessoas indo à igreja.

Corta para:

CENA 15/ MANSÃO DA FAMÍLIA VASCONCELOS/ SALA DE JANTAR/ INT./ NOITE

As famílias de Álvaro e Débora se reúnem na mesa para um jantar. Eles estão muito felizes. Álvaro quebra o silêncio.

ÁLVARO – Decidi todos aqui está noite para fazer uma revelação.

Todos ficam felizes e apreensivos.

ALVARO – Eu conheci há alguns meses atrás uma moça que me chamou muita atenção desde o início, pela a sua beleza e carinho. Ela se mostrou uma moça muito delicada, atenciosa, romântica. E hoje eu quero pedir essa moça, a Débora, em casamento. (P/Débora) Débora Gomes Valadares, Aceita se casar comigo?

DÉBORA (Emocionada) – Claro que eu aceito, meu amor!

Eles se beijam. Todos que estão à mesa aplaudem.

Corta para:

CENA 16/ PALMEIRÃO DO BREJO / PRAÇA/ INT./ MANHÃ

As ruas estão mais movimentadas que o normal. Na praça um protesto está acontecendo. Mulheres protestam pelo assassinato de Olga.

MULHERES – Justiça por Olga! Justiça por Olga!

Elas, em seguida, caminham pelas ruas da cidade.

Corta para:

CENA 17/ DELEGACIA / CELA /EXT. INT. / MANHÃ

Carcará e Elias estão conversando.

CARCARÁ – Eu me arrependi de ter vindo para esta cidade. Desde que vim para cá, só aconteceu coisa ruim na minha vida. Fui injustiçado duas vezes.

ELIAS – Você irá sair daí. Irá provar sua inocência!

Eles sentem um cheiro de queimado.

CARCARÁ – Um cheio de queimado!

ELIAS – Tem alguma coisa pegando fogo aqui.

Eles veem uma nuvem de fumaça muito forte e escura e começam a tossir.

CARCARÁ – O que está acontecendo?

ELIAS – Não sei, mas precisamos sair daqui, senão vamos morrer. Precisamos fugir para bem longe.

Diante do desespero do incêndio. O policial deixa cair a chave da cela. Elias vem então o molho de chaves e pega. Abre a cela de Carcará e Raul. Carcará e Elias correm na direção do carro

Corta para:

CENA 18/ PALMEIRÃO DO BREJO/ ESTTADA/ EXT./ MANHÃ

Alguns minutos depois

Tocar a música “Meu Maracatu Pesa uma tonelada”. Carcará está muito nervoso. Elias está conduzindo o carro.

CARCARÁ – Eu acho que não certo o que eu fiz. Vão desconfiar de que eu sou mais culpado ainda por causa dessa fuga.

ELIAS – Ou a gente foge e ficamos livre disso ou a gente volta e vamos nós dois presos. Você é muito ingênuo!

CARCARÁ – Eu prefiro voltar com a consciência limpa de que eu sou inocente do que fugir como um criminoso que eu não sou.

ELIAS – Depois de fugirmos você vem com essa agora. Parece que gosta de ficar preso.

Neste instante, Carcará avança para cima de Elias, que perde o controle do carro, que cai no barranco. Capota várias vezes e explode.

Focar no carro incendiando.

Congelamento preto e branco emoldurado como um retrato.


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